Romário e Bebeto: A maior dupla de ataque do mundo?
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Dupla brilhou na Copa do Mundo 1994!
Em uma bela coincidência que a história do futebol nos conta, dois dos principais jogadores do futebol brasileiro surgiram praticamente ao mesmo tempo no cenário nacional. Romário e Bebeto, que formariam uma das duplas de ataque mais importantes do esporte bretão, surgiram no futebol praticamente juntos e como rivais.
Foi mais ou menos nos anos de 1985-1986, que Bebeto se firmaria no ataque do CR Flamengo, e Romário no ataque do Vasco da Gama. E mais do que isso. Eram jovens se destacando e chamados de possíveis sucessores dos principais jogadores de cada clube naquele período: Zico e Roberto DInamite.
Fizeram grandes confrontos ainda jovens, principalmente na disputa o Campeonato Carioca, mas foi só em 1988 que teria a oportunidade de atuarem juntos, pela seleção brasileira olímpica. E foi nos Jogos Olímpicos que a dupla começou a se destacar, tanto é que chegaram a final da competição, quando foram derrotados pela URSS. Ali nasceria uma parceria que culminaria com a conquista da Copa América em 1989, por diversas situações não atuariam juntos em 1990, mas se consagrariam na Copa do Mundo de 1994, nos EUA.
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No total, com a camisa da seleção brasileira, os dois atuaram juntos por 23 partidas, sendo que nunca foram derrotados, com incríveis 17 vitórias e seis empates. Com números tão positivos, o baixinho Romário nunca mediu palavras para falar desta dupla de ataque:
“A gente foi a melhor dupla que vestiu a camisa de uma seleção do planeta, não só do Brasil. Não teve nenhuma dupla, quando se fala de seleção, que fez o que a gente fez com a camisa da seleção brasileira. Então, com certeza, a gente é disparado a melhor dupla da história do futebol mundial de todos os tempos”.
Olímpiadas de Seul-1988: Onde tudo começou…
Bebeto começou sua carreira no Vitória/BA, ainda em 1982, mas pouco ficou na equipe baiana, sendo logo contratado pelo CR Flamengo. E foi com a camisa rubro-negro carioca que o jogador se destacou, se tornando um dos principais jogadores do país. Em 1987, foi o autor do gol que daria a Copa União para o Flamengo, atuando em um time estrelado com, entre outros, Zico, Andrade, Leandro, Zinho e Renato Gaúcho. E foi neste cenário de destaque que seria convocado para atuar nos Jogos Olímpicos de 1988, em Seul, aos 24 anos de idade.
Já Romário começa a ter destaque no Vasco praticamente no mesmo no período. E sua presença foi tão fulminante que, já em 1985, aos o baixinho dividia os gols do ataque vascaíno com o ídolo Roberto Dinamite. Isso aos 19 anos. Em 1988, aos 22, também foi convocado para fazer parte da seleção olímpica que, além de Bebeto, também tinha Taffarel, Jorginho e Aldair – todos tetracampeões mundiais em 1994, e titulares.
Destaques do Brasil, que fica com a medalha de prata
E logo de cara, na estreia dos Jogos de Seul 1988, um início promissor. Contra a Nigéria, na vitória por 4 a 0, Romário balançou as redes em duas oportunidades, enquanto Bebeto também deixou o seu.
Romário voltou a balançar as redes no jogo seguinte e não apenas duas, mas sim por três vezes. O Baixinho anotou todos os gols da partida contra a Austrália, não dando chance aos adversários. Já Bebeto voltou a marcar na terceira partida, em vitória por 2 a 1, contra a Iugoslávia. Já na fase de mata-mata, Romário voltaria a marcar em jogo semifinal contra a Alemanha. Após empate por 1 a 1 no tempo normal, nas penalidades o Brasil levou a melhor.
Na decisão, a estrela de Romário brilhou mais uma vez, e novamente fez o único gol da seleção brasileira na partida, em derrota por 2 a 1 para a União Soviética. Assim, na competição, Bebeto e Romário anotaram um total de nove gols, sendo três de Bebeto e seis do baixinho.
