Diego Maradona

Meio campista, Segundo Atacante
680 Jogos Oficiais
9 Títulos Oficiais
346 Gols Marcados
Maradona brilhou na Copa 1986.
Diego Armando Maradona Argentina - Lanús - Buenos Aires
Nascimento 30 de outubro de 1960
Falecimento 25/11/2020
Apelidos Dieguito, El Pibe de Oro, El Diez, Pelusa, Barrilete Cósmico, El Diego, Díos
Carreira Início: (1976) Argentino Juniors
Término: (1997) Boca Juniors
Características Altura: 1,65 m
Canhoto
Posição / Outras posições Meio-campista / Segundo atacante
Melhor jogador da América (Rei da América)

1979, 1980

Copa do Mundo

1986

Perfil / Estilo do jogador

Um dos jogadores mais completos de todos os tempos, Diego Maradona é uma das joias mais raras que o mundo do futebol já viu. Para muitos, ele não era um simples mortal e sim um Deus. Tudo isso por causa de seu futebol incomum, com dribles rápidos e desconcertantes, que eram capazes de leva-lo para dentro do gol. Era difícil para-lo, pois apesar de ser baixo e franzino era um jogador rápido e liso. Decisivo, jamais se escondeu de grandes jogos, com finalização e passes precisos que podiam resolver qualquer partida. Mesmo polêmico, o craque sempre foi muito adorado por onde passou, pois além de sua técnica, sempre atuou com o coração, se tornando o Deus mais humano de todos.

Categoria de base

Data Clube    
1969-1976 Argentino Juniors    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1976-1981 Argentino Juniors 166 116
1981-1982 / 1995-1997 Boca Juniors 71 35
1982-1984 Barcelona 59 38
1984-1991 Napoli 259 115
1992-1993 Sevilla 29 8
1993-1994 Newell's Old Boys 5 0

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1977-1994 Argentina 90 34

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Boca Juniors Campeonato Argentino 1981
Barcelona Copa do Rei 1982-83
Barcelona Copa da Liga Espanhola 1982-83
Barcelona Supercopa da Espanha 1983-84
Napoli Campeonato Italiano 1986-87, 1989-1990
Napoli Copa da Itália 1986-87
Napoli Copa UEFA 1988-89
Napoli Supoercopa da Itália 1990

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1986

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Melhor Jogador Sulamericano do ano eleito pelo jornal El Mundo 1979, 1980 Argentino Juniors
Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA 1986 Argentina
Melhor Jogador do Mundo eleito pela World Soccer 1986 Argentina
Onze d'Or 1986, 1987 Napoli
Melhor Jogador Argentino do Ano pela Associação de Jornalistas da Argentina 1979, 1980, 1981, 1986 Argentino Juniors / Boca Juniors / Napoli
All-Star Team da Copa do Mundo da FIFA 1986. 1990 Argentina
Bola de Bronze da Copa do Mundo FIFA 1990 Argentina
Melhor Jogador do Século XX da FIFA (votos de internautas) 2000 -
FIFA 100 2004 -

Desempenho

0,50
Média
Gols por jogo
0,42
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
3
Passe
4
Controle de Bola
5
Drible
5
Velocidade
5
Técnica
5
Finalização
5
Condicionamento Físico
3

Biografia

Diego Maradona: O Díos mais humano do futebol!

Homenagem a Maradona em Nápoles.

Diego Armando Maradona é um dos maiores jogadores de todos os tempos, recebendo diversas premiações até mesmo após o término de sua carreira. Seu nome está presente em diversas listas organizadas pela FIFA quando se trata dos melhores jogadores do século XX. Mas não é para menos, por causa de tudo que já realizou na carreira.

Desde cedo, Maradona se destacou e com apenas 15 anos estreou como profissional pelo Argentino Juniors, se tornando o melhor jogador sul-americano em 1979 e1980. A sua baixa estatura não o atrapalhou dentro de campo. Pelo contrário, o craque soube usar sua estatura  a seu favor, para obter mais velocidade.

Com a camisa do Boca Juniors conquistou um Campeonato Argentino em sua primeira passagem. No Napoli é considerado o maior jogador da história do clube, conquistando os dois títulos italianos da equipe e única Copa UEFA. Na Seleção Argentina, foi líder na conquista da Copa do Mundo de 1986, sendo eleito pelos argentinos como o maior jogador de todos os tempos, ainda melhor do que Pelé.

