Carreira Início: (1989) Paulistano (PE)
Término: (2015) Mogi Mirim
Características Altura: 1,86 m
Canhoto
Posição / Outras posições Meia-atacante / Ponta - esquerda / Atacante
Melhor do Mundo/Bola de ouro
1999
Copa do Mundo
2002
Bola de prata
1993, 1994
Perfil / Estilo do jogador
Jogador discreto em sua personalidade, porém expressivo em suas habilidades, Rivaldo é um dos jogadores mais talentosos do futebol brasileiro e mundial. Meia-atacante de origem, tinha qualidade tanto para jogar no meio-campo quanto no ataque. Era criativo a ponto de organizar o jogo com passes precisos e definidor para empurrar a bola na rede. Sua velocidade, mesclada com dribles e jogadas geniais, formavam o seu estilo de jogo, que era essencial no funcionamento de qualquer equipe. Calado com as palavras, o craque falava através de seu talento, muitas vezes esquecido por muitos torcedores.
Rivaldo: Jogador discreto na personalidade e expressivo no talento
Um dos jogadores mais talentosos que o Brasil já teve, Rivaldo era um meia-atacante de extrema habilidade e ainda jogava um futebol alegre, do jeito que o brasileiro gosta. Era criativo como um meia e definidor como um atacante, mesclando essas duas qualidades com dribles rápidos e jogadas geniais.
Todo esse talento foi posto a prova na Copa do Mundo de 2002, em que Rivaldo foi o principal jogador ao lado de Ronaldo. Naquela copa, o craque foi responsável pelas principais jogadas que levaram a seleção brasileira ao título. Porém, seu nome pouco é mencionado quando se trata do protagonismo naquela competição e isso talvez ocorra devido a sua personalidade um pouco discreta.
Outro momento importante de sua carreira foi quando vestiu a camisa do Barcelona, em um período em que atingiu seu grande ápice. Pois em 1999, Rivaldo foi eleito o melhor jogador do mundo, por tamanha habilidade mostrada no clube catalão.
Além do Barcelona, Rivaldo atuou em outros clubes, inclusive no Brasil. Começou sua carreira jogando pelo Santa Cruz, passou pelo Mogi Mirim e logo depois foi emprestado ao SC Corinthians, tendo uma breve passagem. Anos depois, atuou em Cruzeiro, São Paulo, São Caetano, até retornar à Mogi.
Na equipe do interior, Rivaldo não foi importante apenas nas quatro linhas, como também nos bastidores. Até porque antes se aposentar no clube, também se tornou presidente, elevando ainda mais o nome do Mogi Mirim no cenário nacional.
Em sua vitoriosa carreira, Rivaldo conquistou 29 títulos e entre os mais importantes estão a Liga dos Campeões com o Milan em 2003, a Copa América de 1999 e a Copa do Mundo de 2002 com a seleção brasileira. Atuou em 989 partidas e marcou 464 gols.
Infância, histórico e inspirações
Em 19 de abril de 1972, nascia Rivaldo Vitor Borba Ferreira, na pequena cidade de Paulista, no estado de Pernambuco. Sua infância foi muito pobre, marcada por dificuldades financeiras e pela fome, até por isso, o futebol se tornou um de seus principais instrumentos de alegria.
Aos 17 anos, perdeu um de seus maiores entusiastas do futebol, seu pai, vítima de um acidente aéreo. Essa fatalidade fez com que Rivaldo batalhasse ainda mais para se tornar jogador profissional e superar todas as dificuldades. E justamente naquele mesmo ano, em 1989, que o futuro craque da seleção se tornou jogador profissional.
Começou jogando pelo Paulistano de Pernambuco, mesmo sem ter atuado nas categorias de base. Em um teste realizado, foi aprovado pela equipe e logo foi integrado para o time principal.
