Dadá Maravilha

Centroavante
675 Jogos Oficiais
12 Títulos Oficiais
508 Gols Marcados
Dadá Maravilha é uma Lenda do Futebol.
Dadá Maravilha Brasil - Rio de Janeiro
Nascimento 04 de março de 1946
Falecimento -
Apelidos Peito de Aço / Beija-Flor
Carreira Início (1946): Campo Grande-RJ
Término (1986): Comercial de Registro
Características Altura: 1,85 m
Destro
Posição / Outras posições Centroavante
Copa do Mundo

1970

Perfil / Estilo do jogador

Artista na arte de fazer gols, para Dadá Maravilha "não havia gol feio, feio era não fazer gols". Sempre artilheiro por onde passou, o Peito de Aço não possuía grande técnica, mas dificilmente não deixava sua marca em alguma partida. De cabeça, de barriga, de bico ou de coxa, para ele não importava como, o que importava era meter a bola na rede. É um ídolo inesquecível da torcida do Atlético Mineiro, segundo maior artilheiro do clube.

Categoria de base

Data Clube    
1965 Campo Grande    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1966-1967 Campo Grande 28 15
1968-1972 / 1974 / 1978 Atlético Mineiro 225 211
1973-1974 Flamengo 55 35
1975-1976 Sport 77 74
1976-1977 Internacional 35 31
1977-1978 Ponte Preta 38 22
1979 Paysandu 16 17
1980 Náutico 33 22
1981 Santa Cruz 13 7
1981-1982 Bahia 71 35
1983 Goiás 24 9
1983 Coritiba 19 5
1984 América Mineiro 5 6
1984-1985 Nacional-AM 28 19
1985 XV de Piracicaba 3 0
1985 Douradense 0 0
1986 Comercial de Registro 0 0

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1970-1973 Brasileira 12 2

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Atlético Mineiro Campeonato Mineiro 1970 e 1978
Atlético Mineiro Campeonato Brasileiro 1971
Flamengo Campeonato Carioca 1974
Sport Campeonato Pernambucano 1975
Internacional Campeonato Gaúcho 1976
Internacional Campeonato Brasileiro 1976
Bahia Campeonato Baiano 1981 e 1982
Goiás Campeonato Goiano 1983
Nacional/AM Campeonato Amazonense 1984

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1970

Desempenho

0,75
Média
Gols por jogo
0,60
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
2
Controle de Bola
2
Drible
2
Velocidade
4
Técnica
2
Finalização
4
Condicionamento Físico
4

Biografia

Dadá Maravilha: Rei da área, do gols e das frases

Foi Dadá Maravilha que marcou o gol do titulo brsileiro do Atlético Mineiro

Um dos atacantes mais folclóricos do futebol brasileiro, Dadá Maravilha foi um grande ídolo do Atlético Mineiro, onde fez história, inclusive, na conquista até aqui do único Campeonato Brasileiro do clube, em 1971. Artilheiro na temporada do título, também foi o artilheiro do Brasileiro do ano seguinte, sempre demonstrando o faro de gol, que rendeu 211 tentos com a camisa do Galo, sendo o segundo maior goleador do clube, ficando atrás apenas de Reinaldo.

Dadá mostrou que era goleador não só no Atlético Mineiro, mas também em todas as equipes pelo qual passou, e inclusive no Internacional de Porto Alegre, onde também foi campeão brasileiro em 1976, sendo novamente o artilheiro do certame. Sempre com muito carisma e gols, Dadá ainda defendeu as cores do Flamengo e do Sport Recife, onde conquistou artilharias, para depois rodar por diversos times do país, mais como um cigano da bola, para chamar a atenção dos torcedores com o seu personagem, porém, sem desaprender a balançar as redes.

Sua eficiência em fazer gols lhe rendeu a convocação para representar o Brasil na Copa do Mundo de 1970, no México, onde a seleção se tornaria tricampeã do mundo. Porém, a ida para a seleção naquela copa gerou e gera muita polêmica até os dias de hoje, já que muitos afirmar que Dadá Maravilha só foi convocado em razão da pressão do Presidente Militar Emílio Médici, que era fã de Dadá.