Apesar de ser um dos maiores craques do futebol dentro de campo, fora dele Maradona colecionou polêmicas. Isto inclui ter sido pego por 3 vezes no exame antidopping, além de ter colecionado desafetos em clubes por onde passou. O jogador também passou a conviver com problemas de sobrepeso, o que atrapalhou seu desempenho, sobretudo na reta final de sua carreira.

Em seu período como jogador profissional, Maradona atuou em 680 jogos e marcou 346 gols. Obtendo uma Copa do Mundo com a Seleção Argentina e 9 títulos em clubes. Por sua grande carreira, Maradona colecionou fãs e fIéis, que choraram sua inesperada morte, aos 60 anos. O mundo parou naquele instante, mas Don Diego será eterno!

Diego Maradona, um talento desde criança

Maradona ainda garoto no Argentino juniors.

Em 30 de outubro de 1960, na cidade de Lanús, província de Buenos Aires, nascia Diego Armando Maradona Franco. E, assim como muitos meninos sul-americanos, veio de uma família com poucos recursos e muitos filhos. Logo, o futebol se tornou além de uma grande paixão, uma oportunidade para melhorar sua vida e também da família. E talento o garoto tinha, Sua primeira bola de futebol, ganha por seu tio aos 3 anos, com a qual passou a dormir e se tornou sua principal companheira.

Tamanha paixão, junto a um trato especial com a bola, tal talento não demoraria a aparecer, e desde jovem Diego impressionava quem vinha o assistir.

Ainda atuando por um clube amador em Buenos Aires, Maradona foi descoberto por olheiros do Argentino Juniors, um time relativamente pequeno da Primeira Divisão Argentina. Segundo o técnico da base do clube a época, o talento incomum do garoto franzino chamou rapidamente atenção nas peneiras, que duvidaram que ele tivesse apenas oito anos de idade

Diante de tamanho talento, logo Maradona se tornou o principal jogador de base dos Argentinos Juniors. E não demoraria muito para começar a ser falado nacionalmente, e por toda a Argentina.

 

1976 1981: Argentino Juniors revela Maradona ao mundo


Diego Armando Maradona tinha como ídolos quando jovem o craque brasileiro, e também canhoto, Roberto Rivellino, além do irlandês, temperamental craque do Manchester United, George Best. Dois jogadores de posição diferentes, mas que tinham algo em comum e que inspirava o jovem Maradona. Jogadores destemidos. Logo aos 12 anos, no ano de 1972, Dieguito começou a mostrar todo o arsenal em sua perna esquerda.

Nos intervalos dos jogos da equipe profissional do Argentino Juniors, na primeira divisão nacional, o clube usava o momento para exibir em cadeia nacional “El Pibe de Oro” – o  seu “garoto de ouro”.

Não demorou para Maradona estrear no profissional. Em 1976, aos 15 anos, contra o Talleres, Maradona foi o jogador mais jovem a estrear no Campeonato Argentino, com direito a dribles desconcertantes. O craque desencantou com a camisa de sua equipe um mês depois, na goleada por 5 a 2 contra o San Lorenzo, marcando dois gols.

Um ano depois da sua estreia no profissional, já era destaque do Argentino Juniors, sendo premiado, em 1977, com a primeira convocação à seleção albiceleste principal. Embora seu desempenho tenha sido razoável nas poucas oportunidades que teve, o jovem Dieguito acabou sendo cortado da lista de convocados para a Copa de 1978, vencida pela Seleção Argentina.

Passada a frustração da não convocação da Copa, Maradona estava convencido a mostrar que a seleção argentina não poderia deixar de lado seu talento.

Jogando pelo Argentino Juniors, embora não tenha conquistado nenhum título, teve um grande destaque individual, sendo sucessivas vezes artilheiros de campeonatos e eleito por duas vezes o melhor jogador sul-americano.

Em 1979, jogando o mundial pela seleção argentina sub-20, foi campeão e eleito o melhor jogador da Copa do Mundo sub-20.

 

1981: Boca Juniors contrata Maradona, a jóia argentina


Tamanho sucesso não passou despercebido pelos grandes clubes argentinos. Incluindo o clube do qual sempre foi grande fã: o Boca Juniors. Na fila há 5 anos, a equipe xeneize viu seu arquirrival, River Plate, conquistar por dois anos seguidos o título nacional. Porém, em 1981, essa história iria mudar.

