Uruguai

20 Títulos Oficiais
Seleção Uruguaia
Principais rivais Argentina / Uruguai
Apelidos Celeste Olímpica, Achurra
Mascote Boiadeiro, Pato Celeste
Copa do Mundo

1930, 1950

Copa América

1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995, 2011

Títulos conquistados

Títulos Mundiais

Competição Títulos Ano
Copa do Mundo 2 1930, 1950

Títulos Continentais

Competição Títulos Temporada
Copa América 15 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995, 2011

Outros títulos

Competição Títulos Ano
Jogos Olímpicos 2 1924, 1928
Mundialito 1 1980-81

História

Uruguai – Bicampeã do mundo e maior vencedora da Copa América

A primeira campeã mundial, a Seleção Uruguaia de Futebol é uma das seleções que mais impõe respeito em seus adversários. Conhecida por sua garra, mesmo em momentos difíceis, sempre dificultou partidas contra equipes do primeiro escalão. Além disso, é uma das seleções mais tradicionais do mundo e uma mais poderosas nas décadas após seu surgimento.

O pequeno país, hoje com 3,4 milhões de habitantes, revelou e continua revelando muitos jogadores importantes para o futebol e mantendo uma seleção forte e competitiva. Feito impressionante para um país com tão pouca população.

Desde suas primeiras partidas, ganhou a alcunha de “A Celeste”, devido a cor da camisa utilizada deste tom de azul, e após conquistar dois campeonatos de futebol em Jogos Olímpicos, passou a ser conhecida também como “Celeste Olímpica”. Os títulos olímpicos, quando ainda não existiam a Copa do Mundo, são reconhecidos como campeonatos mundiais pela FIFA e, assim, oficialmente, podem se somar às duas conquistas de Copa do Mundo.

Além das duas conquistas em Jogos Olímpicos (1924 e 1928), a Seleção Uruguaia venceu a primeira Copa do Mundo em 1930, realizada no próprio país, repetindo o feito no Brasil em 1950, no chamado “Maracanazo”. Venceu também a Copa América em 15 oportunidades, sendo o país com o maior número de conquistas.

Até a década de 1970, era uma das seleções de futebol mais temidas do mundo, mas nos anos seguintes passou a ser coadjuvante sem resultados muito relevantes. Mas, por volta de 2010, voltou a figurar entre as melhores equipes nas competições que disputou, graças a uma geração muito talentosa.

 

As primeiras décadas da Seleção Uruguaia de Futebol

Seleção Uruguaia de Futebol em seus primeiros anos.

A Seleção Uruguaia de Futebol surgiu no início do século XX, após a fundação da AUF (Asociación Uruguaya de Fútbol) no ano 1900, instituição que toma conta da seleção. Em 1901, contra a Argentina, realizou em montevidéu a primeira partida não-oficial entre equipes internacionais fora do território britânico, sendo derrotada por 3 a 2.

A primeira partida oficial da seleção uruguaia, já representada pela AUF, foi em 1902 novamente contra os argentinos na capital uruguaia, com derrota por 6 a 0. Os vizinhos Albicelestes foram os principais adversários da Celeste nos primeiros anos após o surgimento da seleção. Tanto que a primeira vitória do Uruguai veio em solo argentino apenas em 1903 por 3 a 2.

Foram muitos confrontos contra a Argentina, praticamente dois por ano nas antigas Copa Newton e Copa Lipton, sempre com muito equilíbrio no retrospecto.Já contra a Seleção Brasileira o primeiro confronto só ocorreu em 1916 na disputa da primeira Copa América, competição na qual saiu com o título.

A Celeste se tornou a grande seleção do continente na primeira metade do século XX, e acumulou 6 títulos da Copa América até 1926. Foi também nestes primeiros anos que a Seleção Uruguaia de Futebol mostrou toda sua força fora de seu continente, e conquistou os principais títulos da época, fazendo frente às melhores equipes do mundo.

 

Como foi a participação nas primeiras copas?

