Mané Garrincha

Atacante, Ponta-direita
724 Jogos Oficiais
8 Títulos Oficiais
276 Gols Marcados
Mané Garrincha Brasil - Pau Grande - Rio de Janeiro
Nascimento 28 de outubro de 1933
Falecimento 20/01/1983
Apelidos Mané, Garrincha, Anjo das Pernas Tortas
Carreira Início: (1953) Botafogo
Término: (1972) Olaria
Características Altura: 1,69 m
Destro
Posição / Outras posições Ponta direita / Atacante
Copa do Mundo

1958, 1962

Perfil / Estilo do jogador

Alegre, malandro, irreverente, habilidoso, “moleque”, Garrincha tinha todas essas qualidades que o tornaram um dos maiores do esporte. Mesmo com um joelho “para dentro” e outro “para fora”, as pernas tortas de Mané não atrapalhavam seu estilo de jogo na ponta direita. Sua movimentação com a bola era única no mundo, driblava com muita facilidade, criava chances claras para os companheiros, chutava bem com as duas pernas e cabeceava com precisão, estas eram suas principais características, um jogador completo.

Categoria de base

Data Clube    
1948-1952 Pau Grande    
1953 Serrano    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1953-1965 Botafogo 614 245
1966-1968 Corinthians 13 2
1968 Atlético Junior de Barranquilla 1 0
1968-1969 Flamengo 15 4
1969 Novo Hamburgo 1 0
1969-1972 Foot Ball Club Rio-Grandense 1 0
1972 Olaria 10 1

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1955-1966 Brasil 60 17

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Botafogo Campeonato Carioca 1957, 1961, 1962
Botafogo Torneio Rio-São Paulo 1962, 1964
Corinthians Torneio Rio-São Paulo 1966

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1958, 1962

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Melhor jogador do Campeonato Carioca 1957, 1961, 1962 Botafogo
Bola de Ouro da Copa do Mundo da FIFA 1962 Brasil
Equipa das estrelas da Copa do Mundo da FIFA 1958, 1962 Brasil
Segundo Maior jogador Brasileiro do Século XX IFFHS 1999 Brasil, Botafogo
Quarto Maior jogador Sul-americano do Século XX IFFHS 1999 Brasil, Botafogo
Oitavo Maior jogador do Mundo do Século XX IFFHsS 1999 Brasil, Botafogo
Seleção de Futebol do Século XX 1981, 1988, 1994, 1996, 1997, 1999, 2004 Brasil, Botafogo

Desempenho

0,38
Média
Gols por jogo
0,42
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
3
Passe
4
Controle de Bola
4
Drible
5
Velocidade
5
Técnica
5
Finalização
4
Condicionamento Físico
3
Fundamentos Defensivos
1

Biografia

Mané Garrincha: o craque das pernas tortas

Mané Garrincha era um dos maiores dribladores de todos os tempos.

“Só Mané Garrincha poderia fazer isso. Porque Garrincha não acredita em ninguém e só acredita em si mesmo.”

Não há como definir como Mané Garrincha atuava a não ser com essa frase de Nelson Rodrigues, em sua crônica sobre a vitória do Brasil sobre a União Soviética em 1958. Manoel Francisco dos Santos foi sem dúvidas um dos maiores jogadores que o futebol já viu em toda sua história. Com suas pernas tortas era um exímio driblador e seu futebol alegre era uma clássica definição do brasileiro para o mundo.

Fez parte do maior time da história do Botafogo / RJ, clube que o consagrou, ao lado de grandes jogadores como Didi, Zagallo, Amarildo e de seu grande amigo Nilton Santos. A maior parte de sua carreira foi com a camisa do Fogão, onde conquistou muitos títulos. Logo depois de consagrado jogou pelo Corinthians, Flamengo e Olaria, já sem o mesmo brilho de outrora.

Nos tempos de Botafogo, um dos melhores times do país, rivalizou diretamente com outro grande elenco, o Santos FC de Pelé durante o fim da década de 1950 e no início dos anos 1960. Pelé foi seu grande companheiro vestindo as cores da Seleção Brasileira, e juntos conquistaram o mundo em duas oportunidades, 1958 e 1962. 