Maradona, ainda jovem craque, lideraria o clube na conquista do Campeonato Argentino, tendo exibições de gala em clássicos e excursões.

Já em sua estreia, Maradona mostrou seu cartão de visitas contra seu ex-clube, o Argentino Juniors. De pênalti, em jogo amistoso, marcou seu primeiro gol. Esse duelo entre seu ex-time e o Boca-Juniors fazia parte de um acordo entre ambas as equipes, para que fosse concretizada a transação de empréstimo do craque argentino.

Sabendo de seu potencial, o Argentino Juniors colocou uma cláusula no contrato de Maradona proibindo que o jogador enfrentasse sua ex-equipe em novos duelos. O Boca Juniors aceitou, pois só tinha a ganhar com a chegada da jóia bruta. E essa aposta se pagou: ele logo se tornou grande atração em diversos amistosos na Argentina e no mundo, incluindo partidas contra Milan da Itália e Flamengo de Zico.

Maradona comanda Boca Juniors ao título argentino!

Maradona na onquista do título argentino.

No primeiro jogo do Campeonato Argentino de 1981, Maradona justificou toda a euforia depositada em seu futebol e marcou dois gols em goleada por 4 a 1 contra o Talleres. Esse seria apenas o prenuncio do que seria a temporada de Maradona com a camisa xeneize. Já que na partida seguinte, mesmo de ressaca, após show do Queen, o craque anotou dois gols contra o Instituto, mostrando sua qualidade técnica mesmo diante das “adversidades”.

Dentro da competição, Maradona foi cativando o mundo do futebol e os torcedores do Boca Juniors, arrebentando com suas grandes atuações. Faltava apenas o craque provar que era decisivo também em clássico e isso ele fez com maestria. Dieguito marcou nos dois jogos em que enfrentou o River Plate, na vitória por 3 a 0 e no empate de 1 a 1.

Não restavam dúvidas de que Maradona era um craque iluminado, capaz de levar sua equipe rumo à conquista nacional daquele ano. Na última rodada, em dura batalha contra o Racing, com dois jogadores expulsos para cada lado, Dieguito sofreu o pênalti que ele mesmo cobrou, garantindo o título do Boca Juniors. Por causa de seu desempenho impecável e decisivo, o craque foi eleito o melhor jogador do Campeonato Argentino de 1981. Isto tudo com apenas 21 anos.

Em apenas uma temporada com a camisa do Boca Juniors, Diego Maradona marcou 28 gols em 40 partidas.

A dupla que deu certo no Boca: Maradona e Brindisi

Mradona e o atacante Brindisi.

Maradona fez grande parceria com outro grande ídolo do Boca Juniors, o atacante Miguél Brindisi. A dupla funcionava em grande sintonia. Quando Dieguito passava em branco, seu companheiro de ataque anotava os gols da equipe xeneize e vice-versa. Na conquista do Boca Juniors no Campeonato Argentino, os dois jogadores foram responsáveis por mais da metade dos gols da equipe. Dos 60 tentos marcados, 33 foram de responsabilidade da dupla Maradona e Brindisi. Uma média impressionante de quase um por jogo da dupla dentro da competição.

 

1982: Em sonho europeu, Maradona tem transferência recorde no Barcelona


Em 1982, as notícias sobre os feitos de Maradona cruzaram o oceano. Não demorou para aparecer um candidato europeu disposto a adquirir a joia. O FC Barcelona desembolsou o equivalente a 7,30 milhões de euros para trazer o craque argentino, valor recorde até então. Esse era o tamanho do empenho que os catalães tinham em bater de frente com o rival Real Madrid no futebol nacional. Com o craque, isso até foi possível, mas não da maneira que muitos esperavam.

Em sua primeira temporada com a camisa azul e grená, Diego Maradona conseguiu dois títulos com sua equipe. Na Copa do Rei, Dieguito foi importante, marcando gols ao longo da competição. Na Copa da Liga Espanhola, o jogador simplesmente brilhou e marcou nas duas finais contra o Real Madrid. No jogo de volta, o craque foi aplaudido pela torcida merengue, em vitória de 2 a 1 para o Barcelona.

Por mais que não tenha conquistado o título da La Liga, Maradona ficou satisfeito em sua primeira temporada no Barcelona, já que havia contraído uma hepatite que o deixou fora por 3 meses. No ano seguinte, o jogador viria sofrer mais uma grave lesão que o deixou fora dos gramados por 106 dias.

