Carreira Início: Sporting Lourenço Marques (1959)
Aposentado: Buffalo Stallions (1980)
Características Altura: 1,75m
Ambidestro
Posição / Outras posições Atacante
Melhor do Mundo/Bola de ouro
1965
UEFA Champions League
1962
Perfil / Estilo do jogador
Um dos maiores jogadores do século XX, Eusébio - o Pantera Negra - foi o responsável por colocar Portugal na disputa contra as melhores seleções e times da Europa. Entre as suas principais características a potência do chute com ambos os pés, além da grande técnica, velocidade e drible apurado. Foi um dos grandes jogadores do mundo durante a década de 1960.
Um dos maiores jogadores da história do futebol, e grande ídolo de Portugal. Eusebio: jogador que se tornou herói de uma nação. Eusébio da Silva Ferreira se destacou por sua capacidade de marcar gols. E assim, ele foi um dos responsáveis por colocar o Benfica e a seleção de Portugal no caminho de reconhecimento na Europa. Participou de muitos títulos do Benfica e da melhor campanha da seleção de seu país, na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra.
Eusébio, apelidado de pantera Negra, foi o grande destaque do Benfica, clube no qual defendeu por 15 anos no período mais vencedor da história do clube. Ele liderou a equipe nas principais conquistas benfiquistas, com diversos títulos nacionais e conquistando a hegemonia europeia.
Nascido em Moçambique, o Pantera Negra atuou representando a seleção de Portugal, pois o país era colônia dos lusitanos na época de seu nascimento. E foi na Equipa da Quinas que o craque se consolidou como um dos maiores jogadores do esporte, liderando o país a chegar ao terceiro lugar na Copa de 1966, sendo o artilheiro da competição com 9 gols em 6 jogos.
As atuações de Eusebio lhe deram grande reconhecimento, principalmente do público português, onde se tornou quase uma unanimidade entre as grandes personalidades do país. Pelo Benfica, é reconhecido como maior jogador da história do clube e maior artilheiro também, ultrapassando a incrível marca de mais de 700 gols. Além do reconhecimento local, Eusébio conquistou diversas premiações individuais de nível internacional, sendo a principal delas foi a Bola de Ouro em 1965.
1957 – 1960 – Eusébio: jogador foi descoberto por craque brasileiro e quase parou no São Paulo
Eusébio nasceu em 25 de janeiro de 1942 na cidade de Lourenço Marques (atual Maputo), capital de Moçambique, país africano que, à época, ainda era colônia de Portugal. Passou sua infância em uma comunidade pobre onde constantemente deixava de ir à escola para jogar futebol descalço em campos de futebol improvisados.
Além de passar a infância em meio à pobreza, perdeu o pai vítima de tétano aos 8 anos de idade, sendo criado pela mãe ao lado de seus irmãos. O começo da carreira não foi fácil, e o jovem foi recusado após um teste em seu clube de coração de Moçambique, o Desportivo. Antes havia jogado em um clube amador local conhecido como Os Brasileiros.
O Pantera Negra não desistiu e, aos 15 anos, passou a jogar em clube de Moçambique que era filial do Sporting Club de Lisboa (O grande clube de Portugal), o Sporting Lourenço Marques. Foi nesse clube que Eusébio conquistou seus primeiros troféus na carreira como profissional.
1960 – Eusébio: jogador recebe sondagens de grandes clubes
Seu futebol chamou a atenção dos clubes da capital portuguesa, que travaram uma disputa pelos serviços do craque Eusébio, então com apenas 16 anos. O Sporting entrou em contato com sua filial para contratar o jovem promissor. O Benfica adotou outra estratégia: foi atrás diretamente dele e de sua mãe.
O Benfica descobriu Eusébio por conta do intermédio de José Carlos Bauer, ex-jogador brasileiro que atuou em dois mundiais e fazia parte do corpo técnico do Benfica. Antes, Bauer tentara levar Eusébio para o São Paulo após observá-lo em Lourenço Marques, mas os Tricolor paulista não se animou com o negócio. Assim, o ex-jogador brasileiro levou o nome para Béla Guttman, que treinava o Benfica e havia sido seu treinador enquanto atuava pelo São Paulo.
