SC Internacional

87 Títulos Oficiais
6.3 Milhões de Torcedores
SC Internacional
Sport Club Internacional Porto Alegre - RS - Brasil
Fundação 04 de abril de 1909
Estádio / Capacidade Beira Rio / 50.128
Apelidos Colorado, Clube do Povo
Principais rivais Grêmio / Juventude
Apelido da torcida Colorado
Mascote Saci
Libertadores

2006, 2011

Mundial de Clubes

2006

Títulos conquistados pelo clube

Títulos Mundiais

Competição Títulos Temporada
Mundial de Clubes 1 2006
Copa Suruga Bank 1 2009

Títulos Continentais

Competição Títulos Temporada
Copa Libertadores 2 2006, 2010
Copa Sul-Americana 1 2008
Recopa Sul-Americana 2 2007, 2011

Títulos Nacionais

Competição Títulos Temporada
Campeonato Brasileiro 3 1975, 1976, 1979
Copa do Brasil 1 1992

Títulos Regionais

Competição Títulos Temporada
Campeonato Gaúcho 45 1927, 1934, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1947, 1948, 1950, 1951, 1952, 1953, 1955, 1961, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 1981, 1982, 1983, 1984, 1991, 1992, 1994, 1997, 2002, 2003, 2004, 2005, 2008, 2009Cscr-featured.svg, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016
Copa FGF 2 2009, 2010
Copa da Região Sul-Fronteira 1 2016
Recopa Gaúcha 2 2016, 2017
Citadino de Porto Alegre 24 1913, 1914, 1915, 1916, 1917, 1920, 1922, 1927, 1934, 1936, 1940, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1947, 1948, 1950, 1951, 1952, 1953, 1955, 1972

História

Quando o SC Internacional foi fundado?

O SC Internacional foi fundado na cidade de Porto Alegre, que abrigou muitos imigrantes e descendentes de europeus no início do século XX. O futebol já começava a germinar e expandir na cidade neste período, e com isso surgiram muitos clubes para a prática deste esporte. A maioria deles era voltada apenas para descendentes de alemães, e os irmãos Henrique Poppe Leão, José Eduardo Poppe e Luiz Madeira Poppe chegaram à capital gaúcha no começo do século, e buscaram espaço para a prática de futebol.

Os irmãos vieram de São Paulo, onde o futebol começava a ferver, e encontraram dificuldades para conseguir espaço. Assim, foram em busca de unir todos os povos da cidade e fundaram o Sport Club Internacional no dia 04 de abril de 1909. O nome do clube é uma referência direta para que todas as nacionalidades pudessem interagir, e não apenas descendentes de alemães.

 

Símbolo, escudo e cores do Inter

A cor escolhida pelos fundadores foi o vermelho predominante junto com o branco, ficando assim conhecido como o Colorado. A primeira camisa era listrada e posteriormente foi adotada a cor vermelha apenas nela, com o shorts e meias pretas que depois foram substituídos pelo branco nas duas peças.

O primeiro escudo do clube tinha as letras “SCI” bordadas em vermelho em um fundo branco. Aproximadamente 40 anos depois, as cores foram invertidas e com o passar dos anos o escudo passou a tomar as formas que conhecemos hoje. Em 2006, foram adicionadas estrelas alusivas a títulos importantes como o Mundial de Clubes. Hoje em dia, o nome e a data de fundação fazem parte do escudo e as estrelas não estão mais estampadas acima dele.

A história do SC Internacional esteve ligada às causas raciais desde o começo, quando nos anos 1920 contratou jogadores negros como Tupan e Dirceu Alves. Nos anos 1940, o Saci, que apronta travessuras e chega em redemoinhos, foi adotado como mascote em alusão ao Rolo Compressor da década, time no qual foi uma potência no estado. No entanto, o mascote só foi oficializado em 2016, quando apareceu no estatuto do clube pela primeira vez.

 

(1909-1955) As primeiras décadas do SC Internacional

Primeiro elenco base do SC Internacional.

O SC Internacional logo fez sucesso na capital Gaúcha e conquistou seu espaço frente aos rivais. Em 1913 conquistou seu primeiro título oficial, que de quebra veio com uma sequência que durou até 1917, do Campeonato Metropolitano (também conhecido como Citadino). Ao todo o clube conquistou este torneio vinte e quatro vezes.