Ao longo da primeira temporada, outro fato importante foi a chegada do técnico argentino César Luis Menotti, que comandou a Argentina na conquista da Copa de 1978, primeiro a convocar Maradona para a seleção principal e treinador dele na conquista do mundial sub-20.

No Barcelona não decola, e sai após briga histórica!

Maradona em sua passagem pelo Barcelona.

Mesmo atuando menos do que esperado na temporada 1983-84, Maradona voltou a campo e tentou ajudar o Barcelona na briga pelo título espanhol contra o Athletic de Bilbao. Porém, o jogador não conseguiu e viu sua equipe perder a competição por apenas um ponto. Restou apenas a Copa do Rei, que foi determinante para a sua saída do time catalão.

Na grande decisão, entre Barcelona e o próprio Bilbao, o time basco levou a melhor por 1 a 0. Logo depois, Maradona se descontrolou em campo, muito por causa das duras entradas que levou do zagueiro Goikoextka, que foi o responsável pela lesão anterior do argentino. Uma briga generalizada tomou conta do Santiago Bernabéu e Dieguito foi suspenso por 3 meses.

A suspensão foi apenas o estopim de uma relação já desgastada entre e Barcelona e Maradona. O jogador já vinha sendo criticado por seu baixo desempenho. Não demoraria muito para os catalães negociarem o jogador para uma equipe tradicional que buscava dias melhores, o Napoli.

Em duas temporadas com a camisa azul e grená, Diego Maradona atuou em 45 partidas, tendo marcado 32 gols. Números bons para quem foi muito criticado.

 

1984: Diego Maradona chega ao Napoli para ser divinizado!


Maradona em sua chegada ao Napoli.

Mais uma vez, um time tradicional buscando sua redenção aposta em Maradona. O Napoli fez um grande esforço financeiro para concluir a transação mais cara do futebol, o equivalente a 12 milhões de euros. Pela segunda vez, Maradona se tornaria o jogador mais caro do mundo.

Após uma negociação digna de filme, O Napoli conseguiu vencer a concorrência de uma potência futebol italiano: a Juventus de Turim. Maradona jogaria na liga mais forte do mundo à época, o campeonato italiano. Detalhe: em um time relativamente modesto comparado a outras grandes potências.

Sua chegada de helicóptero ao estádio San Paolo foi festejada pelos apaixonados torcedores napolitanos. Porém, poucos deles imaginavam os feitos que o argentino faria para o clube.

Em sua primeira temporada, 1984-85, Maradona estreou pela Copa Itália contra o Arezzo, em goleada por 4 a 1, com um gol marcado. Mas apesar de boa estreia, o craque não conseguiu nada de relevante com o Napoli, apenas uma razoável oitava colocação na Serie A. Segundo o presidente do Napoli à época, gradualmente, o time ia se formando em torno da forma de jogar e talento de Maradona.

Na temporada seguinte, 1985-1986, formou dupla de sucesso com o recém-contratado jogador italiano com nome de filósofo, Giordano Bruno. Com a maestria do argentino, o Napoli obteve um notável terceiro lugar e passou a ameaçar a hegemonia dos clubes ricos do norte da Itália.

Período de conquistas para Maradona e Napoli

Após a consagração na Copa do Mundo de 1986, Maradona retornou ao Napoli para também se consagrar como lenda de um clube. Na temporada 1986-1987, sob a liderança do craque, o clube conquistou tanto a Copa da Itália, quanto o campeonato italiano, o primeiro de sua história. O jogador se tornou uma lenda no imaginário dos napolitanos.

Na temporada de 1987-1988, a lenda Careca chegou ao Napoli para se juntar a Maradona e Giordano Bruno, formando o tridente MaGiCo.

O Napoli disputou o campeonato italiano ponto-a-ponto com o Milan de Marco Van Basten e Gullit, mas acabaria por deixar o Scudetto escapar, terminando em segundo lugar. Maradona foi o artilheiro da Série A e da Copa da Itália. Na temporada 1988-1989, mais uma vez, o Napoli é superado por pouco, disputando o título até o final com a Inter de Milão.

Maradona na conquista do scudetto 1987.

A temporada de 1988-1989, porém, foi recompensada com a conquista da Copa da UEFA, com grande participação de Maradona. Nas quartas de finais, o argentino e capitão da equipe comandou uma reação histórica pra cima da Juventus. A Vecchia Signora havia vencido o jogo de ida por 2 a 0, mas os napolitanos fizeram 3 a 0 em casa, com o primeiro gol marcado por Dieguito. Na grande decisão, o craque da equipe marcou o gol do título em cima do Stuttgart.