Em meio a essa disputa entre Sporting e Benfica, Dona Elisa, mãe de Eusébio, afirmou que seu filho jogaria pelos encarnados apenas, ou não atuaria por nenhum dos dois clubes. Quando o Pantera Negra desembarcou em Lisboa, foi abordado por dirigentes dos encarnados que o levaram para Algarve, enquanto os dois clubes recorreram até ao governo português para resolver a disputa e conseguir contratar o jovem. Após muita disputa, o Sporting desistiu e Eusébio finalmente pôde vestir a camisa do Benfica a partir de 1961, com 19 anos.
1961-1962: início na Europa: Eusebio jogador do Benfica
1961 – Logo no início, já mostra seu faro de gols
Ao final da novela de onde Eusebio jogaria, o jovem craque assinou contrato com o Benfica, como era da vontade de sua mãe. O começo da carreira do Pantera Negra com a camisa dos encarnados fez jus a toda a disputa que envolveu o Benfica e o Sporting para contar com o futebol do jogador.
Em sua primeira partida com o escudo das águias no peito, Eusevio marcou 3 dos 4 gols da equipe em um amistoso ao lado dos reservas, contra o Atlético Clube de Portugal, no estádio da Luz. Sua estreia em jogos oficiais pelo Benfica foi contra o Vitória de Setúbal pela Taça de Portugal, onde marcou o único gol dos encarnados na derrota por 4 a 1.
Dias antes, o Benfica havia conquistado a Copa dos Campeões, atual Champions League, contra o Barcelona em partida disputada em Berna. O primeiro título europeu dos encarnados não teve a presença de Eusévio, pois o clube não conseguiu inscrevê-lo a tempo por conta do imbróglio que levou sua contratação.
A carreira de Eusébio começou de forma meteórica e o craque se destacou muito no cenário europeu. Em um torneio amistoso disputado em Paris, o Benfica enfrentou o grande time do momento no mundo, o Santos de Pelé e outros grandes craques. Após o intervalo da partida, o Santos vencia o jogo com tranquilidade, mas ao entrar em campo, o King (como Eusébio também é chamado em Portugal) anotou 3 gols e assustou o os brasileiros, mas o placar final ficou 6 a 3 para o Santos.
1962 – Jogador é finalista do Bola de Ouro e campeão europeu
O começo de Eusébio com a camisa do Benfica não poderia ter sido melhor. Apesar de não estar presente na primeira conquista da Copa dos Campeões por questões burocráticas, o astro marcou gols e chamou a atenção por sua grande força física e habilidade atuando pelos encarnados.
Em sua segunda temporada pelo clube, Eusébio começou a se consolidar como o principal jogador do elenco. Liderou o Benfica em uma boa campanha no Campeonato Português,. O clube não terminou com o título, como aconteceu na temporada anterior, mas o Pantera Negra foi o grande destaque da competição. Na Taça de Portugal, o título veio e com isso a primeira conquista de Eusébio nesta competição, feito que se repetiria em outras 4 oportunidades.
No cenário europeu, Eusébio comandou o benfica na conquista do bicampeonato da Copa dos Campeões (atual Champions League). Desta vez, Eusébio pôde estar presente em campo no torneio, diferente da edição anterior vencida pelo mesmo Benfica. Na grande final, tiveram o Real Madrid de Di Stéfano e Puskas pela frente, clube que era o bicho papão de títulos continentais até a conquista do Benfica na temporada anterior.
Na partida, o Benfica abriu 2 a 0. Puskas, então, marcou 3 gols em sequência para colocar os merengues em vantagem. Foi aí que o Pantera Negra entrou em ação para engolir o poderoso Madrid, marcando 2 gols e dando 1 assistência para fechar o placar em 5 a 3 . O Benfica era bicamppeão europeu!
1963-1975 – Eusebio: jogador acumula conquistas individuais e pelo Benfica
Depois de conquistar o título mais importante de sua carreira e do Benfica, Eusébio continuou a dar vôos altos. Os anos que sucederam as primeiras conquistas do craque junto aos encarnados continuaram a consolidá-lo como um dos maiores jogadores do mundo. O jogador era o protagonista ou um dos protagonista de praticamente todas as competições que disputou.
Na Copa dos Campeões (Champions League), Eusébio conduziu o Benfica a mais 3 decisões, embora em nenhuma delas tenha terminado com o título. Mesmo assim, chegar à final desta competição era um feito notável, pois apenas os campeões nacionais de cada país jogavam a competição, e os duelos eram contra grandes equipes em alto grau de competitividade. Nas decisões que disputou após 1962, o Benfica de Eusébio foi derrotado por Milan em 1963, Internazionale em 1965 e Manchester United em 1968.