O Uruguai foi escolhido para sediar a primeira Copa do Mundo, muito em decorrência de seu sucesso nas duas edições de Jogos Olímpicos que antecederam a realização do primeiro mundial. Assim, chegaram à disputa como os grandes favoritos ao título.

Com uma campanha perfeita, a Seleção Uruguaia de Futebol venceu seus grandes rivais, a Argentina, na decisão e assim coroaram um dos momentos mais dourados da história das seleções mundiais. Pablo Dorado, Juan Anselmo, Héctor Castro, Iriarte e Cea foram os grandes destaques do título conquistado em casa e se tornaram ídolos do país.

Até o ano de 1950, a Celeste faturou muitos títulos de expressão, incluindo os Jogos Olímpicos de 1924 e 1928, considerados como títulos mundiais, uma vez que eram disputados com as equipes principais. Foram oito títulos da Copa América também neste período, nos anos de 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942.

Para a disputa dos mundiais seguintes ao de 1930, o Uruguai boicotou as disputas em 1934 e 1938, em total represália ao boicote de alguns países europeus à primeira edição vencida pela Celeste. Teve a mesma atitude em Jogos Olímpicos, o que possivelmente, tirou a oportunidade da seleção uruguaia de vencer ainda mais campeonatos. Retornou apenas em 1950 a um mundial, para conseguir mais um troféu.

 

Bi-campeão olímpico 1924 e 1928

Nos Jogos Olímpicos de 1924, disputados em Paris, a Seleção Uruguaia de Futebol conquistou sua primeira medalha de ouro. Era o maior torneio de seleções da época equivalente a uma competição mundial, uma vez que estavam presentes os principais atletas e equipes do momento.

Na grande final, a Celeste disputou a medalha de ouro contra a Suíça, e saiu vencedora pelo placar de 3 a 0 , após amplo domínio  do jogo. Alguns meses depois, a Argentina venceu uma partida contra os uruguaios, marcando um gol em uma cobrança de escanteio, que passou a ser conhecido como “gol olímpico”, satirizando a conquista da medalha de ouro do Uruguai.

Quatro anos mais tarde, a seleção uruguaia repetiu um feito que até então a Grã-Bretanha havia conseguido no momento, de ganhar de forma seguida um torneio de futebol em Jogos Olímpicos. Anos mais tarde, Hungria e Argentina se juntaram a esse seleto grupo.

Assim, em Amsterdã em 1928, a seleção uruguaia encontrou a sua grande rival na final do torneio, a Argentina, depois de passar por Alemanha e Itália nas fases que antecederam a decisão. Em partida muito disputada, foi necessário um novo jogo, uma vez que após a prorrogação as equipes não saíram do 1 a 1. Figueroa e Scarone marcaram os gols da vitória por 2 a 1 na partida extra, e assim a Celeste conquistou novamente o ouro olímpico.

Estas competições vencidas pelo Uruguai tiveram o crivo da FIFA na organização, e por isso a instituição reconhece os títulos como de expressão mundial. Por conta disso, a camisa do país carrega quatro estrelas acima de seu escudo.

 

(1930) Campeão da primeira Copa do Mundo

Seleção Uruguaia de Futebol ganha seu primeiro título mundial.

A primeira edição da Copa do Mundo foi cercada de polêmicas em seus bastidores, desde a escolha do país sede. Antes de existir a maior competição do esporte, a FIFA reconhecia os campeões olímpicos como campeões mundiais. Assim, como a Seleção Uruguaia de Futebol vinha de duas medalhas de ouro, a FIFA escolheu o país sul-americano como sede da primeira Copa do Mundo, e como forma de homenagear o país que completava um século de sua independência em 1930.

Para a disputa, todas as seleções filiadas à FIFA foram convidadas para irem ao Uruguai, mas os altos custos da viagem que cruzaria o Oceano Atlântico e o longo tempo de estadia afastaram alguns países europeus do torneio, mesmo com a promessa de que a FIFA e o governo uruguaio bancariam os custos. Além disso, outras seleções como Inglaterra, Itália e Espanha boicotaram a competição por acharem que a primeira edição do mundial deveria ser realizada em solo europeu, mais precisamente na Inglaterra, país inventor do esporte.