Na década seguinte, o Alvirubro (por conta das meias e calções escuros) não viveu bons anos dentro de campo, foram poucas conquistas, mas o primeiro título estadual veio em 1927. O clube quase fechou devido a dificuldades financeiras, mas depois as coisas se estabilizaram e o Estádio dos Eucaliptos começou a ser construído.

 

Inter, o time da inclusão

A luta do clube para a inclusão ficou marcada quando o SC Internacional abriu de vez as portas de seu clube para jogadores de outras ligas. As principais delas abrigavam jogadores negros, como a Liga dos Canelas Pretas, um torneio antirracista.

Nos anos 1930, além da inauguração do Estádio dos Eucaliptos, o Inter se viu cada vez mais próximo às camadas mais populares da sociedade, tanto nas arquibancadas, como no campo. Nomes como Tupan e Sylvio Pirillo foram gravados na memória do clube, por conta de suas origens e também pelo futebol apresentado que rendeu ótimos resultados ao Alvirubro.

O Rolo Compressor foi formado em 1940, sendo esta a primeira década dourada da equipe, que lançou nomes como Tesourinha e Carlitos, dois dos principais ídolos da equipe, o último é até o maior goleador da história do Inter. Ainda na década, houve a mudança de cores que predominavam o uniforme, e o clube passou a ser conhecido como Colorado.

Nos anos 50 a sina de vitórias prosseguiu. O time conhecido como “Rolinho” em referência ao grande time da década anterior, conseguiu cinco títulos estaduais, sendo quatro em sequência de 1950 até 1953. O Estádio dos Eucaliptos já não comportava mais os jogos do Clube do Povo, mas em 1950 foi uma das sedes do Mundial daquele ano.

 

Tragédia nos Grenais: Seis anos sem vencer o Grêmio e derrota histórica

Possivelmente conhecida como a maior rivalidade do Brasil, o confronto contra o Grêmio sempre rende muito nervosismo e polêmicas em cada partida. Porém, nos primeiros confrontos contra o arquirrival, o domínio foi todo do tricolor.

Nos primeiros seis anos de vida do Inter, o domínio foi todo gremista, inclusive com goleadas históricas que são lembradas até hoje pelos torcedores rivais. No primeiro jogo da história, o Grêmio venceu por nada mais nada menos que 10 a 0, em 18 de julho de 1909. O tricolor marcou dez gols em outra partida em 18 de junho de 1911, na vitória por 10 a 1.

A primeira vitória do Clube do Povo só ocorreu em 1916, no dia 30 de julho. O resultado de 6 a 1 foi o primeiro triunfo dos 157 registrados contra 136 dos rivais.

 

Primeiro título gaúcho do Inter acontece em 1927

Em 1927, o SC Internacional conquistou seu primeiro título gaúcho.

O primeiro título, dos 45 vencidos pelo SC Internacional ocorreu em 1927. Em um campeonato que colocava frente a frente os vencedores regionais em confrontos eliminatórios. Depois de vencer o Nacional de São Leopoldo, o clube da capital gaúcha derrotou o Bagé na grande final, com dois gols de Barros e um de Nenê, para assim começar a caminhada de títulos em seu estado.

 

Primeiro clube do RS a aceitar jogadores negros

A alcunha de Clube do Povo não veio por acaso no SC Internacional. A fundação do clube se deu para agregar pessoas de qualquer grupo social e étnico, diferente de outras equipes que só aceitavam descendentes de alemães em seus times, como era o caso do Grêmio.

Em 1928, Dirceu Alves vestiu a camisa Alvirrubra e se tornou o primeiro negro a atuar pelo clube. Isso abriu as portas para jogadores oriundos da Liga dos Canelas Pretas, um campeonato organizado e disputado para negros que existia na época. Foram apenas 10 partidas pelo Inter, mas marcou a história da equipe que passou a abrigar mais jogadores negros que também marcaram seus nomes na história do clube.

 

(1940-1948) SC Internacional e o “Rolo compressor”

O primeiro grande esquadrão do SC Internacional ganhou um apelido que representou muito bem o futebol apresentado nas quatro linhas, o “Rolo Compressor”. Na década de 1940 o clube ganhou oito estaduais em dez disputados no período, dentre eles um hexacampeonato entre 1940 e 1945, o primeiro da história da equipe.

