Casagrande

Atacante, Centroavante
514 Jogos Oficiais
4 Títulos Oficiais
225 Gols Marcados
Walter Casagrande Júnior Brasil - São Paulo - SP
Nascimento 15 de abril de 1963
Falecimento -
Apelidos Casão, Casa
Carreira Início: 1980 (Corinthians)
Término: 1996 (São Francisco- BA)
Características Altura: 1,91m
Destro
Posição / Outras posições Centroavante
Ataque
UEFA Champions League

1986-87

Perfil / Estilo do jogador

Como uma pólvora, Casagrande era explosivo, mas não como um jogador marrento ou badboy. Ao mesmo tempo que era um artilheiro nato dentro de campo, fora dele enfrentou problemas pessoais e foi uma voz ativa na luta contra a Ditadura Militar. Seu lema era viver intensamente, e de tão intenso ele saboreou cada nota Rock And Roll, e como um rockstar viveu dias de gênio e dias de ressaca. Com 1,91m, o jogador tinha um porte físico considerável para ser uma referência na área, era bom no cabeceio e tinha uma finalização fatal.

Categoria de base

Data Clube    
1978 Corinthians    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1980-1986 / 1994 Corinthians 256 110
1981 Caldense 8 11
1984 São Paulo 23 11
1986-1987 Porto 9 2
1987-1991 Ascoli 96 43
1991-1993 Torino 64 29
1993 Flamengo 35 8
1995 Paulista 2 2
1996 São Francisco- BA 2 1

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1985-1986 Brasileira 19 8

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Corinthians Campeonato Paulista 1982-1983
Porto Liga dos Campeões 1986-87
Torino Copa da Itália 1992-93

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Artilheiro do Campeonato Paulista 1982 Corinthians
Artilheiro do Campeonato Italiano série B 1990-91 Ascoli

Desempenho

0,43
Média
Gols por jogo
0,25
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
3
Controle de Bola
4
Drible
3
Velocidade
3
Técnica
4
Finalização
5
Condicionamento Físico
3
Fundamentos Defensivos
1

Biografia

Rebelde como uma afiada corda de guitarra, Casagrande foi um astro do rock dentro de campo. Talentoso e de senso crítico, mas também polêmico e muitas vezes incompreendido. 

Com o estereotipo de rebelde, sua carreira começou praticamente na mesma época em que conheceu a cocaína. Enquanto dava os seus primeiros passos no Corinthians, Casão fazia uso daquilo que viria a ser o seu refúgio durante década, mas também os seus demônios. 

Enquanto isso, seu senso crítico apurado lhe tornou uma das mais potentes na luta pela democracia em plena Ditadura Militar. Ao lado de Doutor Sócrates, foi um dos percursores da Democracia Corinthiana, que pregava as eleições diretas no Brasil. No Timão, o jogador construiu a maior parte de sua carreira, onde conquistou dois estaduais. 

Fora do alvinegro, Casagrande teve passagens por São Paulo, Porto, Flamengo e futebol italiano. Em meio a estes trabalhos, seu maior título foi no clube português, com a conquista da Liga dos Campeões 1986-87. 

 

A infância difícil de Casagrande

Casagrande na Copinha em 1980

Casagrande na Copinha em 1980 – Foto: Reprodução Internet

Walter Casagrande Júnior teve uma infância difícil na periferia de São Paulo, com o pai alcoólatra e o falecimento precoce de uma pessoa importante de sua família. Com apenas 15 anos de idade, o jovem perdeu a irmã, que foi vítima de infarto com apenas de 23 anos. Esse foi um dos primeiros gatilhos para que Casão enfrentasse seus demônios futuros. 

Porém, naquele instante, o futebol ainda lhe servia como refúgio. Com um talento nato para o esporte, passou nos testes para integrar o Corinthians e ainda adolescente começou a treinar entre os profissionais da equipe. 

Em 1980 seu nome entre para os holofotes do futebol brasileiro, quando se tornou artilheiro da Copa São Paulo de Futebol Junior com apenas 17 anos. 

 

Rebeldia: Empréstimo para a Caldense 

Após sucesso precoce na base, Casagrande foi integrado no elenco profissional do Corinthians já em 1981. Porém, na temporada seguinte, o jogador foi emprestado para a Caldense, após desentendimento com o lendário treinador Oswaldo Brandão. 

Na época, Casão havia participado de torneio de base no sul de Minas Gerais e se destacou. Cruzeiro e Atlético Mineiro queriam o jogador, mas foi a equipe de Poços de Caldas que conseguiu sua contratação por empréstimo.

Pelo Poços de Caldas:

  • 8 jogos
  • 11 gols marcados

 

O Sol nasceu para Casão: Retorno e sucesso no Corinthians

Casagrande atuando pelo Corinthians

Casagrande atuando pelo Corinthians – Foto: Reprodução Internet

A volta de Casagrande no Corinthians aconteceu em 1982, após o então treinador Mario Travaglini e o diretor Adílio Monteiro Alves pedirem seu retorno. Logo em seu primeiro clássico, anotou três gols contra o maior rival alvinegro, o Palmeiras. Desde então, começava a deslanchar sua carreira no Timão. 