Por fim, treze países desembarcaram na América do Sul para a realização da primeira Copa do Mundo. Assim, junto com a Argentina, os uruguaios eram os grandes favoritos devido às duas medalhas de ouro conquistadas em sequência.

 

A campanha do primeiro título mundial

A estreia do Uruguai ocorreu contra o Peru, e um resultado mínimo de 1 a 0, com gol marcado por Hector Castro. O jogo abaixo do esperado rendeu críticas da imprensa local que esperava uma exibição melhor do time. As críticas surgiram efeito, e na partida seguinte, a Celeste venceu a Romênia por 4 a 0.

Na fase seguinte, semifinais, para quais se classificava o melhor de cada um dos 4 grupos, os anfitriões receberam a Iugoslávia e massacraram os europeus por 6 a 1. Contou com as atuações de gala Juan Anselmo e Pedro Cea, que juntos marcaram cinco gols, dois de Anselmo e hat-trick de Cea, com Victoriano Iriarte marcando outro. Na primeira final de Copa do Mundo, os uruguaios encontraram seus velhos conhecidos, a Argentina.

A Albiceleste queria se vingar da seleção uruguaia por conta da derrota nos Jogos Olímpicos de dois anos antes. A Celeste abriu o placar com Pablo Dorado, mas a Argentina virou o jogo após gols de Peucelle e Stabile. No seguindo tempo, Cea empatou novamente e Iriarte colocou os donos da casa novamente em vantagem. No fim da partida, Hector Castro sacramentou a vitória da equipe comandada por Alberto Supicci, que culminou na primeira conquista de Copa do Mundo.

 

(1950-1970) Seleção Uruguaia mantém a tradição

Após a conquista de 1930, o Uruguai seguiu como uma das melhores seleções do futebol mundial. Mesmo com a sentida ausência nas edições seguintes de Copa do Mundo, por conta de boicote a realização em países europeus, voltou em 1950 para conquistar novamente a competição. Venceu também, as edições de Copa América 1956, 1958 e 1967 e quase voltou a uma final de Copa em 1970.

O grande clube sul-americano do período era o Peñarol, que dominou o cenário continental e local durante muitos anos. Cedeu muitos jogadores à seleção, como Raúl Schiaffino, Óscar Mínguez, Obdulio Varela, Máspoli e Alcides Ghiggia, campeões mundiais em 1950. Conquistou a Libertadores da América três vezes, mesmo número de vice-campeonatos entre 1960 e 1970, sendo base da Seleção Uruguaia.

Na Copa de 1954, o Uruguai defendeu seu título e realizou uma boa campanha. Terminou em quarto lugar na Suíça, após perder da Hungria de Ferenc Puskas nas semifinais e na disputa de terceiro lugar para a Áustria.

Para a Copa de 1958, a Seleção Uruguaia de Futebol teve que disputar as eliminatórias na América do Sul, no grupo junto com Colômbia e Paraguai. Venceu suas duas partidas em casa, mas atuando fora de casa a história foi diferente. Empatou com a Colômbia em Bogotá, e foi goleada pelo Paraguai em Assunção, terminando em segundo lugar no grupo, o que não garantiu lugar na Copa da Suécia.

Para as eliminatórias deste mundial, a Celeste Olímpica não contou com dois de seus maiores astros, Schiaffino e Ghiggia que haviam se transferido para o futebol da Itália e se naturalizaram para defender a Azzurra. A ausência dos craques pode ter prejudicado a Seleção Uruguaia, mas eles não estavam em suas melhores condições já que não conseguiram ir ao mundial pela Itália.

 

Copa de 1950: Uruguai bate o Brasil no Maracanazo

Título do segundo mundial.

A Copa do Mundo de 1950 ficou marcada por uma das maiores façanhas de uma seleção em mundiais. O Brasil foi o escolhido para sediar o torneio, que marcou a volta da Seleção Uruguaia a uma Copa do Mundo depois de ser campeã em 1930.