De inicio, muitos não acreditavam em seu futebol, por causa de sua aparência frágil e desnutrida, porém ele conseguiu impressionar a todos. Suas atuações regadas de habilidade e um futebol bonito foram capazes de deixar muitos de seus críticos de queixo caído. Dessa forma, um olheiro do Santa Cruz, observou o jovem jogador e o levou para a equipe.
Nesse período em que começou a carreira, Rivaldo viu outro jogador dominar o mundo, Diego Maradona, um de seus ídolos. O próprio Rivaldo assumiu a idolatria pelo craque argentino em uma de suas entrevistas, pouco depois de Don Diego falecer.
1990-1992 – Início e ascensão de Rivaldo no Santa Cruz
Em 1990, Rivaldopassou a ser aproveitado nas categorias de base do Santa Cruz, sendo muitas vezes convocado para a equipe principal. Porém, jogou poucas partidas em seu inicio, tendo um primeiro ano muito tímido com a camisa do time cobra coral.
Já na temporada seguinte, Rivaldo passou a ter mais oportunidades com o técnico Sérgio Cosme, que o colocou como centroavante. Nessa função, o craque mostrou seu lado artilheiro e marcou gols importantes na Copa do Brasil e na campanha do titulo pernambucano. Com esse desempenho, o jogador recebeu mais oportunidades com a equipe e começou a figurar mais entre os titulares.
Porém, foi no ano de 1992, que Rivaldo passou a chamar atenção do futebol nacional, por fazer uma brilhante temporada. Após seu grande desempenho, o jovem jogador deixava de ser uma promessa do futebol para se tornar uma realidade. Sabendo disso, o Santa Cruz negociou seu passe com o Mogi Mirim, em uma boa oportunidade de negócio, ou nem tanto.
Em sua passagem pelo Santa Cruz, Rivaldo jogou 40 partidas e anotou incríveis 36 gols. Por causa dos poucos jogos realizados, não conseguiu formar uma imagem de ídolo dentro do clube.
1992-1994: Rivaldo no Mogi Mirim
Após uma troca realizada por Santa Cruz e Mogi Mirim, Rivaldo passou a jogar na equipe do interior paulista. O craque veio junto com seus companheiros Neto e Valber e em contrapartida o time pernambucano recebeu 5 jogadores.
A missão de Rivaldo no Mogi Mirim era de fazer um bom Campeonato Paulista com a equipe, que estava se recuperando de uma má fase da última temporada. O craque não decepcionou e já em seu primeiro ano, conseguiu brilhar com a camisa do time comandado por Vadão. O “carrossel caipira”, como ficou conhecido, surpreendeu a todos e conseguiu chegar na 4ª posição do estadual.
Na temporada seguinte, Rivaldo seguiu como titular da equipe e se destacou ainda mais. Mesmo com o Mogi Mirim fazendo uma campanha inferior a do ano passado, o craque conseguiu se destacar individualmente, seja construindo brilhantes jogadas ou anotando gols. Inclusive, no Campeonato Paulista, o jogador conseguiu marcar um verdadeiro golaço em cima do Noroeste. Ao observar o goleiro adversário adiantado, Rivaldo mandou um chute do meio campo para o fundo das redes, marcando o gol que Pelé não fez.
Tamanho talento demonstrado no Mogi Mirim, logo seria observado por algum clube de maior expressão do cenário nacional. Dessa forma, o SC Corinthians contratou o jogador por empréstimo. Assim, se encerrava a sua primeira passagem pelo clube do interior.
Ao final do Campeonato Paulista de 1993, Rivaldo se tornou conhecido nacionalmente, passando a ser uma das grandes joias do futebol brasileiro. Por isso, o jogador se valorizou e seu passe era estipulado em cerca de U$ 3,45 milhões, dinheiro que o SC Corinthians não tinha para pagar. Dessa forma, a diretoria alvinegra achou uma saída, que era contratar o craque através de um empréstimo no valor de R$ 200 mil.
