Ruud Gullit

Atacante, Meia-armador, Meia-atacante, Meio campista
638 Jogos Oficiais
16 Títulos Oficiais
235 Gols Marcados
Ruud Gullit Holanda - Amsterdã
Nascimento 01 de setembro de 1962
Falecimento -
Apelidos Black Tulip (Tulipa Negra)
Carreira Início: (1979) HFC Haarlem
Término: (1998) Chelsea
Características Altura: 1,91 m
Destro
Posição / Outras posições Meio-campista / Segundo-atacante
Mundial de Clubes

1989, 1990

UEFA Champions League

1988-89, 1989-90

Melhor do Mundo/Bola de ouro

1987

Perfil / Estilo do jogador

Alto, com seus 1,91 m, Ruud Gullit poderia sido goleiro, centro-avante ou zagueiro, porém ele foi revelado em outra função, como meio-campista. Logo na sequência, o jogador demonstrou toda a sua versatilidade, marca registrada em sua carreira, e atuou em outras funções, como segundo-atacante, meia-atacante e meia-armador. Dono de muita elegância dentro de campo, força, habilidade e poder de finalização, o holandês sabia como poucos armar o jogo e ao mesmo tempo definir as jogadas. Sua trajetória como atleta poderia ter ido mais longe, ainda mais para um jogador a frente de seu tempo, porém, sua condição física já não lhe permitia correr como um garoto.

Categoria de base

Data Clube    
1970 ASV Meerboys    
1975 DWS    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1979–1982 HFC Haarlem 91 32
1982-1985 Feyenoord 107 43
1985-1987 PSV 75 53
1987-1994 Milan 173 56
1993-1995 Sampdoria 63 27
1995-1998 Chelsea 63 7

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1981-1994 Holanda 66 17

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
HFC Haarlem Campeonato Holandês (Segunda Divisão) 1980-81
Feyenoord Campeonato Holandês 1983-84
Feyenoord Copa da Holanda 1983-84
PSV Campeonato Holandês 1985–86 , 1986–87
Milan Campeonato Italiano 1987-88 , 1991-92 , 1992-93
Milan Supercoppa Italiana 1992 , 1994
Milan Liga dos Campões 1988–89 , 1989–90
Milan Supertaça da UEFA 1990
Milan Torneio Intercontinental 1989
Sampdoria Copa Itália 1993-94
Chelsea Copa da Inglaterra 1996-97

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Eurocopa 1988

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Jogador de futebol holandês do ano 1984, 1986 Feyenoord, PSV
Ballon d'Or 1987 Milan
Equipe do torneio do Campeonato Europeu da UEFA 1988, 1992 Seleção Holandesa
FIFA XI 1991 Milan
Equipe do ano da Premier League PFA 1995-96 Chelsea
FIFA 100 2004
Hall da Fama do Futebol Italiano 2017 Milan, Sampdoria

Desempenho

0,36
Média
Gols por jogo
0,84
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
5
Passe
5
Controle de Bola
5
Drible
4
Velocidade
3
Técnica
5
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
2

Biografia

Ruud Gullit: O craque versátil da gloriosa geração holandesa dos anos 1980

Ruud Gullit: lenda dos anos 1980 e 1990

Lenda de uma das gerações mais brilhantes do futebol holandês, Ruud Gullit encantou os amantes da bola entre as décadas de 1980 e 1990. Marcado por sua genialidade e versatilidade, o jogador atuou em praticamente todas as posições do meio para frente, com muita categoria em todas elas.

Dono de uma carreira vencedora, Gullit conquistou títulos por todas as equipes onde passou. Desde o pequeno HFC Haarlem da Holanda, até Feyenoord, PSV, Milan, Sampdoria e Chelsea, o jogador não deixou de levantar taças. Contudo, foi também no Milan onde ele fez mais sucesso, conqsuitando a Liga dos Campeões de 1988-89 e 1989-1990, ao lado de lendas como Marco van Basten e Frank Rijkaard. Inclusive, foi na equipe rossonera, onde o holandês conquistou o prêmio de melhor do mundo, no ano de 1987.

Outra passagem marcante em sua carreira foi justamente quando o jogador esteve prestes a pendurar as chuteiras. Com a camisa do Chelsea, Gullit tirou a equipe de uma recente má fase e, como jogador-treinador, conquistou o título da Copa da Inglaterra de 1996-97.

Como não poderia ser diferente, em sua seleção, Gullit também não fez feio e conquistou o inédito da Eurocopa de 1988. A única baixa foi a sua participação na Copa do Mundo em 1990 com o escrete holandês, não passando das oitavas de finais.

