Romário ou Ronaldo: Quem jogou mais no PSV?
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Duas carreiras brilhantes e cheias de semelhanças
Dois dos maiores atacantes na história do futebol brasileiro, Romário e Ronaldo foram contemporâneos durante uma parte da carreira de ambos, carreira essa que foi cheia de semelhanças. Destaques nos dois últimos títulos mundial da seleção brasileira (1994 e 2002), os dois iniciaram suas trajetórias no continente europeu pela Holanda, através do PSV Eindhoven, para seguirem em direção a Catalunha onde atuariam pelo Barcelona e também receberiam o prêmio de melhor jogador do mundo.
Romário iniciou sua caminhada em Eindhoven no ano de 1988, após ter sido a grande sensação dos jogos olímpicos de Seul em 1988. Já Ronaldo chegou anos depois, em 1994, como substituto para o baixinho que tinha rumado ao Barça um ano antes.
Em meia a tantas coincidências e as clássicas comparações entre os dois jogadores, muito é se falado sobre a passagem de ambos pelo Barcelona e muito pouco sobre as suas atuações pelo PSV. E a verdade é que a passagem de ambos pela Holanda foi incrível, com jogadas e gol antológicas, um prenúncio do que a história registraria.
Romário: “Sensação” dos Jogos Olímpicos é contratada pelo PSV
#futretrô – Em 1 de Outubro de 1988
A antiga União Soviética venceu o Brasil por 2 a 1 no Main Stadium de Seul e conquistou a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de 88.
Juiz: Gerard Biguet (França) que expulsou Tatartchouk e Edmar
Gols: Romário 28, Dobrovolski 62, Savitchev 104🧵 pic.twitter.com/GvxbLQ6VrU— Jornalista Luiz Otávio Oliveira (@lotaviooliveira) October 1, 2020
Em 1988, Romário já era um dos principais jogadores do futebol brasileiro, assumindo o protagonismo no Vasco da Gama ao lado de um ídolo incontestável da torcida cruz-maltina: Roberto Dinamite.
Revelado pelo Vasco da Gama no ano de 1985, não demorou muito para Romário ganhar seu espaço no elenco, tamanha era a qualidade do jogador, principalmente em finalizar. Tanto é que, nos anos de 1986 e 1987, ele já conquistava o bicampeonato carioca, onde de quebra foi o artilheiro. Não demorou muito e, em 1987, ele vestiu o manto do escrete canarinho principal pela primeira vez. E um ano depois seria convocado para representar o Brasil em busca do inédito título nos Jogos Olímpicos de Seul.
Mesmo terminando a competição na segunda colocação, perdendo na final para a União Soviética por 2 a 1, Romário foi o artilheiro isolado do torneio com sete gols. Inclusive, foi dele o gol brasileiro anotado na disputa pelo ouro. A atuação nos Jogos Olímpicos não lhe rendeu apenas a medalha de prata, mas também um passaporte para o futebol europeu.
Na ocasião, o PSV Eindhoven, treinado pelo lendário Guss Hiddink era o atual campeão europeu e necessitava de um atacante de alto nível para o plantel. Romário era o cara certo para a função, e mesmo recebendo outras propostas de times médios da Europa, acertou com o clube holandês.
Romário chega à Holanda para ser Rei
A contratação de Romário por parte do PSV foi considerada muito badalada no período. Até porque o baixinho já despertava a atenção do mundo com a principal promessa do futebol brasileiro O clube holandês desembolsou a quantia de 6 milhões de dólares na época, sendo a contratação brasileira mais cara por parte do futebol europeu. Para se ter uma ideia, esse recorde pertencia a Zico, contratado pela Udinese em 1984, por 4 milhões de dólares.
E logo em sua temporada de estreia no futebol holandês, 1988-89, Romário se tornaria campeão holandês e artilheiro da competição. De lambuja, o atacante ainda conseguiu faturar a Copa da Holanda, balançando as redes na grande decisão contra o Groningen. A partir daquele ano Romário também estaria cada vez mais presente nas convocações da seleção brasileira.
Na temporada seguinte, Romário seguiu se destacando, e além de se tornar artilheiro do Campeonato Holandês novamente, agora também seria o artilheiro da Liga dos Campeões e da Copa da Holanda. Embora, em questão de títulos, naquela temporada, o atacante tenha ficado apenas com a Copa da Holanda. Ainda assim, o baixinho já se mostrava como um dos mais letais goleadores do futebol europeu no período.
A coroação de Romário na Holanda
E foi nas duas temporadas seguintes (1990–91 e 1991–92), que Romário converteu seu talento para marcar gols em mais títulos, faturando o bicampeonato holandês na ocasião. E como não poderia ser diferente, ele foi o artilheiro da liga nacional na temporada 1990-91, além de ter conquistado a artilharia da Copa da Holanda do mesmo ano.
Além disso, Romário também foi artilheiro da Europa na temporada 1992-93, o que tornou a sua saída da Holanda praticamente inevitável. Até porque, suas atuações já vinham chamando a atenção dos gigantes europeus, no caso, o Barcelona de Johan Cruyff. Pelo PSV Eindhoven, em cinco temporadas, Romário teve média incrível de 128 gols marcados, em 148 partidas.
Para substituir o baixinho, PSV contrata jovem promessa brasileira
Após a saída de Romário rumo ao Barcelona, o PSV viveu uma temporada de penúria, estando longe da disputa de qualquer título. Por conta disso, o clube veio em busca de uma nova estrela no futebol brasileiro. E há de se dizer que os olheiros do clube holandês foram certeiros, o nome da vez era Ronaldo, jovem astro do Cruzeiro EC.
