Roberto Baggio

Meia-atacante
700 Jogos Oficiais
4 Títulos Oficiais
317 Gols Marcados
Roberto Baggio - Rabo de Cavalo
Roberto Baggio Itália - Caldogno- Vicenza
Nascimento 18 de fevereiro de 1967
Falecimento -
Apelidos Il Codino Divino ( O Rabo de Cavalo Divino)
Carreira Início: (1982) Vicenza
Término: (2004) Brescia
Características Altura: 1,77 m
Ambidestro
Posição / Outras posições Meia-atacante / Atacante
Melhor do Mundo/Bola de ouro

1993

Perfil / Estilo do jogador

Roberto Baggio atuava como trequartista, posição próxima dos atacantes, sem propriamente ser um meia. Destacava-se tanto tanto na armação de jogadas, quanto em marcar gols. Tinha qualidade de passe impressionante, velocidade e visão de jogo, ao mesmo tempo em que era um exímio finalizador e com faro de artilheiro. Por isso, era um camisa 10 com alma de 9 fazendo com que Michel Plattini o nomeasse como um camisa 9,5. Além de todos esses recursos, o craque ainda era um excelente batedor de faltas. Marcou história em diversos clubes italianos e também na seleção italiana, do qual foi grande craque na Copa de 1994.

Categoria de base

Data Clube    
1974-1980 Caldogno    
1980-82 Vicenza    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1982-1985 Vicenza 47 16
1985-1990 Fiorentina 136 55
1990-1995 Juventus 201 115
1995-1997 Milan 67 19
1997-1998 Bologna 33 23
1998-2000 Inter de Milão 59 16
2000-2004 Brescia 101 46

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1988-2004 Itália 56 27

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Juventus Copa UEFA 1992-93
Juventus Campeonato Italiano 1994-95
Juventus Copa da Itália 1994-95
Milan Campeonato Italiano 1995-96

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Premio Bravo (Bravo Award) - Melhor jogador jovem da Europa 1990 Fiorentina
Bola de Ouro 1993 Juventus
Prêmio melhor do mundo FIFA 1993 Juventus
Onze de Ouro 1993 Juventus
Bola de Prata da Copa do Mundo 1994 Itália
Seleção da Copa do Mundo FIFA 1994 Itália
Onze de Bronze 1994 Juventus
Líder de assistências da Serie A 1994-95 Juventus
Guerin D'Oro (Melhor jogador da Serie A) 2001 Brescia

Desempenho

0,45
Média
Gols por jogo
0,181
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
4
Controle de Bola
4
Drible
4
Velocidade
4
Técnica
5
Finalização
5
Condicionamento Físico
2
Fundamentos Defensivos
1

Biografia

Roberto Baggio: ídolo italiano com carreira atrapalhada por lesões

Roberto Baggio é considerado por muito o maior ídolo do futebol italiano.

Provavelmente o jogador mais querido da Itália e um dos mais habilidosos, Roberto Baggio tem seu nome muitas vezes vinculado ao pênalti perdido na final da Copa do Mundo de 1994. Porém, sua carreira é muito maior do que isso, até porque no inicio dos anos 1990 era considerado o principal jogador do mundo.

Inclusive, em 1993, recebeu a Bola de Ouro e o prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo, ficando em segundo lugar em 1994. É também, o único italiano a marcar gols em 3 copas do mundo diferentes, em 1990, 1994 e 1998.

Era um exímio batedor de faltas, com qualidade de passe impressionante e faro de artilheiro. Baggio usava a camisa 10, mas também tinha alma de 9, conseguindo fazer muito bem as duas funções. Esse fato fez com que Michel Plattini dissesse que o craque italiano era um jogador que atuava como 9,5.

Por tamanha habilidade, sua carreira poderia ter ido ainda mais longe, se não fossem por constantes lesões. Mesmo tendo atuado em grandes clubes como Juventus, Milan e Internazionale, Baggio conquistou apenas 4 títulos como jogador profissional.

O que também pode ter pesado em sua carreira, era o fato de que sua personalidade era difícil, algo que carregou desde os tempos de Vicenza. O “rabo de cavalo divino”, como era conhecido, muitas vezes discutia com treinadores por não aceitar o banco de reservas. E quando esse não era o problema, o seu estilo de jogo de imposição física e às vezes conservador não agradava alguns técnicos. Como por exemplo, Oscar Tabarez e Carlo Ancelotti, que chegou a barrar sua contratação no Parma.

