O incrível e maluco ano de 1999 para Palmeiras e Corinthians!
Índice
- 1 Temporada foi o pico da rivalidade entre os clubes!
- 2 No início dos anos 1990, Palmeiras renasce com a Parmalat
- 3 Corinthians inicia década de 1990 com título brasileiro
- 4 Palmeiras x Corinthians: Rivalidade que pegava fogo!
- 5 1999: O grito mais alto de uma das maiores rivalidades da história
- 6 Palmeiras e Corinthians se encontram na quartas da Libertadores 99
- 7 Em 2000, o clima entre as equipes ainda era quente
Temporada foi o pico da rivalidade entre os clubes!
Que a rivalidade entre Palmeiras e SC Corinthians é uma das maiores do futebol brasileiro, isto não há dúvidas. Porém, essa rixa teve um de seus maiores picos principalmente no final da década de 1990, quando sempre brigando por títulos – e com times muito fortes – as partidas decisivas eram sempre uma batalha.
E o ápice dessa rivalidade se deu no ano de 1999, quando em poucas semanas os clubes se enfrentariam por decisões nas quartas de finais da Copa Libertadores da América, e na final do Campeonato Paulista.
As decisões foram acirradas, principalmente na disputa da Libertadores, quando a SE Palmeiras venceu o arquirrival nas penalidades, implodindo uma crise no vestiário alvinegro que teria a sua chance – dias depois – de dar o troco na final do Paulista. Com um título praticamente já em mãos, surgiu Edilson Capetinha para dar uma zombada nos rivais, com embaixadinhas dentro de campo.
O resultado foi uma briga generalizada com a participação de praticamente todos os jogadores dos clubes.
No início dos anos 1990, Palmeiras renasce com a Parmalat
Após momentos grandiosos durante as décadas de 1960 e 1970, com a formação das duas Academias do Palmeiras, o time alviverde passou por um extenso jejum que só foi encerrado no ano de 1993. Após Palmeiras e Parmalat firmarem parceria em 1992, que se mostrava visionária para os padrões do futebol brasileiro, um super time alviverde foi montado para o ano seguinte. Ficando até o ano de 2000, rendeu 11 títulos para o clube, que entrou novamente para os panteões dos principais clubes do Brasil.
Rivalidade com o Corinthians cresce
E foi a partir desse firmamento de parceria com a Parmalat que a rivalidade entre Palmeiras e Corinthians ressurge. Em 1993 os Alviverdes faturaram o Campeonato Paulista e o Torneio Rio-São Paulo em cima dos Alvinegros. E como se não bastasse, o Verdão ainda conquistaria, no ano de 1994, o bicampeonato brasileiro também sobre os seus rivais.
Dois anos mais tarde, em 1996, o Palmeiras também conquistaria mais um título paulista, no histórico do ataque dos 100 gols.
Até o ano de 1996, quem dava as caras no Verdão era Vanderlei Luxemburgo que, sob seu comando, passaram nomes como Edmundo, Evair, Zinho, Edilson, Djalminha, Cafú, Muller, Luizão e Rivaldo, entre outros.
Foi então que, no ano de 1997, a gestão Palmeiras-Parmalat faz uma mudança de gestão que se inicia no comando técnico, com a chegada do técnico super campeão pelo Grêmio, Luiz Felipe Scolari. E a partir dali, o time Alviverde entraria em uma nova onda de conquistas, até culminar no título da Copa Libertadores de 1999.
Corinthians inicia década de 1990 com título brasileiro
O início da década de 1990 começa muito bem para o Corinthians e com um novo Xodó. Neto faz um ano inspiradíssimo e leva o time Alvinegro a conquista do primeiro Campeonato Brasileiro de sua história. O camisa 10 caiu nas graças da Fiel Torcida, mesmo com um temperamento explosivo e jeito mais boleiro de enfrentar a vida de um atleta profissional.