O Colorado ganhou muito destaque nesse período por ser muito superior a seus adversários, e não era para menos, o elenco era um dos melhores do país. Ivo Winick, Alfeu, Nena, Assis, Ávila, Abigail, Tesourinha, Russinho, Vilalba, Rui e Carlitos foram os mais conhecidos do “Rolo Compressor”. O time passou por algumas mudanças no período, mas se notabilizou pelo domínio em campo.

 

(1956-1969) Clube vive era de poucos títulos

Depois que o “Rolo Compressor” sofreu algumas alterações com o passar dos anos e muitas conquistas. Porém, o time seguiu em um bom momento com o chamado “Rolinho”, no início da década de 1950. O elenco que tinha craques como Florindo, Oreco, Larry, Bodinho e Salvador, conquistou o título pan-americano em 1956, representando a Seleção Brasileira ao vencer o primeiro campeonato pela instituição fora de solo brasileiro.

Apesar de vencer o arquirrival Grêmio na inauguração do Estádio Olímpico, casa do tricolor, por 6 a 2, com quatro gols de Larry, o Colorado passou por um período de vacas magras após 1956. Foram apenas duas conquistas estaduais, em 1961 e 1969, e de quebra viu o rival ser hegemônico no estado.

Algumas dificuldades financeiras assombraram o Inter, quando o clube contou com a ajuda de seus torcedores para arrecadar fundos na modernização do Estádio dos Eucaliptos para sediar o mundial de 1950. As arquibancadas foram concretadas e a casa do clube foi uma das sedes do mundial.

A construção da nova casa, o Beira-Rio, limitou os recursos financeiros da, equipe a exemplo de anos anteriores. Mas apesar disso, o clube montou um ótimo elenco com alguns garotos como Bráulio, Dorinho e Pontes, que fizeram bonito nas primeiras edições do Torneio Roberto Gomes Pedrosa. Na competição, o Colorado foi vice-campeão nos anos de 1967 e 1968, quando perdeu para o Palmeiras de Ademir da Guia e para o Santos respectivamente.

 

(1969) Inauguração do Beira Rio contra o Benfica

Em 1969 é inaufurado o Beira Rio.

O Clube do Povo sempre teve muito respaldo de seus torcedores em momentos difíceis. Não é para menos, um clube que abriu a porta para todos em seus primeiros anos, sempre recebeu de volta o carinho da torcida quando precisou.

Outro grande exemplo da solidariedade dos torcedores Colorados veio na construção do Beira-Rio. O clube conseguiu o terreno por meio de uma doação advinda da Câmara Municipal de Porto Alegre, apresentada pelo vereador, que também foi presidente do clube, Ephraim Pinheiro Cabral às margens do Rio Guaíba. Logo depois, os adeptos do clube levaram constantemente tijolos, cimento e outros materiais para a construção da nova casa.

A inauguração do Gigante da Beira-Rio ocorreu em 06 de abril de 1969, em um amistoso contra o poderoso Benfica de Eusébio, um dos times mais fortes do mundo na época. O jovem Claudiomiro se eternizou ao marcar o primeiro gol do estádio na vitória colorada por 2 a 1 em meio a mais de 100 mil torcedores.

 

(1970-1984) A década de Ouro do Internacional

 

Tricampeonato brasileiro e octacampeão gaúcho

Poderoso elenco do SC Internacional tricampeão brasileiro.

Com um novo e imponente estádio, o SC Internacional entrou de vez para o hall dos maiores clubes do Brasil. O clube montou um elenco de respeito que dominou o futebol no Rio Grande do Sul e no Brasil durante quase quinze anos.

Foi neste período que vários craques, que estão entre os maiores nomes da história do clube, gravaram seus nomes e contribuíram para diversos títulos para o Colorado. Figueroa, Paulo Roberto Falcão, Valdomiro, Paulo César Carpegiani, Jair, Manga, Batista, Flávio, Caçapava e Chico Fraga são os principais jogadores que marcaram a época.

O clube se tornou octacampeão gaúcho, exatamente no primeiro ano em que o Beira-Rio passou a abrigar as partidas do Inter, de 1969 até 1976. O domínio não se resumiu apenas a seu estado. Em 1975 veio a primeira conquista do Campeonato Brasileiro, repetida em 1976 e para coroar a geração,  o Inter venceu o título invicto em 1979.

