George Weah

Atacante, Centroavante
634 Jogos Oficiais
11 Títulos Oficiais
293 Gols Marcados
George Weah Libéria - Monróvia
Nascimento 01 de outubro de 1966
Falecimento -
Apelidos Rei George, Diamante Negro
Carreira Início: (1985) Mighty Barrolle
Término: (2003) Al-Jazira
Características Altura: 1,85 m
Ambidestro
Posição / Outras posições Atacante / Centroavante
Melhor do Mundo/Bola de ouro

1995

Perfil / Estilo do jogador

George Weah era um atacante completo, pois possuía os principais requisitos para atuar com maestria em sua posição. Veloz como poucos, era praticamente imparável pelos seus adversários, sendo capaz de puxar contra-ataques desde o campo de defesa. Extremamente habilidoso, era um exímio driblador, tirando da cartola jogadas individuais capazes de deslocar qualquer defesa. Forte fisicamente, com 1,85 m, era oportunista na área e sabia proteger muito bem a bola em diversas ocasiões. Além desses atributos, o jogador tinha muito potência em seu chute, sendo capaz de fazer um bom arremate de média ou longa distância.

Categoria de base

Data Clube    
1981-1984 Young Survivors Clareton    
1984–1985 Bongrange Company    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1985–1986 Mighty Barrolle 10 7
1986-1987 Invincible Eleven 23 24
1987 Africa Sports 2 1
1987–1988 Tonnerre Yaoundé 18 14
1988–1992 Mônaco 149 66
1992–1995 Paris Saint-Germain 138 56
1995–2000 Milan 148 58
2000 Chelsea 16 5
2000 Manchester City 9 4
2000-2001 Olympique de Marseille 20 5
2001-2003 Al-Jazira 38 28

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1987-2006 Libéria 75 18

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Mighty Barrolle Campeonato Liberiano 1985–86
Mighty Barrolle Copa da Libéria 1985–86
Invincible Eleven Campeonato Liberiano 1986–87
Mônaco Copa da França 1990-91
Paris Saint-Germain Copa da França 1992–93, 1994–95
Paris Saint-Germain Campeonato Francês 1993–94
Paris Saint-Germain Copa da Liga Francesa 1994–95
Milan Campeonato Italiano 1995–96, 1998–99
Chelsea Copa da Inglaterra 1999-00

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Melhor Jogador do Mundo pela FIFA 1995 Milan
Ballon d'Or 1995 Milan
Jogador de futebol africano do ano 1989, 1994, 1995 Mônaco / Paris Saint-Germain / Milan
Jogador Estrangeiro do Ano da Divisão 1 da França 1990-91 Mônaco
Melhor artilheiro da Liga dos Campeões da UEFA 1994-95 Paris Saint-Germain
Jogador Africano do Século IFFHS 1996
Os 100 maiores jogadores de futebol do mundo de todos os tempos 1999
Prêmio Golden Foot Legends 2005
FIFA 100 2004

Desempenho

0,45
Média
Gols por jogo
0,64
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
5
Passe
3
Controle de Bola
5
Drible
4
Velocidade
5
Técnica
5
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
1

Biografia

George Weah: Melhor do mundo e presidente de um país

Dentro ou fora de campo, George Weah é o maior ídolo da Libéria.

O único africano a conquistar o prêmio de melhor jogador do mundo, George Weah, foi um dos grandes percussores a disseminar o nome do futebol africano no planeta. Vindo de um país marcado por guerras, o atacante levou o nome da Libéria aos quatro cantos do mundo, sendo um importante ativista pelos direitos humanos. Dessa forma, passou a ser amado pelo seu povo e em 2017 se tornou o segundo presidente eleito democraticamente na nova república de seu país.

Conhecido por sua velocidade, força física e habilidade, Weah logo se destacou atuando em seu país. Posteriormente, rodou o continente africano por equipes da Costa do Marfim e Camarões, até ser descoberto pelo Mônaco.

A equipe francesa seria a sua primeira na Europa, pois em seguida Weah vestiu a camisa do PSG. Pelo time parisiense, o craque atuou ao lado de notáveis jogadores brasileiros como Valdo, Ricardo Gomes e Raí. Após se destacar na França, acertou sua transferência para o Milan, tendo a difícil missão de suprir a ausência de Marco Van Basten, que se aposentaria precocemente em na temporada 1992/1993. Após sua chegada ao clube, conquistou o prêmio de melhor do mundo em 1995.

Em sua seleção, Weah ajudou muito mais do que foi ajudado, já que seu país não tinha condições para fazer investimentos esportivos. Por diversas vezes, o atacante ajudou financeiramente a seleção da Libéria, além ter contribuído e muito, com o seu bom futebol.