Em Portugal, Eusébio se manteve a frente do grande esquadrão benfiquista que dominou toda a década de 1960, foram dois tricampeonatos na década de 1963 a 1965 e 1967 a 1969. Repetiu a dose no início da década de 1970 de 1971 a 1973. Ao todo foram 11 campeonatos portugueses e 5 Taças de Portugal no período em que defendeu os encarnados.
1965 – Conquista da Bola de Ouro e muitos outros reconhecimentos
Suas atuações lhe renderam grande reconhecimento, principalmente no continente europeu. Em 1965 ganhou o maior prêmio concedido a um jogador de futebol na época, a Bola de Ouro criada pela revista France Football, e esteve entre os finalistas em outras 9 oportunidades. Conquistou também a Chuteira de Ouro de maior artilheiro da Europa em duas oportunidades nos anos de 1968 e 1973 e foi artilheiro da Copa dos Campeões em 3 edições nos anos 1965, 1966 e 1968. No Campeonato Português, foi o maior goleador em 7 edições, o que lhe renderu o prêmio conhecido como Bola de Prata.
Por conta do período vencedor e pelo tempo em que defendeu as cores do Benfica com maestria por 15 anos, Eusébio é considerado pelo clube e por seus torcedores, o maior ídolo da história do clube. O reconhecimento veio através de uma estátua do ídolo localizada em frente ao Estádio da Luz, inaugurada em 1992, ano em que o Pantera Negra completou 50 anos.
Tal idolatria não foi à toa. No Benfica, Eusébio se tornou o maior artilheiro do clube com 727 gols em 715 jogos, uma média incrível de mais de um gol por partida. Muito por conta de seus serviços prestados aos encarnados, o clube viveu seu melhor momento em toda história e era temido em todo país e na Europa.
1975-1980 – Eusébio: jogador tem carreira sem muito brilho pós-Benfica
Ao longo dos 15 anos em que esteve defendendo os encarnados, o King viu muitos de seus grandes companheiros históricos saírem ou se aposentarem. Em 1975, chegou a sua vez de dizer adeus.
Ao final da temporada 1974/75, deixou o clube atrás de novos ares, e continuou sua brilhante carreira em outro continente. Desembarcou nos Estados Unidos e defendeu o Boston Minutemen (foto), sem muito brilho. Depois migrou ao Canadá para jogar pelo Toronto Metros-Croatia onde foi importante na conquista do título da NASL em 1976. Ainda neste ano disputou dez jogos pelo Monterrey do México sem muito destaque e apenas 1 gol marcado.
No ano seguinte, atuou pelo Las Vegas Quicksilvers, mas as contusões e a idade avançada não permitiram que ele repetisse suas atuações dos tempos áureos de sua carreira. De volta a Portugal, o Pantera jogou pelo Beira-Mar na primeira divisão, inclusive reencontrando o Benfica. Posteriormente, jogou pelo União de Tomar. Porém, em ambas as equipes portuguesas, teve passagem sem muito brilho.
Entrou pela última vez em campo pelo Buffalo Stallions, clube que jogava um campeonato indoor nos EUA, uma espécie de showbol reunindo craques com idade avançada. Sua passagem, contudo, foi muito breve: apenas cinco jogos durante a temporada 1979-1980.
A carreira de Eusébio foi marcada por muitos gols, mas também por muitas lesões, principalmente nos joelhos. Com o avançar de sua idade seu rendimento foi caindo aos poucos, e ao sair do Benfica teve poucos momentos de brilho que o levaram a encerrar a carreira no ano de 1980.
Atuação de Eusébio na seleção portuguesa
Não foi só no Benfica que Eusébio teve atuações notáveis e lembradas até hoje. Sua carreira na Seleção de Portugal conquistou o reconhecimento que faltava no resto do planeta, pois na Europa seu potencial já era conhecido por conta de seus gols pelos encarnados.
A estreia aconteceu em 1961, aos 19 anos, em uma partida contra Luxemburgo. Eusébio demonstrou o que vinha pela frente em sua carreira ao marcar um gol, apesar da derrota de Portugal por 4 a 2. Antes de Eusébio vestir a camisa da Seleção das Quinas, Portugal não tinha bons resultados. Sequer se classificava para competições importantes e quando conseguia, não tinha boas campanhas.
