Elza Soares e Garrincha: Paixão que mudou a Copa de 1962!
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Casal se tornou um símbolo do Brasil
Um dos romances mais conhecidos da história do futebol brasileiro, certamente foi entre a cantora Elza Soares e Mané Garrincha. E, enquanto o Anjo das Pernas Tortas era um dos maiores jogadores naquele período do futebol mundial, Elza Soares era uma verdadeira rainha da música brasileira. Sempre aguerrida e forte, também era um símbolo da mulher independente.
Além disso, entre as várias histórias que permeiam o romance dos dois, uma destas histórias pode ser considerada extremamente benéfico para o povo brasileiro. Na conquista da Copa do Mundo de 1962, e um casal inflado em amores, Mané teve a inspiração necessária para ser o protagonista daquela seleção após contusão de Pelé.
Por conta dessa e de outras histórias que a relação entre os dois é uma das mais icônicas entre celebridades no Brasil. Sendo assim, vale a pena relembrar alguns causos dessa inspiradora paixão que atravessou os limites das quatro linhas!
1962: Neném conhece Crioula
Elza Soares e Mané Garrincha se conheceram meses antes da Copa do Mundo de 1962, que seria realizada no Chile. Na ocasião, a cantora estava em pleno auge de seu sucesso, e foi assistir a um treino do Botafogo/RJ, onde conheceria seu futuro companheiro. Seus caminhos se alinharam ainda mais, quando a enciclopédia Nilton Santos e o Doutor Lídio Toledo (médico do Botafogo) bateram a sua porta para pedir ajuda em uma rifa, a fim de que Mané ganhasse um carro. Elza não hesitou e comprou todas elas.
Em seguida, a cantora foi convidada para ser madrinha de Garrincha em um concurso de popularidade entre os jogadores que disputariam o mundial de 1962. Ambos andaram o Brasil inteiro e, a partir dali, nasceria uma paixão entre os dois.
Na época, Garrincha era casado e, por conta de sua nova e arrebatadora paixão, se separou da esposa. Enquanto isso, Elza namorava o lendário baterista Milton Banana – que inclusive era torcedor do Botafogo/RJ e fã de Garrincha – mas após conhecer o ponteiro, terminou seu relacionamento com o músico. Com caminhos livres, em fim, o Neném e a Crioula – como se chamavam – puderam viver o seu romance.
Inspirado, Garrincha vai para a Copa do Mundo de 1962
Apaixonado, Garrincha foi para a Copa do Mundo de 1962 com inspiração de sobra. Tanto que ele prometeu a Elza que conquistaria aquele mundial e o dedicaria para ela.
Ao lado de Pelé, Mané era considerado um dos principais jogadores do Brasil naquele momento, que ainda tinha outros craques como Amarildo, Zagallo, Vavá, Zito e Didi. Vale também destacar que o Brasil era o atual campeão do mundo, com a conquista de 1958, na Suécia. Porém, o Rei do futebol, que havia feito uma partida excepcional contra o México, acabaria por se machucar no segundo jogo da competição, contra a Iugoslávia.
Então, caberia a Mané Garrincha assumir o protagonismo com a seleção brasileira, para mantê-la entre as favoritas da competição.
Mané toma conta do mundial
Época que a seleção era seleção de verdade e tínhamos um Gênio com a amarelinha.
Mané Garrincha foi o melhor jogador da copa de 1962,artilheiro e jogador com maior número de assistências, nunca houve nas edições das copas mais alguém com esse feito!O resto é história!
#foratite pic.twitter.com/INIWJR6sPm— o botafoguense 👍🏻 🇧🇷🏳🏴 (@camisasetebfr) October 8, 2021
E nos jogos da seleção brasileira, lá estava ela, Elza Soares, nas tribunas e de olho em Mané Garrincha. Que naquele momento fazia o seu trabalho, de entortar os zagueiros adversários. E ele seria importante em praticamente todos os lances chaves daquele mundial para o Brasil. Contra a seleção da Espanha, em vitória brasileira por 2 a 1, distribuiu uma assistência.
Seu primeiro balançar das redes naquela Copa, aconteceria logo na partida seguinte. Contra a Inglaterra, já pela fase das quartas de finais, foi dele o primeiro e o terceiro gol que garantiram a vitória brasileira pelo placar de 3 a 1.
