Carreira 1985 - Millionários
2009 - Deportivo Pereira
Características Altura: 1,75m
Destro
Posição / Outras posições Goleiro
Libertadores
1989
Perfil / Estilo do jogador
Com baixa estatura para um goleiro, 1,75m, René Higuita compensa com muita disposição, que muitas vezes o levava para longe de sua área, seja desarmando adversários ou armando jogadas para seu time. Por conta dessas caracteristicas, ficou conhecido como "El Loco", ainda mais com suas defesas folclóricas, como a "Defesa Escorpião". Habilodoso, também se destacou como goleiro artilheiro, seja com gols de pênalti ou falta.
René Higuita é considerado o goleiro mais diferente da história do futebol. Ousado e visionário, o arqueiro foi um marco no esporte por entender que os limites da área não deveriam impedi-lo de explorar os horizontes do campo. Muito mais do que um guardião das redes, o “El Loco”, como era chamado, também aparecia como um jogador a mais de linha, algumas vezes como libero e outras até mesmo como um armador.
Fora dos padrões tanto como goleiro como em sua aparência excêntrica, com seus longos cabelos cacheados, Higuita também chamou a atenção por desbravar as redes adversárias. Em 493 partidas oficiais na carreira, o arqueiro anotou 41 gols, sendo 37 de pênalti e 4 de falta. Hoje ele é o sexto maior goleiro artilheiro.
Ao todo teve passagens pelo futebol colombiano e também por México e Espanha. Em sua terra natal, sua passagem destaque foi no Atlético Nacional, e em solo espanhol, jogou ao lado de Carlos Valderrama pelo Real Valladolid. Companheiro esse que também fez história pela seleção colombiana nas décadas 1980 e 1990.
A passagem de Higuita na seleção da Colômbia
René Higuita foi convocado pela primeira vez na seleção colombiana em 1986, com apenas 20 anos de idade. Pelo escrete nacional, participou de três edições da Copa América e atuou na Copa do Mundo de 1990, junto com a dourada geração do futebol colombiano ao lado de Valderrama, Rincón e Asprilla, sob o comando de Franciso Maturana. No mundial, foi responsabilizado pela eliminação nas oitavas de finais contra Camarões, ao falhar em uma de suas aventuras ao sair do gol.
O goleiro se despediu da seleção nacional em 1999, depois de atuar em 68 partidas e anotar 3 gols.
HÁ 32 ANOS….
Roger Milla roubava a bola de Higuita, marcava o gol e Camarões fazia história na Copa do Mundo de 1990.
O estilo arrojado de partir para o ataque, mesmo sendo goleiro, teve inspiração no início de carreira de René Higuita. Em seus primórdios nas categorias de base pelo Independente de Medellín, o então jogador de linha atuava como meio-campista e também pelas pontas.Porém, após sua equipe se desfalcar e não contar com nenhum arqueiro, Higuita foi convidado para a posição e se destacou. A partir dali nasce um dos goleiros mais originais da história do futebol.
Estreia como profissional no Millionários/COL
Apesar de ter se formado nas categorias de base do Independiente de Medellín, René Higuita estreou como profissional pelo Millionários em 1985. Pela equipe, o goleiro atuou em 16 partidas e logo se destacou como artilheiro, ao anotar 7 gols.Tamanho destaque logo fez com que fosse contratado pelo Atlético Nacional, dando fim à sua passagem pelo Millionários com apenas uma temporada.
Chega ao Atlético Nacional para se tornar ídolo colombiano
A chegada de René Higuita ao Atlético Nacional mudaria o rumo de sua carreira, pois ele deixaria de ser um simples goleiro para se tornar uma estrela nacional. Em 1986, assim que chegou ao clube, o arqueiro tomou a posição de titular e logo se destacou, até ser chamado pela seleção colombiana ainda no mesmo ano.
A equipe de Higuita se tornou uma das mais badaladas da época, pois em meio a explosão do narcotráfico, era financiada por ninguém menos que Pablo Escobar. Com isso, os gols e as jogadas plásticas do goleiro ganharam ainda mais holofotes.