Além de ser um craque em campo, o jogador ficou conhecido por sua vasta cabeleira, tendo como marca registrada os seus famosos dreadlocks.  Sem contar com sua elegância em campo, que lhe rendeu o apelido de Black Tulip (Tulipa Negra). Foi dessa forma que Gullit construiu sua carreira, rendendo como fruto o seu filho Maxim Gullit, que atualmente também joga futebol. Curiosamente Maxim é filho de Estelle Cruyff, ex-esposa de Gullit e sobrinha do lendário Johan Cruyff.

Infância, histórico e inspirações

Rudi Dil, ou simplesmente Ruud Gullit, nasceu no dia 1º de setembro de 1962, em Amsterdã, capital da Holanda. Fruto de um relacionamento entre um imigrante do Suriname e sua amante, zeladora de um museu, Gullit começou a tomar gosto pelo futebol na infância, quando jogava futebol na rua.

Não demorou para ele se juntar ao modesto clube de seu bairro, o Meerboys, em 1970, para logo depois fazer parte do Amsterdam Old West. Em 1975, Gullit continuou se desatacando e logo foi convidado para jogar no AFC DWS, clube um pouco mais conhecido à época. Lá, o jovem atuou ao lado de outras futuras lendas do futebol holandês como Erwin Koeman , Ronald Koeman e Wim Kieft.

Ainda como destaque, mesclando velocidade e muita habilidade, Gullit continuou impressionando, até chamar a atenção dos cartolas do HFC Haarlem, clube hoje extinto, mas que na época jogava a primeira divisão holandesa. Foi então, que em 1978 o jogador foi contratado pelo clube, com apenas 16 anos, assinando o seu primeiro contrato profissional.

Contudo, em seu primeiro ano como profissional, Gullit não chegou a entrar em campo e sua equipe foi rebaixada para a segunda divisão. Mas o jogador deu a volta por cima nos anos seguintes e se tornou titular, ajudando seu time a retornar a primeira divisão do futebol holandês. Para melhorar, na temporada seguinte, em 1981-82, o jovem se destacou ainda mais, sendo a grande estrela na inédita campanha do HFC Haarlem que se classificou para a Taça da UEFA.

Como o principal destaque de sua equipe, Gullit acabou chamando a atenção do Feyenoord. Assim, não teve jeito e o jovem acabou contratado, deixando o HFC Haarlem após 91 partidas e 32 gols.

Feyenoord: Primeiro grande passo na carreira

Ruud Gullit foi contratado pelo Feyenoord – clube pelo qual torcia na infância – no inicio temporada da 1982-83, prestes a completar 20 anos de idade. Na época, o holandês chegou a ser cogitado no Arsenal, mas os cartolas do clube londrino não quiseram apostar em sua contratação.

Azar do Arsenal, pois Gullit mal chegou ao Feyenoord e logo assumiu a titularidade sem sentir o peso da camisa. Tanto que em sua estreia, anotou um gol decisivo em vitória por 3 a 2 contra o Excelsior em jogo válido pelo Campeonato Holandês.

Contudo, mesmo com uma primeira temporada positiva individualmente, o craque holandês só veio a conquistar títulos na temporada seguinte, em 1983-84. Curiosamente, naquele ano, ele faria parceria com a maior lenda do futebol holandês, Johan Cruyff, que em final de carreira retornou ao Feyenoord. Então, ao lado do ídolo holandês, Gullit faturou os títulos da Liga Holandesa e da Copa Holandesa.

Ali, ele já começava a desempenhar um papel mais ofensivo a partir do meio-campo, sendo cada vez mais determinante no ataque. Porém, antes de deixar o Feyenoord, o jogador viveu a noite mais triste de sua vida. Gullit sofreu ofensas racistas e foi cuspido por torcedores escoceses, após partida contra o St Mirren pela Taça da UEFA.

Pouco depois, ao final da temporada de 1983-84, ele foi contratado pelo rival do Feynoord, o PSV, sendo bastante criticado por torcedores, que o xingaram de mercenário. Sob muitas críticas, Gullit deixou o seu clube do coração após 103 partidas realizadas e 41 gols marcados.

PSV: Ruud Gullit obtém projeção mundial

Passagem no PSV.

Contratado pelo valor de 1,2 milhão de florins holandeses, Ruud Gullit chegou ao PSV a fim de dar um passo a mais em sua promissora carreira. Já como o principal destaque do futebol no país, o jogador chegava ao clube que o aguardava repleto de expectativas.

