Carlos Alberto Torres

Lateral Direito, Zagueiro
809 Jogos Oficiais
19 Títulos Oficiais
69 Gols Marcados
Capita, Capitão do Tri
Carlos Alberto Torres Brasil - Rio de Janeiro
Nascimento 16 de julho de 1944
Falecimento 2016
Apelidos Capitão do Tri, Capita
Carreira Início: (1965) Fluminense
Término: (1982) New York Cosmos
Características Altura: 1,82 m
Destro
Posição / Outras posições Lateral direito / Zagueiro
Copa do Mundo

1970

Perfil / Estilo do jogador

Lateral revolucionário, Carlos Alberto Torres foi rebelde a partir do momento em que se recusou a guardar posição e resolveu sair para o ataque. Naquele dia, o conceito de lateral mudou e os jogadores dessa posição passaram a não ter medo de atacar. E de fato, o capitão do tri também não tinha, pois conseguia jogar lá na frente com maestria, possuindo uma qualidade de passe impressionante e uma ótima finalização. Porém, na defesa, o craque não deixava a desejar, pois também era um exímio marcador e aproveitou de sua boa estatura (1,80) e porte físico para também atuar como zagueiro na fase final da carreira.

Categoria de base

Data Clube    
1957-1963 Fluminense    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1963-1964 / 1974-1977 Fluminense 151 13
1965-1974 Santos 445 40
1971 Botafogo 22 0
1977 Flamengo 20 0
1977-1982 New York Cosmos 100 6
1981 Califórnia Surf 19 2

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1964-1977 Brasil 53 8

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Fluminense Campeonato Carioca 1964, 1975, 1976
Santos Campeonato Paulista 1965, 1967, 1968, 1969, 1973
Santos Campeonato Brasileiro 1965, 1968
Santos Torneio Rio-São Paulo 1966
Santos Supercopa Sul-Americana dos Campeões Intercontinentais 1968
Santos Recopa dos Campeões Intercontinentais 1968

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1970
Jogos Pan-Americanos 1963

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Equipe das estrelas da Copa do Mundo 1970 Brasil
Seleção de Futebol do Século XX pela Voetbal International 1999 Santos, Fluminense, Brasil
Dream Team da história do Bola de Ouro - 2o lugar - Lateral direito 2020 Santos, Fluminense, Brasil
FIFA 100 2004 Santos, Fluminense, Brasil

Desempenho

0,085
Média
Gols por jogo
1
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
4
Controle de Bola
4
Drible
3
Velocidade
3
Técnica
4
Finalização
4
Condicionamento Físico
5
Fundamentos Defensivos
4

Biografia

Carlos Alberto Torres: capitão do tri que mudou o conceito da lateral

Carlos Alberto Torres: capitão e um dos maiores laterais da história.

Capitão do Tri – Imagem: Reprodução/Internet

Defensor revolucionário, Carlos Alberto Torres é tido como um dos maiores laterais direitos da história. Isso se deve ao seu pioneirismo na lateral moderna, não guardando muito a posição e saindo para o ataque com extrema categoria. Também possuía outro diferencial, um chute potente que lhe rendeu um golaço na final da Copa do Mundo de 1970 contra a seleção italiana.

Mas se engana quem pensa que Carlos Alberto sabia apenas atacar, pois ele também tinha muita qualidade defensiva, sendo um completo lateral. Inclusive, após a metade de sua carreira, passou a jogar mais recuado na zaga.

Além desses atributos, ainda possuía um grande poder de liderança, que foi marcante por onde passou. Na seleção brasileira foi um dos mais icônicos capitães e levantou a taça da Copa do Mundo de 1970, recebendo a alcunha de “capita” e “capitão do tri”. Em clubes não foi diferente, pois também foi capitão no Fluminense, Botafogo, Flamengo e Santos de Pelé, jogador com quem mais atuou junto na carreira.

Após pendurar as chuteiras, o “capita” usou todo seu poder de liderança e conhecimento em futebol para se tornar técnico. Nessa nova carreira, obteve relativo sucesso no início e conquistou o título brasileiro com o CR Flamengo de Zico. Nos anos seguintes ainda passou por outras grandes equipes do futebol brasileiro, como Corinthians, Botafogo e Fluminense.