 

Paulo Roberto Falcão – Maior ídolo do Colorado

Paulo Roberto Falcão, maior ídolo Colorado.

Um dos maiores atletas e personalidades que já passou pelo SC Internacional certamente foi Paulo Roberto Falcão. Desde antes de estrear como meia direita do Colorado, ajudou o clube carregando tijolos na construção do Beira-Rio ao lado de seu pai.

Depois de se destacar no Celeiro de Ases, foi levado aos profissionais do Inter em 1973, vestindo a camisa número 5. Considerado um jogador extremamente técnico, ficou conhecido como “Rei” durante sua passagem pelo Colorado. Sua elegância e habilidade conduziram o clube a cinco títulos gaúchos e três conquistas do Brasileiro durante sua estadia em Porto Alegre, antes de se tornar o “Rei de Roma”.

 

(1975) Inter é campeão brasileiro pela primeira vez

Depois de bater na trave e ficar próximo do título Brasileiro em duas oportunidades no final da década de 1960, o Internacional montou um time muito poderoso, que já contava com o ídolo Falcão, Carpegiani, Valdomiro e Figueroa. Chegaram o goleiro Manga do Nacional do Uruguai e o ponta-esquerda Lula do Fluminense, além de Batista e Caçapava das categorias de base. O comando técnico ficou por conta de Rubens Minelli.

Com isso, em um campeonato disputado por 42 equipes, divididas em quatro grupos, o Inter terminou a primeira fase em primeiro do Grupo D, que o levou à segunda fase. Como líder do Grupo 2, chegou a terceira fase, onde terminou em segundo lugar atrás do Santa Cruz, que levou o Colorado às semifinais.

Após vencer o Fluminense, na partida final contra o Cruzeiro, Figueroa marcou o gol do título no Beira-Rio, sacramentando a primeira conquista de Brasileiro do clube. No ano seguinte o clube repetiu a dose, onde liderou os grupos que fez parte nas três primeiras fases antes de bater o Atlético MG nas semifinais. Na decisão, o Clorado derrotou o Corinthians  com gols de Dadá Maravilha e Valdomiro.

 

(1979) SC Internacional é campeão brasileiro invicto: “O time que nunca perdeu”

Em 1979, no Campeonato Brasileiro com o maior número de clubes da história (94 clubes), o SC Internacional foi impecável. Numa tentativa de dar apoio a clubes de menor expressão, a CBD transformou o campeonato em uma única divisão. Mesmo com tantos times, o Colorado se destacou como nenhuma outra equipe na história da competição, nos moldes antes dos pontos corridos.

O time base principal composta na seguinte ordem: Benitez no gol, João Carlos, Mauro Pastor, Mauro Galvão e Cláudio Mineiro como defensores; Batista, Falcão e Jair nas meias; Valdomiro, Bira Burro e Mário Sérgio no ataque. Chico Spina era um atacante que entrava de maneira recorrente, e foi um reserva muito importante na campanha comandada pelo técnico Ênio Andrade.

Na primeira fase, o Clube do Povo ficou em primeiro lugar de seu grupo, que contava com seu arquirrival local. Nas fases seguintes o clube manteve a campanha avassaladora e assegurou a primeira colocação nos grupos para enfrentar o Palmeiras nas semifinais. Após vitória por 3 a 2 e um empate em 1 a 1, o Colorado chegou à decisão contra o Vasco de Roberto Dinamite. As duas vitórias por 2 a 0 e 2 a 1 respectivamente asseguraram o título de maneira invicta, até hoje inédito na história do Campeonato Brasileiro.

Após a conquista, o poderoso elenco perdeu peças fundamentais. O principal nome, Falcão, foi para a Roma onde se tornou rei na terra dos imperadores, após o vice-campeonato da Libertadores da América de 1980 contra o Nacional do Uruguai.

 

Inter tetracampeão gaúcho entre 1981 e 1984

Os anos 80 não tiveram o mesmo brilho da vencedora geração anterior. Mesmo após o vice-campeonato do torneio continental, o clube teve um bom momento, onde se tornou tetracampeão gaúcho entre 1981 e 1984.