Mas, se Gullit chegava ao PSV como um grande destaque do futebol nacional, com a camisa do clube ele foi além e se tornou uma grande estrela do futebol mundial. Tanto que foi ele quem comandou a equipe em dois títulos do Campeonato Holandês nas temporadas de 1985–86 e 1986–87.

Além disso, o jogador se tornou cada vez mais implacável com a camisa vermelha e branca, vivendo a sua fase mais goleadora. Para se ter uma ideia, em apenas duas temporadas pelo PSV, Gullit anotou 53 gols em 75 jogos, sua melhor média de gols em toda a carreira. Tal destaque obviamente não poderia passar despercebido: o gigante Milan contratou o jogador ao final da temporada 1986-87.

No Milan, Ruud Gullit se torna uma lenda

Na década de 1980, ao ser adquirido por Silvio Berlusconi, o Milan passou por um processo de reformulação, a fim de recuperar o seu período de glória dos anos 1960. Então, o dono do clube começou a fazer uma série de grandes contratações, dentre elas a de Ruud Gullit, pela quantia de 18 milhões de florins holandeses. Na época, tal contratação foi a maior do futebol mundial, superando a de Diego Maradona no Napoli.

Gullit chegou ao Milan para atuar ao lado de grandes craques como o seu compatriota Marco van Basten, e outros grandes jogadores italianos como Daniele Massaro, Roberto Donadoni, Franco Baresi, o jovem Paolo Maldini e o futuro treinador Carlo Ancellotti.  Mais tarde ele receberia a presença de outro holandês, Frank Rijkaard, sob o comando de outra lenda, o treinador Arrigo Sachi.

Logo em seu primeiro ano, o jogador já conquistou o seu primeiro título com a camisa rossonera, o Campeonato Italiano de 1987-88. Título esse que o Milan não conquistava havia nove temporadas. Contudo, as conquistas de Gullit não pararam por ai.

Já na temporada seguinte, o holandês conseguiu mais uma façanha ao ajudar o Milan a conquistar o título da Liga dos Campeões. Um feito histórico, tendo em vista que o clube não conquistava esse título havia 20 anos. Como se não bastasse, ele repetiu o feito na temporada seguinte e faturou o título europeu de 1989-90. Nesse meio tempo, o jogador ainda conquistou dois títulos Intercontinentais, um em cima do Atlético Nacional em vitória por 1 a 0 e o outro em cima do Olímpia, em triunfo por 3 a 0.

Trio holandês brilha no Milan: Marco van Basten, Gullit e Rijkaard

Com o sonho de remontar o Milan, o dono do clube, Silvio Berlusconi foi às compras e contratou alguns dos principais craques da época. Dentre eles, Marco van Basten, Ruud Gullit e Frank Rijkaard.

O primeiro a chegar ao clube foi van Basten, que em 1987 desembarcou em Milão e logo tomou conta do ataque da equipe. Ao lado dele, Gullit também chegava para comandar o ataque rossonero, justamente no mesmo ano. Rijkaard chegou um pouco depois, já na temporada 1988-89, vindo do Ajax, assim como havia ocorrido com van Basten, para coordenar o meio-campo do Milan.

Juntos, os três se tornaram as principais estrelas do Milan em meio a importantes conquistas. Além de bagunçar as defesas adversárias, o trio holandês ajudou o Milan a conquistar um bicampeonato italiano, duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças da Europa, duas Supercopas da Itália e um Torneio Intercontinental.

1987: Ruud Gullit vence o prêmio Bola de Ouro

Em seis anos no Milan, regados a importantes títulos, Ruud Gullit teve o seu melhor momento justamente quando chegou à equipe. Até porque, foi naquele ano de 1987, em que o jogador ganhou o prêmio Ballon d’Or da Revista France Football. De quebra, ele ainda fez um belo gesto ao dedicar o prêmio a Nelson Mandela, que lutava contra o apartheid na África do Sul.

Vale lembrar que Gullit conquistou tal prêmio não apenas pelo que havia feito com a camisa do Milan, mas também pelo que fez com a camisa do PSV em metade do ano. Sendo que ele obteve ótimo desempenho na conquista do Campeonato Holandês e continuou se destacando sob as cores rossoneras na série A italiana.

Seu desempenho superou o de outros grandes jogadores daquela época, como o meio-campista português Paulo Futre que atuava no Atlético de Madrid e o atacante espanhol Emilio Butragueño do Real Madrid. Naquele ano, Futre havia conquistado a Copa da Liga ainda com a camisa do Porto e Butragueño havia conquistado a La Liga pelo time Merengue. Porém, ambos foram superados por Gullit.