Copa América 1989: Dupla acaba com jejum brasileiro!
E após Romário e Bebeto se destacarem no escrete canarinho nos Jogos Olímpicos de Seul, levando o Brasil para a 2ª colocação, ainda assim ficaram algumas dúvidas por não conseguiram a inédita medalha de ouro para o futebol brasileiro. Passando por um processo de reformulação na seleção brasileira principal, o técnico Sebastião Lazaroni também apostou na dupla para a disputa da Copa América de 1989. E ele não se arrependeria dessa decisão.
Com um jejum de 40 anos sem levantar a taça da Copa América (a última havia sido em 1949), a Copa América de 1989 aconteceu entre os dias 1 a 16 de julho, no Brasil. Após um início meio titubeante, sendo que na primeira fase de Grupos a seleção brasileira conquistou apenas duas vitórias, com outros dois empates. Ficou atrás do Paraguai, na segunda colocação.
Já a fase final também seria disputado com um grupo de quatro seleções, e todas se enfrentando para, aquele com mais pontos se sagrar como campeão. E foi ai que a seleção, mas principalmente Romário e Bebeto se encontrariam. Enquanto Bebeto estava sendo o destaque do Brasil, já com três gols na primeira fase, Romário havia passado em branco.
Contra Argentina, Paraguai e Uruguai, vitória contra todos por, respectivamente, 2 a 0, 3 a 0 e 1 a 0, todos os gols foram marcados pela dupla, com três de Romário. Inclusive da última partida, a considerada “final”, contra o Uruguai. Já Bebeto terminaria como artilheiro da Copa América, com seis gols.
Grandes lances ficaram marcados neste torneio na mente do torcedor brasileiro. Mas um momento em destaque foi a vitória contra a Argentina, maior rival da seleção brasileira, e que era a atual campeã do mundo. Mais do que isso, também uma caneta de Romário para cima de Diego Maradona, então maior jogador do mundo.
Na Copa 1990, Romário e Bebeto estreiam sem brilho em mundiais
Com tantos resultados positivos nos anos anteriores, Bebeto e Romário eram unanimidades para disputarem a Copa do Mundo de 1990, na Itália. Enquanto Romário estava se destacando desde 1988 no futebol da Holanda, pelo PSV Eindhoven, Bebeto tinha entrado em conflito com o Flamengo na renovação contratual, e em meio a polêmicas foi para o rival Vasco da Gama.
Cheios de expectativas para aquela Copa do Mundo, ambos acabaram decepcionando, em um momento – para se dizer no mínimo – conturbado da seleção brasileira. Atuaram pouco na competição, com Bebeto sendo opção no banco de reservas e o baixinho com problemas físicos. Careca e Muller formaram a dupla de ataque titular no mundial, eliminados nas oitavas de final para a Argentina, numa revanche de Diego Armando Maradona.
Bebeto jogou por apenas 7 minutos naquele mundial, e Romário em 65 minutos contra a Escócia.
Mundial 1994: Romário e Bebeto conduzem Brasil ao Tetra!
Embora tenham jogado pouco na Copa do Mundo de 1990, e principalmente Romário com pouca participação durante as eliminatórias, Bebeto e Romário chegaram na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, como protagonistas. A dupla vivia também grande fase em seus clubes, com Bebeto atuando pelo Deportivo La Coruña, e o baixinho sendo uma das maiores estrelas mundiais, craque do Barcelona.
E se durante aqueles anos de preparação para o mundial de 1994 a dupla tenha tido pouca oportunidades para atuarem juntos, na Copa do Mundo eles mataram a vontade. Em um sistema de jogo onde o técnico Carlos Alberto Parreira privilegiava o setor defensivo, Romário e Bebeto tinha liberdade total no ataque. Eram o ponto de escape da seleção que, por muitas vezes, se mostrava pragmática demais. E naquele mundial eles voaram demais.
A dupla estava afiada, e alguns dos mais importantes lances da seleção brasileira para chegar ao tetracampeonato mundial, saíram dos pés dos dois. Mais ainda, era os dois, um procurando o outro, que decidiam a partida a favor do Brasil. Como esquecer daquele gol chorado na vitória por 1 a 0 sobre os donos da casa, quando o Brasil atuava com um jogador a menos num calor escaldante, ainda no dia 4 de julho, dia da independência americana.
