Maior time de Minas Gerais ao lado do Cruzeiro, o Clube Atlético Mineiro também é um dos grandes clubes brasileiros de todos os tempos. Com uma história rica de conquistas e grandes atletas que passaram pelo clube, tem entre seus dois principais momentos, a conquista do Campeonato Brasileiro de 1971 – o primeiro em um novo formato – e a Copa Libertadores da América no ano de 2013, sob a condução de um já veterano Ronaldinho Gaúcho.
Atlético MG: Fundação do clube em 1908
A história do Clube Atlético Mineiro se assemelha muito a de outros clubes fundados no início do século XX. Com o intuito de criar uma instituição para a disputa das principais modalidades esportivas do período, jovens se reuniam para fundar seus clubes. E foi assim que, 22 homens se encontraram no coreto do parque Municipal de Belo Horizonte, no dia 25 de março de 1908, para fundar oficialmente o Athlético Mineiro Football Club – primeiro nome dado ao clube.
Com foco no futebol e uma história única, o Atlético MG se tornou um dos principais clubes do Brasil, e que possui, ao lado do arqui-rival Cruzeiro, grande parte da torcida do estado de Minas Gerais. Dizem que as camadas mais populares de Minas Gerais, derivada do povão, são atleticanas.
Ao longo de sua história, o Galo (como é conhecido) acumulou títulos estaduais, nacionais e internacionais no futebol. Mas, em outras modalidades como no vôlei, futsal e atletismo, a instituição também teve um grande destaque em determinados períodos. Grandes nomes do esporte vestiram as cores alvinegras e elevaram o patamar do Atlético ao longo dos anos.
1910 – 1930: Primeiras décadas do Atlético Mineiro
Logo nos primeiros dez anos de história do clube, o Galo se tornou a principal força do futebol de seu estado, ao lado do rival América. Em 1914 veio o primeiro título, da Taça Bueno Brandão, promovida e patrocinada pelo governador de Minas Gerais, Júlio Bueno Brandão. No ano seguinte, a Liga Mineira de Esportes Terrestres, que hoje é conhecida Federação Mineira de Futebol, organizou o primeiro Campeonato Mineiro no qual o Atlético MG foi o primeiro campeão.
No entanto, o América é quem obteve o maior número de conquistas do estadual, inclusive com 10 conquistas consecutivas o que fez a rivalidade entre os clubes se aflorasse. Além de protagonizar o “Clássico das Multidões” com o América, na década e 1920 o Galo conheceu seu maior rival, O Cruzeiro.
Conhecido em seus primeiros anos como Palestra Itália, a Raposa se tornou o grande adversário do Galo nos Campeonatos Mineiros e depois em disputas nacionais também. No ano de 1927, o alvinegro aplicou a maior goleada do confronto na fase final do estadual. O placar foi de 9 a 2 e o Galo conquistou o título da competição, assim como no ano seguinte e nos anos de 1931 e 1932, voltando a ser o grande protagonista de Minas Gerais.
1930 – 1960: Atlético MG se fortalece como um grande clube
Na década de 1930, além dos títulos estaduais, o Atlético MG inaugurou o Estádio Antônio Carlos utilizado até o ano de 1968 pelo clube. No início da profissionalização dos atletas no Brasil, o Galo venceu o Mineiro nos anos 1936, 1938 e 1939.
E foi nas décadas de 1940 e 1950 que a rivalidade com o Cruzeiro Esporte Clube se tornou a maior no estado de Minas Gerais. O período, além de tudo, foi extremamente vitorioso para o Galo. Em duas décadas (ou seja, 20 anos) o Atlético Mineiro levou 12 campeonatos estaduais, inclusive com 5 conquistas consecutivas, entre os anos de 1952 e 1956.