Ele, aliás, sabia se promover como ninguém, sendo que muitas de suas frases se eternizaram no mundo do futebol. Seu estilo irreverente lhe rendeu alguns apelidos, com o mais famoso de Dadá Maravilha, já que Dadá vinha de seu nome Dario, e Maravilha em homenagem ao Rio de Janeiro, sua terra natal, que é conhecida como cidade maravilhosa.

Com uma infância difícil, o futebol salvou a vida de Dario

Dario José dos Santos nasceu em 4 de março de 1946, na cidade do Rio de Janeiro. Dario, que em seu auge como atleta viria a ser reconhecido como Dadá Maravilha no Atlético Mineiro/ MG, teve uma infância complicada. A mãe de Dadá tinha transtornos mentais, sendo que chegou a atear fogo no próprio corpo para, em seguida, sair correndo pela rua, com o filho de apenas 5 anos indo atrás para salvá-la, mas sem sucesso. Por não ter condições de cuidar das crianças, o pai de Dadá o deixou na FEBEM (instituição destinada a executar medidas socioeducativas a jovens infratores, atual Fundação CASA) junto com seus irmãos.

Esses problemas durante a infância, somados à falta de um suporte familiar, fizeram com que Dadá começasse a praticar furtos. Em assalto a uma mercearia, seu comparsa levou um tiro disparado pelo dono do estabelecimento e logo em seguida faleceu. Esse foi o gatilho, literalmente, para Dadá deixar o mundo do crime e se dedicar a uma nova vida, que o levaria a ser uma das personalidades mais marcantes da década de 1970 no Brasil.

Aos 18 anos, Dario entrou para o exército e foi lá que ele descobriu o futebol. No time dos soldados, o futuro artilheiro teve as primeiras oportunidades de jogar, mas era muito criticado pela falta de qualidade técnica.

Em busca de uma oportunidade de ser jogador, Dadá Maravilha bateu na porta do Campo Grande, clube da zona oeste do Rio de Janeiro, por sete vezes, até conseguir uma chance de jogar. Sempre muito esperto, fez uma proposta inusitada à equipe, que ele treinaria por apenas um prato de comida. Em 1965 passou a integrar o time de juniores do Campo Grande Atlético Clube.

Nasce o artilheiro Dadá Maravilha

Dada Maravilha em seu primeiro clube

Após um ano na base do Campo Grande, Dadá foi promovido para o time de cima. Mesmo recebendo palavras desanimadoras do treinador da equipe, Gentil Cardoso, que não via grande futuro para o atacante, o jogador não desistiu e permaneceu correndo atrás da bola como se fosse um prato de comida. Em 1967, o Campo Grande fez uma campanha de meio de tabela no Campeonato Carioca, que foi o suficiente para incomodar os grandes do estado. Dessa forma, Dadá Maravilha passou a ser mais observado pelos rivais, inclusive recebendo uma grande oportunidade em pleno Maracanã lotado.

Em jogo entre Campo Grande e Bonsucesso, que antecedeu a um Fla-Flu, Dadá Maravilha entrou como titular. Várias figuras importantes do futebol estavam presentes no estádio, e nesta partida a estrela de Dadá não falhou e ele marcou três gols na partida.

O presidente do Atlético MG, Jorge Ferreira, estava no Maracanã para observar Carlinhos, um jogador do São Cristovão que jogaria horas antes. Porém, um torcedor embriagado pediu para o dirigente observar o camisa 9 do Campo Grande. E não deu outra, em 1968 Dadá assinaria com o Galo.

Pela equipe do Campo Grande Atlético Clube, Dadá Maravilha marcou 15 gols em 28 partidas, tendo levantado um troféu com o clube carioca, o Torneio José Trócole, em 1967.

 

1968 – 1972: Na primeira passagem, Dadá chega para brilhar no Galo


Dadá Maravilha se transferiu para o Atlético Mineiro por 110 mil cruzeiros, o dinheiro da época. Sua primeira temporada no Galo não foi fácil, passando a maior parte do tempo entre os reservas. Sua partida de estreia pelo Atlético MG foi traumatizante: não ficou nem 10 minutos em campo, sendo substituído. Na partida seguinte, o atacante tropeçou na bola e em 3 minutos deixou o campo lesionado.

