1962: Quando Mané Garrincha foi o Melhor do Mundo!
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Temporada foi última em alto nível de Garrincha
Constantemente lembrado como um dos maiores jogadores na história do futebol mundial, Mané Garrincha teve uma carreira incrível em período que o futebol brasileiro era um dos principais do mundo. Com diversos times e jogadores entre os melhores, a temporada de 1962 também pode ser considerada uma das mais históricas do futebol brasileiro. Além do Brasil ter conquistado o seu bicampeonato mundial, também víamos um Santos de Pelé praticamente imbatível, fazendo um temporada inesquecível e das mais vencedoras de um clube brasileiro.
A disputa entre Santos e Botafogo/RJ, a base da seleção brasileira naquelas duas conquistas de Copa do Mundo (1958 e 1962), também seria motivo das lembranças de um tempo único do futebol no país.
E mesmo com Pelé e seu Santos fazendo uma temporada incrível, durante a Copa do Mundo, o Rei do Futebol chegou com problemas físicos e não conseguiu atuar naquele mundial. Então, todo o protagonismo passaria para outro gênio daqueles tempos, o icônico Mané Garrincha. Ele ficaria no Botafogo/RJ até o ano de1965 – e conquistado mais troféus – porém, o ano de 1962 ficaria marcado como o grande ano de Mané Garrincha.
A temporada de Mané no Botafogo/RJ 1962
Naquele ano de 1962, o Botafogo/RJ era a grande força no futebol do Rio de Janeiro. A base do clube contava com, entre outros, gênios históricos do futebol brasileiro como Nilton Santos, Didi, Zagallo e o próprio Mané Garrincha. Ainda que já viesse em uma já pouco notada decadência física e emocional, por conta dos seu vício em álcool, o talento que o Anjo da Pernas Tortas sobressaia ante os seus adversários.
Garrincha seria muito importante durante a disputa do Campeonato Carioca e no Torneio Rio-São Paulo, duas competições que o clube alvinegro seria campeão. O Camisa 7 seria decisivo nos principais jogos, sempre aterrorizando seus marcadores pela ponta direita, como de costume. Ajudou muito seu companheiro, também de Seleção Brasileira, Amarildo, que colocaria a prova seu instinto artilheiro nestas conquistas.
Mas quem realmente brilhava era Mané. Anotou dois gols na campanha do Torneio Rio-São Paulo, além de oito gols no Campeonato Carioca em 1962, inclusive sendo eleito o melhor jogador no estadual. Na partida do título do Carioca 1962, teve uma atuação de gala contra o arqui-rival CR Flamengo, marcando dois gols inesquecíveis na vitória por 3 a 0.
Com atuações neste nível, o craque manteve o embalo de exibições antológicas que culminaria em uma Copa do Mundo única para o Anjo das Pernas Tortas.
Garricnha é o melhor da história depois do Rei Pelé?
Para muitos jornalistas e historiadores esportivos, além é claro de torcedores e jogadores contemporâneos do craque, Mané Garrincha possuía um estilo e forma de jogo único, que o coloca sempre entre os principais jogadores de todos os tempos. Ele aliava uma forma lúdica com muita objetividade para atuar, sendo que sempre conquistou diversos títulos ao longo de uma vitoriosa carreira. E, assim como o Rei Pelé, Mané era um jogador completo. Seus dribles eram desconcertantes e imbatíveis para os famosos “João”, como eram chamados seus marcadores. Eram somente mais um.
O atacante manteve um alto nível no futebol brasileiro durante algumas temporadas, tendo despontado mundialmente na histórica conquista da Copa do Mundo de 1958, justamente ao lado de seu maior parceiro de seleção, Pelé. Um dado é que quando os dois atuaram juntos a seleção brasileira nunca foi derrotada.
E nesta, que foi a sua primeira Copa do Mundo, uma partida muito lembrada foi contra a poderosa União Soviética, do então lendário goleiro Lev Yashin. Com apenas três minutos já havia carimbado a trave duas vezes, antes de Vavá anotar o primeiro gol da partida. A partir dali seria um titular incontestável do Brasil pelos próximos anos. Mas, em 1962, o ponteiro teve que assumir um protagonismo que ainda não havia caído sobre as suas costas, quando Pelé se machucou e não atuou mais no mundial.
Mané Garrincha não se intimidou com tamanha responsabilidade, e continuaria a driblar como sempre, tornando-se o principal jogador do torneio. Dizem que o atacante teve também uma ajuda e estímulo que veio fora do campo, da cantora Elza Soares que, presente no Chile para acompanhar o Mundial, iniciava um relacionamento com o craque do Botafogo/RJ. Mais livre dentro das quatro linhas, Garrincha atuou, fez jogadas e anotou gols que fariam aquela Copa somente de Mané.
Copa do Mundo 1962: Sem Pelé, mas Mané como protagonista
Há 59 anos, com show de Garrincha, o Brasil conquistava o Bicampeonato Mundial! Mané foi o grande nome da Copa de 1962, encantando o mundo com seus dribles e gols. Viva o maior da história! #AlegriaDoPovo #AnjoDasPernasTortas 🔥⭐️ pic.twitter.com/xYLxBIRTLo
— Botafogo F.R. (@Botafogo) June 17, 2021
Em 1957, Mané teria um início de reconhecimento quando foi eleito o melhor jogador do Campeonato Carioca daquele ano. Seus dribles, que antes eram criticados pelo excesso, foram decisivos, assim como seus vinte gols, em vinte e seis partidas. Essa temporada foi fundamental para a convocação à Copa do Mundo do ano seguinte, sendo também um dos melhores anos do craque em altíssimo nível.