Possivelmente, ninguém representou o futebol brasileiro tão bem quanto Mané Garrincha. Foi um dos primeiros a exibir tais qualidades individuais aliando muita técnica com dribles desconcertantes que arrancavam risadas dos torcedores. Era impossível não reverenciar ou apreciar sua forma de jogar, que colocou o estilo brasileiro no mapa do futebol mundial para sempre.

Infância, histórico e inspirações

A origem humilde de Mané Garrincha, nascido em 28 de outubro de 1933, se deu em Pau Grande, distrito de Magé, a aproximadamente setenta quilômetros da capital Fluminense. Na pequena cidade tomada por indústrias, Manoel dividiu o mesmo teto com seus pais e seus quinze irmãos. Constantemente era visto jogando futebol pelos campinhos próximo a sua residência.

Na biografia escrita por Ruy Castro de nome “Estrela Solitária: um brasileiro chamado Garrincha” lançada em 1995, o autor apurou que Mané Garrincha era bisneto de índios fulni-ôs. Inclusive, seu pai foi criado na aldeia antes de se mudar ao estado de Rio de Janeiro. Esta descendência trouxe comparações inevitáveis dos povos indígenas com o jeito de ser de Mané e seu espírito indomável que remete muito a esta origem.

Com quinze anos começou a trabalhar na fábrica de tecidos da cidade para ajudar na renda de sua casa. A fábrica detinha um time amador, no qual o craque começou a dar seus primeiros passos em busca do sonho de jogar futebol, mas o treinador não lhe dava oportunidades. Com isso, Garrincha buscou o Serrano da vizinha Petrópolis para atuar, e logo foi chamado para atuar novamente no clube amador de Pau Grande.

Sua indisciplina como trabalhador quase o levaram a demissão em muitos momentos, mas por conta de suas atuações aos domingos, recebia novas oportunidades no serviço às segundas-feiras. Ouviu no rádio a perda da Seleção Brasileira na Copa de 1950, com alguns craques e ídolos que logo encontraria em sua jornada no futebol anos depois, algo que pode tê-lo motivado a seguir em busca de seu sonho.

 

Apelido de Mané Garrincha: por que e como surgiu?


Na infância, como veio de uma pequena cidade no interior do estado do Rio de Janeiro, o jovem Mané tinha um hobby para passar o tempo quando não estava jogando futebol com os pés descalços nos campos de terra batida. Ele gostava de caçar pássaros junto a seus irmãos.

Na região, existe uma espécie conhecida como garrincha, e ao caçar alguns desses pássaros, sua irmã o viu pegando um deles e decidiu apelidá-lo com este nome . E assim, o nome do pássaro ganhou o mundo, nos pés do craque que gostava de caçá-los.

 

Pernas de Garrincha: fardo ou vantagem?


O Anjo das Pernas Tortas como ficou conhecido em sua carreira, nasceu com uma deformidade praticamente irreversível na época. A distrofia física do ídolo do Botafogo / RJ era facilmente visualizada, por conta da diferença de seis centímetros que sua perna direita tinha a menos que a esquerda, e seus joelhos, ambos voltados para o lado esquerdo, caracterizavam “um para dentro e outro para fora”.

Atualmente, um jogador com tal anomalia, jamais teria conseguido atuar profissionalmente como Mané Garrincha conseguiu e ainda mais, utilizar a seu favor. Em muitas histórias, ex-companheiros e o próprio craque afirmavam que os adversários viam as pernas tortas de Mané e desdenhavam de sua capacidade. Um grande engano, pois era só o ponta direita pegar na bola, para o festival de dribles começar.

 

1953-1965 – Início e ascensão de Mané Garrincha com a camisa do Botafogo


As pernas tortas de Mané Garrincha prejudicaram o início de sua carreira, não por conta de problemas relacionados ao físico do atleta, mas por conta de alguns clubes não darem oportunidades para ele. Depois de ser recusado no Vasco da Gama e São Cristóvão o jovem recebeu uma oportunidade de treinar no Botafogo em 1953.