Seus primeiros treinadores não viam qualidades em Dadá, que não era técnico como a maioria dos centroavantes do período. No inicio da temporada de 1969, com a chegada do técnico Dorival Knippel, mais conhecido como Yustrich, o jogador passou a ser visto com outros olhos. Sua grande oportunidade aconteceu em um amistoso contra a União Soviética, no dia 2 de março. Mesmo sob vaias da torcida atleticana por estar escalado entre os titulares, o camisa 9 finalmente conseguiu mostrar seu poder de finalização e anotou dois gols.

Meses depois, Dadá passou a ser cada vez mais escalado e se tornou o grande goleador da equipe. Mais do que isso, passou a disputar a artilharia contra os maiores jogadores do país. No dia 1 de maio, em jogo contra o Uberlândia pelo Campeonato Mineiro, o centroavante estava gol a gol com o craque Tostão, do Cruzeiro. O juiz marcou pênalti para o Atlético/MG e o técnico pediu que Amauri batesse, porém a torcida protestou e pedia Dario na cobrança. Ele não se intimidou, bateu e não desperdiçou a penalidade máxima. Dadá foi o artilheiro daquela edição do Mineiro, com 29 gols, mas o Galo ficou com o vice-campeonato, atrás do arquirrival.

Campeonato Brasileiro 1971: Artilharia e título com o Atlético Mineiro

Dada MAravilha Campeão Brasileiro pelo Atlético Mineiro

A cada campeonato, a cada partida que entrava em campo, Dadá demonstrava cada vez mais o seu valor. Ele passara a ter mais projeção, era um dos principais artilheiros do país, mas ainda faltava um título de grande expressão no currículo do jogador. Logo ele ficou conhecido como peito de aço, apelido dado por Vilibaldo Alves, por causa da pouca habilidade em dominar a bola no peito. Mas nada disso tirava a calma do atacante.

Na temporada de 1971, o Atlético Mineiro passou pelas duas primeiras fases do Campeonato Brasileiro, que era um misto de pontos corridos e fases de grupos. Dadá foi o grande goleador da equipe na temporada regular e, na fase final, passou em branco na vitória contra o São Paulo, que era candidato forte à conquista do primeiro campeonato nacional sob título de Campeonato Brasileiro.

Porém, no último jogo da competição, diante do Botafogo/RJ, foi de Dadá o único gol da partida, aos 16 minutos do segundo tempo, gol que deu o título para o Galo. Além disso, o camisa 9 foi o artilheiro da competição com 15 gols.

Dadá atuava com gigantes da história do Galo

Apesar do brilho de Dadá Maravilha, naquele período o futebol brasileiro vivia um momento com muitos grandes jogadores em quase todas as principais equipes do país. Tanto que, na temporada de 1970, Dario teve que dividir o protagonismo atuando como ponta-direita do Galo, já que Vaguinho era tido no período como o principal jogador do Atlético / MG. Essa situação, porém, não se repetiu no ano seguinte.

Já o time de 1971, tinha em Dadá  seu principal ponto de referência. Porém, mais uma vez,  o protagonismo foi dividido. Entre os principais jogadores e momentos do clube mineiro está, por exemplo, quando o lateral esquerdo Oldair marcou golaço de falta contra o São Paulo FC, na fase final do Brasileiro de 1971.

Na outra lateral,  a direita, Humberto Monteiro foi outro jogador importante na temporada do Atlético. Tanto que ele conquistou a Bola de Prata em 1971 com o melhor de sua posição, situação que já havia acontecido um ano antes. O zagueiro Grapete e o volante Vanderlei dedicaram suas carreiras praticamente inteiras ao Clube Atlético Mineiro. O meia Lola era o grande armador de jogadas da equipe. Por fim, todo esse esquadrão era treinado por ninguém menos do que o mestre Telê Santana.

1972: Desempenho de Dadá e sua saída do clube

Após cinco anos atuando pelo Atlético MG, Dadá Maravilha decidiu que era momento de procurar outros ares. A escolha foi pelo Rio de Janeiro, sua cidade natal, para atuar no CR Flamengo. Nesta primeira passagem pelo Galo, Dadá escreveu seu nome entre os principais jogadores da história do clube. Ele foi artilheiro do Campeonato Mineiro por três vezes (1969,1970 e 1972), e também comandou a artilharia do Brasileirão em 1971, quando o clube foi o campeão.