Entre glórias e problemas na carreira, Roberto Baggio tem bons números individuais, com 317 gols em 700 partidas.

Infância, histórico e inspirações

Roberto Baggio nasceu no dia 18 de fevereiro de 1967, na comuna de Caldogno, província de Vicenza. Aos 6 anos de idade foi levado ao estádio pela primeira vez por seu pai. E foi justamente no estádio Menti, em Vicenza, que viu seu ídolo jogar, o meia Chinesinho, conhecido por atuar na SE Palmeiras, que atuava na equipe local.

Outro craque da camisa 10 também encantou o pequeno garoto e se tratava de Zico, que ganhou o mundo com o CR Flamengo. Quando os jogos do rubro-negro eram transmitidos na televisão italiana, Baggio assistia atentamente ao Galinho de Quintino, buscando inspiração para sua carreira como jogador.

Com tanta inspiração, aos 9 anos de idade, Baggio começou a jogar nas categorias de base do Caldogno, time de sua cidade local. Quando completou 11 anos, atingiu incrivel marca de 45 gols em 26 partidas, o que passou a chamar a atenção de outras equipes.

 

1983-1985 – Início da Carreira jogando pelo Vicenza


Por mostrar talento nas categorias de base do Caldogno, Roberto Baggio despertou a atenção de um olheiro do Vicenza, ainda quando tinha 13 anos. Logo, o pequeno craque foi integrado aos juvenis de sua nova equipe e passou a se destacar.

Com apenas dois anos nas categorias de base do Vicenza, Baggio marcou 110 gols em 120 partidas e recebeu a oportunidade de subir para o time principal. Seu primeiro treinador no profissional já lhe apelidava de novo Zico, por se impressionar com seu talento. Dessa forma, estreou na série C do Campeonato italiano em 1983, com apenas 15 anos.

Logo de cara, chamou a atenção de alguns clubes de maior expressão no futebol italiano, mas permaneceu no Vicenza por mais dois anos. Ficou na equipe até a temporada 1984-85, quando garantiu acesso para a Série B do Campeonato Italiano.

Por tamanho talento mostrado, era inevitável que Baggio permanece no Vicenza e dessa forma, foi negociado com a Fiorentina. Encerrou a sua passagem por seu clube local na partida contra o Rimini, duas rodadas antes do final da temporada. Esse jogo ficou marcado por sua grave lesão no joelho, a primeira de sua carreira.

Em passagem marcante com a camisa do Vicenza, mesmo sem títulos, Roberto Baggio atuou em 47 jogos e marcou 16 gols.

 

1985-1990 – Roberto Baggio vai para a Fiorentina


O início da passagem de Roberto Baggio na Fiorentina teve alguns tons dramáticos. Pois corria o risco de perder seu contrato com clube, por chegar lesionado. Mesmo assim, a equipe da viola pagou 1,39 milhões de euros e ficou com o jogador, apostando em seu tratamento.

Foram 18 meses de luta contra essa grave lesão e nesse meio tempo, Baggio conheceu o budismo, religião da qual ajudaria a propagar em toda a Europa. Por conta disso, deixou seu cabelo crescer e adotou seu famoso rabo de cavalo. Em uma mescla de fé e aparência irreverente, recebeu o apelido de “Rabo de Cavalo Divino”.

 Volta por cima jogando na viola

O craque voltou aos gramados em abril de 1987, em derrota para a Internazionale por 1 a 0. Dois jogos depois marcou o seu primeiro gol de falta na carreira, em empate com o Napoli de Diego Maradona, o que quase atrapalhou o sonho dos napolitanos pela conquista do Scudetto. Essas partidas foram algumas das 5 que o craque realizou em seus primeiros dois anos na Fiorentina.

Já recuperado, Baggio se firmou como titular da viola nas temporadas seguintes e fez ótimas atuações, regadas a gols e muita categoria. O craque italiano conseguiu jogar bem, mesmo que a fase de sua equipe não fosse das melhores, lutando inclusive, contra o rebaixamento.

