Jair da Rosa Pinto

Meia-armador, Meia-atacante
664 Jogos Oficiais
10 Títulos Oficiais
221 Gols Marcados
Jair da Rosa Pinto Brasil - Barra Mansa - Rio de Janeiro
Nascimento 21 de março de 1921
Falecimento 28/06/2005
Apelidos Jajá da Barra Mansa
Carreira Início: (1938) Madureira
Término: (1964) Ponte Preta
Características Altura: 1,68 m
Destro
Posição / Outras posições Meio-campista / Meia-atacante
Mundial de Clubes

1951

Perfil / Estilo do jogador

Genial, criativo, inteligente e habilidoso, Jair da Rosa Pinto reunia as características necessárias para ser um grande camisa 10, tanto que já carregava a alma de um, antes de as numerações em uniformes serem utilizadas no Brasil. Dono de um chute potente, apesar de calçar 38, ficou conhecido como "coice de mula", justamente por suas pancadas na bola. Porém, não eram só pancadas que o jogador dava na bola, como também passes de qualidade que deixavam os companheiros na cara do gol. Além de todas essas qualidades, o meia ainda possuía enorme liderança em campo, que foi muito bem aproveitada até os seus 43 anos de idade, quando se aposentou.

Categoria de base

Data Clube    
1937 Vasco da Gama    
1938 Barra Mansa    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1938-1943 Madureira
1943-1946 Vasco da Gama 71 27
1947-1949 Flamengo 87 62
1949-1955 Palmeiras 247 74
1956-1960 Santos 195 34
1961 São Paulo 31 2
1963-1964 Ponte Preta

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1945-1956 Brasil 39 22

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Vasco da Gama Campeonato Carioca 1945
Palmeiras Campeonato Paulista 1950
Palmeiras Torneio Rio-São Paulo 1951
Palmeiras Copa Rio 1951
Santos Campeonato Paulista 1956, 1958, 1960
Santos Taça dos Campeões Estaduais de São Paulo e do Rio de Janeiro 1957
Santos Torneio Rio-São Paulo 1959

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa América 1949

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Artilheiro da Copa América 1949 Seleção Brasileira

Desempenho

0,33
Média
Gols por jogo
0,34
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
3
Passe
4
Controle de Bola
3
Drible
4
Velocidade
3
Técnica
5
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
2

Biografia

Jair da Rosa Pinto: O primeiro camisa 10 do Brasil

Jair da Rosa Pinto: Primeiro camisa 10 do Brasil.

Em suas primeiras gerações, o futebol brasileiro já dava amostras de que seria formado por grandes craques dotados de talento. A prova disso era ascensão do meia Jair da Rosa Pinto, que atuou nos gramados brasileiros entre o final dos anos 1930 e início dos anos 1960 . Habilidoso, genial e criativo, o jogador já tinha a alma de um verdadeiro camisa 10, antes de as numerações serem adotadas nos uniformes aqui no Brasil. Por conta disso, ao estampar tal número nas costas, se tornou o primeiro camisa 10 famoso do futebol brasileiro.

Iniciou sua carreira defendendo as cores do Madureira e por lá fez parte do famoso trio conhecido como “os três patetas”, ao lado de Lelé e Isaias. Junto com esses jogadores, rumou para a equipe do Vasco da Gama, onde conquistou o título carioca de 1945 ao lado de outros craques como Barbosa e Ademir de Menezes.

Além de Madureira e Vasco, atuou também por outras grandes equipes do futebol brasileiro como Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo. Sendo que nesses clubes, teve passagens mais marcantes por alviverdes e santistas. Até porque, na equipe de palestra Itália, faturou títulos importantes como o Campeonato Paulista e a Copa Rio de 1951. Já no Peixe, colecionou um tricampeonato paulista, servindo de inspiração para um um jovem Pelé.

Na seleção brasileira, também não fez feio e foi um dos principais protagonistas do título da Copa América de 1949, sendo artilheiro da competição. Porém, Jair trocaria tal título pela conquista da Copa do Mundo de 1950, que foi perdida sob as lágrimas do Maracanazo.

Jair da Rosa Pinto veio a falecer em 2005, no Rio de Janeiro, vítima de uma embolia pulmonar, após uma cirurgia mal sucedida.

Infância, histórico e inspirações

Jair da Rosa Pinto nasceu no dia 21 de março de 1921, na cidade de Barra Mansa, hoje nomeada como Quatis, no estado do Rio de Janeiro. Até por conta de seu local de nascimento, Jair recebeu em sua juventude, o apelido de Jajá da Barra Mansa, o qual carregou a vida inteira.