E quando se fala de conquistas, além do Brasileiro, o camisa 9 ainda conquistou o Campeonato Mineiro de 1970. Em 187 partidas com Atlético MG, ele balançou as redes por 123 vezes. Foi também atuando pelo Atlético que Dadá foi convocado para a seleção brasileira na Copa de 1970, onde, do banco de reservas, viu a Seleção Brasileira trazer o tricampeonato mundial.

 

1973 – 1974: De volta ao Rio de Janeiro, Dadá Maravilha é rubro negro!


Dadá tem rápida passagem no Flamengo

O momento de Dadá Maravilha em Belo Horizonte, no Atlético Mineiro, era muito bom, porém, o clube atravessava por uma grande crise financeira. Com isso, o clube foi forçado a se desfazer de seus principais jogadores. Em 1971 o Galo cedeu, até então, o principal atacante do clube, Vaguinho, ao SC Corinthians. Também colocou o passe de Dario à venda, estipulando preço livre para quem quisesse pagar.

Em 1973, Dadá Maravilha chega com muita pompa ao Rio de Janeiro para atuar pelo CR Flamengo. Mas a sua passagem pela equipe rubro-negra não foi tão brilhante quanto os momentos que ele vivia no Atlético Mineiro, também prejudicada pela campanha fraca do rubronegro na temporada.

Mesmo em pouco tempo no time da Gávea, o atacante conseguiu conquistar o título da Taça Guanabara, além de levantar o troféu do Campeonato Carioca no inicio de 1974. No Flamengo, Dario continuou mostrando o seu lado artilheiro: em 55 partidas, anotou 35 gols.

No Flamengo, Dadá conhece um jovem Zico

O time do Flamengo de 1973 não empolgou muito a sua torcida, apesar do título da Taça Guanabara. O time contava com o atacante argentino Doval, que era goleador e titular da equipe. E foi naquela temporada que surgiu aquele que seria o maior jogador da história rubro-negra. Na mesma temporada que Dadá chegava ao Flamengo, um jovem Zico, então com 19 anos, recebia as primeiras oportunidades no time profissional da Gávea. E em pouco tempo passou a frequentar e se firmar entre os titulares.

Ainda garoto, o  Galinho Zico chegou em Dadá Maravilha e disse, sem papas na língua, que faria o mesmo número de gols que o atacante, então já campeão do mundo pela seleção brasileira. Dario achou aquele jovem muito abusado, mas logo depois percebeu que aquele menino era um jogador diferente, e que ele viria a ser o maior ídolo da história do Flamengo.

 

1974: Dario retorna ao Atlético/MG


Não sendo muito aproveitado no time do Flamengo, Dario decide retornar para o clube onde ele havia ganhado projeção nacional anos antes. Porém, mesmo com toda a moral que ele tinha no Atlético/MG, sua segunda passagem por Belo Horizonte foi muito rápida, ficando apenas alguns meses no ano de 1974.

E mesmo com poucos jogos no Galo, Dadá continuou com uma média impressionante de gols na equipe atleticana. Ele anotou mais 23 tentos em apenas 24 partidas, o que praticamente vale como uma média de um gol por jogo. Dadá Maravilha afirmava que não permaneceu na equipe porque não se via em condições de disputar espaço com um jovem que surgia no clube. Reinaldo, à época com 17 anos, já demonstrava o porquê seria um dos maiores atacantes do futebol brasileiro.

Em sua segunda passagem pelo Atlético Mineiro, Dadá Maravilha conquistou apenas o título do Torneio dos Grandes de Minas Gerais. Em seguida arrumou suas malas e partiu rumo Recife, para atuar no Sport.

 

1975 – 1976: Dadá Maravilha mantém faro de artilheiro no Sport Club do Recife


Dadá Maravilha se destaca no Sport

Sem ser campeão há 15 anos, Dadá Maravilha acerta sua ida ao Sport Clube do Recife para marcar gols e conduzir o clube de volta as conquistas. No período, Náutico e Santa Cruz eram os principais times do estado de Pernambuco. O último Campeonato Pernambuco do Sport havia sido em 1962, e de lá até o ano de 1974, apenas Naútico e Santa Cruz haviam levantado taças do estadual.