Na temporada 1989-1990, veio mais uma conquista do Campeonato Italiano, título que viria a ser o último do Napoli e de Maradona. O jogador continuou sendo importante na equipe, marcando gols antológicos, como contra o AC Milan no primeiro turno, no qual ainda deu duas assistências. Após esse campeonato, seu desempenho começaria a cair drasticamente.

1991: Envolto em polêmicas, saída de Maradona do Napoli é triste

Em 1991, Maradona finalmente deixa o Napoli de maneira melancólica: foi flagrado no exame de antidoping pelo uso de cocaína após partida com o Bari. Foi suspenso por 15 meses.

Além disso, sua suposta relação com a Camorra, a máfia napolitana, sempre foi cercada de polêmica durante sua passagem e foi apontada como uma das responsáveis por alimentar o seu vício em cocaína. Em documentário, sobre sua saída do Napoli, Maradona declarou tristemente: “Quando cheguei a Nápoles, fui recebido por 85 mil pessoas. Quando fui embora, estava só”.

A passagem pelo Napoli foi marcada por toda uma relação em que Diego muitas vezes não conseguia se desvencilhar da figura mítica Maradona. A todo lugar que ia, uma multidão o seguia e queria interagir com ele. Até hoje, o jogador é uma lenda e amado pela cidade. Sua importância é tão grande na história do clube, que após sua morte, o estádio foi renomeado como Diego Armando Maradona.

Com a camisa do Napoli, Diego Maradona marcou 115 gols em 259 jogos, números que o consagraram como um Díos também para os napolitanos.

 

1992 – 1993: Diego Maradona tem passagem pelo Sevilla


Maradona em sua passagem apagada pelo Sevilla.

Em 1992, após cumprir sua suspensão do futebol, Diego Maradona se recusa a voltar para atuar no Napoli. Escolha por ter se sentido desprestigiado pelo clube no período, depois de tudo que conquistou na Itália. Então, destino escolhido pelo craque foi novamente a Espanha,  agora para atuar pelo Sevilla. O Boca Juniors também demonstrou interesse em repatriar El Pibe, porém, não tinha as condições financeiras para cobrir o salário de Don Diego.

Outro motivo e que pesou na decisão de Maradona na escolha pelo Sevilla foi o fato do time andaluz ter à frente o técnico Carlos Bilardo, seu técnico a frente da seleção da Argentina no campeonato mundial de 1986.

Seu desempenho no Sevilla foi mediano, alternando partidas de bom e razoável desempenho. De todo modo,  sua passagem foi marcada por poucos jogos – menos de 30 partidas, e uma forma física longe do ideal. Após pouco menos de uma temporada, de novo, em 1993, teve uma saída conturbada: ficou indignado que o clube contratou detetives para vigiar sua vida particular. O craque também se desentendeu com o técnico Bilardo, o que tornou sua permanência ainda mais difícil.

 

1993 – 1994: Rápida passagem pelo Newell’s Old Boys


Em 1993, finalmente, “El Pibe de Oro”, voltaria para a Argentina. Seu destino foi o Newell’s Old Boys. Sua passagem foi empolgante para os apaixonados, embora muito curta: apenas 5 jogos, por causa de mais um escândalo no dopping que o deixou de fora da Copa do Mundo de 1994.

Apesar de ter jogado pouco pela equipe, Maradona se declarou torcedor do Newell’s Old Boys. Isso surpreendeu muita gente que esperava que o grande craque fosse torcedor do Boca Juniors ou do Argentino Juniors. Até hoje, para muitos torcedores do clube, Dieguito é o maior jogador ao passar por lá, ao invés de Lionel Messi, jogador revelado pelo clube.

 

1995 – 1997: Volta ao Boca Jrs para encerrar triunfante carreira


Maradona em seu último jogo oficial, contra o River.

Em 1995, se juntou mais uma vez ao clube ao qual sempre teve carinho: o Boca Juniors, para encerrar sua carreira.  Sua passagem foi relativamente longa, por volta de 2 anos, porém, jogou apenas 41 partidas e marcou 9 gols.