Após o boicote em 1934 e 1938, o Uruguai retornou à maior disputa de seleções internacionais com a vantagem de não realizar uma longa viagem. Estreou contra a Bolívia em Belo Horizonte, e não tomou conhecimento do adversário, goleando por 8 a 0 com direito a hat-trick de Óscar Míguez.

O grupo do Uruguai era composto apenas pela Celeste e os bolivianos, uma vantagem em relação aos adversários por realizar menos jogos, um golpe de sorte logo no sorteio. Com um formato um tanto estranho, o mundial era composto por dois grupos com quatro equipes, um com três equipes e outro com duas equipes, que era o da Celeste.

Assim, chegou facilmente até a segunda, e final, fase de grupos. Na primeira partida do quadrangular final, empate com a Espanha após estar atrás do placar. Ghiggia abriu o marcador, e a Espanha virou o jogo com dois gols de Basora. Mas, o craque da equipe, Obdulio Varela, encarregou-se de empatar a partida e evitar a derrota.

Na partida seguinte, contra a Suécia, o Uruguai se viu atrás do placar em duas oportunidades. Mostrou um grande poder de reação e frieza para vencer a partida por 3 a 2 com mais dois gols de Míguez e outro de Ghiggia, mantendo as chances de título na rodada final, contra os donos da casa e favoritos, Brasil.

 

Dia do Maracanazo: tristeza histórica para os brasileiros

O palco da grande final da Copa do Mundo de 1950 foi o Maracanã, com mais de duzentas mil pessoas. A Celeste jogaria contra a multidão e, como não bastasse, contra um escrete brasileiro muito forte. Mas, a Seleção Uruguaia de Futebol é conhecida por sua frieza e de sair de situações adversas, como ocorreu neste mesmo mundial em algumas partidas. O Brasil abriu o placar aos 2 minutos do segundo tempo com Friaça, aumentando a vantagem do time da casa, que poderia empatar para se tornar campeão pela primeira vez.

Aos 21 minutos, Varela, o “Negro Chefe” como era conhecido, começou uma jogada letal da Celeste, passando para Ghiggia em velocidade pela lateral e depois passou rasteiro para Schiaffino que chutou alto sem chances para Barbosa, o goleiro brasileiro.

O elenco brasileiro sentiu o golpe e não conseguiu mais se impor em campo. Assim, a Seleção Uruguaia correu atrás para garantir a conquista, e aos 34 minutos isso ficou mais perto. Júlio Pérez passou para Ghiggia, que recebeu novamente na direita, em lance parecido com o primeiro gol, mas ao invés de cruzar, ele bateu direto no canto esquerdo de Barbosa, que não conseguiu impedir o tento uruguaio.

O Maracanã ficou em silêncio, situação que lembrava um velório, mesmo antes do apito final. O Brasil não teve forças e o silêncio foi substituído por lágrimas após o término da partida. O episódio ficou conhecido como “Maracanazo”, contra as expectativas, o Uruguai conquistou seu segundo título em Copa do Mundo. Do lado do Brasil, enorme frustração. Mesmo com o Brasil tendo a vantagem de empatar, jogando em casa e saindo da frente do placar, a enorme façanha uruguaia foi coroada com um título.

 

Copa 1970: Na semifinal, Brasil dá o troco e elimina rival

Derrota para o Brasil na Copa do Mundo de 1970.

As participações nos mundiais seguintes, em 1962 e 1966 o Uruguai não fez campanhas dignas de suas participações anteriores. Caiu na primeira fase em 1962 no Chile, e mesmo se classificando em segundo de seu grupo em 1966, caiu para a Alemanha na fase seguinte por 4 a 0.

Em 1970, no México, a Seleção Uruguaia de Futebol caiu no grupo 2, ao lado de Itália, Suécia e Israel. Estreou contra Israel e venceu com gols de Ildo Maneiro e Juan Mujica. Na partida seguinte, empatou contra a forte seleção italiana por 0 a 0, que bastou para garantir a classificação, mesmo com a derrota para os suecos na última rodada.