E parece que a presença de Dadá no time trouxe sorte ao Sport. Em 1975, finalmente essa sina iria cair, com o Sport novamente voltando ao topo entre os times de Pernambuco e encerrando o incômodo jejum. Como de costume, Dadá Maravilha, o “peito de aço”, foi o artilheiro da competição com 32 gols. Na temporada seguinte, ele foi mais uma vez o artilheiro do torneio, mesmo sem conquistar o título.

Um fato curioso é que em abril de 1976, o jogador marcou 10 gols em uma mesma partida. O duelo foi contra o Santo Amaro e o Sport venceu por 14 a 0. Esse é o maior recorde nacional de números gols em um mesmo jogo.

Em mais um clube, Dadá conseguiu uma marca impressionante de gols. No Sport foram 74 gols em apenas 77 partidas disputadas. Novamente uma média incrível de gols. Mas Dario queria mais, ele queria novamente conquistar o Brasil.

 

1976 – 1977: Título brasileiro pelo Internacional


Dadá Maravilha foi artilheiro e Campeão do Brasileirão de 1976

Após boa passagem pelo Sport de Recife, em 1976, Dadá Maravilha acertou sua ida para o SC Internacional, que era o atual Campeão Brasileiro e contava com um time fortíssimo. O clube tinha em seu elenco, entre outros, Paulo Roberto Falcão, Paulo César Carpegiani, Manga e Elias Figueroa. O esquadrão era comandado pelo lendário técnico Rubens Minelli.

Dadá chegou para ser o goleador daquela equipe, mas ainda precisava brigar por uma vaga com o então artilheiro da temporada passada no Brasileirão, o atacante Flávio Minuano. Não foi problema. Dario tirou de letra e conseguiu se firmar como titular da equipe. O atacante conseguiu mais uma vez fazer um caminhão de gols e se tornou o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1976. O camisa 9 inclusive marcou um gol na grande final, em vitória por 2 a 0, contra o Corinthians.

Com a camisa colorada Dadá Maravilha ficou até 1977, também conquistou o troféu do Campeonato Gaúcho e, em 35 partidas, fez 31 gols com a camisa do SC Internacional.

 

1978 – 1979: Volta ao Galo para terceira passagem


Em 1978, Dadá Maravilha retornava ao clube onde era melhor recebido e onde era idolatrado por torcida, jogadores e diretoria. Dessa vez, ele foi contratado para suprir a ausência de Reinaldo, que estava machucado. Já veterano, o atacante tinha a confiança da equipe, mas não atuou por muitos jogos.

Mesmo sem um grande desempenho individual, Dadá Maravilha ganhou o Campeonato Mineiro de 1979. Na sua terceira e última passagem pelo clube que o “revelou”, atuou em apenas 14 partidas e ainda anotou incríveis 9 gols. O jogador é um dos maiores ídolos na história do Clube Atlético Mineiro e com toda justiça. Por lá, conquistou dois Campeonatos Mineiros e o único Campeonato Brasileiro da história do clube.

A especialidade de Dadá Maravilha era empurrar a bola para as redes e isso ele fez muito bem por onde passou. Conquistou a artilharia quatro vezes em competições que disputou com o Atlético MG, e com isso se tornou o segundo maior artilheiro da equipe em todos os tempos. Em suas três passagens pelo Galo o camisa 9 marcou 211 gols, segundo os sites atleticanos. Mas, em jogos oficiais, são contabilizados 155 gols.

 

1979 – 1986: Dadá roda por vários times até se aposentar


Após a terceira passagem pelo Atlético Mineiro, Dadá Maravilha, então um já veterano de 33 anos, começou a rodas pro diversas equipes do futebol brasileiro. Antes de chegar ao Galo, teve rápida passagem pela Ponte Preta em 1977. Já depois de deixar o Galo, em 1979, Dadá seguiu rumo ao Pará, para atuar no Paysandu, clube de menor projeção no cenário nacional. Pela equipe paraense, ele continuou sua saga de gols com novamente uma média impressionante. Em 16 jogos, marcou 17 gols.

Um ano depois, o atacante vestiu a camisa do Náutico e marcou 22 gols em 33 jogos. Por lá, Dadá ganhou o Torneio de Inicio de Pernambucano, competição organizada como marketing para atrair público. No mesmo ano, ainda no estado de Pernambuco, o jogador teve rápida passagem pelo Santa Cruz, anotando 7 tentos em 13 partidas.