Saída do Milan já em fase descendente da carreira

Em sua sequência de conquistas, Gullit faturou mais um bicampeonato italiano nas temporadas de 1991-92 e 1992-93. Contudo, na conquista desse último título, o jogador já não era mais o mesmo, por conta de sua condição física, o que acabou ocasionando a sua saída do Milan rumo à Sampdoria.

Então, o holandês deixou o San Siro ao final da temporada de1992-93, mas pela porta da frente, sendo saudado como um grande ídolo rossonero. Tanto que até hoje, quando os torcedores do Milan são perguntados sobre os maiores ídolos do clube, o nome de Gullit é um dos mais mencionados. Menção mais do que merecida para um jogador vitorioso, que em 171 partidas e 56 gols marcados, conquistou os corações vermelho e preto.

Nova missão na carreira: ajudar a Sampdoria a se reerguer

Ruud Gullit na Sampdoria.

Ruud Gullit chegou à Sampdoria em 1993, prestes a completar 31 anos de idade, através de um acordo de empréstimo. Na época ele já não estava tendo espaço no Milan, por não contar o mesmo vigor físico de outrora.

Mas, na Sampdoria a concorrência no time titular já não era tão intensa quanto e assim, Gullit conquistou o seu espaço na equipe ao lado notáveis jogadores. Como por exemplo, Roberto Mancini e o goleiro italiano da Copa de 1994, Gianluca Pagliuca. Assim, o holandês tomou conta do ataque do time e impressionou a diretoria Blucerchiati, que tratou de efetuar a sua contratação em definitivo.

Contratação essa mais do que acertada, pois Gullit foi peça fundamental para a conquista da Copa Itália de 1993-94. Como se não bastasse, ele ajudou a Sampdoria a chegar ao terceiro lugar da Serie A daquele ano e foi artilheiro da equipe na temporada com 15 gols. Por um momento, o holandês preencheu a lacuna de protagonista deixada por Toninho Cerezo, que havia se despedido do time italiano em 1992 rumo ao São Paulo.

Porém, a passagem de Gullit na Sampdoria foi como um cometa e já tinha prazo de validade. Ao término de seu contrato, por mais que recebesse diversas oportunidades de Sven-Göran Eriksson, o jogador não teve a sua renovação acertada. O clube já não acreditava que o Gullit pudesse render mais do que já estava rendendo, no que resultou em sua saída após 63 jogos, com 26 gols marcados.

O último passo da carreira: Ruud Gullit mostra seu valor no Chelsea

Com o passe livre, Ruud Gullit se juntou ao Chelsea em 1995,  em um momento em que a equipe londrina passava por uma reformulação, após campanhas tímidas na Premier League e algumas quedas para a segunda divisão. No entanto, o jogador teve algumas dificuldades para se adaptar ao futebol inglês, mas se reencontrou justamente em sua posição de origem, como meio-campista.

Ali, Gullit conseguiu realmente se destacar, tanto que foi eleito o segundo melhor jogador do Campeonato Inglês, ficando atrás apenas de Eric Cantona. Um feito e tanto, tendo em vista que sua equipe fez uma campanha modesta na competição, ficando com o 11º lugar.

Porém, na temporada seguinte, o Chelsea obteve um desempenho coletivo melhor. Ao lado de Giancluca Vialli e Mark Hughes, Gullit enfim conseguiu vencer um título pelos Blues, a Copa da Inglaterra de 1996-97. O detalhe importante é que o holandês conseguiu tal proeza como jogador-treinador, tirando o clube inglês de uma fila de 26 anos.

Sabendo que já estava em final de carreira, aos 35 anos, Gullit aceitou a missão de treinar a equipe. Então, ele dividiu dois cargos no Chelsea até deixar o clube em 1998, após desentendimentos com a diretoria. Naquele ano, ele deixava os Blues em definitivo e com um legado importante, sendo um dos jogadores que atraíram a atenção dos clubes ingleses para a contratação de atletas estrangeiros.

Como se não bastasse, Gullit sempre demonstrou muito amor ao Chelsea, mesmo após ter deixado o clube. Até hoje, o holandês afirma que o time londrino foi o melhor no qual ele atuou na carreira e onde esteve mais feliz. Sua saída se deu após 54 partidas com a camisa azul e 6 gols marcados.

Aposentadoria e carreira pós-aposentadoria

Carreira como treinador.

Gullit encerrou a sua carreira em 1998, prestes a completar 36 anos, após ter deixado o Chelsea em definitivo. Na ocasião, o holandês se via muito mais como treinador do que como jogador, justamente por já não reunir as mesmas condições físicas de antigamente.