Ainda em sua terra natal, fez testes para atuar no time local, o Barra Mansa, no qual se destacou e já se mostrou ser um jogador diferenciado. Tudo isso, Graças a seu irmão Orlando, que foi sua inspiração dentro de casa por ter jogado no Vasco da Gama como ponta-esquerda.

Justamente por conta da influência de seu irmão, o jovem jogador passou a sonhar mais alto e realizou testes nas categorias de base do Vasco. Naquela época, com apenas 15 anos, Jair pensava em se dedicar apenas ao futebol e deixar o seu trabalho no frigorifico. Foi então que depois de tanto insistir, ele passou para a base do clube em 1937. Porém, o técnico argentino Kuko o dispensou, alegando que o time cruzmaltino tinha jogadores em excesso entre os seus juvenis.

Dessa forma, Jair permaneceu nas categorias de base do Barra Mansa, até ser aprovado no Madureira em 1938, aos 17 anos de idade. Ali começava a sua trajetória como um grande craque do futebol.

1938–1943: Destaque no Madureira com o trio “três patetas”

Após receber um “não” do Vasco, Jair da Rosa Pinto continuou insistindo em sua carreira de jogador. Por tanta insistência, foi aprovado pelo Madureira em 1938 e por ostentar muito talento, logo foi integrado ao time principal.

Assim que chegou a equipe, seu apelido de Jajá da Barra Mansa logo se espalhou e assim o jogador ficou conhecido internamente. Tal alcunha, não foi a única que recebeu nos bastidores do clube, pois também ficou conhecido como “coice de mula”. Tudo porque, apesar de franzino, Jair tinha um chute potente, capaz de impressionar a todos ao seu redor.

Além de incrível potência no chute, o craque também ficou conhecido por ser muito habilidoso e inteligente no meio campo. Por conta disso, foi fundamental na formação do famoso trio que ficou conhecido como “os três patetas”, em alusão a série de comédia. Junto com Isaías e Lelé, o então meia esquerda passou a chamar a atenção dos principais clubes do país.

Foi então que em 1943, o jogador foi inicialmente foi procurado pelo Fluminense para se juntar ao clube junto com seus companheiros de ataque. Porém, o agente da negociação, o técnico Ondino Vieira, foi para o Vasco da Gama e acabou levando o trio para o cruzmaltino.

1943–1946: No Vasco, Jair da Rosa Pinto faz parte do “Expresso da Vitória”

Jair da rosa Pinto no Expresso da Vitória no Vasco.

Em 1943, Jair da Rosa Pinto chegou ao Vasco da Gama junto com Lelé e Isaías, buscando desde cedo, um espaço na equipe. Seus dribles curtos que desmontavam qualquer defesa, sua visão de jogo e seus arremates precisos, foram mais do que suficientes para lhe garantir vaga como titular.

Assim, o jogador integrou o forte ataque do Vasco que contava com Tesourinha, Zizinho, Ademir de Menezes e Heleno de Freitas. Além desses craques, o clube cruzmaltino ainda tinha em sua meta, o lendário goleiro Barbosa, formando o mítico “Expresso da Vitória”.

Apelido esse que veio a calhar justamente para uma equipe que venceu o Campeonato Carioca de 1945, de maneira invicta. Sendo que Jair foi essencial em tal campanha, marcando 4 gols e distribuindo lançamentos que foram capazes de construir importantes jogadas de gols. Tanto que seu talento em distribuir passes consagrou o seu companheiro Isaías, que foi artilheiro da competição.

Porém, em 1946, suas atuações foram muito aquém em relação aos anos anteriores, assim como de todo o elenco do Vasco. Dessa forma, o jogador passou a ser muito criticado pela torcida cruzmaltina. Contudo, o pior estava por vir, após o interesse do Flamengo, que estava disposto a contar com o meia.

Em uma negociação milionária e polêmica, com valores não revelados, os rubro-negros levaram o jogador, que se despediu do Gigante da Colina. Tal fato deixou a torcida vascaína ainda mais furiosa, justamente por ver um de seus principais craques se transferir para o arquirrival.

Desse jeito um tanto conturbado, Jair deixou o Vasco da Gama com 71 partidas e 27 gols marcados.

1947–1949: Passagem com saída polêmica do Flamengo

Ao deixar o Vasco no final de 1946, Jair da Rosa Pinto se apresentou ao Flamengo sob muitas expectativas. Tanto que na ocasião, o meia estava incumbido de ser o substituto natural do ídolo Zizinho, com quem jogou no Vasco e que tivera acabado deixar o rubro-negro rumo ao Bangú.