Então com 17 anos e após um bom Campeonato Brasileiro de 1993, onde foi o 3º artilheiro com 12 gols, sua convocação para a Copa do Mundo de 1994 foi o despertar para o PSV não perder a chance de fazer este negócio. No mundial de 1994, o mais jovem do elenco brasileiro, viu do banco de reservas a dupla Bebeto e Romário levar o Brasil ao tetracampeonato mundial.
Tendo pago 8 milhões de dólares, se tornou a época o maior valor pago a um jogador do futebol brasileiro rumo ao futebol do exterior, superando as cifras de Romário.
Ronaldinho se torna em uma máquina de gols
Antes de acertar com o PSV, Ronaldo também recebeu sondagens do rival Ajax FC, mas a equipe de Eindhoven acabou sendo mais rápida no negócio. Naquele período o Ajax era o time a ser batido no futebol holandês, e mais do que isso, em 1995, o time se tornaria campeão da Champions League com uma geração fantásticas que contava com, entre outros, Edgar Davids, Clarence Seedorf, Patrick Kuivert, os irmãos Frank e Ronald de Boer, e o goleiro Van der Saar.
Ainda que atuasse contra um dos maiores times do Ajax na história, Ronaldo conseguiu a impressionante façanha de se tornar o artilheiro da liga nacional, com 30 gols, 12 gols a frente de Patrick Kluivert. Também era um período que o jovem ia tendo mais espaço na seleção do Brasil.
Já o sonhado título holandês veio apenas na temporada seguinte, tirando o PSV de uma fila de dois anos sem conquistas. E como não poderia ser diferente, o jovem atacante foi o principal destaque, chegando a duas temporadas com 57 jogos e impressionantes 54 gols – uma máquina descontrolada de gols. Com tantos feitos, o Barcelona logo viu mais uma oportunidade de tirar o principal destaque do PSV, isso em 1996.
Ultimato: Qual dos dois foi melhor no PSV?
🇳🇱⚽️🇧🇷 – Entre 1988 e 1996 o PSV acertou dois petardos: comprou o Romário do Vasco e o Ronaldo do Cruzeiro. A camisa 9 daquele time nunca foi tão temida. @leandroiamin e @paulo__junior__ contam a trajetória da dupla.
Aqui: https://t.co/VcMuGfeoqN
(Ilustração é de @drawportes) pic.twitter.com/NLe6cWXoKZ
— Podcast Meu Time de Botão (@podcast_botao) August 20, 2021
Para analisar a passagem de ambos os jogadores pelo PSV Eindhoven, o tempo atuando e a conquista de títulos é sem dúvida um fator primordial. Não há dúvidas de que os dois craques tiveram passagens que o torcedor do PSV deve ter muita saudade, ainda mais por virem no tamanho que ambos se tornariam em suas carreiras.
E enquanto Romário conquistou três Campeonatos Holandeses e duas Copas da Holanda, Ronaldo (então Ronaldinho) ficou por bem menos tempo em terras holandesas, mas enquanto esteve por lá, faturou um título holandês.
Agora quando o assunto é relacionado a gols, em suas cinco temporadas com a camisa do time de Eindhoven, o Baixinho balançou as redes em 128 oportunidades ao longo de 148 jogos. Enquanto isso, o jovem Ronaldo, em duas temporadas, anotou impressionantes 54 gols em 57 jogos. Ou seja, marcar gols é uma característica de ambos, inclusive na passagem pela Holanda.
E com tantos números de dois craques do mais alto nível, para o torcedor do PSV não há discussão: Romário é quem bate a maior saudade dos torcedores. Inclusive, para muitos especialistas, Romário é também o maior jogador estrangeiro na história do futebol holandês.
Qual estrangeiro mais impactou o futebol holandês?
Apesar de o futebol holandês contar com diversos craques vindos de outros países, até então, nenhum deles conseguiu superar Romário. Seja em questão de títulos, gols anotados e idolatria, nenhum desses jogadores conseguiu o feito de deixar o Baixinho para trás.
Além de Ronaldo, outros jogadores como Luís Suarez, Christian Eriksen, Zlatan Ibrahimović, até conseguiram deixar sua marca em solo holandês, mas nada comparado ao que Romário fez em terras holandesas. Além disso, ele é tido por parte da torcida do PSV como o maior ídolo do clube, uma façanha e tanto, até mesmo por superar feras como Ronald Koeman, Van Nistelrooy, Van Bommel, Van Beveren e Cocu.
Além de Romário e Ronaldo: PSV foi recanto de brasileiros
O velho Vampeta na temporada 94/95 com a camisa do PSV 🇳🇱
Craque. pic.twitter.com/aJ5dTQT134
— Fora dos Holofotes (@ForaHolofotes) July 23, 2020
Romário foi o primeiro brasileiro a vestir a camisa do PSV Eindhoven, e sua magnífica passagem foi uma porta de entrada para conterrâneos na equipe holandesa. Inclusive, logo após sua passagem, quem chegou foi Ronaldo, por uma indicação do próprio baixinho.
E com os sucessos de Romário e Ronaldo na equipe, o PSV continuou se empolgando em relação a novos brasileiros. Tanto que daquela época para cá, o clube contratou mais vintes jogadores nascidos em terras tupiniquins. Dentre eles, os mais conhecidos são Vampeta – que ficou ao lado de Ronaldo por duas temporadas – o goleiro Gomes, o zagueiro Alex, o atacante Diego Tardelli e o goleiro Cássio. Sendo que alguns desses jogadores tiveram passagens relevantes, já outros nem tanto.
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2 Comments
Ótima matéria em relação aos craque brasileiros show de bola.
Valeu por nos prestigiar, Joacil! Abraço!