Se na Copa do Mundo de 1958, Mané Garrincha seria um dos grandes destaques daquela seleção brasileira que se apresentaria ao mundo, no Mundial de 1962 ele seria avassalador e o protagonista. Competição sempre lembrada por suas atuações antológicas, imortalizou partidas que estão entre as maiores da carreira.
O Brasil estrearia contra o México, ainda com a presença de Pelé, que marcaria o segundo gol na vitória por 2 a 0 – com Zagallo abrindo o marcador. Na partida seguinte, em empate sem gols contra a Tchecoslováquia, já começaria a pesar a ausência de Pelé e um sentimento de quem poderia suprir tamanha ausência. Porém, já na partida seguinte, contra a Espanha, Garrincha começaria a se impor como peça principal daquela equipe que se mostrava viva e na busca pelo bicampeonato. Vitória por 2 a 1, com Garrincha – ainda sem anotar gol – responsável pelas jogadas mais agudas da seleção.
Contra a seleção inglesa, mesmo tomando um drible do cachorro que invadiu o gramado, Garrincha anotou seus primeiros dois gols naquele mundial. O primeiro de cabeça, e outro com lindo arremate de pé direito e de fora da área, na vitória por 3 a1. Vavá também deixaria o dele.
Garrincha faz uma das maiores atuações em um Mundial!
Nas semifinais a disputa seria contra os anfitriões daquele mundial, o Chile. Na vitória por 4 a 2, marcaria mais dois gols e já se mostrava imparável. Garrincha ainda seria expulso, mas uma manobra da delegação brasileira com, inclusive pedidos dos rivais na final, o atacante seria liberado para atuar na grande final.
Contra a Tchecoslováquia, Mané não marcaria nenhum gols, mas seria o principal articulador da seleção brasileira na vitória por 3 a 1, com gols de Amarildo, Zito e Vavá. Mané Garrincha era bicampeão do mundo e, mais do que isso, receberia a Bola de Ouro como o melhor jogador daquela Copa do Mundo, além de também ter terminado como um dos artilheiros.
Naquela Copa do Mundo, Mané fez jus ao seu talento coroando o torneio como a “Copa de Garrincha”!
Mané Garrincha, um gênio das quatro linhas!
O ano mágico de Mané Garrincha, em 1962, lhe rendeu conquistas, com atuações irretocáveis, terminando inclusive com excelentes números individuais. Pelo Botafogo/RJ, marcou dez gols em competições oficiais. Pela Seleção Brasileira, foram seis gols, sendo quatro no mundial e outros dois em amistosos, um contra o Paraguai e outro contra País de Gales. E além de tudo, foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo de 1962, do Carioca e compôs a equipe de estrelas daquela Copa do Mundo, como não poderia ser diferente.
Mesmo com o vice no Campeonato Brasileiro daquele ano, em uma disputa histórica contra o Santos, naquele que ficou conhecido com “O Maior Jogo do Mundo“, teve números incríveis, em uma amadurecimento como atleta que foi sentido naquela que seria a sua última mágica temporada. Também vale destacar atritos que teve com a diretoria do Botafogo/RJ, além da dificuldade em manter a forma física, já envolto em contusões.
Quais jogadores também se destacaram em 1962?
Seleção Brasileira campeã do mundo em 1962 em FULL HD
Em pé: Djalma Santos, Zito, Gilmar, Zózimo, Nilton Santos e Mauro
Agachados: Garrincha, Didi, Vavá, Amarildo e Zagallo pic.twitter.com/I8nWu3kriO— Edu Araujo (@edufutirinhas) May 8, 2020
Durante a década de 1960, o Brasil contava com um futebol recheado de craques. A maioria dos grandes clubes contavam com talentos históricos que, por sua vez, também compunham a Seleção Brasileira. E no ano que Garrincha chegou ao apogeu de sua carreira, outros nomes também viriam a se destacar. A seleção bicampeã do mundo era fantástica: Gylmar, Djalma Santos, Zózimo, Mauro e Nilton Santos; Zito, Didi, Amarildo, Garrincha, Vavá e Zagallo.
Um dos principais destaque seria seu companheiro de clube, Amarildo, “O Possesso”. O atacante teve a dura missão de substituir Pelé naquele mundial e, com excelente participação, escreveria de vez seu nome na história do futebol mundial.
Outro jogador que merece destaque naquela seleção no Mundial de 1962 seria Vavá. Atacante da SE Palmeiras marcou quatro gols na Copa, também sendo um dos artilheiros da competição, e alcançaria a rara marca de anotar gols em duas finais diferentes. Feito repetido apenas por Pelé, Paul Breitner e Zinedine Zidane.
Os também campeões mundiais Zagallo e Nilton Santos, já com suas carreiras um pouco mais avançadas, eram a voz da experiência naquela seleção. Ambos companheiros de Mané no Botafogo/RJ, são também lendas históricas do futebol brasileiro e mundial.
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1 Comments
Pele e Mane formaram a melhor dupla de todos os tempos.E eu tive a sorte de ver,ao vivo os dois jogarem
.Não tinha,não tem e nunca mais terá uma dupla igual esta.