Além disso, Jair chegava para ser a cereja do bolo de uma grande equipe que já contava com Durval, Esquerdinha, Biguá, Modesto Bria, dentre outros. Dessa forma, a torcida rubro-negra estava em polvorosa, esperando que em meio a tantos craques, o jogador conseguisse trazer um título para o Flamengo.

Toda a empolgação da torcida era compressível, pois Jair conseguiu atuar em alto nível por diversas vezes com a camisa rubro-negra. Sendo que sua atuação mais memorável foi em 1949, no histórico amistoso contra o Arsenal, que na época era base da seleção inglesa. Naquela partida, o meia anotou dois gols contra os ingleses, em vitória flamenguista pelo placar de 3 a 1.

A título de curiosidade, aquele jogo ficou marcado como o grande motivador para o início da utilização de numerações em uniformes de times brasileiros. Até porque, antes daquele confronto, equipes brasileiras não usavam números em seus uniformes. Mas após visita do Arsenal ao Brasil – clube que já ostentava numerações em suas camisas – os times do país começaram a adotar tal pratica.

Acusação de manipulação de resultado

Porém, apesar desse feliz episódio, ainda no mesmo ano, Jair foi escorraçado do Flamengo, em um dos episódios mais lamentáveis de sua carreira. Na ocasião, Vasco e Flamengo se enfrentavam e os rubro-negros levavam a partida com um placar de 2 a 0. Mas, no momento de vantagem rubro-negra, o meia perdeu um gol feito e os vascaínos viraram em 5 a 2 logo depois.

A derrota rubro-negra deixou um dos mais influentes jornalistas da época enfurecido, o narrador Ary Barroso, flamenguista doente. Tanto que após a partida, ele insinuou que Jair havia recebido um suborno do Vasco a fim de facilitar o jogo, fato nunca comprovado. Além disso, Ary ainda incitou torcedores rubro-negros a queimarem uma camisa que supostamente teria sido usada por Jair da Rosa.

Sem clima, o jogador deixou o Flamengo pela porta dos fundos, com incrível marca de 62 gols em 87 jogos.

1949–1955: Jair da Rosa Pinto dá a volta por cima atuando no Palmeiras

Volta por cima e o título mundial de 1951.

A fim de passar uma borracha no passado, Jair da Rosa Pinto chegou ao Palmeiras no final de 1949. Melhor escolha possível, pois logo de cara o jogador conquistou o título do Campeonato Paulista de 1950 e com grande estilo.

Na última rodada da competição, o Palmeiras foi enfrentar o São Paulo com a vantagem de um empate, pois estava um ponto a frente na tabela. Foi então que naquele duelo, a chuva castigou o estádio do Pacaembu, que ficou complemente encharcado, repleto de lama. E para piorar, os tricolores logo abriram o placar da partida, levando a vantagem de um gol para o intervalo. Porém, Jair foi essencial no intervalo ao dar uma sonora bronca nos jogadores, o que motivou os jogadores a empatarem o jogo, com um belo lançamento seu.

A partir dali, o meia caiu nas graças da torcida e foi o principal destaque em uma equipe repleta de craques. Para se ter uma ideia, o lendário goleiro Oberdan Cattani e os atacantes Ponce de León e Canhotinha eram alguns dos grandes jogadores que estiveram ao lado de Jair.

Ambos também fizeram parte da conquista da Copa Rio de 1951, considerada por muitos o primeiro mundial de clubes da história. Na competição, Jair foi essencial na condução da equipe rumo ao título, pois a grande maioria das jogadas de ataque passavam pelos seus pés.

Ainda em 1951, o jogador ainda conquistou o Torneio Rio-São Paulo, seu último título com a camisa alviverde. Ele permaneceria no Palmeiras até 1955 sem nenhuma outra conquista, ano em que acertou sua ida para o Santos. Naquela época, o Palmeiras passava por uma reformulação que resultou na saída do meia que deixou a equipe como um grande ídolo, com 247 jogos e 74 gols.

1956–1960: No Santos, Jair tem passagem mais vitoriosa da carreira

Já veterano, aos 35 anos de idade, Jair da Rosa Pinto utilizou de sua experiência para ser peça fundamental no time do Santos. Ele chegava para ser referência em um elenco repleto de jovens promissores como Coutinho, Pelé e Pepe. Inclusive, o próprio Rei do Futebol já alegou que Jair é uma de suas maiores inspirações.