Ainda em 1950, o Atlético obteve uma conquista que ficou conhecida como “Campeão do Gelo”. Esse nome foi dado por conta de uma excursão entre os meses de novembro e dezembro contra clubes da Alemanha, Áustria, Bélgica, Luxemburgo e França. Às vésperas do inverno europeu, o Galo teve seis vitórias, com dois empates e apenas duas derrotas, que lhe renderam o título simbólico.
Os anos seguintes não foram os melhores da história do clube, e o Atlético MG venceu apenas três estaduais, com o bicampeonato em 1962 e 1963, além do título de 1970. Com isso, o Atlético viu seus rivais crescerem, serem também protagonistas em Minas Gerais, e assim aumentando a disputa em campo e nas arquibancadas. No ano de 1969 aconteceu um lampejo do que seriam os anos seguintes do clube, com uma vitória sobre a Seleção Brasileira que, no ano seguinte, venceu o tricampeonato mundial, no México, em 1970.
1970 – 1980: Primeiro título nacional e crescimento fora de Minas Gerais
Os anos 1970 chegaram e com eles o Atlético MG se viu obrigado a se reforçar para a disputa dos principais campeonatos nacionais e de Minas gerais. Assim, o clube conseguiu montar elencos que ficaram marcados na história do país e muitos atletas se descaram tanto que foram fundamentais com a camisa da Seleção Brasileira nos mundiais disputados no período.
Com a ajuda de grandes jogadores, o Atlético passou a disputar as competições nacionais de igual para igual com os outros grandes clubes de outros estados. A principal conquista do período foi o Campeonato brasileiro de 1971 e conheceu alguns de seus grandes ídolos históricos como Dadá Maravilha, Reinaldo, Amaury, Djalma Dias e Éder Aleixo.
1971: Atlético MG é o primeiro campeão Brasileiro no novo formato
O Atlético MG possui a importante marca no futebol nacional de ser o primeiro campeão do Campeonato Brasileiro, com a organização da CBD e com essa nomenclatura, a mesma do formato atual. Em 2010 a CBF unificou os títulos da Taça Brasil desde 1959 como Campeonato Brasileiro, mas o Galo venceu a primeira edição do formato atual antes da unificação.
O torneio foi disputado de agosto a dezembro do mesmo ano e herdou a fórmula de disputa da Taça de Prata do ano anterior, sem muitas mudanças. Foram 20 equipes divididas em dois grupos de 10, onde todos jogaram contra todos, primeiro em sua chave e depois na outra. Os seis primeiros de cada grupos se classificaram para a segunda fase, e foram divididos em três grupos disputados em 3 turnos. Na fase final, foi disputado um triangular final.
Na primeira fase, o Atlético MG ficou em segundo lugar de seu grupo com a mesma pontuação do Grêmio, mas os gaúchos levaram a melhor nos critérios de desempate. Na segunda fase, o alvinegro foi o primeiro de seu grupo que o habilitou a disputa do triangular final, contra São Paulo e Botafogo.
Nos dois jogos do triangular, o Galo comandando por Telê Santana venceu ambos os adversários, sendo os paulistas por 1 a 0 com gol de Oldair e os cariocas pelo mesmo placar, com gol de Dadá Maravilha. O craque foi o artilheiro do campeonato com 15 gols marcados e se tornou um dos maiores ídolos do clube e peça fundamental na conquista do primeiro título de expressão dos mineiros.
1977: O histórico time do Atlético MG
Depois de vencer o Campeonato Brasileiro de 1971, o Atlético MG amargou um apequena seca de títulos, que só foi quebrada no ano de 1976 com o Campeonato Mineiro do ano, e participações discretas no Campeonato Brasileiro, que ainda seguia engatinhando e conquistando a atenção dos principais clubes do Brasil. Até então, os campeonatos regionais eram vistos pela maioria dos times como os principais campeonatos.
Porém, a partir de 1977, o Atlético MG vem a montar um dos principais elencos do país, um dos mais poderosos da história do clube e, possivelmente, do Brasil. Inclusive, alguns destes jogadores eram presença constantes na convocação da seleção brasileira.