Nas quartas de final enfrentou a União Soviética do mítico goleiro Lev Yashin. Em uma partida muito disputada, Luis Cubilla marcou o gol da vitória que levou o Uruguai de volta às semifinais de uma Copa do Mundo, para enfrentar o rival continental, o Brasil de Pelé, Gérson, Jairzinho e tantos outros craques.

O Uruguai também tinha seus craques, começando em sua meta com o goleiro Mazurkiewicz, Pedro Rocha (que não atuou contra o Brasil), Luis Ubiña, Cubilla e Júlio Cortés. A Celeste saiu na frente, com gol de Cubilla. Mas Clodoaldo, Jairzinho e Rivellino marcaram para o Brasil e assim eliminaram a chance uruguaia.

Na disputa de terceiro lugar, a Seleção Uruguaia dominou a partida contra a Alemanha, mas não conseguiu refletir o domínio em gols. E assim, tomou um gol de Overath, que acabou dando o terceiro lugar aos alemães.

 

(1971-2009) Uruguai apresenta fracas campanhas em Copas do Mundo

No período que sucedeu a Copa do Mundo de 1970 até a o mundial de 2010, a Seleção Uruguaia de Futebol não teve boas campanhas em mundiais, e participou apenas das edições de 1974, 1986, 1990, 2002 até voltar em 2010. Nestes mundiais em que esteve presente, as campanhas não foram nem a sombra das participações anteriores. Tanto que não conseguiu nem ficar entre os dez melhores em nenhuma delas.

Apesar de campanhas fracas que não foram suficientes para classificar a seleção uruguaia em eliminatórias para os mundiais de 1978, 1982, 1994, 1998 e 2006, a equipe teve momentos de lampejo. Conquistou três vezes a Copa América, em 1983, 1987 e 1995.

Na primeira conquista em cima do Brasil, teve como destaque Enzo Francescoli, um dos maiores atletas que vestiu a camisa Celeste, ao lado de Carlos Aguilera e Wilmar Cabrera. Na conquista de 1987 a equipe estrou apenas na fase final por ser a atual campeã, e venceu o Chile na final com destaque para Pablo Bengoechea e Antonio Alzamendi. Em 1995, nova conquista em cima do Brasil, desta vez nos pênaltis, Francescoli e Bengoechea faziam parte do time ao lado do atacante Marcelo Otero. 

O período não foi bom para o futebol uruguaio, que passou por um grande declínio técnico e não acompanhou as inovações táticas que se deram após os anos 1970. Isto fica claro, quando com o pequeno número de títulos da seleção uruguaia e dos principais clubes, Nacional e Peñarol, em torneios internacionais. A exemplo da seleção, o Peñarol teve alguns momentos como os títulos da Libertadores de 1970 e 1983, e assim como seu maior rival seguiu revelando bons jogadores que foram atuar em solo europeu.

 

(2010-2021) Nova geração coloca Uruguai no rumo dos títulos

Seleção Uruguaia de Futebol: campeã da Copa América de 2011.

Em busca de mudanças, o futebol uruguaio continuou sem muitos destaques positivos nas competições continentais, mas a seleção uruguaia passou a contar com uma ótima e promissora geração. O treinador que ficou responsável pelo elenco e retomada do bom futebol foi Óscar Tabárez.

Tabárez foi um defensor quando atuava como jogador, e também exerceu a profissão de professor, por isso tem o apelido de “Maestro”. Em sua primeira passagem, dirigiu a Seleção Uruguaia de Futebol, entre 1988 até a Copa de 1990, quando caiu nas oitavas de final para a Itália. Em 2006, voltou ao comando da Celeste Olímpica para não mais sair, permanecendo até os dias atuais. Com tanto tempo à frente da seleção, tornou-se o treinador com mais partidas a frente de um país, superando Helmut Schön (Alemanha) e Walter Winterbottom (Inglaterra).