Depois de deixar Pernambuco, Dadá se transfere para o EC Bahia em 1981. Já um cigano do futebol, no tricolor baiano, o “Peito de Aço” ganhou por duas vezes o campeonato baiano, conseguindo manter boa regularidade na equipe. Em duas temporadas, atuou em 71 jogos e anotou 35 gols.

Dadá Maravilha foi bicampeão baiano em 1981-82

Em 1983, o atacante se muda para Goiânia, onde atua pelo Goiás, e lá ele se consagra com mais um título estadual, mais uma vez. Mas sua passagem foi rápida, jogando 24 partidas, com 9 gols anotados. No mesmo ano ele passou pelo Coritiba, em passagem tímida, entrando em campo 19 vezes e anotando 5 tentos.

“Peito de Aço” se aposenta em 1984

Em 1984, já em decadência física, aos 38 anos Dadá não conseguia mais ter bons resultados por onde passava. Nesse ano, voltou ao estado onde se consagrou para o futebol, para vestir a camisa de outro grande clube mineiro sem ser o Galo: o América Mineiro. Jogou apenas 5 partidas, mas anotou 6 gols. Logo depois, o jogador foi campeão amazonense com o Nacional. Seu faro de gol continuou apurado, pois ele marcou 19 vezes em 28 jogos.

Mesmo mantendo seu faro de gols, o artilheiro já não conseguia acompanhar os zagueiros na corrida e sentiu que era hora de parar. Mas antes ainda passou por XV de Piracicaba, Douradense-MS e Comercial de Registro. O corpo já não obedecia mais como nos primórdios, e Dadá resolveu finalmente por por um ponto final na sua gloriosa carreira.

O folclórico jogador, que, segundo suas contas, contabiliza 926 gols em sua carreira (números oficiais são de 508), é um dos principais atacantes que passaram pelo futebol brasileiro. E se em jogos oficiais são contados 508 de todas as bolas que Dadá colocou para dentro do gol, ainda assim, ele fica num seleto grupo de goleadores brasileiros acompanhando de perto figuras como Friedenreich, Pelé e Romário.

 

A polêmica convocação para a Copa de 1970


Em 1969, Dadá Maravilha estava se destacando com a camisa do Atlético Mineiro, marcando muitos gols. Naquele mesmo ano, foi marcado um amistoso entre a equipe mineira e a Seleção Brasileira,  recém classificada para a Copa de 1970 e invicta há 13 jogos.

O Brasil inaugurou o placar, contudo logo  tomou o empate do Atlético MG com o gol de Amaury. Em seguida, o gol da virada foi marcado pelo camisa 9 do Galo, que acabou por chamar a atenção da mídia em geral. O técnico Yustrich do Atlético MG até chorou com o gol de Dadá, que conseguiu ofuscar até mesmo a jovem estrela Tostão, que havia sido o artilheiro das eliminatórias da Copa de 1970. Foi eleito o melhor jogador da partida.

Parte pelo desempenho nessa partida, nos bastidores, havia uma pressão em cima do técnico da seleção, João Saldanha, para que convocasse Dadá Maravilha. Mas o treinador se recusava a convocar o jogador por motivos são discutidos até hoje. E um dos motivos é uma possível birra de Saldanha com o futebol mineiro, mais especificamente o Atlético/MG.

As mágoas de Saldanha

Em 1967, pela Taça Brasil, o Atlético Mineiro enfrentou o Botafogo/RJ na fase quartas de finais. As duas equipes venceram os seus respectivos jogos e na partida de desempate, os dois times empataram em 1 a 1. Naquela época pênaltis e prorrogação não estavam previstos e o duelo foi decidido no cara ou coroa. Os mineiros levaram a melhor, para irritação de João Saldanha, que na época era jornalista botafoguense declarado.

Muitos jornalistas da época acreditavam que Saldanha guardou mágoas daquele jogo e por isso se recusava a convocar um jogador do Atlético Mineiro. Com a ascensão de Médici à presidência do Brasil durante a ditadura militar, também foi dito que a alta cúpula da CBD (Confederação Brasileira de Desportos) passou a pressionar o técnico para chamar Dadá Maravilha, já que o presidente era um declarado fã de Dario.  Independente disso, é certo que Dadá Maravilha era um predestinado, já que conquistou o direito de estar no grupo tricampeão do mundo no México..