O que mais chamou a atenção em sua segunda passagem pelo Boca foi ter feito parceria com outras lendas como Caniggia, Verón e o até então jovem estrela Riquelme. Maradona também reencontrou o técnico Carlos Bilardo, com quem teve um entrevero enquanto atuava pelo Sevilla. O craque argentino teve um desempenho regular em sua primeira temporada, oscilando entre boas e más atuações, não conseguindo nenhum título com a camisa xeneize.

A temporada seguinte ficou marcada com um alerta, Maradona quis largar o futebol para se dedicar ao tratamento de sua dependência química. Porém, o jogador foi convencido a permanecer por apenas mais alguns meses, antes de encerrar sua carreira.

Em 1997, aos 37 anos, finalmente anunciou que penduraria suas chuteiras. Isto após inúmeras polêmicas na Argentina, tanto com a imprensa quanto com a diretoria do Boca, e mais um flagra em exame antidoping. Dessa vez, para a tristeza do mundo de futebol, a estrela abandonou os gramados como jogador para sempre.

Seu último jogo oficial foi realizado nada mais, nada menos, contra o River Plate no Monumental de Nuñez. Anos depois, uma partida de despedida foi realizada em homenagem ao jogador no La Bombenera, com três gols marcados por ele.

 

1977 – 1994: Pela seleção Argentina tem momentos inesquecíveis


A história de Maradona em sua seleção começou logo cedo, quando o jogador tinha apenas 17 anos, em um jogo amistoso contra a Hungria. Na ocasião, o craque atuou apenas em 28 minutos, ficando de fora dos demais amistosos do ano de 1977 e também de 1978.

Ao não ser usado às vésperas da Copa do Mundo de 1978, Maradona foi cortado da competição, mesmo sendo grande destaque com a camisa do Argentino Juniors. O técnico da Argentina, César Luís Menotti diz que se arrepende por não ter levado o jogador e que tomou tal atitude porque o craque ainda era muito jovem. Mesmo assim a Seleção Argentina conquistou o título.

Mas após a Copa de 1978, Maradona se firmou com a camisa albiceleste, sendo o principal jogador e ídolo de todos os argentinos. O craque disputou 3 Copas do Mundo com sua seleção e levou o título de 1986, no mesmo ano em que se tornou capitão. Nessa mesma competição, foi eleito o melhor jogador.

Em sua longa carreira pela seleção, Maradona chegou a jogar ao lado de outros ídolos argentinos: Burruchaga, Valdano, Caniggia e o goleiro Goycochea. Esses jogadores foram importantes nas campanhas da Argentina em suas competições nos anos 80 e 90.

Desses grandes craques, Maradona era quem mais conquistava a torcida, porque só ele sabia acirrar a rivalidade contra o Brasil. O craque argentino fazia diversas declarações polemicas referente à Seleção Brasileira. Em 6 oportunidades em que enfrentou os brasileiros, Dieguito marcou apenas um gol, em empate no mundialito de 1981. Nesses duelos, o jogador enfrentou grandes estrelas do futebol brasileiro, como Careca (seu companheiro de Napoli), Romário, Bebeto, Rivellino, Zico, entre outros.

Em sua mítica trajetória vestindo a camiseta da seleção Argentina, e eternizando o número 10, Diego Armando Maradona atuou por 90 partidas e anotou 34 gols. Muitos deles históricos, para sempre na memória dos torcedores.

 

1982: Maradona estreia em Copas do Mundo


Em 1982, Diego Maradona era apenas um garoto, mas já uma gigante estrela do futebol mundial, sendo recém contratado pelo Barcelona em transferência recorde. A confiança dos torcedores albicelestes estava depositada em El Pibe de Oro. Em seu jogo de estreia, uma baixa, 1 a 0 para a Bélgica. Porém, a situação mudou contra a Hungria e os argentinos venceram por 4 a 1, com direito a dois de Maradona. No terceiro jogo da fase de grupos, a Argentina venceu e se classificou para um novo grupo, que tinha Brasil e Itália.

Nesse quadrangular, os argentinos sofreram muito, pois perderam para a Itália por 2 a 1e para o Brasil por 3 a 1. Contra os brasileiros, Maradona perdeu a cabeça e foi expulso no final da partida. De fora do campo, viu Zico brilhar na vitória brasileira.

 

Copa do Mundo 1986: A definitiva consagração de Maradona


Em 1986, veio a grande consagração do argentino na seleção, com a conquista da Copa do Mundo. Tamanha foi a influência de Diego Maradona na conquista da seleção albiceleste que foi considerada a “Copa do Mundo de um homem só”. A mística de Maradona se estendeu a tal ponto que muitos o consideram o principal jogador da história das copas do mundo, mesmo tendo apenas um título.