Mas não foi só com sua experiência que Jair se sustentou no Santos, mas também com seu talento para orquestrar o meio campo da equipe. Dessa forma, ele foi essencial na conquista do tricampeonato paulista do Peixe, conquistando os títulos de 1956, 1958 e 1960.

Seus títulos com a camisa santista não pararam por ai, sendo que o jogador ainda faturou a Taça dos Campeões Estaduais em 1957 e o Torneio Rio-São Paulo de 1958. Inclusive, uma de suas melhores partidas com a camisa santista foi justamente no torneio interestadual de 1958 contra o Palmeiras. Naquele duelo, o Santos venceu pelo placar 7 a 6, com direito a diversas viradas e uma grande atuação de Jair, que mesmo sem fazer gols participou da maioria das jogadas de ataque.

Com esses títulos conquistados, sua passagem pelo Santos foi a mais vitoriosa de sua carreira. Além disso, o jogador foi essencial na transição para a nova geração santista, que viria a ser a mais vitoriosa da história do clube.

Aos 39 anos de idade, Jair já não estava mais atuando em seu auge técnico e físico e por conta disso, deixou o Santos em 1960. Sendo assim, com a camisa do Peixe, atuou em 195 jogos e anotou 34 gols.

1961: O “quarentão” Jair da Rosa Pinto chega ao São Paulo para breve passagem

Breve passagem no São Paulo, aos 40 anos.

Chegando ao São Paulo com seus 40 anos de idade, Jair da Rosa Pinto ainda acreditava que tinha lenha para queimar. E ele não estava errado, até porque, conseguiu realizar algumas boas partidas com a camisa tricolor.

Em sua chegada ao tricolor no final de 1961, o meia tinha a esperança de reerguer a carreira no alto de sua experiência. Sendo que na ocasião, ele chegava à equipe certa, pois outros veteranos chegaram ao São Paulo e fizeram sucesso, sendo eles Zizinho e Leônidas da Silva.

Assim, mesmo sem números impressionantes, Jair mostrou um pouco do que podia fazer em campo, tendo alguns lampejos de outrora. Porém, por pouco tempo, pois logo deixou o São Paulo em 1963, rumo à equipe da Ponte Preta, clube onde encerraria carreira. Ao todo, com a camisa tricolor, o meia atuou em 31 jogos e anotou dois gols.

Aposentadoria e carreira pós-aposentadoria

Jair da Rosa Pinto em sua vida pós aposentadoria.

No início de 1963, o interminável Jair da Rosa Pinto passou a vestir a camisa da Ponte Preta. Na equipe, ele pouco conseguiu atuar e ajudou muito mais nos bastidores do que propriamente em campo. Dessa forma, o meia resolveu finalmente pendurar as chuteiras em 1964, quando completou 43 anos de idade.

Após deixar os gramados, Jair resolveu continuar trabalhando com o futebol, a fim de aproveitar todo o seu conhecimento que adquiriu enquanto jogador. Pensando nisso, ele passou a trabalhar como treinador, função no qual exerceria por um pouco mais de 10 anos.

Seu primeiro trabalho nessa nova função foi dirigindo a equipe do São Paulo, onde não obteve muito sucesso. Após deixar o tricolor, Jair trabalhou em clubes como Juventus e Ponte Preta, ainda na década de 1960.

Porém, nessas equipes, o ex-jogador também não obteve êxito, procurando novas oportunidades como treinador nos anos 1970. Algo que ele conseguiu, até por isso, rodou por alguns times grandes e médios do futebol brasileiro. Nesse meio tempo, Jair dirigiu Vitória, Olaria, Fluminense, Guarani, Madureira, Palmeiras e Santos. Sendo que nessas últimas três equipes, tentou reeditar seu sucesso como jogador, porém sem o mesmo brilho.

Com tantos insucessos como treinador, Jair deixou carreira em 1975 e passou a gozar de sua aposentadoria na Barra da Tijuca. A partir daquele período, eram frequentes as homenagens de clubes a seu respeito. Sendo que no Palmeiras, Jair foi eleito um dos maiores jogadores da história do clube em 1982, fazendo parte da seleção de todos os tempos.

Mais afastado do futebol, Jair passou os últimos anos de sua vida cuidando de seus passarinhos em casa. Até que em 2005, faleceu vitima de uma embolia pulmonar após uma cirurgia, aos 84 anos de idade.

Jair da Rosa Pinto na Seleção Brasileira

A trajetória de Jair da Rosa Pinto com a seleção brasileira começou em 1945, pela Copa América daquele ano. Seu jogo de estreia foi contra a Bolívia, em vitória por 2 a 0, em uma atuação convincente que lhe garantiu vaga como titular no restante do torneio.