Após deixar os Blues, Gullit continuou sua carreira de treinador no Newcastle, também da Inglaterra, ainda em 1998. Com a equipe, ele quase conseguiu o título da Copa da Inglaterra de 1998-99, mas um desentendimento com jogadores consagrados como Alan Shearer e Robert Lee, lhe custou o cargo em 1999.

Com a sua demissão do Newcastle, Gullit só voltou a assumir uma equipe em 2004, quando foi contratado pelo Feyenoord. Porém, até mesmo em seu time do coração e onde já jogara, ele não obteve sucesso. Anos depois, mais precisamente em 2007, o holandês treinou o Los Angeles Galaxy, sem deixar saudades e tentou um último passo na carreira em 2011 no Terek Grozny da Rússia. Mas, nem no futebol russo o ex-jogador fez um trabalho bem sucedido.

Depois de encerrar a carreira como jogador, Gullit não teve trabalhos apenas no futebol. Sempre engajado com as causas na África do Sul, ele lançou a canção anti-apartheid junto com a banda de reggae Revelation Time. Na época, a música ficou entre as 40 mais ouvidas na Holanda.

Em 2006, ele também trabalhou na televisão e obteve o seu próprio talk-show. No programa, o ex-jogador entrevistou vários convidados de peso, dentre eles Nelson Mandela, do qual Gullit era um grande admirador. Ainda na TV, o holandês não deixou o futebol de lado e trabalhou como comentarista esportivo na Copa do Mundo de 2006 e para a TV Al Jazeera, na Eurocopa de 2012.

Gullit na seleção holandesa

A história de Ruud Gullit com a camisa da Laranja Mecânica começou em 1981, quando ele tinha apenas 19 anos. Seu destaque ainda pela equipe do HFC Haarlem lhe rendeu a convocação para a seleção holandesa. Contudo, sua estreia não foi muito feliz, pois ocorreu em meio a uma derrota em amistoso contra a Suíça pelo placar de 2 a 1.

Para piorar, Gullit não conseguiu ajudar a seleção holandesa a se classificar para a Copa do Mundo de 1982, assim como em 1986, só que em tons de maior dramaticidade. Na ocasião, a Holanda esteve próxima de se classificar para a Copa no México, chegando aos playoffs. Contudo, uma derrota no placar agregado para a Bélgica, no último minuto do jogo, tirou os holandeses do mundial.

Mas o jogador conseguiu dar a volta por cima em sua seleção no ano de 1988, seu melhor período na carreira. Naquela oportunidade, Gullit ajudou a Holanda a faturar o seu título mais importante da história, a Eurocopa 1988.

Na Copa de 1990, na Itália, foi então, a primeira e única vez que Gullit teve a oportunidade disputar um mundial. Porém, o desempenho da Holanda não foi dos melhores, assim como o de Gullit, que teve uma atuação pouco inspiradora para um capitão. O resultado disso foi a eliminação para a seleção alemã ainda na fase oitavas de finais.

Gullit ainda teve a oportunidade de conquistar mais um título pela seleção holandesa, o da Eurocopa de 1992. Porém, sua seleção caiu na fase seminal, nos pênaltis, para a Dinamarca. Dois anos depois, o jogador ainda chegou a ser cogitado para disputar a Copa do Mundo nos Estados, mas um desentendimento com o técnico Dick Advocaat impediu que isso acontecesse.

Assim, se encerrou a sua passagem pelo escrete, após 66 partidas e 17 gols marcados.

Eurocopa de 1988: seu grande e único título pela Holanda

Ruud Gullit conquista a Euro de 1988.

O ano de 1988 foi o melhor de Ruud Gullit com a camisa da seleção holandesa. Até porque, naquele ano, o jogador se consagrou de vez como um dos maiores ídolos da Holanda ao conquistar o título da Eurocopa.

Além disso, ele teve a honra de ser o capitão de uma das melhores gerações holandesas, que contava com craques como Marco van Basten, Frank Rijkaard, Ronald Koeman, dentre outros. Na época, o time era treinado pelo lendário Rinus Michels, técnico que havia treinado a enorme geração holandesa dos anos 1970.

Durante a competição, Gullit atuou na função de atacante, sendo muito decisivo, embora não como um goleador nato. A prova de seu poder de decisão foi na grande final contra a União Soviética, quando anotou um dos gols da vitória de 2 a 0, o seu único no torneio. Com esse gol anotado e o título, o craque ainda foi eleito para a seleção dos melhores jogadores da edição daquela Euro.

 

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