Em 1966, viria a grande consagração de Eusébio na seleção portuguesa. Na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra, Portugal teve sua melhor campanha em mundiais até hoje: um terceiro lugar. A Seleção das Quinas deixou pelo caminho a Hungria, Bulgária e o bicampeão, Brasil. Ainda neste mundial, protagonizou uma das maiores partidas com o que pode ser a maior reviravolta de um jogo de Copa contra a Coréia do Norte.
Portugal ficou em terceiro lugar, após ser eliminado pelos donos da casa e posteriormente campeões, a Inglaterra. Na disputa pelo terceiro lugar, a seleção portuguesa bateu a União Soviética, de Lev Yashin . Essa foi sem dúvidas a maior atuação da carreira de Eusébio com a camisa da Seleção portuguesa em um torneio, encerrando sua participação com 9 gols marcados em 6 partidas disputadas. De quebra, acabou como artilheiro da competição.
Eusébio deixou de atuar pela seleção nacional em 1974, mas, sem dúvidas, foi o primeiro grande craque e ídolo de toda nação portuguesa. Atualmente, divide o posto de grande ídolo dos portugueses com grandes estrelas como Luis Figo e Cristiano Ronaldo.
No total, Eusébio marcou 41 gols em 64 jogos pela Seleção Portuguesa e certamente seu legado inspirou as gerações seguintes, sendo que a seleção atualmente está entre as principais do planeta.
Grande destaque na seleção portuguesa: artilheiro da Copa de 1966!
O grande feito da carreira de Eusébio pela Seleção de Portugal foi a conquista do terceiro lugar na Copa de 1966. Embora não tenha conseguido levar as Quinas para títulos, suas atuações neste mundial, são lembrados até hoje como uma das maiores performances individuais da história do esporte.
O craque marcou 2 gols contra o Brasil, atual bicampeão mundial e com Pelé no elenco, mesmo que o Rei tenha saído machucado, a vitória portuguesa foi soberana para cima dos brasileiros.
Na partida das quartas de final contra a Coréia do Norte, veio a grande partida de sua carreira. Aos 25 minutos os asiáticos venciam os portugueses por 3 a 0, e foi aí que o Pantera Negra entrou em ação. O craque comandou os portugueses e marcou 4 gols na partida que terminou 5 a 3 para as Quinas.
Nas semifinais, veio a eliminação frente ao futuro campeão do mundial, a Inglaterra que jogava em casa. Apesar de não conseguir chegar à final, os portugueses não desanimaram e realizaram uma partida digna contra os soviéticos para conquistar o terceiro lugar. Por conta de suas exibições exuberantes, Eusébio venceu a premiação de artilheiro máximo dessa Copa e conquistou a melhor campanha de sua seleção em mundiais.
Carreira após a aposentadoria de Eusébio: jogador passou a ser dirigente e embaixador
Depois de encerrar a carreira como jogador, o Pantera Negra recebeu grande reconhecimento de diversas instituições que fazem parte do futebol. Eusébio foi embaixador da Seleção de Portugal até o fim de sua vida, considerado o maior jogador de Portugal da história pela UEFA e constantemente aparece entre os 10 maiores jogadores de todos os tempos em enquetes de grande importância.
Eusébio ainda foi embaixador do Benfica e da Seleção em diversas excursões ao redor do planeta, se tornando um dos rostos mais conhecidos do futebol. Sua humildade o levou a participar de diversas ações e eventos da FIFA de premiações e sorteios de competições, além de campanhas com jovens jogadores promissores.
2014 – Morte de Eusebio: jogador recebe milhares de homenagens póstumas
Nos anos 2000, Eusébio continuou a participar de eventos de promoção do esporte, mas sua saúde já não era a mesma de anos anteriores. Em 2012 ele sofreu um derrame que cerebral que deixou sua saúde ainda mais debilitada. Até que no dia 5 de janeiro de 2014 uma parada cardiorrespiratória levou Portugal, os benfiquistas e todos os fãs de futebol às lágrimas com seu falecimento.
Recebeu milhares de homenagens em frente a sua estátua no Estádio da Luz, inclusive de torcedores de outras equipes. Muitos jogadores contemporâneos de Eusébio e ex-companheiros lamentaram sua morte e o Benfica decretou luto de 365 dias. Em todas as partidas disputadas em casa, os torcedores encarnados cantam músicas em referência ao King, que jamais será esquecido.