No elenco do tetracampeonato alguns jogadores merecem destaque, como o goleiro Benitez, depois substituído por Gilmar, a revelação do volante Dunga (posteriormente capitão da Seleção Brasileira no Tetra em 1994), Luiz Carlos Winck, Kita, Milton Cruz, Silvinho, Mauro Galvão, Geraldão e Ademir Kaefer. No comando técnico, passaram pelo clube Dino Sani, Cláudio Duarte e Otacílio Gonçalves.

(1985-2005) Período de poucos títulos e projeção nacional

Apesar do tetracampeonato gaúcho de 1981 até 1984, a equipe passou longe dos anos dourados que a geração de Falcão viveu nos anos anteriores, onde só voltou a vencer o Gaúcho seis anos depois. Assim o Inter teve pouco destaque em âmbito nacional. Em 1984, o clube representou a Seleção Brasileira nos jogos Olímpicos de Los Angeles, aproveitando que o calendário estava vazio para o Colorado.

A prata nos Jogos Olímpicos foi um pequeno lampejo de um time que não ia tão bem nos campeonatos nacionais. Em 1987 o Inter chegou à decisão do Brasileiro, mas acabou derrotado pelo Flamengo depois de perder no Maracanã por 1 a 0. No ano seguinte, novamente foi derrotado na decisão nacional, dessa vez para o Bahia depois de perder em Salvador e empatar em Porto Alegre.

Único título da Copa do brasil do SC Internacional.

Em 1992, o Colorado voltou a ser protagonista em um torneio nacional. A conquista da Copa do Brasil recolocou o clube entre os melhores do país, e ainda eliminou o Grêmio nas quartas de final. Depois de passar pelo Palmeiras nas semifinais, o Inter levantou o troféu inédito após perder para o Fluminense no Rio de Janeiro por 2 a 1, e vencer no Beira-Rio por 1 a 0. Gérson da Silva foi o artilheiro da competição, e Célio Silva e Caíco também se destacaram naquele time.

Porém, no ano seguinte, a campanha no Brasileiro foi muito fraca, digna de rebaixamento. O que não ocorreu por conta do regulamento que derrubava os quatro últimos colocados apenas dos grupos C e D, enquanto o Inter estava no A.

 

(2006-2011) Internacional conquista a América e o Mundo

O Clube do Povo, passou por um hiato em competições nacionais, e voltou a aparecer quando bateu na trave no polêmico Campeonato brasileiro de 2005. Com um elenco forte que contava com Tinga, Rafael Sóbis, Iarley, Jorge Wagner e Clemer, o Colorado ficou em segundo lugar após todo o escândalo da Máfia do Apito e do confronto contra o Corinthians, campeão daquele ano, no Pacaembu.

O juiz Márcio Rezende de Freitas expulsou Tinga após aplicar o segundo cartão amarelo, por entender que o meia simulou um pênalti mesmo sendo tocado pelo goleiro Fábio Costa. As partidas remarcadas ajudaram o Corinthians a recuperar pontos que o deixaram à frente dos gaúchos e a polêmica partida em São Paulo fizeram o Inter a ficar em segundo ao fim da competição.

Mesmo com o vice-campeonato, o Colorado conseguiu se classificar para a Libertadores de 2006. O resultado disso foi o melhor possível, e o clube venceu sua primeira competição continental ao desbancar o poderoso São Paulo na decisão e a consagração de Abel Braga. Em 2008, nova conquista continental, desta vez da Copa Sul-Americana, com Tite no comando técnico.

Em 2010, o Colorado voltou ao topo da América, fechando o ciclo de títulos internacionais, coroando a melhor fase estrangeira da equipe. As duas Libertadores (2006 e 2010), Recopa Sul-Americana (2007 e 2011), Copa Sul-Americana de 2008 (de forma invicta) e a cereja do bolo o Mundial de 2006, coroaram uma fase muito vencedora, que também teve boas campanhas no Brasileiro destes anos apesar de não vencer o campeonato.

 

(2006) SC Internacional ganha a Libertadores pela 1ª vez

A Libertadores da América sempre foi uma obsessão no Beira-Rio e para a torcida colorada. O Grêmio já havia vencido duas vezes o torneio até então e o Colorado havia batido na trave uma vez e feito boas campanhas, mas apenas isto.