Apesar de poucos jogos na seleção, Dadá foi campeão do mundo

Dadá Maravilha jogou apenas 12 partidas com a seleção

Por causa de seu bom momento no Atlético Mineiro, Dadá Maravilha foi convocado para a Copa do Mundo de 1970, conquistando o torneio. Mas o técnico Zagallo fez poucas substituições durante o torneio e o atacante não recebeu nenhuma chance para entrar em campo pela amarelinha. Naquele mundial, Dadá esteve ao lado do maior jogador de todos os tempos, Pelé. Além dele, faziam parte daquele escrete Rivellino, Tostão, Gérson e Jairzinho, entre outros.

Com a amarelinha, Dadá entrou em campo 12 vezes e marcou 2 gols. Além da Copa do Mundo, o jogador conquistou o Torneio da Independência em 1972. Fora essas competições, ele participou de amistosos até 1973, quando não foi mais convocado.

 

A vida de Dadá Maravilha fora dos gramados


Após encerrar a carreira como jogador, Dadá Maravilha não quis deixar o futebol e se tornou treinador. Sua primeira experiência foi na Ponte Preta, porém sem ter obtido grande sucesso.

Em 1989, teve rápida passagem pelo Paulistano de Pernambuco. Depois, se transferiu para o Tiradentes de Brasília, conseguindo boa campanha até a final do segundo turno do Campeonato Brasiliense. O time foi o primeiro de Brasília a conquistar uma vaga para a Copa do Brasil, graças ao trabalho de Dadá Maravilha. A equipe eliminou o Atlético Goianiense nas oitavas de finais, caindo para o Corinthians nas quartas.

Após um período inativo como técnico, Dadá passou pelo Ji-Parana de Roraima em 1991. No ano seguinte, conquistou seu primeiro título como treinador, que foi o Campeonato Amapaense com o Ypiranga. Em 1993, se tornou auxiliar técnico no Atlético Mineiro, mas, após pouco tempo, deixou a equipe.

Dadá é o segundo maior artilheiro do Galo

A carreira como treinador não avançou, mas Dadá sempre será lembrado com carinho pelos atleticanos. Recebendo diversas homenagens ao longo dos anos por diretores e jogadores do clube, além de honrarias como embaixador da Copa do Mundo em Minas Gerais.  A cada aniversário, o ex-atacante é lembrado e homenageado pelo Atlético MG.

O ex-atleta também foi comentarista esportivo na TV Alterosa, filiada ao SBT. Seu jeito irreverente chamou atenção da Rede Minas, que pertence à Globo, emissora pelo qual comentou futebol por alguns anos. Hoje, o eterno artilheiro mora em Belo Horizonte com sua família.

 

Bom de resenha: Dadá Maravilha e sua frases


Dadá Maravilha sempre soube se promover como jogador, já que era bom de resenha, sendo conhecido como um marqueteiro de mão cheia. Recebeu diversos apelidos durante a sua carreira profissional, além de peito de aço, ele era conhecido como beija-flor, pois assim como o pássaro, tinha impulsão para pairar no ar.

Durante sua vida no futebol, mesmo após se aposentar como jogador, Dadá criou frases folclóricas que são famosas no mundo da bola: “Não existe gol feio, feio é não fazer gol”; “Com Dadá em campo, não tem placar em branco”; “Deus é supremo, Dadá é dádiva”; “Artilheiro são os outros, eu sou máquina de fazer gols”.

Além disso, Dadá colocava nome em seus principais gols, o que era uma marca sua em particular. O “gol sutil” era o gol no contrapé do goleiro. O “gol beijinho doce” foi marcado em gratidão à torcida do Atlético Mineiro. Tinha também o “gol labirinto”, que foi marcado em meio à confusão na área entre os defensores. Não bastasse isso, costumava referir-se a si mesmo na 3ª pessoa: “O Dadá isso, o Dadá aquilo”.

E as resenhas de Dadá não paravam, já que ele inventou até palavras novas, como a solucionática, que resolveria a problemática, segundo ele. O jogador era admirado pelo famoso poeta Carlos Drummond de Andrade, por causa de seu dom com as palavras.

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