Seu sucesso no futebol rendeu a dois de seus filhos boas oportunidades de entrarem em grandes equipes. O mais velho, George Weah Junior, atou nas categorias de base do Milan, mas não engrenou. Já seu filho mais novo, Timothy Weah, ainda está no inicio de carreira, sendo revelado pelo PSG.

Ao longo de sua carreira, George Weah atuou em 641 jogos e anotou 293 gols.

Infância, histórico e inspirações

George Weah em sua infância na Libéria.

George Tawlon Manneh Oppong Ousman Weah, ou apenas George Weah, nasceu no dia 1º de outubro de 1966, em Monróvia, capital da Libéria. Desde garoto, foi criado por sua avó após a separação de seus pais e precoce falecimento de seu pai. De infância difícil, ele cresceu em uma das regiões mais pobres de seu país, em um bairro que era dominado por gangues locais.

Mesmo com muitos problemas, Weah tinha uma grande alegria em sua vida, o futebol, esporte que praticava desde cedo. Inspirando-se em grandes ídolos como Pelé, Maradona, Beckenbauer e Johan Cruyff, o garoto percorria as ruas de seu bairro chutando uma bola.

Até que aos 15 anos de idade, Weah recebeu a oportunidade de jogar entre os juvenis de um time local chamado Young Survivors Claratown. Quando completou 18 anos, suas boas atuações chamaram a atenção do Bongrange Company, clube de projeção maior em sua região, ficando por lá até se tornar profissional.

 

1985 – 1988: Começo da carreira na África


Ao atuar nas categorias de base do Bongrange Company, George Weah estava sendo observado por olheiros de clubes de maior nível nacional. Até que em 1985, foi contratado pelo Mighty Barrolle e no mesmo ano se destacou pela equipe. Em apenas 10 jogos, marcou 7 gols e ajudou a faturar os títulos da Liga Nacional e da Copa Nacional.

Na temporada seguinte, Weah logo foi contratado pelo Invincible Eleven e continuou se destacando. Pela equipe, o atacante conseguiu uma incrível marca de 24 gols em 23 jogos, além de ter faturado a Liga Nacional.

Enquanto atuava em seu país, Weah precisava equilibrar a sua carreira de jogador de futebol com seu outro emprego, o de telefonista. Tudo isso por causa do baixo salário que recebia nas equipes em que atuava na Libéria. Mas essa situação mudaria em 1987. Foi naquele ano que olheiros de futebol da Costa do Marfim viram as suas qualidades como jogador e notaram muito potencial em seu futebol.

Dessa forma, Weah chegava para atuar no Africa Sports, equipe marfinense pela qual ficou por poucos meses. Até porque, ainda no mesmo ano, o jogador passou a integrar o Tonnerre Yaoundé de Camarões, time que na época dominava o futebol camaronês na década de 1980. Nesse mesmo time havia jogado antes a lenda do futebol camaronês Roger Milla.

Foi atuando pela equipe camaronesa, que o atacante despertou a atenção do técnico da seleção local Claude Le Roy. O treinador de origem francesa logo entrou em contato com seu conterrâneo, Arsène Wenger,  e o informou sobre as habilidades de Weah.

 

1988 – 1992: George Weah desembarca na França para atuar em seu primeiro time europeu, o Mônaco


Tomando conhecimento do futebol de George Weah, em 1988, o então técnico do Mônaco, Arsènse Wenger, viajou imediatamente para a África para tratar da negociação do jogador. Dessa forma, a equipe francesa conseguiu fazer um bom negocio ao contratar o atacante por o equivalente a apenas 150 mil euros.

Chegando ao Mônaco, Weah precisava se adaptar ao futebol europeu, que priorizava uma disciplina tática nunca vista pelo jogador. Dessa forma, Wenger o deixou no banco nas partidas iniciais. Sua estreia se deu apenas um mês depois de ser apresentado, em derrota para o Auxerre, no Campeonato Francês.

Weah só recebeu uma sequencia como titular já nas partidas finais de sua primeira temporada. Nesses jogos, ele conseguiu mostrar todo o seu potencial já exibido em solo africano e desandou a fazer gols.

Aquele seria o prenúncio do que estaria por vir na carreira de Weah em sua temporada seguinte. A cada jogo que se passava, o jogador mostrava seu lado artilheiro aliado a muita qualidade técnica e velocidade. Assim, o atacante recebeu o prêmio de futebolista africano de 1989. O jogador fez questão de levar esse troféu ao seu país para comemorar com seus conterrâneos.