O cenário mudou em 2006, quando o Colorado se classificou após o vice-campeonato brasileiro. Liderou o grupo 6 e foi para às oitavas de final com uma das melhores campanhas. Derrotou o Nacional do Uruguai, a LDU de Quito e o Libertad do Paraguai para fazer um confronto doméstico contra o São Paulo, clube que defendia o título.

Venceu no Morumbi por 2 a 1 e após empatar em Porto Alegre por 2 a 2, o inédito título continental chegou. Fernandão, Iarley, Sóbis, Alex, Edinho, Ceará, Tinga, Clemer e Índio foram os principais nomes da conquista.

 

(2006) Inter bate Barcelona e é campeão do mundo!

Para o Mundial, o Colorado trouxe duas revelações que tiveram um ótimo impacto no torneio. Alexandre Pato e Luiz Adriano. Os jovens juntos ao elenco vencedor da Libertadores tinham a dura missão de vencer o Barcelona comandado por Frank Rijkaard.

Antes, os jovens marcaram os gols da vitória sobre o Al Ahly do Egito e foram à final contra os catalães. Ronaldinho Gaúcho, Deco, Xavi, Puyol, Gudjohnsen e Rafa Marques estavam no poderoso Barcelona, campeão europeu, mas o herói da partida foi outro. Adriano gabiru entrou no segundo tempo, e após receber passe de Iarley matou o jogo ao vencer o goleiro Victor Valdez aos 37 da segunda etapa. O jogo foi equilibrado, e o Colorado não deixou o Barcelona se impor em nenhum momento, e soube segurar os momentos de pressão dos espanhóis.

 

(2010) Internacional é bi-campeão da Copa Libertadores

No ano de 2009 o SC Internacional começou com tudo, e foi campeão Gaúcho de maneira invicta ao vencer os dois turnos sem necessitar da disputa final, conforme regulamento. Depois disputou a Copa Suruga de 2009 por ser o atual campeão da Copa Sul-Americana, contra o Oita Trinita do Japão. Andrezinho desequilibrou e o Colorado ficou com o título.

Nas disputas nacionais, mais dois vice-campeonatos, no brasileiro atrás do Flamengo e na Copa do Brasil ao perder a decisão para o Corinthians de Ronaldo Fenômeno. Na Recopa Sul-Americana foi derrotado nas duas partidas pela LDU de Quito e ficou com o vice no torneio. Mesmo assim, o Colorado conseguiu a classificação para a Libertadores de 2010, e as derrotas nas competições não afetaram o clube.

No continental de 2010, o Clube do Povo ficou em primeiro lugar do Grupo 5 e se classificou para a fase seguinte. Eliminou o Banfield e posteriormente o Estudiantes, ambos da Argentina com o critério do gol fora de casa. Nas semifinais, o treinador Jorge Fossati foi substituído por Celso Roth, que conduziu o Internacional a nova vitória no torneio sobre o São Paulo. O critério do gol fora levou o Colorado  à decisão contra o Chivas Guadalajara.

As duas vitória na final contra os mexicanos deram o segundo título da Libertadores para o Colorado, e consagraram uma geração. Fizeram parte da conquista:  D’Alessandro, Bolívar, Índio, Rafael Sóbis (de volta ao clube), Giuliano, Leandro Damião, Guiñazu, Fabiano Heler, Sandro, Andrezinho, Taison, Alecsandro e Tinga.

 

Decepção no Mundial de Clubes

Porém, no Mundial de Clubes 2010, uma grande decepção: a derrota nas semifinais para o Mazembe, clube do Congo, por 2 a 0. Assim, o sonho de buscar o bicampeonato, desta vez contra a poderosa Internazionale de Júlio César, Eto’o, Lúcio, Thiago Motta e Maicon, não se concretizou.

Em 2011, a vitória na Recopa Sul-Americana contra o Independiente da Argentina encerrou o ciclo de conquistas fora do Brasil. O time reverteu o 2 a 1 na ida com um 3 a 1 no Beira-Rio com muita emoção até o final.

 

(2012-2020) Colorado vive período de instabilidade

Após 2012 SC Internacional passa por instabilidades, mas conta com bons jogadores.

O período que sucedeu as principais conquistas coloradas não foi dos melhores. Apesar do hexacampeonato gaúcho de 2011 até 2016, o Colorado não conseguiu mais conquistas expressivas em âmbito nacional e continental. Ainda amargou um rebaixamento para a Série B em 2016 no Brasileiro. Os melhores resultados no período foram as semifinais da Libertadores de 2015 e o vice-campeonato da Copa do Brasil de 2018, derrotado pelo Athlético Paranaense.