Jogadores como Diego Forlán, Sebástian “Loco” Abreu e Diego Lugano foram os pilares da equipe, vindos de uma geração anterior, e se somaram a Fernando Muslera, Diego Godin, Jorge Fucile, Maxi Pereira, Arévalo Ríos, Álvaro Pereira, Diego Pérez, Edinson Cavani e Luis Suárez. Esta foi a equipe base da equipe que fez ótima campanha no mundial de 2010 e campeões da Copa América de 2011.

A equipe realizou ótimas campanhas no período além da Copa de 2010 e da conquista continental de 2011. Atingiu às semifinais da Copa das Confederações em 2013, chegou às oitavas de final da Copa de 2014, às quartas de final na Copa América de 2015, às quartas de final na Copa do Mundo de 2018 e novamente caiu nas quartas na Copa América de 2019.

 

Copa de 2010: Uruguai volta às semifinais após 40 anos

Na primeira Copa do Mundo disputada em solo africano, o Uruguai voltar a ficar entre os quatro primeiros da principal competição mundial. Na primeira fase, dividiu grupo com os anfitriões, África do Sul, além de México e França.

No grupo considerado muito difícil, a seleção uruguaia terminou em primeiro lugar após empatar com a França na primeira rodada, vencer os anfitriões por 3 a 0 com dois gols de Forlán e um de Álvaro Pereira, e por fim, vencer o México por 1 a 0 com gol de Suárez.

“Luisito” Suárez decidiu a partida das oitavas de final contra a Coréia do Sul, em uma partida típica da Celeste. O atacante abriu o placar no começo da partida, mas os asiáticos empataram a partida e jogavam melhor, mas Suárez tratou de colocar o Uruguai em vantagem e colocar o país de volta nas quartas de final de uma Copa, com um belo chute debaixo de muita chuva.

 

Jogo histórico contra Gana e o terceiro lugar

Na fase seguinte, possivelmente o melhor jogo e mais emocionante do mundial, contra Gana. Muntari abriu o placar para os africanos no fim do primeiro tempo. Mas o craque Forlán empatou aos nove minutos da segunda etapa, levando o jogo à prorrogação. Nos instantes finais do segundo tempo extra, uma bola parada levou uma grande confusão na área uruguaia, que após muito bate-rebate, a bola que parecia entrar foi interceptada com as mãos de Suárez, evitando o gol certo de Gana.

O atacante foi expulso e o pênalti foi marcado no último lance do jogo, e caso Asamoah Gyan marcasse, o Uruguai estaria fora. O atacante ganês bateu o pênalti no travessão e a bola saiu em seguida, e assim a partida foi terminada para disputa de penalidades. Suárez comemorou na entrada dos túneis que levavam aos vestiários, em uma cena emblemática. Muslera brilhou na disputa com duas defesas e “Loco” Abreu fechou a conta com uma “cavadinha”.

Nas semifinais, mais um jogo emocionante, desta vez contra a Holanda. Os europeus abriram o placar com Van Bronckhorst em um belo chute de longe. Forlán empatou o jogo no fim da primeira etapa. Mas a partir daí os holandeses dominaram a partida e marcaram mais duas vezes. Máxi Pereira descontou, mas era tarde.

Na disputa do terceiro lugar, a Alemanha levou a melhor, e saiu na frente com Thomas Müller. Cavani empatou e Forlán virou no segundo tempo. Mas, os alemães reagiram e ficaram novamente a frente do placar vencendo por 3 a 2, e assim a Seleção Uruguaia ficou com o quarto lugar, depois de muito tempo longe dos primeiros. Forlán foi eleito o craque da Copa do Mundo, e abriu caminho para uma nova era no futebol do país com Suárez e Cavani ao seu lado.

 

Copa de 2014:  Seleção Uruguaia cai no Grupo da Morte

Novamente em uma Copa do Mundo disputada no Brasil, a Celeste queria repetir o Maracanazo de 1950, mas a missão seria difícil. O grupo em que a Seleção Uruguaia ficou era considerado o “grupo da morte” ao lado de Itália, Inglaterra e a zebra Costa Rica.