Com o seu bom desempenho individual, faltava a Weah pelo menos um título com a camisa do Mônaco. Algo que veio a acontecer em 1990-91, na conquista da Copa da França, quando sua equipe derrotou o poderoso Olympique de Marselha, então tri-campeão francês, na decisão. Naquela competição, George Weah foi muito participativo e anotou 5 gols, sendo destaque ao lado do atacante marfinense Youssouf Fofana e do meia Emmanuel Petit.

Ainda no mesmo ano, Weah conquistou o prêmio de melhor jogador estrangeiro da Ligue 1, o que despertou interesse do PSG, que conseguiu contrata-lo em 1992 para integrar um forte elenco que estava sendo formado. Assim, George Weah encerrava sua passagem pelo Mônaco com 149 jogos e 66 gols.

 

1992 – 1995: George Weah chega para atuar num PSG comandado por brasileiros


Notável passagem pelo PSG, com direito ao segundo título francês do clube.

Ao se destacar pelo Mônaco, George Weah despertou o interesse do Paris Saint German, que o contratou pela quantia equivalente a 6,5 milhões de euros. O time da capital francesa estava investindo pesado e já contava em seu elenco com o zagueiro Ricardo Gomes e o meia Valdo. Weah chegava naquela equipe de 1992, para ser a principal referência técnica que estava faltando.

Sua estreia pelo PSG foi na temporada 1991-92, em vitória sobre o Souchaux por 2 a 0, pelo Campeonato Francês. Porém, seus primeiros gols saíram na partida seguinte, em goleada sobre o Strasbourg por 4 a 0. Dessa forma, Weah tomou a vaga de titular absoluto no ataque para si e não largou mais.

Ainda em sua primeira temporada, o atacante conquistou seu primeiro título pelo PSG, a Copa da França de 1992-1993. Na temporada seguinte, conquistou o que seria seu principal título pela equipe francesa, o Campeonato Francês, o segundo da história do PSG. Naquele mesmo ano, Weah ainda contou com mais um parceiro ilustre, o meia brasileiro Raí.

Seguindo seu caminho de conquistas pelo PSG, Weah ainda faturou a Copa da França e Copa da Liga Francesa em 1994-95. Naquele ano, o jogador ainda obteve uma maior relevância individual, sendo o artilheiro da Liga dos Campeões e o melhor futebolista africano pela segunda vez.

A sua temporada de 1994-95 pelo PSG foi tão espetacular, que George Weah passou a despertar interesse de outras grandes equipes da Europa. Dessa forma, o Milan foi o time que se encarregou de contrata-lo, tirando-o da França.

Assim, Weah se despedia de uma das gerações mais emblemáticas do PSG. Em suas três temporadas pelo clube, o atacante conquistou um bicampeonato da Copa da França, uma Copa da Liga e um Campeonato Francês. Em 138 partidas, Weah marcou 56 gols.

 

1995 – 2000: George Weah tem o auge de sua carreira atuando pelo Milan


Em 1995, George Weah chegava ao AC Milan com status de estrela, a fim de preencher o espaço deixado por Marco van Basten, que saiu do clube em 1992-1993. Assim, os rossoneros desembolsaram a quantia equivalente a 6,9 milhões de euros para contar com o liberiano.

Logo de cara, Weah se deparou com um forte elenco que acabara de ser vice-campeão da Liga dos Campeões. Aquele time comandado por Fabio Capello, contava com grandes jogadores como Roberto Baggio, Dejan Savicevic, Desailly, Franco Baresi e Paolo Maldini.

Em meio a esse elenco, o atacante chegava para ser a grande referência ofensiva, assim como no PSG. Esse feito ele conseguiu com muita maestria, conquistando o prêmio de melhor do mundo da FIFA em 1995. Como não poderia ser diferente, ainda foi eleito pela terceira vez, o futebolista africano do ano. Com tamanho talento individual, Weah foi fundamental na conquista do título italiano da temporada 1995-96.

Na temporada seguinte, Weah não faturou nenhum título com a camisa do Milan, mas anotou um dos gols mais marcantes de sua carreira. Em jogo válido pela série A, contra o Hellas Verona, o atacante pegou a bola perto da grande área do seu campo de defesa, com velocidade, conduziu e a bola até próximo a área adversário, passando por diversos defensores até marcar o gol na saída do goleiro.

O craque viria a conquistar outro titulo italiano pelo Milan apenas em 1998-99, no centenário do clube, em um time que contava com Thomas Helveg, Oliver Bierhoff, Zvonimir Boban e o brasileiro Leonardo. Finalmente,  na temporada 1999-00, o jogador começou a perder espaço por conta da idade e foi emprestado para o Chelsea. Aquele empréstimo ocorreu em um tom de adeus, já que Weah jamais voltaria a vestir o manto rossonero.