Com apenas 25 anos, Maradona assumiu como capitão da seleção. Marcou um total de cinco gols e deu 5 assistências. Além de levantar a taça de campeão da Copa de 1986, também foi eleito o melhor jogador do torneio e alcançou a vice-artilharia.

Em uma copa do mundo sem grandes favoritos, a seleção argentina chegou com algumas turbulências internas. Dos 7 gols da Argentina antes das quartas de finais, fez 1 e participou em outros 5.

Após passar pela Seleção do Uruguai nas oitavas com um magro 1 a 0, nas quartas de finais, a Argentina enfrentaria a Inglaterra, país com o qual recentemente havia se digladiado na infame Guerra das Malvinas. A Argentina, principal responsável por provocar o conflito, saíra completamente derrotada.

Portanto, o jogo era uma questão de honra aos argentinos, porque seria a oportunidade do país resgatar sua dignidade e dar o troco.

La mano de Díos

Gol antalogico nas quartasde finais da Copa do Mundo de 1986.

No jogo contra a Seleção da Inglaterra nas quartas-de-final, após batalha no primeiro tempo, no segundo tempo, o “garoto de ouro” protagonizou dois dos gols mais épicos da história das copas. O primeiro gol foi com uma ajuda divina: Maradona usou “las mano de dios” para escorar a bola com as mãos e encobrir o goleiro inglês após a disputa de uma bola dentro da área.

O segundo gol foi simplesmente incrível: ao receber de costas ao gol adversário, ainda no campo de defesa da Argentina, mostrando seu incomparável domínio de bola, Maradona carregou a bola em velocidade por incríveis 55 metros, driblou cinco jogadores ingleses, driblou o goleiro e fez o gol. Para delírio de 115 mil torcedores que puderam ver um dos gols mais bonitos da história do futebol.

A Argentina acabou vencendo o jogo por 2 a 1. Após o jogo, Maradona afirmou: “Eu marquei o gol um pouco com a cabeça, um pouco com a mão de Deus”.

Nas semi-finais, Maradona marcaria ainda mais 2 gols na vitória por 2 a 1 contra a Bélgica e daria uma assistência determinante na final vencida contra a Seleção da Alemanha por 3 a 2.

 

Copa de 1990: Maradona leva Argentina a mais uma final


Na Copa do Mundo de 1990, após passar pela fase de grupos de maneira apertada, com uma vitória, um empate e uma derrota, a Argentina se classificou para as oitavas de finais para encarar o Seleção Brasileira. Maradona chegou a dar uma assistência no empate em 1 a 1 contra a Romênia, mas foi no jogo contra seu rival que ele chamou atenção.

No clássico das Américas, os argentinos levaram a melhor com gol de Caniggia e assistência de Maradona. Porém, o craque argentino chamou atenção não pela sua exibição, mas sim por ter “batizado” a água do lateral Branco. Isso foi o que ele mesmo declarou em 2004, em um programa de televisão. Com Maradona de maestro e capitão, a Argentina continuou seguindo rumo à grande final da competição. No caminho, eliminou a Iugoslávia nas quartas-de-final e a Itália nas semifinais, ambos nos pênaltis. Contra os italianos, a partida aconteceu em Napoli, sendo que a torcida italiana ficou simplesmente dividida, tamanho era paixão da região pelo craque argentino.

Matthaus e Maradona em 1990.

Em mais uma decisão de Copa do Mundo, a 3ª nos quatro últimos mundiais, o time celeste teria pela frente novamente a Alemanha, agora comandada pelo ex-craque Franz Beckenbauer. A seleção alemã marcou seu gol, o do título, aos 85 minutos, em cobrança de pênalti batido por Andreas Brehme. Maradona viu seu arqui-rival, Lotthar Mathaus, erguer a taça, naquela que seria a última final de Copa do Mundo do craque argentino.

Copa de 1994: A última participação de Maradona em mundiais

Em 1994, o craque argentino já estava em baixa, por causa de problemas físicos, mas sua situação viria a piorar por causa de mais um escândalo de dopping. Maradona estreou bem contra a Grécia, marcando em goleada por 4 a 0. No segundo jogo, o capitão albiceleste deu uma assistência na vitória por 2 a 1 contra a Nigéria. El Pibe estava começando bem aquela Copa do Mundo, mas sua dependência química viria a atrapalhar sua vida mais uma vez.

