Troféu Ramón Carranza: Grande palco para as Academias do Palmeiras
Índice
- 1 Verdão era destaque na “Taça das Taças”
- 2 Vitrine para o Verdão
- 3 A Primeira Academia de Futebol da SE Palmeiras
- 4 A Segunda Academia de Futebol da SE Palmeiras
- 5 Troféu Ramón Carranza 1969: Primeiro título da Academia
- 6 Troféu Ramón Carranza 1974: Palmeiras conquista o bicampeonato
- 7 Troféu Ramón Carranza 1975: Afirma seu poderio internacional
- 8 Troféu Ramón Carranza foi vitrine para jogadores da Academia
Verdão era destaque na “Taça das Taças”
Competição que é realizada até os dias de hoje na Espanha, a primeira edição do torneio Troféu Ramón de Carranza aconteceu em 1955. Competição de pré-temporada para os clubes da Europa, durante toda a sua história recebeu algumas das mais icônicas equipes do futebol mundial, entre elas: o Real Madrid de Alfredo Di Stéfano, o Barcelona de László Kubala e Evaristo de Macedo. Também o Benfica de Eusébio, o Flamengo de Zico e o São Paulo de Telê Santana e Raí.
Mas e meio a estas grandes equipes do futebol mundial, aqui vamos detalhar um pouco sobre as participações da Academia de Futebol da Sociedade Esportiva Palmeiras nas décadas de 1960 e 1970. Com um período em que tiveram um desempenho notável na competição, a equipe alviverde conquistou três vezes o Romón de Carranza, nos anos de 1969, 1974 e1975. Inclusive, neste período o torneio na Espanha era mais valorizado, sendo conhecido como a “Taça das Taças”.
Vitrine para o Verdão
Maior vencedor brasileiro da competição ao lado do Vasco da Gama, o Troféu Ramon Carranza ainda serviu como vitrine para que alguns dos mais notórios jogadores naquele período do Palmeiras chamassem a atenção do futebol europeu. Em 1974, César Maluco se destacou tanto na competição que despertou o interesse do Real Madrid em seu futebol. Porém, a negociação foi travada pela diretoria alviverde e a transferência acabou não se concretizando.
Na temporada seguinte foi a vez de Luís Pereira e Leivinha despertarem a atenção de outra equipe da capital espanhola, o Atlético de Madrid. Porém, ao contrário do que houve com César Maluco, essa negociação deu certo.
Além de ter encantando o público nos gramados do Brasil, com a conquista do pentacampeonato brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras das academias ainda teve momentos para encantar o mundo. Vale destacar que naquele período o clube chegou a rivalizar com, nada menos, do que o Santos Futebol Clube, de Pelé e cia.
A Primeira Academia de Futebol da SE Palmeiras
A primeira Academia de Futebol já tinha vencido o Paulistão de 1963 e o Rio-São Paulo de 1965 e 1966. Com um Ademir da Guia mais experiente, o Palmeiras conquistou seu 15º Paulistão e, com isso, tornou-se o maior vencedor da história do torneio à época. pic.twitter.com/wAAgYQ9Dy0
— Bernardo (@BERNARDOVERDAO) March 19, 2019
No inicio dos anos 1950, o Palmeiras viveu grandes momentos de glória, principalmente com a conquista da Copa Rio de 1951, importante torneio mundial que anos depois acabou chancelado pela FIFA como uma conquista mundial. Porém, logo depois, a equipe amargou uma fila de oito anos sem conquistas, e somente se recuperou após o surgimento de uma nova geração.
Conhecida como Academia, tamanha era a qualidade do futebol que a equipe demonstrava, acabou como campeã paulista de 1959. Dali em diante essa geração deslanchou e faturou diversos títulos, entre os mais importantes:
. Taça Brasil de 1960 e 1967
. Campeonato Paulista de 1963 e 1966
. Torneio Rio-São Paulo de 1965
. Roberto Gomes Pedrosa de 1967 e 1969
. Troféu Ramon Carranza de 1969
Obviamente que, para montar um time vencedor como este, jogadores lendários da história palmeirense seriam capazes de tal proeza.