Em sua passagem pelo Milan, George Weah faturou um bicampeonato italiano e vestiu a camisa do clube em 148 jogos, com 58 gols marcados.

1995: George Weah conquista o prêmio de melhor jogador do mundo

Ainda com a camisa do PSG, George Weah se tornou o artilheiro da Liga dos Campeões da temporada 1994-95. Em seguida, quando vestiu a camisa do AC Milan, o jogador continuou atuando em alto nível pelo primeiro turno Campeonato Italiano, que meses depois viria a conquistar.

Ainda naquele segundo semestre de 1995, Weah teve uma apresentação excepcional na fase de grupos da Liga dos Campões, apesar da eliminação precoce do Milan. O atacante marcou 3 gols e deu duas assistências nas 5 partidas em que participou, tentando ajudar os rossoneros ao máximo.

Juntando o primeiro semestre em que conquistou títulos e a artilharia europeia pelo PSG, com o segundo semestre avassalador pelo Milan, o craque chamou a atenção do planeta. Dessa forma, Weah recebeu o prêmio de melhor jogador do mundo da FIFA de 1995, além da Bola de Ouro da revista France Football. Com esse feito, ele foi o primeiro e até hoje único jogador africano a receber tal honraria.

 

2000: Breve passagem pela Inglaterra para atuar no Chelsea e Manchester City


Breve passagem pelo Inglaterra, onde atuou por Chelsea e Manchester City.

Ao ser preterido pelo Milan, George Weah chegava ao Chelsea por empréstimo no inicio do ano 2000. Na equipe inglesa, o atacante de 34 anos chegava para ser um dos comandados de Gianluca Vialli, que estava em inicio de carreira como treinador.

Logo em sua estreia na Premier League, marcou o único gol do jogo contra o Tottenham. De quebra, naquele mesmo ano, Weah ainda faturou o título da FA Cup com os Blues. Na competição, o atacante marcou um gol importante contra o Leicester City na segunda fase, em vitória apertada por 2 a 1.

Mesmo com esse sucesso, Weah deixou o Chelsea, pois Vialli não optou por um contrato permanente com o jogador. Dessa forma, o liberiano deixava os Blues com apenas 16 partidas disputadas e 5 gols marcados.

Após deixar a capital inglesa, o atacante foi contratado pelo Manchester City, que acabara de deixar a segunda divisão do país. Com a camisa da equipe, Weah permaneceu por apenas dois meses e atuou em 9 partidas, marcando 4 gols. Esse pouco tempo de clube se deve ao seu desentendimento com o técnico Joe Royle, que o irritou ao saca-lo do time por diversas vezes.

 

2000 – 2001: De volta a França para atuar no Olympique de Marselha


No final do ano 2000, George Weah deixava o Manchester City para assinar com o Olympique de Marselha. Na França, o jogador tinha uma boa reputação, já que havia feito muito sucesso com as camisas de Mônaco e PSG.

Porém, na equipe francesa, o atacante permaneceu por pouco tempo, assim como nos times ingleses em que passou. Seu contrato era de apenas 8 meses e mesmo jogando algumas boas partidas, a idade do jogador pesou para a sua não renovação. Dessa forma, aos 35 anos, Weah deixava o Olympique de Marselha com apenas 20 partidas disputadas e 5 gols marcados.

 

2001 – 2003: George Weah anuncia a aposentadoria no Al Jazira


Mesmo não estando em alta para atuar no futebol europeu, George Weah ainda tinha ofertas de clubes de milionários do futebol asiático e norte-americano. O atacante estava praticamente certo para vestir a camisa do New York Metro Stars, clube que já contava com Lothar Matthaus. Porém, a proposta de um ano de contrato não agradou o jogador, que optou pelo Al Jazira, clube do Emirados Árabes Unidos.

Mesmo sabendo que as suas condições físicas não eram as ideias, Weah gostaria de atuar por pelo menos duas temporadas. Sua chegada ao Al Jazira se deu no inicio da temporada 2001-02 e apesar de apenas 8 jogos, o atacante marcou impressionantes 13 gols.

Já na temporada seguinte, a sua última como jogador, Weah atuou com maior regularidade, pois em 30 partidas anotou 15 gols. Então, ao final da temporada 2002-03, o atacante de 37 anos decidiu pendurar as chuteiras, por não atuar no mesmo nível físico que gostaria. Além disso, suas atenções estavam muito voltadas ao seu ativismo político em seu país, que passava por momentos difíceis.