Logo nos primeiros contatos com a bola no treino em General Severiano, Mané Garrincha deixou o lateral esquerdo Nílton Santos atordoado devido a um drible. Mané colocou a bola entre as pernas de Nílton, algo que A Enciclopédia do Futebol não estava acostumado. Então, o lateral chegou na direção do clube e recomendou a contratação de Mané, para nunca mais tomar dribles e não o perder para outra equipe.

Estreou na equipe alvinegra contra o Bonsucesso, e logo mostrou a que veio, marcou três gols na vitória por 6 a 3. No alvinegro se tornou um dos principais jogadores do planeta e o maior driblador de sua época, sendo peça fundamental na conquista de diversos títulos pelo clube. Foram dezoito conquistas no Botafogo, entre as principais estão três títulos Cariocas, dois Rio-São Paulo e muitos torneios fora do país, onde eram comuns excursões para jogar contra europeus.

Disputou 612 partidas pelo alvinegro e marcou 245 gols, além de dar muitas assistências com sua jogada característica, driblando pela direita e jogando a bola na direção da pequena área. É o terceiro maior artilheiro do clube, atrás de Quarentinha e Carvalho Leite. Durante sua passagem pelo Botafogo, o alvinegro era considerado um dos elencos mais fortes do Brasil, rivalizando com o Santos de Pelé.

Seus principais parceiros no Fogão foram Zagallo, Amarildo, Didi e seu amigo Nílton Santos. Lado a lado, o lateral esquerdo e Mané,  são considerados os maiores ídolos da história do Botafogo. Garricha ainda conquistou alguns prêmios individuais, como em 1957, 1961 e 1962 de melhor jogador do Campeonato Carioca. No mesmo ano mágico de 1962, foi o melhor da decisão da Copa Interestadual de Clubes.

Garrincha, Didi, Nilton Santos e Zagallo: parceira no Botafogo e seleção brasileira

O Botafogo da época na qual Mané Garrincha fez parte era considerado um dos melhores times do mundo. Não era para menos, com um elenco recheado de craques o clube conquistou diversos títulos e revelou outros jogadores importantes no período.

Assim, uma verdadeira seleção compunha o elenco botafoguense, e não à toa, muitos craques daquele time fizeram parte da Seleção Brasileira por muitos anos. Nílton Santos, Didi e Zagallo já haviam vestido a camisa do país antes de Mané, que estreou no escrete nacional em 1955 no empate contra o Chile. Em 1962, encontrou Amarildo, o “Possesso”, que substitui Pelé após a lesão no mundial, que também era companheiro no Fogão.

Homenagens do Botafogo a Mané Garrincha: a imortalizada camisa 7

Toda alegria que Mané Garrincha apresentada em campo, aliada com sua habilidade, poder de decisão e jogadas imortalizadas renderam diversas homenagens ao craque após deixar os gramados e depois de seu falecimento.

A camisa 7, vestida por Mané Garrincha, passou a ser usada por jogadores de maior qualidade dos elencos do Botafogo, diferente de outros clubes que usam a camisa 10. Após o craque imortalizar o número, alguns grandes craques a usaram, como Jairzinho (o Furacão da Copa de 1970), Rogério (também campeão mundial em 1970), Maurício (marcou o gol do título Carioca em 1989 quebrando o jejum de 21 anos de títulos do clube), Túlio Maravilha (artilheiro do Brasileiro de 1995) e mais recentemente Dodô, o artilheiro dos gols bonitos.

Uma das principais menções ao Anjo das Pernas Tortas é o batismo do Estádio Nacional de Brasília. Inaugurado no ano de 1974, o estádio que tinha o nome de um Governador do Distrito Federal da época, Hélio Prates da Silveira. Mas nos anos 1980 recebeu a alteração do nome para Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha . O estádio foi totalmente reformado para o Mundial de 2014 e se tornou um dos principais palcos do país.