Na estreia contra os adversários mais fracos do grupo, em teoria, uma grande surpresa. A Costa Rica venceu por 3 a 1 e causou grande preocupação na torcida e no elenco. Contra a Inglaterra,  vitória por 2 a 1, Suárez foi a grande estrela marcando os gols. Contra a Itália, Godin marcou o gol da vitória, mas um lance polêmico tirou Suárez da fase seguinte, após morder o zagueiro italiano Chiellini, sendo suspenso e não mais defendendo a equipe no mundial.

Já contra a Colômbia, nas oitavas de final, e sem sua grande estrela do ataque, a Seleção Uruguaia de Futebol foi totalmente dominada pelos “cafeteros”. James Rodriguez foi o grande nome do jogo e marcou os dois gols da vitória, um deles eleito o mais bonito do mundial após belo arremate de fora da área. Assim, o sonho de ganhar novamente um mundial no Brasil acabou antes do esperado.

 

Copa de 2018: Uruguai conquista decente 5º lugar

Na Copa de 2018 disputada na Rússia, a Seleção Uruguaia de Futebol caiu em um grupo tranquilo, ao lado dos anfitriões, da Arábia Saudita e do Egito. Venceu as duas primeiras partidas contra Egito e Arábia Saudita por 1 a 0 e os donos da casa por 3 a 0. Cavani, Godin e Suárez,  foram a referência técnica do time, na terceira Copa do Mundo do trio. Ao lado deles estiveram jogadores mais jovens como Lucas Torreira, Nahitan Nandéz, Matías Vecino e Diego Laxalt, mesclarando juventude e experiência, com Tabárez no comando.

Contra Portugal de Cristiano Ronaldo nas oitavas de final, um jogo muito emocionante e disputado. Cavani abriu o placar no começo da partida, mas Pepe empatou para os campeões europeus. Poucos minutos depois, Cavani marcou novamente e deixou o Uruguai em vantagem, mas logo saiu lesionado e foi baixa na fase seguinte.

A França, que seria campeã do mundo, foi a adversária da seleção uruguaia nas quartas de final. Mas sem a estrela Cavani, os franceses foram muito superiores, e venceram por 2 a 0. Mas a habitual garra uruguaia foi vista e mesmo sem Cavani, Suárez e companhia lutaram bravamente trazendo muito orgulho ao povo uruguaio.

 

Geração de 2010 tem fôlego para mais uma Copa do Mundo?

De tempos em tempos, é comum ver algumas seleções terem boas gerações e não conseguirem manter o ritmo após renovarem seus elencos. Aconteceu com o Uruguai após ótimas campanhas e títulos na primeira metade do século XX e depois um grande declínio.

Hoje, após contemplarmos uma grande geração com Forlán, Lugano, Muslera, Maxi Pereira, Fucile, Abreu e atletas que ainda hoje vestem a Celeste como Suárez, Cavani e Godin, é comum acontecer uma transição e altos baixos. Mas a Seleção Uruguaia de Futebol vem mantendo o nível, e atualmente está firme na disputa por uma vaga no mundial do Catar em 2022, com um elenco renovado e promissor contando com Torreira, Brian Rodriguez, Darwin Nuñez, Betancur e Campaña.

 

Quais os maiores ídolos da Seleção Uruguaia de futebol?

Grandes ídolos da história da Seleção Uruguaia de Futebol.

A Seleção Uruguaia de Futebol tem uma história muito rica e muita tradição em disputas internacionais. Ao longo dos anos colecionou ótimos resultados e revelou ao mundo nomes imortalizados na história do esporte.

Treinadores como Alberto Supicci, Juan López, Juan Carlos Corazo, Juan Hohberg, Héctor Núñez e o atual Óscar Tabárez. Já entre os atletas mais famosos que vestiram e fizeram história coma Celeste estão Pedro Cea, Anselmo, Iriarte, Dorado, Ubiña, Pedro Rocha, Scarone, Obdulio Varela, Schiaffino, Ghiggia, Julio Pérez, Francescoli, Bengoechea, Forlán, Rodolfo Rodriguez, Álvaro Recoba, Aguilera, Hugo De Leon, Cavani, Suárez, Godin, Muslera e muitos outros.

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