Mas foi na temporada 1989-90 em que Baggio realmente conquistou o coração dos torcedores da Fiorentina, conseguindo chegar à final da Copa UEFA. Porém, sua equipe perdeu a decisão para a Juventus, que logo se encarrou de contrata-lo. Naquele mesmo ano, o craque foi vice-artilheiro da serie A, ficando atrás apenas de Marco van Basten. Por esse desempenho foi convocado para a Copa do Mundo realizada na Itália.

Em sua passagem pela Fiorentina Roberto Baggio jogou ao lado de Dunga, que viria a ser o seu algoz em 1994 e chegou a ser treinado pelo lendário Svan Goran Eriksson. Mesmo com suas lesões obteve números notáveis, marcando 55 gols em 136 partidas.

 

1990-1995 – Na Juventus, Roberto Baggio assume a camisa 10


Em 1990, Roberto Baggio chegava a Juventus de Turim, em uma transação recorde na época, 13 milhões de euros. Logo de cara, já havia recebido a camisa 10, que anos antes pertencia ao craque Michel Plattini.

Em seu primeiro ano de Juventus, não conseguiu impressionar muito, em uma equipe fraca treinada por Gigi Maifredi. Também ficou marcado pela sua forte ligação com a Fiorentina, se recusando inclusive, a bater um pênalti contra sua ex-equipe. Esse fato deixou os torcedores biaconeros com um pé atrás em relação ao camisa 10.

Mas toda essa desconfiança foi deixa para trás em sua segunda temporada, pois foi fundamental em um time treinado pelo lendário Giovanni Trapattoni. Dessa forma, conseguiu ser vice-artilheiro do Campeonato Italiano de 1991-92, ficando atrás novamente de Van Basten. Voltou a repetir o mesmo feito na temporada 1992-93.

Foi nessa temporada em que conquistou o seu primeiro título na carreira, a Copa UEFA, na qual foi fundamental na grande decisão contra o Borussia Dortmund.  Usando a braçadeira de capitão, marcou dois gols no primeiro jogo e deu uma assistência no segundo.

Voltou a levantar taças em 1994-95, quando faturou o Campeonato Italiano e a Copa Itália. Porém, essa temporada ficou marcada por mais uma lesão grave em sua carreira, o que prejudicou sua permanência na Juventus. O clube estaria disposto a reduzir o seu salário pela metade, Baggio não aceitou e deixou a equipe. Inclusive, nesse período, já surgia uma nova estrela em Turim, Alessando Del Pierro, que viria a ser o novo dono da camisa 10.

Em seus 5 anos na Juventus, Baggio venceu 3 títulos e marcou 115 gols em 201 jogos. Esteve ao lado de grandes craques como Antônio Conte, Dino Baggio, Gianlucca Vialli e Didier Deschamps. Foi treinado também por grandes lendas como Giovanni Trapattoni e Marcelo Lippi.

1993 – Melhor jogador do mundo: Roberto Baggio é Bola de Ouro!

Com seu protagonismo no título da Copa UEFA 1992-93, Roberto Baggio chamou atenção do planeta. Sua habilidade impressionante nas construções de jogadas e poder de decisão na hora de fazer gols lhe renderam seus mais importantes prêmios. O craque conseguiu vencer a Bola de Ouro e o prêmio FIFA de melhor jogador do mundo no final de 1993.

Ambas as premiações foram merecidas, pois aquela foi a melhor temporada de Baggio como jogador profissional em relação a números individuais. Foram 30 gols marcados em 43 partidas, maior média de sua carreira.

1994-1995 – Em temporada marcada por lesões, consegue o doblete

Após bater na trave com a Juventus em dois vice-campeonatos seguidos na série A italiana, Roberto Baggio finalmente conseguiu vencer a competição em 1994-95. Porém, aquela temporada foi marcada por mais uma de suas lesões no joelho, fazendo com que jogasse apenas metade da campanha. Mesmo assim, o camisa 10 foi fundamental nas últimas partidas do torneio, marcando gols importantes.

Na mesma temporada, Baggio ainda faturou o título da Copa da Itália, mesmo não atuando nos jogos finais. Dessa forma, o craque conquistou o único doblete de sua carreira.

 

1995-1997 – Roberto Baggio no Milan


Roberto Baggio ao lado de estrelas do Milan, porém não engrenou na equipe.