O craque também dá nome ao museu que fica nas dependências do Estádio do Maracanã, um dos mais importantes do futebol do Brasil. Em outra homenagem, em frente ao Estádio Nílton Santos, casa atual do Botafogo, há uma estátua de Mané Garrincha construída em 2010.

Mane Garrincha foi eleito em algumas oportunidades para fazer parte de times históricos com os melhores jogadores de cada posição da história do esporte. Foi assim na Revista Placar em eleição realizada em 1981, Italian FA em 1988, Melhor time das Copas em 1994 e em outras enquetes em veículos de diversos países.

 

1965-1973: Carreira de Mané Garrincha pós-Botafogo até aposentadoria


Após o ano mágico de 1962, onde conquistou títulos pelo Botafogo e foi o principal jogador da Copa do Mundo de 1962, seu futebol começou a decair por conta de problemas físicos. Com problemas nos joelhos, seu rendimento não era o mesmo, e as dores o tiraram de muitas partidas, precisando de injeções para não sentir os desconfortos.

No final de 1965, após o SC Corinthians mostrar interesse no atleta, o clube carioca decidiu vender Mané Garricha, o que lhe causou algumas mágoas. Mas a humildade de Mané não gerou raiva por conta da movimentação. Depois de não atuar como se esperava no Timão, o gênio atuou pelo Flamengo e o Olaria onde encerrou sua carreira em 1972, mas sem lembrar as atuações de outrora pelo alvinegro de General Severiano.

O craque chegou a atuar pelo Vasco da Gama em um amistoso, mas sua forma física longe do ideal não possibilitaram a contratação pelo clube carioca. Teve passagens relâmpago por outros diversos clubes além dos já citados, que mal são lembradas devido ao pouco brilho, como Portuguesa Santista, Fortaleza, Júnior Barranquilla, Novo Hamburgo, Footbal Club Rio-Grandense e Cordeiro antes de chegar ao Olaria.

1966: Garrincha no Corinthians

Mané Garrincha em rápida passagem no Corinthians.

Devido a decadência física que Mané Garrincha entrou após o auge de sua carreira em 1962, o Botafogo não tinha mais o mesmo interesse em ficar com o atleta. Assim, no final de 1965 o astro se despediu do Fogão para atuar pelo Timão em 1966.

Mesmo com o histórico de lesões recentes, uma multidão foi recepcioná-lo no aeroporto de Congonhas, demonstrando toda expectativa da Fiel Torcida em encerrar o jejum de títulos. O SC Corinthians investiu alto na contratação da grande estrela, foram Cr$ 220 milhões na moeda da época que hoje equivalem a mais de R$ 400 mil, segundo o índice de correção da FGV.

A passagem, no entanto, não foi nem sombra do que se esperava. Claro que o clube sabia das condições físicas de Mané Garrincha, mas o atleta fez apenas treze jogos pelo alvinegro paulista e marcou dois gols. Inclusive, apelido de “Timão” veio por conta da chegada de Mané e outros jogadores ao clube, após publicação no jornal “A Gazeta Esportiva”, em texto de Thomaz Mazzoni.

As atuações de Mané Garrincha, mesmo que abaixo do esperado, o levaram ao mundial de 1966 com a Seleção Brasileira, principalmente no mês que estreou, em março. Mas, ao retornar da Inglaterra, seu preparo físico e seu emocional estavam muito abaixo do Mané de outros tempos. A saída de Osvaldo Brandão do comando técnico e a chegada de Filpo Nuñes desanimaram o atleta que não atuava bem, e assim decidiu deixar a equipe, notificando o então presidente Wadih Helu.

1968-69: Garrincha no Flamengo

A saída do Corinthians rendeu um imbróglio que durou cerca de um ano. Após comunicar o presidente do clube que deixaria o Timão, a diretoria o liberou, porém segurou o passe do jogador, que ficou impedido de jogar por outra equipe. Assim, passou o ano seguinte atuando em partidas amistosas apenas.

Com isso, o seu futebol que já não era nem de perto o mesmo dos tempos de Botafogo / RJ, decaiu ainda mais. Chegou na Gávea no final do ano de 1968 muito acima do peso , mas logo treinou para retomar a forma física. Com a perda de peso, o contrato foi oferecido e Mané Garrincha vestiu o mando Rubro Negro para as excursões no México e América Central.