Na semifinal, contra os donos da casa, a Suécia, não seria diferente. Garrincha voltou a balançar as redes em mais duas oportunidades. Em vitória por 4 a 2, o ponta-direita anotou o primeiro e o segundo gol brasileiro, que daria tranquilidade necessária para que o Brasil construísse a vitória do placar.
Na final do mundial, não deu outra. Mesmo com uma febre de 38 graus, Garrincha comeu a bola na partida decisiva. Sua atuação foi essencial para a vitória brasileira, pelo placar de 3 a 1 e de virada, com gols de Amarildo, Zito e Vavá. Naquele momento, a seleção brasileira conquistava o bicampeonato mundial, mas para Mané aquele título foi conquistado especialmente para Elza Soares. Para melhorar, o Anjo terminava o mundial como melhor jogador, artilheiro com quatro gols e o maior garçom da competição, com três assistências.
Após Mundial, Elza Soares ajuda Garrincha em momentos difíceis
Mané Garrincha e Elza Soares.
Polêmico e genial casal. pic.twitter.com/JCoUFLcByl
— André Luiz VBTR (@andrevbt) June 24, 2021
Após chegar da Copa Mundo no Chile, a primeira pessoa que acolheu Garrincha, certamente foi Elza Soares. Com as pernas completamente doloridas por causa da intensidade na disputa do mundial, o jogador encontrou no lar da cantora o refúgio perfeito para o seu descanso. Elza logo lhe preparou um banho e o fez que repousasse da maneira que um herói nacional merecia.
A partir daquele momento, Garrincha começou a conviver com problemas físicos e precisou fazer um delicado procedimento cirúrgico no joelho. Mas, a diretoria do Botafogo/RJ, à época, se recusou a pagar este tratamento, e coube a Elza Soares arcar com os custos. Até porque, o jogador, que sempre teve dificuldades em negociar contratos e salários, já começava a sua derrocada financeira por conta da bebida.
Grande problema de Garrincha durante a sua vida, Elza tentou de todas as maneiras ajudar Mané por conta do seu vício em álcool. Porém, o Anjo das Pernas Tortas, não conseguiu vencer o alcoolismo. Já prejudicado financeiramente, Garrincha encontrou em sua amada um porto seguro nos momentos mais difíceis de sua vida.
A derrocada de Mané e o alcoolismo
O início do fim da carreira de Garrincha começou justamente após o término da Copa do Mundo de 1962. Aos 29 anos, o jogador passou a conviver com diversos problemas de lesão que o atormentaram até os últimos dias dentro das quatro linhas.
Ao deixar o Botafogo/RJ, Mané vestiu brevemente a camisa do SC Corinthians em 1966, mas sem sucesso. Tanto é que, no ano seguinte, passaria a atuar na Portuguesa Santista. Na sequência da carreira o jogador ainda passou por Fortaleza, CR Flamengo, Novo Hamburgo e Olaria, até se aposentar em 1972, colecionando inúmeras passagens apagadas. Ele ainda teria a oportunidade de disputar sua 3ª Copa do Mundo, em 1966, na Inglaterra, mas também sem o sucesso de outros tempos.
Com tantos insucessos, o Anjo das Pernas Tortas caia cada vez mais no alcoolismo e deixava de voar.
Morte de Garrincha e o fim do romance, mas não o fim do amor
Mesmo com o apoio de Elza Soares, Mané Garrincha definhava cada vez mais ao término de sua carreira. Lutando contra o vício do álcool, Mané até havia prometida para sua amada que iria parar de beber. Mas com o nascimento do filho do casal, o “Garrinchinha”, em 1976, o Anjo das Pernas Tortas teve uma terrível recaída, após tomar um pileque para comemorar.
Garrincha faleceu vítima de uma cirrose hepática em 1983, aos 49 anos, colocando fim ao seu relacionamento com Elza. Porém, e mesmo com o seu falecimento, o amor de ambos prevalece em livros, em contos, em crônicas e, na história, como um dos relacionamentos mais poderosos no Brasil.
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2 Comments
Foi sem dúvidas o maior romance da história!
Com certeza, Jéssica! Obrigado por acompanhar nosso trabalho!