  • Em 1982, o atacante foi artilheiro do Campeonato Paulista com 28 gols marcados.
  • conquistou o título paulista daquela mesma temporada e também de 1983. 

 

Ré na ditadura: O rockstar corinthiano é uma das vozes das “Diretas já!”

Ao lado de jogadores como Zenon, Biro-Biro, e claro, Doutor Sócrates, Casagrande se tornou uma das vozes mais ativas pelas “Diretas Ja!”. O movimento pedia a volta das eleições diretas no Brasil e o fim da Ditadura Militar. Além disso, ele também foi um dos principais líderes da Democarcia Corinthiana, onde atletas também tomavam as decisções no clube.

Na época, Casão e seus companheiros de equipe participavam de eventos e comícios, além de fazer campanhas em inícios de partidas. É clássica a cena Casagrande ao lado de seus colegas de time carregando uma faixa com os dizeres “ganhar ou perder, mas sempre com democracia”. 

 

O fim de sua era de ouro no Corinthians 

Em 1984, Casagrande foi emprestado ao São Paulo depois de ser criticado pelo técnico Jorge Vieira por conta de seu estilo boemio. Enquanto isso, no Tricolor, o jogador logo se destacou, mesmo sendo improvisado na meia direita para servir o atacante Careca.

Pelo São Paulo:

  • 23 jogos
  • 11 gols marcados

Após passagem pelo Morumbi, retornou ao Corinthians e na equipe alvinegra permaneceu até 1986, quando foi vendido ao Porto. Em 1994, o jogador retornou ao Corinthians para uma última passagem curta que encerrou sua carreira no Timão.

Pelo Corinthians:

  • 256 jogos
  • 110 gols marcados

 

Casagrande convive com lesões no Porto

Casagrande foi contratado pelo FC Porto após ganhar projeção mundial na Copa do Mundo de 1986. O jogador foi comprado por 1 milhão de dólares, sendo na época a maior contratação do futebol português. 

Porém, todo esse investimento não se justificou. Mesmo fazendo parte do elenco campeão da Liga dos Campeão 1986-87, ficou apenas seis meses na equipe, atuou em nove partidas e anotou dois gols. Uma fratura na fíbula atrapalhou o que poderia ser uma passagem memorável do jogador no Porto.

 

O retorno: Destaque no futebol italiano 

Em baixa, Casagrande acertou com o Ascoli da Itália, onde atuou entre 1987 e 1991. Na equipe, esteve em campo em 96 partidas,  anotou 43 gols e foi artilheiro da série B na temporada 1990-91.

Depois de seu sucesso no Ascoli, o jogador foi contratado pelo Torino e também continuou se destacando. Pela equipe, foi vice-campeão da Taça da UEFA de 1991-92 e conquistou a Copa da Itália 1992-93.

Pelo Torino:

  • 64 jogos
  • 29 gols

 

Retorno ao Brasil para atuar no Flamengo

Casagrande com a camisa do Flamengo

Casagrande com a camisa do Flamengo – Foto: Reprodução Internet

O atacante voltou ao seu país natal para jogar no Flamengo em 1993. Na equipe carioca, Casagrande fez dupla de ataque com Renato Gaúcho e obteve relativo destaque ao anotar oito gols em 35 jogos. Decisivo, a maioria das vezes em que balançou as redes pelo rubro-negro foi em clássicos. 

Porém, mesmo com destaque no Flamengo, Casagrande caiu de volta nos braços da fiel torcida. Em duelo contra o próprio Corinthians no Pacaembu, o jogador foi ovacionado pela torcida alvinegra que pedia a sua volta e ele atendeu o pedido.

Porém, um ano depois, o atacante foi jogar no Paulista de Jundiaí e em seguida, no São Franciso da Bahia, até se aposentar em 1996.

 

Casagrande com a amarelinha

Com seu sucesso no Corinthians, Casagrande foi convocado por Telê Santana para atuar nas Eliminatórias da Copa do Mundo em 1985. O jogador foi importante durante o caminho para o mundial e integrou o elenco que disputou o torneio na Argentina. Naquela competição, foi utilizado apenas na fase de grupos, mas se tornou suplente a partir das oitavas de finais, após não agradar. 

Depois do mundial, Casagrande jamais voltou a ser convocado pela seleção brasileira.

Pelo escrete canarinho:

  • 19 partidas
  • 8 gols

 

As arranhadas de Casão: O convívio com as drogas 

O falecimento de sua irmã foi um dos principais gatilhos para que Casagrande começasse a fazer uso de drogas. Em 1982, amante do rock que era, o jogador frequentou o show de Peter Frampton e conheceu a cocaína. 

Desde então, começaria o seu pesadelo, pois durante décadas foi refém das drogas e quase perdeu a vida. Após se aposentar dos gramados, caiu de vez na dependência química, com grandes momentos de crise em 1998 e em 2007. No ano mais recente, ao misturar cocaína com remédio, sofreu um acidente com seu carro. 

Depois do grave episódio, Casão foi para a clínica de reabilitação e desde então não faz mais uso de drogas. Neste meio tempo, ele também se tornou um dos comentaristas mais célebres da televisão brasileira, com 25 anos de carreira na Globo.

 

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