Dessa forma, na Primeira Academia de Futebol do Palmeiras, jogadores como Ademir da Guia, Djalma Dias, Djalma Santos, Servílio e Vavá eram a base. Além disso, durante o decorrer da Academia chegaram mais craques como Dudu e Tupãnzinho. E por contar com um elenco tão qualificado, o Palmeiras da Primeira Academia conseguiu a proeza de bater de frente com o Santos de Pelé.
Naquele período, mesmo ficando atrás em número de vitórias atrás do Peixe, o Verdão era uma pedra no sapato do clube do litoral. Em 64 partidas no início da Primeira Academia, o Verdão venceu 20, foi derrotado em 29 e, em 15, acabou com o empate. Sem contar que no único jogo decisivo entre as duas potências, o time alviverde levou a melhor no Paulistão de 1960. Na ocasião o Palmeiras venceu por 2 a 1.
A Segunda Academia de Futebol da SE Palmeiras
Com o fim da Primeira Academia de Futebol do Palmeiras, que teve um desmanche no início dos anos 1970, porém, novos jogadores foram contratados para compor uma nova e forte geração palmeirense. O que seria a Segunda Academia de Futebol do Palmeiras.
Nessa nova fase da história palmeirense chegaram jogadores como Emerson Leão, Luís Pereira, Alfredo, César Maluco e Nei. Nesse meio tempo, o Verdão ainda contou com a chegada de Jorge Mendonça para dar ainda mais qualidade ao elenco. Todos comandados pelo lendário técnico Oswaldo Brandão, que seria o treinador que mais iria se destacar naquele período.
Sendo assim, essa geração daria continuidade aos títulos palmeirenses. Dentre eles:
. Bicampeonato brasileiro de 1972 e 1973
. Campeonato Paulista de 1972, 1974 e 1976
. Dois títulos do Ramón Carranza em 1974 e 1975
Troféu Ramón Carranza 1969: Primeiro título da Academia
Com uma grande equipe no cenário do futebol brasileiro e sul-americano, o Palmeiras começou a chamar atenção nos quatro cantos do mundo ainda na década de 1960. Dessa forma, em 1969, o clube foi convidado para participar do Troféu Ramón Carranza na cidade de Cádis. E junto com o Verdão, foram convidados grandes times daquela época como o Real Madrid, Atlético de Madrid e os Estudiantes da Argentina.
No torneio, os comandados do mítico treinador Rubens Minelli estrearam contra o Atlético de Madrid. E esta estreia foi muito disputada, com o time alviverde abrindo o placar com um gol de Cardoso. Porém, no inicio da segunda etapa, Gárate marcou para os espanhóis, levando a disputa para os penalidades máximas. Nas penalidades o Verdão levou a melhor e venceu com duas cobranças convertidas, contra uma de seus adversários.
Na decisão, o Palmeiras teve que encarar mais uma equipe de Madrid, dessa vez o Real Madrid. Em contrapartida, o duelo contra os Blancos foi um pouco mais fácil, tendo em vista que o Verdão venceu pelo placar de 2 a 0. Zé Carlos abriu o marcador para a equipe palestrina, ainda no inicio do primeiro tempo, enquanto Dé ampliou já na segunda etapa.
Dessa forma, a Primeira Academia do Palmeiras conquistaria pela primeira vez o Troféu Ramón Carranza.
Troféu Ramón Carranza 1974: Palmeiras conquista o bicampeonato
⚽️ Palmeiras 2×1 Español-ESP
O placar aconteceu em 1974, há exatos 45 anos, quando o Verdão venceu o clube espanhol e conquistou o bicampeonato do troféu Ramón Carranza 🏆🏆Confere aí os gols da partida 👇#MemóriaAlviverde pic.twitter.com/t71v5yV9IZ
— SE Palmeiras (@Palmeiras) September 1, 2019
Após o sucesso em sua primeira aparição no Troféu Ramón Carranza, em 1974 o Palmeiras – já com a sua Segunda Academia de Futebol, o clube brasileiro voltou a ser convidado. E assim como em sua primeira participação, a equipe alviverde voltou a dar espetáculo, levantando pela segunda vez o troféu da competição.