Antes de entrar contra a Seleção da Bulgária, o exame de Maradona testou positivo no dopping e o jogador foi proibido de atuar naquela Copa. Seria o inicio do fim da carreira do atleta, que estava com 33 anos.

 

Pós-aposentadoria: Maradona nunca se desligou do futebol


Antes de sua aposentadoria, quando ficou suspenso por dopping, Maradona arriscou uma nova carreira no futebol, a de treinador. O craque treinou duas equipes entre 1994 e 95, o desconhecido Deportivo Textil Mandiyú e o tradicional Racing da Argentina.

Maradon em Alemanha 4 x 0 Argentina, nas quartas de finais da Copa de 2010.

Porém, sua carreira oficial como treinador iniciou apenas em 2008, assumindo a Seleção Argentina, na qual já era ídolo. Maradona conseguiu classificar seu país para a Copa do Mundo de 2010 na Alemanha, com um elenco recheado de craques, como Messi, Carlos Tévez, Aguero e Verón. Mesmo assim, os argentinos não conseguiram levar o mundial, caindo para a Alemanha nas quartas de finais, em goleada por 4 a 0.

Após vexame na Copa do Mundo, Maradona deixou a seleção da Argentina e foi se aventurar no Al Wasl dos Emirados Árabes, entre 2011 e 2012. Após esse trabalho, em 2017, Dieguito assumiu o Al Fujairah, também do mesmo país. Em mais uma de suas aventuras, Maradona treinou o Dorados do México em 2018 e logo depois assumiu seu último time na carreira como técnico, o Gimnasia y Esgrima.

Dentro do futebol, o craque também trabalhou como comentarista, oscilando entre seus trabalhos como treinador. Em 1998, comentou a Copa do Mundo, após encerrar a carreira como jogador no Boca Juniors. Também foi apresentador de TV, em seu programa chamado La Noche Del 10, em que ele entrevistava diversas personalidades, não só do mundo dos esportes, mas também das artes ou da política. Em seu programa de estréia, entrevistou e bateu uma bola com ninguém menos que Pelé.

 

2020: O adeus de Don Diego Maradona


Sua vida desregrada, banhada de muitas festas e vicio em bebidas e drogas, um dia poderia ter um preço muito alto para o craque. Durante anos de sua carreira, Maradona assumiu que lutava contra o seu vício, que tanto atrapalhou sua carreira.

Em novembro de 2020, Maradona passou por uma delicada cirurgia para drenar uma hemorragia em seu cérebro, que foi realizada com sucesso. Torcedores estiveram ao redor do hospital com bandeirões, em apoio a seu grande ídolo. Mesmo após operação, seus médicos disseram que ele fez uso de álcool e maconha.

Então, quase um mês depois, veio a inesperada notícia. Diego Armando Maradona sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu aos 60 anos, pegando todos de surpresa. Ao saber da notícia, o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, declarou luto oficial. Multidões foram às ruas para prestar suas últimas homenagens ao maior ídolo do país. Muitas pessoas choravam copiosamente em volta da Casa Rosada, onde foi realizado o velório do ex-jogador. Até mesmo torcedores do River Plate estavam arrasados com o adeus à Maradona.

Diversos jogadores prestaram suas homenagens para Diego Maradona, inclusive Careca, que foi seu parceiro de Napoli. Craques do futebol argentino foram os que mais estiveram abalados com a perda, principalmente Messi e Carlos Tévez, que homenagearam o grande ídolo, quando estiveram em campo.

 

E aquela pergunta final, quem foi melhor, Pelé ou Maradona?


Pelé e Maradona são considerados os dois melhores da história.

A maioria dos torcedores argentinos afirmam que Diego Maradona foi melhor do que Pelé, já que se Pelé é Rei, Maradona é Deus. Mas a verdade que se formos colocar a carreira, números e estatísticas, Pelé é sem dúvida o maior jogador de futebol de todos os tempos. Mas até ai nada disso importa quando a pergunta é colocada e cada um coloca as opiniões em cima da mesa. A única verdade, inquestionável, é que foram dois gigantes do futebol mundial e que temos a sorte de relembrar sempre de suas carreiras cheias de curiosidades, conquistas e excelentes jogadas. Cada um foi o melhor de sua época, de sua geração e as perguntas sobre quem foi maior, melhor e mais importante na história do futebol irão surgir. E para você, quem jogou mais?

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