Já em 1993, para a final do Campeonato Paulista contra o Palmeiras, era o momento de Neto se reafirmar como ídolo. Em um time que tinha ao seu lado o goleiro Ronaldo e o atacante Viola, o Corinthians não foi páreo para um estrelado time Alviverde. Era praticamente o fim da passagem de Neto com a camisa alvinegra.
Em 1994 chega ao Corinthians seu novo xodó, Marcelinho Carioca
Mas não demorou muito para a torcida corintiana encontrar um novo Xodó e, mais do que isso, para muitos aquele que é o maior jogador na história do Timão: Marcelinho Carioca.
Em um time em reconstrução, Marcelinho ainda era muito jovem quando chegou do CR Flamengo, onde não conseguiu se destacar tanto, apesar da pouca idade. No Corinthians chegaria cheio de desconfiança, mas não demoraria para se tornar um dos principais jogadores do Brasil. A derrota na final do Campeonato Brasileiro de 1994, para o Palmeiras, foi muito sentida. Porém, o ano de 1995 seria grande reafirmação e com conquistas históricas para o Corinthians.
Neste ano de 1995 o Corinthians conquistaria a Copa do Brasil em cima do Grêmio, e também o Campeonato Paulista – em cima do Palmeiras – em momentos históricos com Marcelinho Carioca sendo o principal destaque.
A partir de 1998, Corinthians forma time histórico
Após essas conquistas e o mágico ano de 1995, o Corinthians deu uma estagnada no protagonismo. Foi um período que o Banco Excel entrou como parceiro do clube, e muitas contratações de peso foram realizadas sem grande sucesso. Caso de Edmundo, Túlio Maravilha, Donizete Pantera, entre outros. Além disso, Marcelinho Carioca também acabou negociado com o Valencia/ESP, onde acabou não se adaptando e logo retornaria ao TImão.
Esse início de parceira logo rendeu o título do Campeonato Paulista de 1997, mas o melhor estaria por vir nos próximos anos. Craques chegaram ao clube como, por exemplo, Edilson Capetinha, Freddy Rincón, Gamarra, Vampeta, Ricardinho, entre outros. Como as chegadas de Dida e Luizão em 1999, se formou a base de um dos times mais fortes na história alvinegra, que conquistaria o Campeonato Brasileiro de 1998 e 1999.
Para comandar este time, ninguém menos do que Vanderlei Luxemburgo que, em 1999 sairia do Timão para assumir a seleção brasileira, e no seu lugar assumiria seu auxiliar Oswaldo de Oliveira.
Palmeiras x Corinthians: Rivalidade que pegava fogo!
A rivalidade entre Palmeiras e Corinthians voltou com tudo a partir do ano de 1998, quando o Corinthians se mostrava como a equipe mais forte do país. Um ano antes, em 1997, o Palmeiras havia chegado a final do Campeonato Brasileiro, mas acabaria derrotado pelo Vasco da Gama. E mais o que dois fortes times, Palmeiras e Corinthians possuem jogadores de muita personalidade e que adoravam provocar uns aos outros.
Destaque para a dupla Paulo Nunes e Oséias, sendo o primeiro um provocador de primeira linha, ainda mais quando anotava seus gols e embalava os torcedores com as suas comemorações. Do lado corintiano ninguém menos do que Vampeta e Edilson. Os dois baianos deixavam o técnico do Palmeiras, Felipão, espumando de raiva por vezes.
Em 1998, Corinthians não consegue vencer o Palmeiras
Pelo torneio Rio-São Paulo de 1998, SE Palmeiras e Corinthians fizeram um verdadeiro jogão, digno daquilo que se mostraria como dois dos melhores times do país. De virada, o Palmeiras venceu os rivais pelo placar de 4 a 2. E apesar do equilíbrio entre as duas equipes no papel, o Verdão continuou sobrando para cima do rival durante os clássicos daquela temporada. Tanto que na sequência, Palmeiras e SC Corinthians empataram mais três jogos, tendo o Verdão com mais duas vitórias.