Porém, dessa vez, a missão do Verdão não foi nada fácil, ainda mais tendo em vista que no torneio também estavam presentes o FC Barcelona e o Santos FC. Além do Espanyol/ESP. Naquele ano, os culés contavam com um grande time que era, inclusive tendo em seu elenco Johan Cruyff, o lendário jogador holandês. Já o Peixe ainda contava com o Rei Pelé, que estava em seu último ano com a camisa do clube.
Sendo assim, logo na estreia, contra o Barcelona, um difícil embate difícil pela frente. Mas os comandados de Oswaldo Brandão não sentiram muito a dificuldade do jogo e venceram por 2 a 0. Leivinha e o atacante Ronaldo anotaram os gols do time palmeirense.
Após a estreia, o Palmeiras parecia ter um confronto teoricamente mais fácil contra o Espanyol, que havia batido o Santos no outro confronto por 2 a 0. Porém, não foi isso que aconteceu, já que o Espanyol não se mostrou como um adversário fácil. E após Leivinha abrir o marcador, os espanhóis empataram logo na segunda etapa. Mas foi o zagueiro Luís Pereira quem marcou o gol salvador na reta final da partida, e que resultaria no segundo título alviverde.
Troféu Ramón Carranza 1975: Afirma seu poderio internacional
No dia 31 de agosto de 1975, o Palmeiras venceu o Real Madrid por 3 a 1 e conquistou o Troféu Ramón de Carranza, um tradicional torneio amistoso da Espanha. O triunfo do Alviverde contra os Meregues completa 45 anos nesta segunda-feira. pic.twitter.com/Q7m2Ss2nsP
— Palmeiras Mil Gr (@GrPalmeiras) August 31, 2020
Ao que tudo indicava, o Troféu Ramón Carranza parecia ter a cara da Sociedade Esportiva Palmeiras naquela época. Dessa forma, a equipe foi convidada mais uma vez para participar da competição.
Em mais uma caminhada pelo título, o clube alviverde participou da competição ao lado de Real Madrid, Real Zaragoza e Dínamo Moscou. Sua estreia aconteceu contra o time de Zaragoza e, em um placar apertado, o Verdão venceu por 1 a 0 com gol solitário de Ademir da Guia.
Na sequência, o Verdão encontrou o Real Madrid em mais uma oportunidade para fazer a grande final. E como da outra vez, o time alviverde sobrou para cima dos seus adversários e conseguiu um expressivo placar de 3 a 1. O primeiro gol do Palmeiras saiu já na segunda etapa com Edu e pouco depois, Leivinha e Itamar ampliaram. Ainda deu tempo para os Blancos diminuírem no final, com gol do alemão Paul Breitner, mas que não impediu o título palmeirense.
Troféu Ramón Carranza foi vitrine para jogadores da Academia
Já em sua Segunda Academia de Futebol, o Palmeiras chamou a atenção do futebol europeu, ao conquistar os títulos do Troféu Ramón Carranza. Por conta disso, alguns de seus atletas despertaram o interesse de grandes clubes do futebol espanhol, país onde é realizado o torneio.
Em 1974, o atacante César Maluco foi quem despertou o interesse do Real Madrid, após o duelo decisivo entre os Blancos contra a SE Palmeiras. Naquela época, os espanhóis entendiam que um centroavante como César seria essencial para a equipe. Porém, o alviverde barrou a negociação, e a partir dali, o atacante começou a ficar em baixa no clube brasileiro. Tanto é que, logo no ano seguinte, ele acabou negociado com o arqui-rival SC Corinthians, contra a própria vontade.
Já em 1975, Luís Pereira e Leivinha foram os jogadores que despertaram o interesse de um outro gigante do futebol espanhol, o Atlético de Madrid. Ambos fizeram muito sucesso pelo clube, conquistando um título espanhol e outro da Copa do Rei. Sendo que Luís Pereira se destacou ainda mais, tanto que até hoje é considerado um dos maiores ídolos da história do clube colchonero.
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