No gol estava João Leite, um dos melhores da posição em sua época, e até hoje o atleta que mais vestiu a camisa do Atlético Mineiro. O goleiro atuou pelo Galo de 1976 a 1988, onde jogou 684 partidas. Inclusive, ele recebeu a Bola de Prata em 1979, como o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro daquela temporada. No elenco ainda estavam o lateral direito Nelinho, o volante Toninho Cerezo, Éder Aleixo e o super goleador Reinaldo – o Rei do Mineirão – maior artilheiro na história do Galo, com 255 gols.
@Reinaldoreigalo, o Rei do Mineirão, é o maior artilheiro na história do @Atletico MG. Atacante marcou 255 gols com a camisa atleticana, e é uma das lendas do futebol brasileiro nas décadas de 1970 e 1980. pic.twitter.com/rs4tROna3k
Brasileirão 1977: O grito preso em mais de 100 mil torcedores no Mineirão
O poderoso elenco alvinegro de Minas Gerais fez um Campeonato Brasileiro praticamente irretocável no ano de 1977. O Galo teve a melhor campanha da competição, mas na grande partida decisiva contra o também poderoso São Paulo FC, de Waldir Peres, Chicão e Darío Pereyra, acabou por perder o título. Após empate de 0 a 0 no Mineirão, e a decisão nos pênaltis, o Atlético MG acabou derrotado em grande momento de Waldir Peres. O clube ficou com o vice-campeonato invicto do Brasileiro de 1977.
Na primeira fase da competição, o Atlético ficou em primeiro lugar do seu grupo, assim como na segunda e na terceira fase. Na semifinal bateu o Londrina com uma vitória e um empate. Na grande e decisiva partida, nem o apoio de mais de 100 mil torcedores conseguiu ajudar para o Galo bater o Tricolor Paulista.
Uma curiosidade é que Reinaldo foi o grande artilheiro da competição, com 28 gols, marca quebrada somente após 20 anos, pelo animal Edmundo, no Campeonato Brasileiro de 1997, quando o atacante sagrou-se campeão pelo Vasco da Gama.
1980: Outro vice campeonato Brasileiro, agora contra o Flamengo de Zico
Em 1980 o resultado infelizmente acabou sendo o mesmo para esta fantástica geração do Clube Atlético Mineiro – talvez a mais fantástica de toda a sua história. Contra o Flamengo de Zico, Júnior, Nunes e cia, o forte Atlético, ainda mais forte e experiente, acabou não dando conta de bater o time carioca.
Há 40 anos, o Atlético derrotava o Internacional por 3 a 0 no Beira-Rio e se classificava para a final do Brasileirão de 1980. O triunfo deu moral ao GALO, que eliminava o atual campeão brasileiro dentro de sua casa. Éder Aleixo, que fazia aniversário neste dia, marcou 2 golaços. pic.twitter.com/HsjEPs5hdK
Em nova fórmula de disputa, agora com 40 clube na primeira divisão, o Atlético MG liderou seu grupo na primeira fase, terminou em segundo na fase seguinte e chegou à fase final ficando em primeiro lugar. Nas semifinais eliminou o internacional após um empate e uma vitória, e encontrou o também histórico Flamengo – maior rival do período – na final.
Após vencer por 1 a 0 (com gol de Reinaldo) na primeira partida realizada no Mineirão, o Galo acabou derrotado por 3 a 2 na partida seguinte no estádio do Maracanã. Nesta partida o Rei marcou mais duas vezes, mas Nunes (também duas vezes) e Zico, deram o título para os cariocas, por conta da campanha nas semifinais ter sido melhor.
Ainda vale destacar que a partida estava 2 a 2 até os 37 minutos do segundo tempo, quando Nunes deu a vitória para o CR Flamengo. Esse seria o primeiro Campeonato Brasileiro rubro-negro. Uma curiosidade é que o volante atleticano Toninho Cerezo, foi eleito o Bola de Ouro da competição – o melhor jogador do Brasileiro de 1980.