Na equipe corintiana, Rivaldo atuou ao lado de grandes jogadores, como Ronaldo Giovanelli, Tupãnzinho, Zé Elias e Viola. Mesmo assim, conseguiu ser desataque do time já em seu primeiro ano, ao se tornar artilheiro corintiano no Campeonato Brasileiro e Bola de Prata da competição.
Seu desempenho encantou a cúpula alvinegra, que tratou de contrata-lo novamente por empréstimo pelo valor de R$ 800 mil. Porém, sua segunda temporada pelo clube foi marcada por algumas decepções, como por exemplo, a eliminação no Torneio Rio-São Paulo e no Campeonato Paulista. Dessa forma, o jogador não foi contratado em definitivo, sendo devolvido ao Mogi Mirim.
Assim, Rivaldo encerrava a sua passagem pelo Corinthians, com apenas o título da Copa Bandeirante conquistado, mas com 22 gols marcados em 62 jogos.
1994-1996: Rivaldo no Palmeiras: se junta a elenco estrelado
Após o Corinthians desistir da contratação de Rivaldo, o SE Palmeiras se dispôs a pagar U$ 2,45 milhões para contar com o jogador. Esse que foi um dos melhores investimentos do clube, pois já no Campeonato Brasileiro de 1994, obteve um retorno imediato.
Rivaldo mal pisou no Parque Antártica e logo começou a brilhar com a camisa da equipe, fazendo uma grande campanha na competição nacional. Porém, seu ápice no torneio foi nos jogos decisivos contra o Corinthians, o que rendeu o título ao Palmeiras. No jogo de ida, Rivaldo marcou dois gols na vitória por 3 a 1 e na volta anotou mais um tento, no empate em 1 a 1.
Nessa edição do Campeonato Brasileiro, Rivaldo foi vice-artilheiro, anotando 14 gols. Mesclando seu lado artilheiro, com extrema habilidade, foi coroado com mais um prêmio Bola de Prata.
Após um ano de 1995 sem títulos, Rivaldo voltou a brilhar junto com sua equipe no Campeonato Paulista de 1996, sendo um dos grandes destaques. Seus 18 gols marcados ajudaram o time alviverde a conquistar mais uma vez o título estadual. Ainda no mesmo ano, o craque conquistou junto com o Palmeiras, a extinta Copa Euro-América, sendo o artilheiro da mesma com 4 tentos.
Seu futebol brilhante apresentado com a camisa do Palmeiras despertou o interesse de clubes estrangeiros, como já era esperado. Dessa vez, o Deportivo La Coruña, time que possuía um bom investimento na época, se encarregou de contratar o jogador após o fim do Campeonato Paulista de 1996.
Dessa forma, Rivaldo encerrava a sua passagem em uma das gerações mais emblemáticas do Palmeiras, que contava com Rincon, Djalminha, Cafú, Luizão, Muller, entre outros. No total, conquistou 3 títulos, disputou 129 jogos e marcou 68 gols.
1996-1997: Rivaldo chega ao La Coruña para substituir Bebeto
Chegando com status de craque, Rivaldo foi contrato pelo Deportivo La Coruña pelo impressionante valor de U$ 10 milhões, maior venda do futebol brasileiro à época. A expectativa em cima de seu futebol era alta, já que o jogador chegava para substituir outro craque, Bebeto, que estava de saída para o Flamengo.
Sua passagem na equipe da Galícia se resumiu a apenas uma temporada, até porque o Barcelona tratou de contrata-lo, por causa de suas boas atuações. Nesse período, Rivaldo foi artilheiro da Copa do Rei de 1996-97, com 8 gols marcados e no total atuou 46 partidas e anotou 22 tentos.
1997-2002: Rivaldo no Barcelona e o auge da carreira
Impressionado com as grandes atuações de Rivaldo no Deportivo La Coruña, o FC Barcelona desembolsou U$ 26 milhões da multa rescisória do jogador. O craque chegava para substituir Ronaldo, que acabava de se transferir para a Internazionale. Além disso, continuava-se a dinastia de grandes jogadores brasileiros na equipe catalã, que começou com Romário.