Na temporada 1995-96, Roberto Baggio chegava ao time treinado por Fábio Capello com status de estrela, até porque o Milan teve que desembolsar o equivalente a mais de 9 milhões de euros por sua contratação. Logo de cara, encontrou grandes jogadores no rossonero, como George Weah, Zvominir Boban, Roberto Donadoni, Desailly, Paolo Maldini e Franco Baresi.

Junto com esse esquadrão, Baggio foi titular e ajudou o Milan na conquista do Scudetto de 1995-96. Dessa forma, foi o quinto jogador da história a faturar o título italiano duas vezes seguidas e por dois clubes diferentes.

Mas após a saída de Fabio Capello, o AC Milan teve uma queda e não conseguiu engrenar. O mesmo aconteceu com o futebol de Baggio, que muitas vezes foi criticado pelo novo treinador, Oscar Tabarez. Contudo, a sorte parecia mudar para o craque italiano com a demissão de Tabarez, mas quis o destino que seu antigo desafeto com quem teve problemas na seleção italiana, Arrigo Sacchi, retornasse ao Milan.

Baggio foi deixado de lado por Sachi, porém em outra reviravolta, o treinador acabou sendo demitido por maus resultados. Dessa forma, o Milan trouxe de volta Fábio Capello, dando esperanças de uma suposta volta do atacante italiano ao time titular. Isso só não aconteceu, como a equipe rossonera pediu para que o craque procurasse outro clube.

Assim, Roberto Baggio encerrava a sua passagem na equipe do Milan, com 67 jogos, 19 gols marcados e um título conquistado.

 

1997-1998: Grande destaque, em rápida passagem pelo Bologna


Livre para procurar outro time, Roberto Baggio se encontrou no Bologna, clube mediano do futebol italiano. De aparência nova, com seu famoso rabo de cavalo cortado para simbolizar seu renascimento, tinha a missão de pelo menos livrar sua equipe do rebaixamento. E isso ele conseguiu fazer muito bem.

Baggio não apenas ajudou seu time a se manter na primeira divisão, como também levou o Bologna a 8º posição do Campeonato Italiano. De quebra, ainda foi o terceiro maior artilheiro da competição e segundo melhor jogador. Seu desempenho lhe rendeu a convocação da Copa do Mundo de 1998, a terceira em sua carreira.

Em sua meteórica passagem pelo Bologna, Baggio marcou 23 gols em 33 partidas, uma das melhores marcas de sua carreira.

 

1998 – 2000 – Roberto Baggio joga no seu time de infância: Inter de Milão


Sua participação na Internazionale foi apagada, mesmo ao lado de Ronaldo.

Após ótimo desempenho no Bologna e na seleção italiana, Roberto Baggio despertou interesse da Internazionale de Milão.  Começou como titular da equipe e parecia que iria engrenar no ataque, porém não foi isso o que aconteceu e o craque oscilou entre a titularidade e a reserva.

A troca de técnicos também pode ter atrapalhado a sua passagem na Inter, pois em dois anos, a equipe contou com quatro treinadores. Outro fator que pode ter prejudicado o período de Baggio no time nerazzurri, foram as suas já conhecidas lesões no joelho. Dessa forma, o craque não conseguiu mostrar seu melhor futebol ao lado de Ronaldo Fenômeno, sendo que ambos poderiam formar uma histórica dupla de ataque.

Em dois anos na Inter de Milão, Baggio atuou em 59 jogos e anotou 16 gols. Esses foram os piores números de sua carreira.

 

2000-2004 – Roberto Baggio fica livre e escolhe o Brescia


Após ter seu contrato encerrado com a Inter de Milão, Roberto Baggio teve seu passe livre para assinar com a equipe que quisesse. O Arsenal e o poderoso Real Madrid demonstraram interesse em contar com o seu futebol, porém a sua cabeça estava na Itália e seu destino foi o Brescia.

Aos 33 anos, ainda tinha esperanças de ir até a Copa do Mundo de 2002 e acreditou que ficando na Itália poderia ter seu caminho facilitado. Nessa busca, Baggio se tornou o principal destaque do Brescia em 2000-01 e levou a equipe à 7ª posição do Campeonato Italiano. Esse desempenho fez com que seu nome fosse lembrado para a lista de concorrentes a Bola de Ouro.

Porém, na temporada seguinte, sofreu mais uma grave lesão e ficou um bom tempo de fora. Esse problema veio a ocorrer justamente quando brigava por vaga na Copa do Mundo de 2002, o que resultou na sua não convocação.