Libertadores 1981: A polêmica contra o Flamengo e o jogo “mais roubado da história”
Por conta do vice-campeonato no Brasileiro de 1980, o Atlético MG se classificou para a disputa da Copa Libertadores da América em 1981. No grupo dividido entre os representantes do Brasil e Paraguai, os mineiros fizeram boa campanha, mas mesmo assim não se classificaram para a fase seguinte.
Ao lado do Flamengo, Cerro Porteño e Olímpia, o Galo ficou com 8 pontos, empatado com os cariocas na primeira posição do grupo. Porém, o regulamento do torneio previa que, caso isso ocorresse, um jogo extra teria que ser disputado para definir o classificado. A rivalidade entre as equipes, grande naquele período pela final do último Campeonato Brasileiro, um ano antes, se aflorou nesta partida decisiva.
Após dois empates por 2 a 2, nos jogos da fase de grupos, e de terminarem empatados na primeira colocação, o jogo extra foi marcado para o estádio do Serra Dourada, em Goiânia. Ali seria decidido o campeão do grupo. Os nervos estavam a flor da pele, e em uma partida marcada por faltas duras, os atleticanos perderam a cabeça com a arbitragem. Depois de uma sequência de cartões amarelos, e um impedimento duvidoso de Reinaldo marcado pelo bandeirinha, o atacante atleticano fez falta dura no Galinho Zico e tomou o primeiro cartão vermelho.
O árbitro José Roberto Wright estava muito nervoso, como relataram os jogadores e a imprensa a época, o que ocasionou em grande confusão. Depois de tentar reiniciar o jogo, Éder foi expulso por empurrar o juiz. Em seguida também foram expulsos Palhinha e Chicão. Depois de retirar o time e voltar ao gramado com sete jogadores, João Leite caiu machucado. E sem a possibilidade do Atlético fazer alterações, Wright encerrou o jogo.
Dias depois a CONMEBOL declarou o Flamengo como vencedor e classificado para a próxima fase da competição.
1978 – 1983: O hexacampeonato estadual e o fim da década de 1980
Em meio ao cenário nacional onde o Atlético MG vinha ganhando cada vez maior espeço entre os grandes times de futebol do Brasil, o clube reconquistou seu espaço no estado de Minas Gerais com um inédito hexacampeonato estadual entre os anos de 1978 até 1983. Reinaldo e Éder Aleixo foram os grandes destaques destas conquistas.
Estas conquistas estaduais, que também se repetiram durante toda a década de 1980 com os títulos em 1985, 1986, 1988 e 1989, fez a torcida atleticana ver uma grande geração que – mesmo sem uma conquista nacional – encerrava sua trajetória colocando o Galo como a principal força do estado e uma das principais do país.
Década de 1990: Altos e baixos, e um novo vice-campeonato nacional
Com cada vez mais a valorização do Campeonato Brasileiro e da Copa Libertadores da América, essas duas conquistas passaram a ser o sonho dos principais times brasileiros desde então. Os campeonatos regionais, também importante pelas rivalidades, não seria mais o principal objetivo nas temporadas. E a década de 1990 foi um período não muito vitorioso como havia sido o passado para os atleticanos. Mas, mesmo assim, o Atlético MG conseguiu alguns lampejos e boas campanhas, que lembravam ao seu torcedor o tamanho deste clube.
Além disso, também como de praxe, teve alguns grandes jogadores vestindo o manto e que marcaram os nomes na história do clube. Entre eles destaque para o tetracampeão do mundo Taffarel – campeão mundial em 1994 -que no retorno ao futebol brasileiro, escolheu o Atlético Mineiro para atuar. Um dos maiores goleiros da historia do futebol mundial, Cláudio Taffarel atuou no Galo de 1995 a 1998 e, em 191 partidas conquistou três títulos, sendo o 4º goleiro com mais partidas pelo clube.