Foram muitas trocas de técnico e períodos de grande estabilidade. Abel Braga esteve à frente da equipe novamente, que ainda viu Diego Aguirre, Argel Fucks, Guto Ferreira, o ídolo Falcão, Celso Roth, Lisca, Odair Hellmann e Antônio Carlos Zago.

O astro D’Alessandro seguiu na equipe e viu muitos jogadores passarem por este período ao seu lado. Formaram aquele time:  Muriel, Marquinhos Gabriel, Alisson, Dida, Rafael Moura, Diego Forlán, Bolatti, Juan, Aranguiz, Jorge Henrique, Nilmar (de volta ao clube), Vitinho, Anderson, Danilo Fernandes, William Pottker, Réver, Patrick, Cuesta e Paolo Guerrero.

O Beira-Rio passou por obras de modernização para abrigar cinco partidas da Copa do Mundo de 2014. O jogo de reinauguração foi um amistoso contra o Peñarol do Uruguai. D’Alessandro marcou os dois gols e o Inter venceu o adversário na festa.

 

(2015) Para na semifinal da Libertadores, mas conquista o pentacampeonato gaúcho

O Colorado comandado por Argel chegou às quartas de final da Copa do Brasil em 2015. Acabou eliminado pelo Palmeiras em um jogo dramático. Após 1 a 1 na primeira partida no sul, o Inter arrancou um empate em 2 a 2 no segundo tempo. Mas no final da partida o Alviverde conseguiu a virada e eliminou os gaúchos.

Antes, o clube conseguiu o título estadual, o quinto na sequência, e avançou para as fases decisivas da Libertadores da América. Foi até as semifinais, mas o Tigres do México reverteu o 2 a 1 da primeira partida e eliminou o Colorado com uma vitória de 3 a 1 na segunda perna.

Em 2016 é rebaixado pela primeira vez na história

Em 2016, a relação de D’Alessandro estava desgastada com a diretoria e a torcida, e o atleta foi emprestado ao River Plate da Argentina, clube no qual o atleta já havia atuado no início da carreira.

O elenco contava com Danilo Fernandes, Fabinho, Valdívia, Géferson, Ariel, Eduardo Sasha, Alisson, Réver, Seijas, Anderson e Nílton. Porém, mesmo com jogadores de boa técnica, o clube fez uma péssima campanha no Brasileiro, e terminou da décima sétima posição, rebaixando o Colorado para a Série B. Argel, Falcão, Celso Roth e Lisca comandaram o Inter na temporada com muitas trocas no comando, que fatalmente não deram bons resultados.

O Colorado não aceitou bem o descenso, e recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para tentar uma “virada de mesa”. Alegaram que o Vitória da Bahia escalou o zagueiro Victor Ramos de maneira irregular, o que renderia perda de pontos dos baianos e consequentemente livraria o Inter do rebaixamento. Não foi provada a escalação irregular e o Colorado foi condenado por utilizar provas falsas no processo para tentar reverter o resultado de campo. Assim, o clube disputou normalmente a segunda divisão e tomou uma multa de R$ 720.000,00.

 

(2017) Internacional retorna à elite

Em 2017, SC garante retorno à Série A do Brasileirão.

Para a disputa da Série B, o SC Internacional contou com o retorno de D’Alessandro, sua principal estrela dos últimos anos. Antônio Carlos Zago começou a temporada como técnico, mas durou até a eliminação na Copa do Brasil.

Depois veio Guto Ferreira, que ficou pouco tempo em meio a uma campanha fraca na segunda divisão. Odair Hellmann, auxiliar técnico, assumiu o comando e conduziu a equipe de volta à elite nacional.

Ariel, Alex, Valdívia, Anderson, Vitinho e Paulão deixaram a equipe, que contratou William Pottker, Edenílson, Uendel, Carlinhos, Cuesta e Marcelo Cirino para a disputa da Série B. O Colorado garantiu seu retorno na trigésima sexta rodada, após 0 a 0 com o Oeste em Barueri. Mas diferente de outras equipes consideradas grandes do Brasil que foram à Série B, o Inter não conseguiu ficar com o título, terminando a competição na segunda colocação.

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