Realizou apenas vinte jogos no CR Flamengo, e marcou quatro gols, entre partidas oficiais e amistosas. Acabou deixando o clube em 1969 com atuações muito apagadas e depois disso o veterano não conseguiu repetir as boas atuações de seus tempos de ouro.

 

1955-1966 – Mané Garrincha na seleção brasileira


O Anjo das PErnas Tortas com a camisa da seleção brasileira.

A carreira de Mané Garrincha na Seleção Brasileira foi brilhante e repleta de atuações marcantes e dribles desconcertantes em seus adversários. Não importava quem estava a frente de Mané, seria tratado como um “João”, independente da nacionalidade. Essa era a forma humilde dele tratar seus adversários, ninguém colocava medo no Anjo da Pernas Tortas.

Sua primeira partida foi em 1955 no empate contra o Chile, mas um ano antes, houve a discussão de que Mané poderia ter sido convocado para ao Mundial, mas não foi por ser considerado individualista. Certamente fez falta no escrete brasileiro, como ficou evidente nos torneios de 1958 e 1962, onde foi protagonista das conquistas. Na primeira ao lado de Pelé e Vavá e na segunda com um protagonismo solo e maiores atuações da carreira.

Foram sessenta jogos com a camisa da seleção nacional, com incríveis cinquenta e duas vitórias, sete empates e apenas uma derrota. Marcou doze gols, deu muitas assistências e inúmeros dribles que divertiram o público que o assistiu nos estádios por onde jogou.

Garrincha em 1958: começa no banco, mas logo assume titularidade

Garrincha e Pelé comemoram a Copa do Mundo de 1958.

A Copa de 1958 que lançou os nomes de Garrincha e Pelé para o mundo não teve os dois astros nas primeiras partidas da Seleção. Contra Áustria e Inglaterra Garrincha ficou no banco de reservas, mas com a necessidade de vitória contra a poderosa União Soviética de Lev Yashin, Vicente Feola apelou para o futebol do ponta direita.

Na crônica “Descoberta de Garrincha” de Nelson Rodrigues, o autor afirma que o confronto acabou com 3 minutos de partida, logo após o primeiro toque na bola de “Seu” Manoel. “Foi driblando um, foi driblando outro, e consta que, na sua penetração fantástica, driblou até as barbas de Rasputin”, assim, com o avassalador começo de Mané, aos 3 minutos, já haviam sido jogadas duas bolas na trave e um gol marcado por Vavá.

Após a vitória sobre os soviéticos, as boas atuações prosseguiram contra País de Gales e França, levando o Brasil a decisão do mundial. Contra a Suécia, Garrincha criou jogadas para os gols de Vavá que virou o jogo, terminando em vitória brasileira por 5 a 2 . Aquela era a primeira conquista de Copa do Mundo do Brasil e de Mané.

Garrincha em 1962: grande destaque da Seleção na Copa?

No início do Mundial de 1962 o craque Pelé sofreu uma contusão muscular e o time se viu obrigado a achar outro protagonista. Garrincha foi o homem perfeito para substituir o jovem Rei, e logo assumiu o protagonismo da equipe. Mas para isso, Mané haveria de deixar a ponta direita de vez em quando.

Foi assim, que ele se tornou o homem daquela Copa, chamando o jogo para si e marcando gols importantes com o pé direito, de cabeça e de pé esquerdo, todas finalizações maravilhosas. Suas melhores atuações foram contra Inglaterra e Chile que antecederam a grande final contra a Tchecoslováquia.

Criou jogadas importantes na grande final que coroaram suas atuações com o segundo título mundial para o Brasil, e de quebra foi eleito o melhor jogador daquela Copa, artilheiro e possivelmente uma das maiores atuações individuais da história do torneio.