Nessa década também passou pelo Atlético MG outros jogadores como Velloso, Cláudio Caçapa, Belletti, Mancini, Doriva, Gilberto Silva, Euller, além da lendária dupla de ataque atleticana Marques e Guilherme.
Pelo Campeonato Mineiro, nesta década de 1990, o Atlético MG conquistou nos apenas nos anos de 1991, 1995 e 1999. Sendo que neste último, em 1999, o time formou uma base tão boa que conseguiram chegar até a grande final do Campeonato Brasileiro, mas acabaram derrotados por um Corinthians muito forte de Marcelinho Carioca e Luisão.
Além destas conquistas, nos anos de 1992 e 1997 o clube venceu a Copa Conmebol, que reunia os terceiros e quartos colocados dos campeonatos nacionais do continente sul americano. Venceu Olimpia e Lanús, respectivamente, e foram os primeiros títulos internacionais oficiais do clube mineiro.
Brasileiro 1999: Em grande campanha, Atlético MG perde na final para o Corinthians
O Clube Atlético Mineiro estava há algum tempo sem protagonizar uma decisão relevante no cenário nacional. Mas em 1999, em uma campanha irregular, ainda assim conseguiu chegar a grande decisão do Brasileirão, contra o Corinthians. Após se classificar na 7ª colocação – em um período que as finais eram decididos em mata mata – com 33 pontos, após somar dez vitórias, três empates e oito derrotas, o time teve pela frente, logo nas quartas de finais, o arqui-rival Cruzeiro, classificando na 2ª colocação geral.
Neste confronto, bateu o Cruzeiro com duas vitórias e, na semifinal, encontrou o Vitória/BA. Numa disputa que era por melhor de três partidas, após vencer por 3 a 0, ser derrotado por 2 a 1, na decisiva partida o Galo venceu novamente pelo clássico placar de 3 a 0. Em um time muito arrumado e com a base de Velloso, Caçapa, Belletti, Lincoln, Robert e Mancini, comandado pelo ex-jogador Marcelo Oliveira, o grande destaque do time era a letal dupla de ataque que encaixou como uma luva, Marques e Guilherme.
E na grande decisão contra o SC Corinthians, então atual campeão Brasileiro e com um time fantástico, entre eles, Dida, Gamarra, Vampeta, Rincón, Ricardinho, Marcelinho, Edilson e Luisão, o Atlético ainda conseguiu fazer frente ao rival, mas após a melhor de três partidas, viu o Corinthians levantar o título de Campeão Brasileiro de 1999.
Marques e Guilherme: Dupla de ataque histórica do Atlético MG
Mesmo que o Atlético não tenha conseguido o tão esperado título Brasileiro de 1999, a mítica dupla de ataque formada por Marques e Guilherme entrou para a história atleticana. Após anos de péssimas campanhas no torneio nacional e quase 20 anos depois de chegar a uma final de Campeonato Brasileiro, a dupla, em fase esplendorosa, conseguiu colocar o time novamente entre os principais clubes brasileiros.
A dupla viveu um momento único em suas carreiras. Tanto é que, o centroavante Guilherme acabou como o artilheiro do Campeonato Brasileiro com 28 gols, igualando o grande ídolo atleticano Reinaldo, que anotou o mesmo número de gols no Brasileiro de 1977, também quando o Galo acabou como vice-campeão.
Além disso, a dupla também foi escolhida com o ataque ideal pela Revista Placar, recebendo a Bola de Prata na temporada. E isso numa competição que tinham atacantes como os campeões Edilson Capetinha e Luisão, além de Romário, França, Paulo Nunes, Edmundo e Dodô.
Num estilo mais passador, de dar o passe final, Marques teve diversas passagens pelo Atlético MG e é um dos principais ídolos do clube nas últimas décadas, anotou 133 gols pelo clube em 386 partidas pelo clube, sendo o 12ª em números de jogos. Já Guilherme, o atacante finalizador, atuou de 1999 a 2001, e marcou 139 gols pelo Atlético MG, sendo o 7º maior artilheiro do clube.