Inclusive, a vitória mais marcante do alviverde aconteceu no Campeonato Brasileiro, no estádio do Morumbi. Numa vitória por 3 a 1, o jogo ficou marcado pela comemoração do “Diabo Loiro” Paulo Nunes com a máscara da Tiazinha, após anotar um de seus gols. Além disso, Marcelinho Carioca se desentendeu com Vanderlei Luxemburgo após ser substituído, e deixou o estádio antes do término da partida.
Esses duelos, com direito a uma pitada de provocação, já dariam indícios do que estava por vir na temporada seguinte.
1999: O grito mais alto de uma das maiores rivalidades da história
Após o título do Campeonato Brasileiro de 1998, o Corinthians se sentia mais confiante para rumos mais altos, inclusive para bater de frente com o rival. O time se fortalecia com Dida e Luizão, e formava um time disparado o melhor do país. Já o Palmeiras foi atrás de dois ídolos da primeira fase da Era Parmalat para fortalecer ainda mais seu qualificado elenco: César Sampaio e Evair.
Com a saída de Luxemburgo para a seleção brasileira, a primeira tentativa da diretoria corintiana foi pelo lendário Evaristo de Macedo que acabou não dando certo. Ele, inclusive, foi o comandante do primeiro encontro entre Palmeiras e Corinthians pela fase de grupos da Copa Libertadores 1999. Em jogo conturbado, vitória do Palmeiras por 1 a 0, com gol do lateral paraguaio Arce.
A tensão crescia nas partidas de 1999
Na ocasião da primeira partida pela Libertadores, os corintianos Kléber e Marcelinho Carioca foram expulsos de campo, sendo que Marcelinho por fazer gestos de que o juiz da partida estava roubando a favor do SE Palmeiras. Porém, já no duelo de volta, também no estádio do Morumbi – assim como foi a maioria dos jogos entre as equipes naquele período – o Corinthians levou a melhor com gols de Marcelinho e Fernando Baiano. Paulo Nunes descontou para o Palmeiras, em jogo que terminou 2 a 1.
Em seguida, na primeira fase do Campeonato Paulista, o Palmeiras não deixou barato e devolveu a derrota, agora por 3 a 1. Arce, Paulo Nunes e Oséas marcaram para o Verdão, enquanto Marcelinho Carioca descontou para o Corinthians.
Palmeiras e Corinthians se encontram na quartas da Libertadores 99
Classificados para a fase mata-mata da Copa Libertadores, Palmeiras e Corinthians tiveram confrontos de dificuldades diferentes nas oitavas de final. Enquanto o Timão teve duelo relativamente fácil contra o Jorge Wilstermann/BOL, vencendo por 6 a 3 no agregado, o Palmeiras teve pela frente o Vasco da Gama, então campeão da Libertadores. Vitória por 5 a 3 na soma das duas partidas.
Sendo assim, as duas equipes novamente iriam se encontrar, agora válido elas quartas de finais da Copa Libertadores 99, um confronto inédito. E logo na partida de ida, o Palmeiras saiu na frente contra o seu rival, que acabara de promover Oswaldo de Oliveira como técnico. Na ocasião, o time alviverde venceu por 2 a 0, gols de Oséas e Rogério, sem contar com a excelente atuação de Marcos que, após contusão do titular Veloso, começava a fazer seu nome no clube.
Nasce “São Marcos”
Na partida de volta, o Timão precisava ir em busca do resultado para não ser eliminado, e foi o que aconteceu. Apesar de mais uma grande atuação do goleiro Marcos, o Corinthians conseguiu furou o bloqueio defensivo promovido por Scolari, e venceu o confronto por 2 a 0. Edilson, sozinho dentro da área marcou o primeiro gol, e Ricardinho anotou o segundo após receber cruzamento de Marcelinho Carioca.