Seu primeiro ano com a camisa do Barcelona foi excepcional, sendo o principal jogador na conquista do Campeonato Espanhol. Inclusive, Rivaldo foi vice-artilheiro da competição com 19 gols e eleito o melhor jogador estrangeiro. Inclusive, o craque conseguiu uma grande façanha, ao ser protagonista em um time que contava com grandes jogadores como Guardiola, Puyol, Cocu, Overmans, Luís Figoe Frank de Boer.
Rivaldo continuou sendo protagonista na temporada 1998-99, quando se tornou o melhor jogador do mundo. Já em 1999-00, seguiu jogando o fino da bola, mas amargou a dura eliminação na Liga dos Campeões, na semifinal contra o Valencia, mesmo sendo artilheiro da competição com 10 gols.
Na temporada seguinte, mesmo passando em branco mais uma vez em relação a títulos, Rivaldo teve atuações dignas de um campeão. Em um jogo contra o Valência, o craque teve uma das melhores partidas de sua carreira, se não a melhor. Em vitória por 3 a 2, Rivaldo fez três gols e um deles veio através de uma linda bicicleta.
Porém, após sua grande temporada, Rivaldorecebeu uma má noticia, que era a volta do técnico Louis Van Gaal. Ambos se desentenderam, justamente quando o jogador havia sido eleito melhor do mundo, por causa de questões de posicionamento em campo. O treinador holandês era difícil de lidar e com o seu retorno, Rivaldo pediu para deixar o Barcelona.
Assim, se encerrava a sua passagem na Catalunha, com 235 jogos e 130 gols marcados.
1999: Rivaldo: melhor do mundo e conquista da Bola de Ouro
Na temporada 1998-99, Rivaldo já estava consolidado com a camisa do FC Barcelona e se firmou como o principal jogador do clube. Mais uma vez conquistou a La Liga, sendo novamente vice-artilheiro com 24 gols marcados e de quebra faturou a Copa do Rei. O fato curioso é que mesmo não sendo um atacante fixo, Rivaldo conseguiu marcar um número impressionante de gols.
O craque também foi excepcional com a camisa da seleção brasileira, sendo o artilheiro da Copa América de 1999 com 4 gols. Por conta de suas atuações, conseguiu guiar o escrete brasileiro rumo a mais um título.
Por jogar bem, tanto em seu clube, quanto na seleção, Rivaldo se tornou o melhor jogador do mundo, em um ano bastante acirrado. Além do craque brasileiro, outros jogadores estiveram na disputa, como David Beckham (atual campeão da Liga dos Campeões), Gabriel Batistuta e Zinedine Zidane. Mesmo com o páreo duro e sem o principal título europeu – que sempre teve muito peso – Rivaldo conseguiu o prêmio da FIFA.
2002-2004 – Rivaldo no Milan: títulos e reserva
Após a saída conturbada do Barcelona, Rivaldo recebeu uma nova oportunidade para retomar sua carreira, no AC Milan. O craque chegou com status de estrela no clube italiano, que desembolsou U$ 4,5 milhões para com contar com o seu futebol.
Rivaldo chegava a uma equipe recheava de craques, sob o comando de Carlo Ancelotti. Dida,Paolo Maldinie Nesta eram os encarregados de formar uma sólida defesa. Já do meio-campo para frente, Gattuso, Pirlo, Seedorf, Rui Costa, Shevchenko e Inzaghi eram os grandes destaques. Dessa forma, ficou difícil para Rivaldo conquistar uma vaga de titular na equipe, ainda mais que sua posição original estava sendo ocupada pelo português Rui Costa.
Assim, o craque brasileiro conquistou a Liga dos Campeões da temporada 2002-03 com o Milan, passando muito tempo na reserva. Da mesma maneira, faturou o título da Copa da Itália e da Supercopa da Europa.