Assim, Jair agarrou a sua chance e permaneceria como titular incontestável da seleção brasileira nos próximos anos. Sendo inclusive, essencial na conquista da Copa América de 1949, ao se firmar como artilheiro da competição com 9 gols marcados.

Com tamanho talento apresentado dentro de campo, Jair da Rosa era considerado uma das principais esperanças para conquistar a Copa do Mundo de 1950. Porém, mesmo jogando em casa, não foi isso o que aconteceu e a seleção brasileira perdeu a final no famoso Maracanazo. Esse foi o episódio mais triste da carreira do jogador que praticamente se despediu do escrete canarinho.

Contudo, Jair teve uma nova chance e retornou em 1956 para a disputa da Copa América daquele ano. Mas, a sua participação naquela competição se limitou a apenas dois jogos, sendo que sua última partida pela seleção foi contra o Paraguai em empate por 0 a 0.

Mesmo com apenas um título conquistado, Jair da Rosa liderou uma das primeiras grandes gerações da seleção brasileira. Um feito e tanto, em meio a grandes craques como Barbosa, Domingos da Guia, Ademir de Menezes, Zizinho, Servíllio, dentre outros.

Não era de estranhar que Jair tivesse tal capacidade, pois ele deixou a seleção com uma marca impressionante de 22 gols em 39 partidas.

Primeiro camisa 10 da seleção brasileira

Quando Jair da Rosa Pinto vestiu a camisa da seleção brasileira pela primeira vez, os uniformes ainda não recebiam numerações aqui no Brasil. Mas mesmo assim, o jogador já apresentava características que mais tarde seriam reconhecidas como as de um verdadeiro camisa 10.

Capacidade de finalização de fora da área, habilidade nos dribles, elegância na condução da bola, qualidade de passe e inteligência em campo, eram as suas principais qualidades. Sendo assim, todas essas características se imortalizaram como as de um camisa 10, justamente por causa de Jair da Rosa.

Tudo porque, em 1949, a seleção brasileira e os clubes do país passaram a adotar numerações em seus uniformes. Coube a Jair usar a camisa 10 e como o meia se saiu muito bem, logo o público assimilou tal numeração à figura de um verdadeiro craque. A partir disso, o jogador mais habilidoso e decisivo de uma equipe passou a receber o número 10 as costas.

Copa América de 1949: destaque na artilharia

A melhor lembrança que Jair da Rosa Pinto tem com a seleção brasileira é o título da Copa América de 1949, seu único com o escrete. Até porque, além de conduzir o Brasil a tal conquista, o jogador foi decisivo ao marcar 9 gols e ficar coma a artilharia da competição. Inclusive, esse feito lhe rendeu o recorde de maior número de gols feitos em uma mesma edição do torneio sul-americano.

Tal título também é considerado muito importante, justamente por quebrar o jejum de 15 edições que a seleção brasileira não vencia. Basta lembrar, que naquela época, a Copa América era realizada em quase todos os anos.

Copa de 1950: quase evita o Maracanazo

Jair da Rosa Pinto na Copa do Mundo de 1950.

Com a moral elevada, após a conquista da Copa América de 1949, Jair da Rosa foi convocado como o grande craque brasileiro da Copa do Mundo de 1950. Por conta do torneio ser realizada em casa, as expectativas sobre um possível título eram as melhores.

E logo no primeiro jogo, Jair tratou de elevar as esperanças do torcedor brasileiro, ao marcar um gol em goleada por 4 a 0 sobre o México. Na sequência, o jogador foi importante na construção de outras impressionantes goleadas do Brasil, no caminho rumo à final. Marcando inclusive, mais um gol contra a Espanha, em vitória por 6 a 1 na semifinal.

Na decisão, o otimismo diante do Uruguai era o melhor possível, sendo que o Brasil de Barbosa, Zizinho e Ademir de Menezes era tido como o favorito. Ainda mais com o gol de Friaça, que abriu o placar em favor da seleção brasileira no inicio do segundo tempo. Porém, os uruguaios viraram o jogo e calaram o Maracanã, no episódio que ficou conhecido como Maracanazo.

Mas, essa história poderia ter sido diferente caso Jair tivesse aproveitado a grande chance que teve no final da partida. Inclusive, esse gol perdido, foi um dos maiores tormentos que perseguiu o ex-jogador.

“Se eu tivesse feito o gol naquele escanteio, no último lance da partida, o Maracanã viria abaixo. A bola raspou em minha cabeça. Baltazar, um grande cabeceador, certamente faria o gol”.

 

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