2000 – 2010: Do rebaixamento a reconstrução do Atlético MG
O novo século que se inicia, a expectativa do torcedor atleticano é grande. E logo no ano 2000, o Atlético MG conquista o estadual contra o rival Cruzeiro. E sob uma transição de elenco, o time que tinha entre outros Velloso, Cicinho, Gilberto Silva, Marques e Guilherme, fez outra boa campanha no Campeonato Brasileiro apenas na temporada de 2001, quando caiu semifinais para o São Caetano.
Nos anos seguintes o clube ocupou apenas posições intermediárias na tabela do principal torneio do país, e em alguns momentos brigou contra o rebaixamento. Situação que se confirmou na edição de 2005 do Campeonato Brasileiro. Em 2007 voltou a conquistar o estadual, e depois disso amargou outras campanhas sem expressão nos outros campeonatos disputados.
2005 – 2006: Do rebaixamento para o retorno à elite nacional
As péssimas campanhas no Campeonato Brasileiro tiveram um preço alto para o Atlético MG quando, em 2005, o clube não conseguiu reverter a péssima situação como nos anos anteriores, e acabou sendo rebaixado para a Série B do Brasileiro. Nesta edição que o Atlético foi rebaixado, o Brasileiro foi disputado com 22 equipes em pontos corridos, onde todos se enfrentaram em turno e returno. O Galo terminou na vigésima posição e foi uma das quatro equipes que caíram para a segunda divisão nacional.
No ano seguinte, foi preciso uma grande mudança de postura e no elenco, uma vez que o orçamento para quem é rebaixado fica muito menor no futebol brasileiro. Assim, o Galo contou com o jovem Diego Alves no gol para comandar a defesa e ser uma das peças principais do time no acesso. Outros destaques foram Danilinho e Éder Luís que comandaram meio campo e ataque para conseguir o acesso. O clube foi o campeão o Campeonato Brasileiro da Série B de 2006, e retornou assim para a primeira divisão nacional.
2010 – 2020: Atlético MG figura entre os principais do país
Depois de retornar à primeira divisão a ambição atleticana para conquista de títulos de expressão só aumentou, e com isso o clube apostou em investimentos caros para reforçar seu elenco. Muito dinheiro foi gasto em grandes estrelas, mas poucas acabaram vingando.
Algumas delas foram fundamentais nas principais conquistas do clube no período e outras são facilmente esquecidas com a camisa do Galo. O goleiro Victor chegou para tomar conta da posição, assim como Réver, Leonardo Silva e Marcos Rocha na defesa; no meio campo o clube trouxe Ronaldinho Gaúcho para ser o grande nome ao lado do xerife Leandro Donizete; no ataque vieram Jô, Diego Tardelli e o jovem Bernard entre os grandes destaques.
Vice-campeonato nacional e vaga na Libertadores em 2012
Com o elenco reforçado e com os jogadores de alto investimento que não vingaram na equipe fora do clube, o Galo teve mais facilidade em montar um elenco competitivo para a disputa dos principais títulos do ano de 2012.
Ronaldinho foi o grande nome do clube no torneio e liderou o campeonato no número de assistências, e o jovem Bernard foi o artilheiro da equipe com 11 gols. O Galo teve campanha de destaque e chegou a assumir a liderança no início da competição, mas o Fluminense quando passou os mineiros não perdeu mais a posição. Com três rodadas de antecedência os cariocas ganharam o título, mas a campanha foi muito comemorada em Belo Horizonte pelos atleticanos, com o vice-campeonato.
Copa Libertadores 2013: O maior título da história do Galo
Com o vice-campeonato em 2012 do Brasileiro, o Atlético MG se classificou para a disputa da Libertadores da América em 2013. No grupo dos mineiros estavam o São Paulo, o Arsenal de Sarandí da Argentina e o The Strongest da Bolívia.