A esperança de Rivaldo com a camisa do Milan se renovou após uma reformulação no elenco. O meia Rui Costa deixava a equipe para retornar ao SL Benfica, porém um outro craque, também brasileiro, chegava para ser dono da posição. A jovem promessa Kaká era a grande sensação do futebol mundial, deixando Rivaldo ainda mais tempo na reserva.
Sem grandes oportunidades no Milan, Rivaldo deixou a equipe com 3 títulos conquistados, apenas 40 partidas disputadas e 8 gols marcados.
Ao deixar o Milan, Rivaldo retornou ao Brasil, para jogar no time mais badalado de 2004, o Cruzeiro EC. O clube celeste havia acabado de conquistar a tríplice coroa e o cenário para o atacante brilhar na equipe era o melhor possível.
Porém, não foi isso o que aconteceu. Rivaldo parecia longe de sua forma ideal e mais lento do que o habitual, fazendo com que logo a torcida perdesse a paciência. Dessa forma, todo o valor investido para trazer o jogador foi por água abaixo, o que culminou na demissão do técnico Vanderlei Luxemburgo. A cúpula cruzeirense creditava ao treinador o fracasso da contratação e o desperdício de dinheiro com gastos exorbitantes.
Assim, Rivaldo passava pelo Cruzeiro de maneira apagada, mal participando do título mineiro, com apenas 11 partidas e dois gols marcados.
2004-2008: De volta à Europa, chega para ser o craque do Olympiakos
Em mais uma oportunidade, Rivaldobuscava reencontrar o seu futebol e para atingir esse objetivo, decidiu se aventurar no futebol grego. Em 2004, o craque se apresentou em uma das equipes mais tradicionais do país, o Olympiakos.
Na equipe, Rivaldo se tornou o principal jogador do país, sendo decisivo na conquista do tricampeonato grego e do bicampeonato da Copa da Grécia. Inclusive, foi eleito o melhor jogador do Campeonato Grego por três vezes seguidas, entre 2005 e 2007, quando conquistou os três títulos da competição.
Porém, o jogador teve que encerrar a sua brilhante carreira no clube, após problemas de salários. Rivaldo reclamava à equipe sobre atrasos salariais, que não foram resolvidos, causando impaciência no jogador. Dessa forma, o craque brasileiro saiu do Olympiakos rumo ao AEK, com 95 partidas disputadas e 43 gols marcados.
2008-2015: Peregrinação por diversos times até a aposentadoria
Encerrando a sua passagem no futebol grego, Rivaldo passou a peregrinar no futebol brasileiro e mundial. Em decadência na carreira, o craque do penta jogou em equipes tradicionais como o São Paulo FC, mas também se aventurou em clubes desconhecidos e do interior paulista.
Em suas passagens por clubes desconhecidos no mundo, Rivaldo usou a camisa do Bunyodkor do Uzbequistão. No país, o craque brasileiro foi rei e conquistou o tricampeonato uzbeque, sendo artilheiro em 2009 e conquistou o bicampeonato da Copa do Uzbequistão. Em outra equipe pouco conhecida, Rivaldo se destacou com o manto Kabuscorp da Angola, no qual foi melhor jogador estrangeiro da temporada em 2012.
Atuando em clubes do interior, Rivaldo vestiu as camisas de São Caetano em 2013 e Mogi Mirim em 2014. No Azulão, o meia-atacante teve passagem apagada contando apenas 16 jogos e no time do Sapão, voltou para ser jogador e presidente.
Em tantas passagens por clubes, com algumas aventuras, Rivaldoprocurava novos desafios, para mostrar que ainda podia atuar em alto nível. Lembrando que o craque já beirava os 40 anos no período de sua peregrinação nesses diversos clubes.
2011: Rivaldo no São Paulo: alternância entre reservas e titulares
Em busca de uma nova estrela para abafar o mau momento que estava vivendo, o São Paulo FC resolveu apostar na contratação de Rivaldo. O jogador de 38 anos chegava com a sua reputação de pentacampeão mundial e isso poderia mudar o clima dentro da equipe tricolor.