Nas quartas de finais, contra a forte seleção da Holanda, no melhor jogo daquele mundial, os dois jogadores balançaram as redes e ajudaram o Brasil na difícil vitória por 3 a 2. Foi nessa partida que, após anotar um dos gols, Bebeto fez a famosa comemoração “embala neném”.
Campeões mundiais após uma final decidida nos pênaltis, contra a Itália, Romário levou os devidos créditos tamanha foi a sua genialidade naquela competição. Tanto é que recebeu ao final do ano o prêmio de melhor jogador do mundo. Mas lembrar do baixinho naquele mundial, é lembrar de Bebeto e da parceria que fez o Brasil voltar a ser campeão do mundo, após 24 anos.
Copa 1998: Após corte de Romário, Bebeto faz dupla com Ronaldo
Às vésperas da Copa do Mundo de 1998, Romário foi cortado da competição por conta de uma lesão. Naquela época, o jovem Ronaldo já explodia como o melhor jogador do mundo, fazendo uma parceria de ataque brutal junto do baixinho, que deixava o Brasil ainda mais favorito na disputa. Porém, com o corte de Romário, coube a Bebeto fazer a dupla de ataque do Brasil em 1998.
No Flamengo, em 1996, reeditam parceria do Tetra
Romário e Bebeto na coletiva de reapresentação do camisa 7 ao @Flamengo em 1996. 🔴⚫ pic.twitter.com/Cc2q0l3RGg
— Urubu Rubro Negro 11ᶜʳᶠ (@11Urubu) June 14, 2019
Melhor jogador do mundo, Romário não quis saber de ficar na Europa e, em 1995, foi apresentado como reforço do Flamengo a peso de ouro: por 25 milhões de dólares. Isso, meses depois do tetracampeonato mundial. Um ano depois seria a vez de Bebeto voltar ao futebol brasileiro, também para o CR Flamengo. E por se tratar de uma dupla recém-campeã do mundo, a expectativa da torcida rubro-negra estava nas alturas. Porém, ao contrário do que se esperava, os dois jogadores atuaram juntos por poucos minutos no Flamengo.
E foi na partida entre Flamengo e SC Internacional, pelo Campeonato Brasileiro de 1996, que a dupla se encontrou pela única vez com o manto rubro-negro. Romário voltava de lesão e Bebeto estava a pouco tempo na equipe. E o momento não se mostrava favorável mesmo, tanto é que o baixinho sentiu uma fisgada e teve que ser substituído. Naquele jogo, o Flamengo sofreu dura derrota de virada, por 2 a 1.
Pouco tempo depois, Romário e Bebeto retornariam ao futebol espanhol, sendo o primeiro para o Valência, e o segundo para o Sevilla, acabando com qualquer sonho da torcida do Flamengo.
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2001: No Vasco da Gama, o último capítulo da parceria
Bebeto e Romário juntos no Vasco 2001 https://t.co/eRM9mykoEo pic.twitter.com/iNE9RGpMjn
— InfoVasco ✠ (@InfoVasco) December 4, 2017
Após passar novamente pelo Flamengo, Romário acertou seu retorno ao Vasco da Gama no ano de 2000, quando foi essencial na conquista do título brasileiro. Em 2001, ele recebeu um parceiro ilustre para atuar junto dele no ataque, o velho companheiro Bebeto, que naquele ano completaria 37 anos. E, apesar das expectativas, o veterano Bebeto já não rendia há algum tempo um futebol de alto nível, com atuações abaixo da critica. Por conta disso, Bebeto e Romário atuaram juntos pelo Vasco em poucas oportunidades, sem grande lembranças ao que haviam já vividos juntos.
Dessa forma, Bebeto jogou pela equipe cruzmaltina até o final de 2001 e pouco tempo depois optou por encerrar a carreira. Já o baixinho continuou a marcar gols pelos gramados brasileiros, até encerrar a carreira em definitivo no ano de 2009, com mais de mil gols marcados.
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