Em suas duas últimas temporadas, continuou sendo importante na equipe, mesmo que sua média de gols tenha caído um pouco. Dessa forma, Baggio se tornou um dos maiores ídolos da história do Brescia, representando a equipe por 4 anos.

Com tanto tempo atuando no Brescia,  Baggio teve a chance de jogar ao lado de grandes jogadores do futebol mundial que passaram pela modesta equipe. Entre eles, o então jovem meia Andrea Pirlo e o experiente volante Pep Guardiola.

O Brescia foi a segunda equipe da qual Roberto Baggio mais vezes vestiu a camisa, com 101 partidas e 46 gols marcados.

 

2004 – Roberto Baggio se aposenta


O adeus do ídolo italiano.

Aos 37 anos, Roberto Baggio decidiu que era hora de se aposentar, principalmente por conta da idade. O craque já se sentia que seu ciclo como jogador estava se encerrando e inclusive admitiu isso em entrevista coletiva meses antes de deixar os gramados.

Seu último jogo oficial com a camisa do Brescia foi em partida contra o AC Milan na série A do Campeonato Italiano. Em derrota para os rossoneros, Baggio foi substituído com dois minutos antes do fim, para receber uma salva de palmas das duas torcidas que estavam presentes no San Siro. Dessa forma, o craque encerrava a carreira entre os 10 maiores artilheiros da história do futebol italiano.

Após sua aposentadoria, o Brescia aposentou a camisa 10 em sua homenagem. A equipe, inclusive, sentiu muito a sua falta, pois na temporada seguinte foi rebaixada para a segunda divisão da Itália.

Desde que deixou os gramados, Baggio procurou relaxar e para isso comprou uma fazenda na Argentina. Nesse seu refugio, pratica um dos seus passatempos preferidos, a caça. Mas em 2010, voltou a ter contato com o futebol para se tornar membro da comissão técnica da seleção italiana, embora tenha deixado o cargo logo alegando que suas ideias não estavam sendo ouvidas.

 

1988-2004 – Roberto Baggio na seleção italiana


Em grande fase na Fiorentina, Roberto Baggio foi convocado pela primeira vez pela seleção italiana em novembro de 1988. Em seu primeiro jogo, amistoso contra seleção holandesa, logo deu uma assistência para o único gol da partida.

Ainda brigando por espaço na seleção, Baggio foi convocado para a Copa do Mundo de 1990. Mesmo não sendo titular, ajudou a azzurra na conquista do terceiro lugar em casa. Quatro anos depois, já se tornaria mundialmente conhecido e principal astro da Itália. Porém, decepcionou ao perder seu pênalti na final contra o Brasil.

Baggio foi novamente convocado para a Copa do Mundo de 1998 na França e, mesmo não estando no auge de sua forma, foi titular absoluto. Ao marcar gol nessa edição da competição, entrou para história como o único italiano a fazer gols em 3 copas do mundo.

A partir de 2000 deixou de ser convocado pela seleção italiana, muito provavelmente por causa de suas constantes lesões que marcaram sua carreira. Em 2002, havia a expectativa de Baggio ser convocado para a sua 4ª Copa do Mundo, fato que não ocorreu, justamente por problemas físicos. Foi o que alegou o técnico Giovanni Trapattoni ao não convocar o craque italiano.

Foram as lesões que também afastaram Baggio da possibilidade de disputar uma Eurocopa. O craque sequer entrou em campo por uma partida da competição, provavelmente um dos grandes pontos baixos em sua carreira.

Entre altos e baixos, Baggio se tornou um dos grandes ícones da Itália, sendo que seu auge foi em 1994, quando conquistou a Bola de Prata da Copa do Mundo. Além disso, foi essencial em ótimas gerações do futebol italiano que teve jogadores como Baresi, Maldini, Donadoni, Del Piero, Canavarro, entre outros.

Em seus 16 anos de seleção italiana, Roberto Baggio marcou 27 gols em 56 jogos.

Copa de 1990: Roberto Baggio estreia em Copas e marca o gol do campeonato

Ainda jovem, com 23 anos, Roberto Baggio estava começando a despontar como um grande atacante e não tinha status de estrela como viria a ter nos anos seguintes. Dessa forma, começou a Copa do Mundo de 1990 na Itália, muito mais como opção no banco de reservas.