Porém, o jogador não conseguiu se firmar como titular absoluto, como era de se esperar. Rivaldo oscilou entre a titularidade e a reserva e até conseguiu alguns bons momentos com a camisa do São Paulo. Um deles foi justamente em sua estreia no Morumbi, em que marcou um gol de coxa contra o Linense pelo Campeonato Paulista.
Um dos motivos para Rivaldo não ter se firmado entre os titulares do São Paulo, pode estar relacionado à sua relação conturbada com os técnicos que passaram por lá. Durante a temporada em que esteve na equipe, três treinadores dirigiram o tricolor e entre eles estavam Paulo Cesar Carpegiani, Emerson Leão e Adilson Batista. Foi justamente com Carpegiani que o jogador teve uma séria discussão após eliminação da Copa do Brasil.
Em um clima conturbado, entre titularidade e reserva, Rivaldo deixou o São Paulo com 46 partidas disputadas e 7 gols marcados. Talvez um de seus maiores prazeres na equipe foi atuar ao lado de Rogério Ceni, com quem havia conquistado o penta da Copa do Mundo.
2014-2015 – Rivaldo e Rivaldinho jogam juntos na volta para o Mogi Mirim
Após peregrinar em algumas equipes do Brasil e do mundo, Rivaldo, que já era presidente do Mogi Mirim desde 2008, resolveu se contratar em 2014. Tamanha era sua importância, que conseguiu se tornar presidente e jogador do clube que o projetou para o futebol.
Em 2014, Rivaldo atuou em poucas partidas, ainda no inicio do ano, que foram suficientes para promover seu clube. O craque, além de jogar, pensava em como gerir o Mogi Mirim e dessa forma passou o ano praticamente fora dos gramados. Como gestor, Rivaldo obteve sucesso, até porque sua equipe havia conseguido o acesso para a serie B do Brasileirão da temporada seguinte.
Com a cabeça muito mais fora do que dentro de campo, Rivaldo decidiu se aposentar, porém mudou de ideia em meados de 2015. Tudo isso porque queria ajudar seu clube que estava em má campanha na série B.
Inclusive, Rivaldoteve outra motivação para voltar a jogar, pois atuaria ao lado de seu filho Rivaldinho, com quem já havia jogado junto no Paulistão de 2014. Mas em 2015, a dupla conseguiu um feito ainda mais especial, pois ambos marcaram gols na mesma partida. O filho do craque de apenas 20 anos, marcou dois tentos e Rivaldo marcou um de pênalti. Algo raro na história do futebol, que foi visto em poucas oportunidades.
O envolvimento de Rivaldo e sua família com o Mogi Mirm era tão grande, que até a sua esposa Eliza Kaminski Ferreira foi vice-presidente do clube. Já seu filho Rivaldinho, além de jogar, tinha outro cargo no clube, o de presidente do conselho deliberativo.
Em sua história pelo Mogi Mirim, contando 3 passagens, Rivaldo atuou em 52 jogos e marcou 28 gols.
2015 – Rivaldo se aposenta e vida pós-aposentadoria
Aos 43 anos de idade, Rivaldo decidiu se aposentar de vez como jogador profissional, por não aguentar mais seus problemas no joelho. Inclusive, um mês depois, o craque deixou o cargo de presidente do Mogi Mirim, fazendo parte apenas do conselho do clube.
Seu último jogo oficial foi no empate contra o Luverdense, pela série B do Campeonato Brasileiro. Essa partida ficou marcada por diversas homenagens prestadas ao jogador, que periodicamente é homenageado por clubes e atletas, por tudo que fez pelo futebol. Até por isso, no ano de 2016, Rivaldo também foi lembrado pelo FC Barcelona e passou a jogar no elenco de lendas da equipe, juntamente com Ronaldinho Gaúcho.
Pouco depois, em 2018, o craque se afastou de vez do Mogi Mirim, o que se tornou um dos momentos mais delicados de sua vida no futebol. Rivaldo foi acusado por conselheiros, de se apropriar do clube de maneira indevida, o que resultou em uma batalha judicial.