Com a vitória pelo mesmo marcador, a equipes tiveram que decidir a classificação para a semifinal nos pênaltis. E foi ai que nasceria para sempre a santidade “São Marcos”. Ele defendeu o pênalti de Vampeta e, de quebra, viu Dinei carimbar o travessão, para carimbar a passagem do Palmeiras a semifinal da Copa Libertadores 99.
Final do Paulista e as embaixadinhas de Edílson Capetinha
Três dias antes do Palmeiras entrar em campo pelo segundo jogo da final na Copa Libertadores 1999, onde o Verdão enfrentaria o Deportivo Cali/COL, se realizaria o primeiro jogo da final do Campeonato Paulista entre Palmeiras e Corinthians. Por conta da decisão continental que se avistava, Felipão escalou uma equipe alternativa alviverde, e viu o Timão atropelar os palmeirenses ao vencer por 3 a 0. Marcelinho Carioca, Edilson e Dinei anotaram os gols da equipe do Parque São Jorge.
Dias depois, o Palmeiras conquistaria a sua primeira Copa Libertadores da América, em partida decidida nos pênaltis, no estádio Parque Antártica, em uma festa sem precedentes.
Porém, poucos dias depois o time ainda teria que entrar em campo para tentar reverter o resultado na final do Campeonato Paulista. E como o técnico Felipão não quis acatar a decisão de alguns atletas de colocar um time misto para esta final, que praticamente estava perdida, os jogadores alviverdes foram a campo em tom de provocação. Puxados por Paulo Nunes, alguns entraram em campo com o cabelo verde.
Final com provocações, que culminaram em pancadaria!
Mesmo com as provocações, o SC Corinthians abriu o marcador com Marcelinho Carioca. Mas Evair tratou de virar o jogo para o Palmeiras. Edilson tratou de empatar a partida e acabar com qualquer esperança de um milagre palmeirense. O zagueiro do Palmeiras, Cléber, já havia sido expulso, mas o lance que marcaria pra sempre o confronto estava prestes a acontecer.
Era quase 30 minutos da segunda etapa, Edilson Capetinha estava prestes a ser substituído, quando resolveu provocar. Ao receber a bola próxima na lateral do campo “O Capetinha” iniciou uma série de embaixadinhas. Quando percebeu já havia um grupo de jogadores do Palmeiras partindo para cima dele, sendo agredido por Paulo Nunes. Edilson logo revidou o Diabo Loiro e, a partir dali, uma pancadaria generalizada aconteceu.
O juiz não teve outra atitude do que encerrar a partida. E como se não bastasse, Paulo Nunes ainda resolveu provocar um pouco mais, desfilou com uma faixa de campeão da Libertadores e ainda chamou o título do adversário de “Paulistinha”, em entrevista após o término do jogo.
Em 2000, o clima entre as equipes ainda era quente
O clima de rivalidade entre Palmeiras e Corinthians continuou o mesmo durante os próximos meses e até o ano seguinte. Tanto que pelo Brasileiro de 1999, o Verdão aplicaria mais uma goleada no rival, por 4 a 1. Já no Rio-São Paulo de 2000 foi a vez do Corinthians vencer: 2 a 1. E após mais algumas partidas pelo Campeonato Paulista, os dois novamente iriam se encontrar na Copa Libertadores de 2000.
Agora o confronto seria pela semifinal!
No jogo de ida, o Corinthians venceu pelo placar de 4 a 3, enquanto que na partida de volta o Palmeiras deu o troco por 3 a 2. E novamente a decisão foi para a cobrança de pênaltis, e mais uma vez Marcos se consagrou. E a competição agora era ainda mais difícil, já que no outro lado o goleiro corintiano era Dida, exímio pegador de pênaltis.
Em um dos lances mais icônicos da rivalidade naquele período, Marcelinho Carioca perdeu a cobrança decisiva, numa fantástica defesa de Marcos. A partir dali, as duas equipes foram se desfazendo de seus respectivos históricos times, com o fim de suas parcerias.
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