Porém, mesmo com tamanho destaque, o arqueiro só conquistou o seu primeiro título com o Atlético Nacional em 1989, a Copa Libertadores da América, uma conquista e tanto. Em 1991, Higuita conquistaria o seu primeiro título colombiano, na temporada de despedida de sua primeira passagem pela equipe.
Dois anos depois retornou ao clube, após se aventurar na Europa, e conquistou mais um campeonato nacional em 1994 e foi vice da Copa Libertadores em 1995. Em 1990 e 1997 também faturou a Copa Interamericana.
O goleiro e ídolo do Atlético Nacional encerrou a trajetória mais importante de sua carreira por um clube em 1997. Em suas duas passagens foram dois gols oficiais anotados em 226 partidas, além de ter sido eleito o 3º melhor jogador sul-americano nos anos de 1989 e 1990.
Ao se destacar em sua primeira passagem pelo Atlético Nacional e pela seleção colombiana, após a Copa do Mundo de 1990, René Higuita chamou a atenção do Real Valladolid, da Espanha. O arqueiro foi contratado pela equipe em 1991, e reencontrou seu antigo treinador de seleção e clube, Francisco Maturana, além do astro Carlos Valderrama, “El Pibe”.
Em seus dois anos pela equipe, Higuita colecionou maus momentos, com atuações abaixo da expectativa, que culminou em apenas 15 partidas disputadas, mesmo com dois gols marcados. Em crise financeira, o Real Valladolid dispensou o goleiro e seus parceiros de seleção Valderrama e Leonel Alvarez, já rejeitados pela torcida.
Um breve “olá” ao México e rodagem pelo futebol colombiano até se aposentar
Após a sua despedida do Atlético Nacional, Higuita foi apresentado pelo Veracruz do México, onde jogou por apenas uma temporada, entre 1997 e 1998. Na equipe mexicana, o goleiro atuou em 30 partidas e anotou 4 gols.
De volta à Colômbia, passou por diversas equipes do futebol local, como Independente de Medellín, clube que o revelou, além de Real Cartagena, Júnior de Barranquilla, Deportivo RioNegro e Deportivo Pereira, sem contar breves passagens pelo futebol equatoriano e venezuelano. Pelo RioNegro, conquistou o título da segunda divisão colombiana em 2008.
Em 2009, após deixar o Deportivo Pereira, o arqueiro pendurou as luvas, aos 43 anos de idade. Seu jogo de despedida foi realizado no ano seguinte, pelo Atlético Nacional, com a presença de jogadores que foram parceiros de Higuita ao longo da carreira.
Renê Higuita e a famosa defesa escorpião
Em 1995, René Higuita protagonizou um dos lances que entrariam para a história do futebol mundial. Em amistoso realizado contra a seleção inglesa no Wembley, o meio-campista Jamie Redknapp finalizou e o goleiro pulou, fazendo a defesa com os calcanhares sobre as costas. Essa verdadeira obra ficou conhecida como “Defesa Escorpião”.
O jogo entre Colômbia e Inglaterra terminou empatado em 0 a 0, mas o resultado foi o assunto menos comentado em meio a um lance histórico.
Relação com Pablo Escobar e prisão
Em meio ao conturbado momento histórico na Colômbia, por conta do narcotráfico, René Higuita formou amizade com um dos maiores narcotraficantes de todos os tempos, Pablo Escobar. Em 1991, o então goleiro do Atlético Nacional foi visitar o amigo na cadeia, atitude que rendeu polêmica na época.
Porém, essa amizade custou caro à carreira de Higuita, que em 1993 foi preso por suposto envolvimento em um sequestro de uma menina junto aos narcotraficantes. A prisão fez com que o goleiro ficasse de fora da Copa do Mundo de 1994.
Para completar as polêmicas, o arqueiro foi pego no exame antidoping nos anos de 2002 e 2004, por uso de cocaína, droga na qual admitiu ser usuário. Polêmico, irreverente, e por que não, “El Loco”, Higuita trabalha como preparador de goleiros do Atlético Nacional, clube no qual é ídolo.