1993-2004 – Rivaldo na seleção brasileira
Em 1993, Rivaldo havia se destacado com a camisa do SC Corinthians e conquistado o prêmio Bola de Prata do Brasileirão. Não demorou muito para ser convocado para a seleção brasileira, o que ocorreu ainda no mesmo ano, em amistoso contra o México. O craque logo mostrou seu talento em campo e marcou o único gol da partida.
Porém, mesmo com essa boa aparição, o nome de Rivaldo não foi lembrado para a Copa do Mundo de 1994. Logo depois, o craque foi convocado para algumas partidas, incluindo a Copa Umbro de 1995, mas só foi se firmar na seleção brasileira a partir de 1996. Foi nesse ano, que Rivaldo conquistou o bronze nos jogos olímpicos de Atlanta.
No ano seguinte, o craque conquistou a Copa das Confederações com a seleção brasileira. Em 1998, foi titular do elenco que chegou à final da Copa do Mundo na França, com grandes atuações, fazendo parte inclusive, da seleção daquela copa.
Mas, o melhor estaria por vir, pois Rivaldo fez uma grande Copa América com a seleção brasileira e faturou o título em 1999. O craque foi artilheiro da competição com 5 gols e de que quebra foi eleito o melhor jogador. Essa grande atuação foi uma pequena amostra do que seria o seu desempenho na Copa do Mundo de 2002.
Após vencer o título em 2002, Rivaldo passou a ser esquecido pela seleção, devido às suas más atuações e muita concorrência. Seu último jogo foi em 2003, no empate com a seleção uruguaia, valido pelas eliminatórias. O craque não teve uma partida de despedida, digna de sua carreira no escrete brasileiro.
Em seus 10 anos servindo a seleção, Rivaldo atuou ao lado de grandes gênios, como Ronaldo, Ronaldinho, Bebeto, Raí, Cafú e Roberto Carlos. Nesse meio tempo, marcou 35 gols em 75 partidas.
Copa de 2002: Ronaldo Nazário e Rivaldo como grandes protagonistas do Brasil
Em alta no futebol mundial, ainda mais após ter sido o melhor jogador do mundo, Rivaldo foi convocado para a Copa do Mundo de 2002. O craque chegava como um dos principais nomes da seleção brasileira para o primeiro mundial que seria realizado no continente asiático, especificamente no Japão e Coréia do Sul.
Em sua estreia, foi muito importante em um jogo difícil contra a Turquia. O Brasil perdia por 1 a 0 até o intervalo, porém na volta do jogo, o escrete canarinho virou a partida, com um gol e uma assistência de Rivaldo. Suas brilhantes atuações não se limitaram a apenas esse jogo, pois o craque voltou a jogar bem contra China, Costa Rica, Bélgica e seleção inglesa.
Contra os ingleses, Rivaldo marcou o primeiro gol que abriu caminho para a virada da seleção brasileira. O craque brasileiro jogou dessa forma brilhante naquela copa inteira, fazendo gols e sendo importante nas construções de jogadas. Era praticamente impensável não contar com seu futebol.
Os únicos jogos em que Rivaldo não marcou naquela copa foram na fase semifinal e final, contra Turquia e seleção alemã. Porém, suas atuações foram determinantes para que o Brasil vencesse esses dois jogos e erguesse a taça do pentacampeonato. Ainda mais na decisão contra os alemães, em que as principais jogadas passavam pelos pés de Rivaldo.
Apesar de genial naquela copa, Rivaldo tem seu nome esquecido, quando se trata do protagonismo daquela competição. Conseguiu ser lembrado apenas por fazer parte do elenco da seleção do torneio, mas não recebeu a alcunha de principal jogador do escrete canarinho. Essa fama ficou com Ronaldo, que formou uma ótima dupla com Rivaldo e se tornou o artilheiro daquela copa.