Enquanto esteve no Al Jazira, George Weah anotou 28 gols em 38 jogos.

 

George Weah na seleção da Libéria


George Weah com a camisa da seleção da Libéria.

Ainda atuando em seu país, como então campeão nacional, George Weah foi convocado pela seleção da Libéria pela primeira vez em 1986, em amistoso contra Serra Leoa. Por fazer parte de uma seleção com pouca tradição no futebol, o jogador atuou com a camisa da Libéria na maioria vezes em partidas amistosas.

Porém, em seu segundo ano de seleção, o jogador esteve próximo de conquistar um título oficial ao chegar à decisão da extinta Copa das Nações da África Ocidental. As próximas competições oficiais que Weah viria a disputar com seu país, foram duas edições da Copa das Nações Africanas de 1998 e 2002. Porém, mesmo com o bom futebol do craque, a Libéria não saiu da fase de grupos.

Weah foi tão histórico na seleção liberiana, que quase levou o seu país a sua primeira Copa do Mundo. Por apenas um ponto, a Libéria não conseguiu se classificar para o mundial de 2002, que seria disputado na Coréia e no Japão. Dessa forma, Weah entrou para o seleto grupo de melhores jogadores da história a nunca disputar uma copa.

Além de representar a sua seleção dentro de campo, Weah foi essencial fora dele. Em diversas ocasiões, o jogador ajudava a sua seleção no pagamento de viagens internacionais e em outros custos pontuais.

Dessa forma, mesmo sem ter atuado em uma Copa do Mundo e sem conquistar títulos, Weah conseguiu ser um ícone nacional fora e dentro dos campos em seu país. Assim, o mundo passou a conhecer a Libéria não apenas por noticias negativas, mas também por ter sido o berço de um dos melhores jogadores africanos de todos os tempos.

Em seus cerca de 20 anos de carreira pela seleção liberiana, George Weah atuou 75 partidas e anotou 18 gols.

2018: Com a camisa da Libéria, Weah entra em campo pela última vez como “Rei George”

Em 2003, George Weah encerrou a sua carreira profissional atuando por clubes. Em 2006, o jogador penduraria as chuteiras também em sua seleção nacional, mas nunca dizendo adeus.

Foi então, que em 2018, aos 51 anos de idade, que Weah se despediu oficialmente dos gramados. Usando a camisa14, número que o consagrou no futebol, o jogador entrou em campo pela última vez em amistoso contra a Nigéria. Uma grande festa foi realizada para homenagear o ídolo e então presidente do país, que por todos os seus feitos dentro e fora de campo, ficou conhecido como “Rei George”.

Carreira pós-aposentadoria: grande personalidade de seu país e ativista em causas humanitárias


Ativista pol[itico, George Weah se torna presidente da Libéria.

Ao longo de sua carreira como jogador, George Weah sempre fez questão de apontar os problemas de seu país, Libéria, que vivia uma guerra civil. Por diversas vezes, o jogador participou de projetos sociais em ONGs e se envolveu em questões que visavam a paz em seu país. Em 2003, Weah se tornou embaixador da boa vontade na ONU (Organização das Nações Unidas) representando a Libéria.

Além disso, Weah sempre lutou contra o racismo enquanto atuava como jogador de futebol. Vestindo a camisa do Milan em jogo contra o Porto na Liga dos Campeões de 1995-96, o jogador quebrou o nariz do zagueiro português, Jorge Costa, após ter alegado ser alvo de ofensas racistas. No final das contas, o defensor do FC Porto negou as acusações e foi absolvido, enquanto Weah foi suspenso por seis partidas.

Por tanto engajamento nas melhorias de seu país, Weah entrou para a política e tentou o cargo de presidente em 2005. Porém, foi derrotado pelo seu concorrente no segundo turno.

Mesmo com a derrota, Weah não desistiu da carreira política e em 2011, concorreu ao cargo de vice-presidente da Libéria. E em mais uma vez foi derrotado por seu opositor. Três anos depois, o ex-jogador tentou outro cargo, o de senador da República, conseguindo dessa vez, se eleger.

Até que em 2017, George Weah articulou para que seu atual partido se unisse a mais dois partidos, para formar a Coalizão para a Mudança Democrática. Assim, ele conseguiu mais alianças e enfim foi eleito presidente de seu país, tomando posse em janeiro de 2018. Dessa forma, pela primeira vez desde 1944, a Libéria tinha uma troca de dois presidentes eleitos democraticamente.

O mundo também assistiu ao único jogador profissional de renome mundial ser eleito presidente da república.

 

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