Garrincha em 1966: despedida da copa e da seleção

Mané Garrincha chegou à Copa de 1966 visivelmente fora da forma , mas com lampejos do que já havia jogado em anos anteriores. Esteve no time que estrou na competição, na vitória contra a Bulgária por 2 a 0 marcando um dos gols ao lado de Pelé, na única vez que os craques marcaram no mesmo jogo.

Na derrota contra a Hungria, a atuação foi discreta e Garrincha não atuou na derrota contra a seleção portuguesa que eliminou a Seleção Brasileira. Depois só vestiu as cores do país em poucos amistosos antes de seu jogo de despedida da carreira, no Maracanã em 1973, inclusive com a presença de Pelé. Juntos, os dois nunca sofreram uma derrota com a camisa da Seleção Brasileira, uma marca quase impossível se tratando de grandes jogadores que disputaram 3 Copas do Mundo juntos.

Garrincha e Pelé: jogando juntos, a seleção nunca perdeu!

Juntos, Pelé e Mané Garrincha nunca foram derrotados quando atuando pela Seleção Brasileira. Também, que time do mundo derrotaria o Brasil com dois dos maiores jogadores da história do futebol?

A primeira vez que jogaram juntos, foi no Pacaembu contra a Bulgária antes do Mundial de 1958, com dois gols Pelé e uma assistência de Mané. Ao todo, foram trinta partidas contra outras seleções, com vinte e seis vitórias e quatro empates. Na última exibição em 1966, os dois marcaram os gols da vitória sobre a mesma Bulgária na Copa daquele ano.

 

Elza Soares e Garrincha, casamentos e filhos: para além do mito, vida pessoal conturbada


A vida pessoal de Mané Garrincha foi muito conturbada, como a bagunça que ele causava com as defesas adversárias em campo. Sempre teve fama de mulherengo, mas desde a adolescência manteve uma relação estável com Nair Marques, com quem se casou e teve oito filhas.

A fama com as mulheres lhe rendeu muitos casos extraconjugais, e com isso acabou tendo filhos fora de seus casamentos. Durante o primeiro, se relacionou com uma sueca em uma excursão do Botafogo em 1959 ao país europeu e teve um filho que por lá ficou. Em 1962, iniciou um caso com a renomada cantora Elza Soares, levando o fim de seu casamento com Nair no ano seguinte.

Com a cantora, Mané ficou casado durante dezesseis anos, e só oficializou o casamento em 1966. O abuso de álcool que Garrincha sofreu durante grande parte de sua vida levou o relacionamento com Elza ao fim, por conta do ciúme, agressões, discussões e um acidente que vitimou a mãe da cantora. O casamento rendeu um filho ao casal, mas Manoel Francisco dos Santos Júnior faleceu aos 10 anos de idade em um acidente, após o falecimento do craque.

Ao todo, estima-se que Mané Garrincha teve 14 filhos, e muitos problemas com suas parceiras por conta do alcoolismo. No fim de sua vida enfrentou diversos problemas de saúde e internações decorrentes de seu vício. Não ganhou tanto dinheiro com o futebol como se vê hoje em dia, mas ajudou seus filhos quando teve condições. Ainda assim, passou por um grande esquecimento antes de seu falecimento e problemas financeiros.

 

O adeus da Alegria do Povo: Garrincha morreu do que?


Mané Garrincha faleceu de forma precoce, por causa da bebida.

No fim de sua vida, Mané Garrincha não era lembrado apenas pelo futebol brilhante que apresentou em seus melhores tempos. Mas, por conta de seus escândalos na vida pessoal e problemas relacionados a sua saúde e dinheiro. Faleceu aos 49 anos devido a cirrose hepática, no Rio de Janeiro, em janeiro de 1983.

Sua carreira é contada na biografia realizada por Ruy Castro, que relata com muitos detalhes fatos pouco conhecidos sobre o jogador. O livro “Estrela Solitária” é praticamente uma leitura obrigatória para os interessados na vida de Mané Garrincha. Assim como o documentário “Alegria do Povo”, de Luiz Carlos Barreto e Armando Nogueira, que conta sobre o apogeu do craque em 1962. Ambas as obras  mostram o lado humano e humilde de Mané, que conquistaram o povo.

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