Na fase de grupos, os alvinegros tiveram cinco vitórias e uma derrota, que os habilitaram às oitavas de final como melhor equipe da fase. Nas oitavas, enfrentou o São Paulo novamente, e com duas vitprias nas duas partidas por 2 a 1 e 4 a 1, o Galo passou às quartas de final.
O adversário foi o Tijuana do México, e no confronto que terminou com dois empates, em 2 a 2 no México e 1 a 1 no Independência em Belo Horizonte, o Galo passou por conta dos gols marcados fora de casa. Mas, não foi tão fácil assim, na partida de volta em BH, um pênalti para os mexicanos definiria o confronto ao final do segundo tempo, quando “São” Victor defendeu a cobrança com os pés para classificar os mineiros com muita emoção.
Nas semifinais, o Galo encontrou muita dificuldade e teve que reverter o placar de 2 a 0 da partida de ida em Rosário na Argentina contra o Newell’s Old Boys. Com isso, o confronto foi decidido nos pênaltis e o Galo comandado pelo técnico Cuca, levou a melhor com grande atuação de Guilherme (não o mesmo de 1999).
Com Ronaldinho Gaúcho, Atlético MG é campeão da Libertadores!
Na grande final, o Galo pegou o tradicional Olimpia do Paraguai, e a exemplo do confronto anterior, também teve que reverter um placar de 2 a 0 contra na segunda partida, desta vez no Mineirão. Como nas semifinais o gol derradeiro foi marcado nos momentos finais da partida e o confronto foi para os pênaltis. Os quatro atleticanos marcaram seus gols e depois de os paraguaios desperdiçarem, o Galo finalmente conquistou um grande título de expressão e se classificou ao mundial de clubes.
E outro grande objetivo para o Atlético seria o Mundial de Clubes da FIFA. nesta competição a expectativa era grande em cima de Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Guilherme e Victor, grandes destaques da conquista continental. Mas, o que se viu foi a decepção de cair nas semifinais para os donos da casa, o Raja Casablanca do Marrocos, e não poder enfrentar o Bayern de Munich. Depois de perder por 3 a 1 para os anfitriões, o Galo venceu o Guangzhou Evergrande na disputa de terceiro lugar.
Copa do Brasil 2014: Atlético MG e Cruzeiro fazem a final
Mesmo com a decepção de não chegar à final do Mundial no ano anterior, o Atlético MG teve uma ótima temporada em 2014. O clube conseguiu a conquista da Recopa Sul-Americana contra o campeão da Copa Sul-Americana, o Lanús da Argentina. O confronto foi definido após a prorrogação na segunda partida no Mineirão.
O Atlético havia vencido em Buenos Aires a primeira partida e os argentinos venceram a segunda em BH, mas o Galo conseguiu virar o jogo no tempo extra com dois gols contra e ficou com o título.
Na Copa do Brasil, um sonho antigo dos atleticanos, o título não poderia vir de maneira melhor. Após eliminar Palmeiras, Corinthians e Flamengo nas fases antes da final, sendo os dois últimos com grandes viradas nos confrontos, enfrentou seu arquirrival Cruzeiro na decisão.
No maior Superclássico Mineiro da história, o Galo venceu os dois jogos em cima do Cruzeiro. O primeiro com grande atuação de Luan e Jesús Dátolo, autores dos gols, no estádio Independência, e no segundo com gol de Tardelli no Mineirão para sacramentar a conquista diante de seu maior rival.
2015 – 2020: Com elenco estrelado, mais uma vez vice Brasileiro
Em 2015, o Atlético Mineiro começou o ano vencendo o estadual mais uma vez, e se colocaram como grande favorito ao título nacional. Comandados por Levir Culpi e elenco reforçado com Lucas Pratto e a revelação Jemerson, o Galo fez jogo duro com o Corinthians até as rodas finais, mas acabou ficando na segunda colocação ao término do campeonato.