Mesmo assim, quando entrou não fez feio e já em sua estreia naquela copa, o terceiro jogo da Itália, Baggio marcou um verdadeiro gol de placa contra a Tchecoslováquia. Arrancou com a bola em velocidade e driblou dois marcadores, ficando na cara do gol para balançar as redes. Voltou a anotar mais um tento contra a Inglaterra, ajudando a azzurra na conquista do terceiro lugar, em vitória por 2 a 1.

Copa de 1994: a grande tragédia na carreira de Roberto Baggio

Roberto Baggio e o epsódio mais triste de sua carreira.

Na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, Roberto Baggio chegava como a grande estrela daquela competição. Até porque, no ano anterior, havia sido eleito o melhor jogador do mundo, por isso, a expectativa em cima do seu futebol era muito alta.

Já na primeira fase, teve atuações dignas de um grande craque e evitou que a Itália fosse eliminada de maneira vexatória. Veio a marcar seu primeiro gol apenas nas oitavas de finais e em dose dupla, contra a combativa seleção nigeriana. Nas quartas de finais, voltou a balançar as redes contra a seleção espanhola, em mais uma vitória por 2 a 1.

Porém, na semifinal, o craque enfrentou uma baixa, se contundiu seriamente contra a Bulgária. Nesse jogo, Baggio havia sido novamente essencial, pois marcou os dois gols da vitória italiana, em mais um placar de 2 a 1.

Mesmo com a lesão, o craque resolveu arriscar e foi para o jogo contra o Brasil no sacrifício. Pela frente, ele enfrentaria Romário, um dos grandes craques daquele período. Porém, mesmo com expectativa dos dois atacantes, o jogo terminou com o placar em branco e teria que ser decidido nas penalidades.

Nas pênaltis, Franco Baresi e Daniel Massaro já haviam perdido as suas cobranças. Baggio era o último jogador a bater para a seleção italiana e o peso de um país estava em suas costas. O craque não resistiu a todo esse peso e mandou sua cobrança por cima do gol, dando o título à seleção brasileira.

Por conta disso, Baggio foi muito criticado pela torcida e pelo técnico Arrigo Sacchi, com quem havia discutido por conta de uma substituição no jogo contra a Noruega. Durante anos, seu nome foi lembrado principalmente por conta desse triste episódio.

Despedida de honra da seleção italiana

Após a sua última convocação pela seleção italiana em 1999, Baggio voltou a representar as cores da azzurra apenas em 2004. Com a sua aposentadoria no Brescia, a torcida fez um apelo ao técnico Giovanni Trapattoni para que o convocasse para a sua despedida.

O treinador aceitou a ideia e convocou Baggio para o amistoso contra a Espanha em abril de 2004. O jogo terminou em 1 a 1, mas o placar era o menos importante naquele dia. Até porque, uma grande festa foi realizada em agradecimento ao um dos maiores ícones do futebol italiano.

 

Curiosidades e vida extra-campo


Roberto Baggio nos dias atuais.

A carreira de Roberto Baggio possui algumas curiosidades que fogem das questões apenas futebolísticas. A primeira delas é em relação a sua ligação ao budismo, pois foi um dos grandes propagadores da religião na Itália e Europa. Inclusive, ajudou a construir um dos maiores templos budista do velho continente.

Por conta desse tipo de influencia extracampo e um grande futebol, Baggio é considerado um dos maiores ícones socioculturais de seu país. Tendo inclusive um jogo de computador em sua homenagem, o “roberto baggio magical kicks”, em que o craque cobra faltas. Além disso, ganhou um documentário na Netflix em que conta sua história, com o título de “The Divine Ponytail”, que em português significa “O divino rabo de cavalo”, em alusão ao seu apelido e seu corte de cabelo.

Baggio é fã declarado do Boca Juniors e se aproximou do clube no período em que esteve na Argentina. Sua admiração à equipe se dá muito por conta da torcida e da história de muita raça e determinação do time argentino.

Em mais uma das curiosidades sobre a vida do craque, muitos fãs de futebol se perguntam sobre seu possível grau de parentesco com Dino Baggio. E por mais que tenha o mesmo sobrenome de seu companheiro de 3 copas do mundo e Juventus, Roberto não possui parentesco nenhum com o meio-campista.

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