Esta foi a última vez que o galo esteve em condições de disputar o título até o final do campeonato no Brasileiro. A partir dos anos seguintes, o alvinegro ganhou mais dois estaduais em 2017 e 2020, sendo este último com o comando de Jorge Sampaoli e grande investimento no elenco.
Os investimentos atuais, desde a vinda do treinador argentino até a contratação de jogadores caros, tiveram o intermédio do diretor Alexandre Mattos. O diretor já investiu muito em elencos recheados como no palmeiras e no rival Cruzeiro e facilitou muitos negócios que pareciam impossíveis para o clube ao lado de investidores externos.
Em 2019 o Galo iniciou o projeto de outro antigo sonho, a construção de seu estádio próprio. A Arena MRV, com o patrocinador como principal fonte de recursos para a construção finalmente saiu do papel e no dia 20 de abril de 2020 iniciou suas obras. A previsão de inauguração da Arena é para outubro de 2022 e os atleticanos não veem a hora de terem sua própria casa.
2021: Atlético Mineiro conquista Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil
Depois de 50 anos e de tanto bater na trave, o Atlético Mineiro enfim conquistou o seu segundo título brasileiro na história. Com um elenco estrelado, que começou a ser construído no ano de 2020, o Galo contou com as chegadas de Hulk, Nacho Fernadéz e Diego Costa, que fizeram companhia pra Guilherme Arana, Zaracho, Keno e outros jogadores.
Na competição, o time mineiro foi campeão com duas rodadas de antecedência e com 13 pontos a frente em relação ao vice-líder Flamengo. O destaque da conquista foi para Hulk, melhor jogador do torneio e também artilheiro com 19 gols.
De quebra, o Galo ainda conquistou a Copa do Brasil, após ter levantado a taça do título brasileiro. Na competição de mata-mata, a equipe entrou já na fase quartas de final, como mandava o regulamento, que dava esse privilégio aos times que vinham da Libertadores, eliminando Fluminense e Fortaleza para chegar à final. Na decisão, o Galo bateu o Athlético Paranaense em duas oportunidades, vendendo por 6 a 1 no agregado.
Símbolo, escudo e cores
Em sua história, o clube teve poucas alterações em seu escudo, algo pouco comum na história dos times brasileiros. O primeiro era composto apenas com as iniciais CAM, e logo depois elas passaram a ficar acima das listras alvinegras do escudo, que conhecemos do modelo atual, adotado a partir da década de 1920. A partir da década de 1970, uma estrela dourada passou a figurar acima do escudo, simbolizando a conquista do Campeonato Brasileiro de 1971.
O clube utiliza as cores preto e branca desde sua fundação. Sua camisa mais famosa que imortalizou as cores da equipe é listrada em preto e branca com o escudo no lado esquerdo dela e calções pretos. O uniforme 2 mais conhecido e que foi utilizado em conquistas importantes é com a camisa predominantemente branca, assim como os calções e meias.
Mascote do clube
Seu símbolo mais conhecido, que também é sua principal alcunha é o Galo. Quando as rinhas de galos eram permitidas, um galo alvinegro dominava os embates, assim como o clube que detinha as principais conquistas na década de 1930. Assim, o chargista teve a missão de desenhar a mascote para o jornal A Folha de Minas, e o representou de maneira forte e vibrante no ano de 1945.
Desde então foram feitas outras representações do Galo, que cada vez mais simbolizava a raça que o time demonstrava ao longo das décadas. Com isso, nos últimos anos, a alcunha de Galo Doido se tornou popular pela Massa (como a torcida atleticana é conhecida), por conta de uma nova representação e da raça demonstrada em campo.
Bom dia, o ano da conquista da Libertadores no primeiro capítulo está errado.
Olá Pedro. Obrigado pelo comentário. Já ajeitamos a data!