Parte desse talento no futebol foi passado para seu filho, Alexandre Torres, que assim como o pai atuava como defensor e foi revelado pelo Fluminense. Outra coincidência é que o filho de Carlos Alberto também teve algumas atuações na seleção brasileira, ainda que sem grande destaque.

Com tantas histórias no futebol, Carlos Alberto Torres veio a falecer em outubro de 2016, vitima de um infarto. Enquanto jogador, o craque atuou em 809 partidas e marcou 69 gols.

Infância, histórico e inspirações

No dia 17 de julho de 1944, nascia Carlos Alberto Torres, no bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro. Começou jogando futebol em seu bairro de infância, junto com seus amigos na rua. Logo passou a tomar gosto pelo esporte e quis fazer disso sua profissão.

Porém, o pai de Carlos Alberto não queria que seu filho se tornasse jogador de futebol, justamente pelas dificuldades encontradas na profissão. Porém, seu irmão Zé Luís teve mais coragem e conseguiu entrar nas categorias do Fluminense FC, o que ajudou Carlos Alberto Torres.

Dessa forma, com 13 anos de idade, o futuro “capita” foi realizar seu primeiro teste no tricolor carioca, escondido de seu pai. Porém, enquanto estava treinando na equipe, o garoto foi buscar a bola que havia saído e de repente se deparou com o próprio pai na sede social do Fluminense. Carlos Alberto foi conversar com seu pai apenas no dia seguinte e após apanhar, conseguiu convencê-lo, dizendo que jamais largaria os estudos. Com essa aprovação, o futuro craque pôde dar os primeiros passos no futebol.

Porém, toda essa história poderia ter sido diferente, pelo menos em relação ao clube em que Carlos Alberto seria revelado. Até porque, quando garoto, fez teste no CR Flamengo, porém não foi aprovado. Além disso, foi na equipe rubro-negra em que passou uma de suas maiores decepções, ao avistar seu ídolo, o meio-campista Dida, que o ignorou quando foi cumprimenta-lo.

 

1963-1964 – Início e ascensão de Carlos Alberto Torres no Fluminense


Carlos Alberto Torres ainda jovem no Fluminense.

Ao entrar nas categorias de base do Fluminense FC, Carlos Alberto Torres mostrou toda sua categoria e logo passou a chamar atenção. Até por isso, em seu primeiro ano nos aspirantes, foi capitão e mesmo quando não fazia parte do time principal, era muitas vezes chamado para integrar o elenco. Inclusive, nesse meio tempo, também foi convocado para a seleção brasileira, conquistando a medalha de ouro no pan-americano.

Até que em 1963, com 19 anos, o craque passou a figurar no time principal do Fluminense de forma permanente. Foi chamado pelo técnico paraguaio Fleitas Solich, para substituir o já consagrado Jair Marinho, ganhando a vaga na equipe em pouco tempo. A partir desse dia, Carlos Alberto tomou conta da lateral direita e em pouco tempo mostrou ser um dos melhores da posição.

Por tamanho desempenho em seu ano de estreia, despertou interesse do Santos FC, mas o Fluminense conseguiu segura-lo, assinando um contrato profissional. Dessa forma, Carlos Alberto Torres permaneceu no tricolor e foi o grande destaque da equipe e ainda em 1963 foi vice-campeão carioca.

Já no ano seguinte, conseguiu ser campeão da competição estadual, atuando em alto nível, chamando ainda mais a atenção no cenário nacional. Foi um dos grandes nomes daquele forte elenco do Fluminense que tinha nomes como o goleiro Castilho, Altair, Procópio, Oldair e Amoroso. Mesmo com tantos craques, o Santos insistia em levar Carlos Alberto Torres e em 1965, a tentativa deu certo.

 

1965-1974: Carlos Alberto Torres no Santos


De tanto tentar contratar Carlos Alberto Torres, o Santos FC finalmente conseguiu trazer o jogador que faltava para completar o seu estrelado elenco bicampeão mundial. Porém, a tarefa para trazer o craque não foi fácil, já que após várias insistências, o Peixe desembolsou 200 milhões de cruzeiros, uma alta quantia na época.

Em sua estreia, Carlos Alberto parecia que jogava com a camisa do Santos há muito tempo, tamanho o entrosamento com o restante da equipe. Marcou um, dos nove gols no Peixe na vitória por 9 a 4 em cima do Remo. Naquele jogo, um tal de Pelé anotou 5 gols.

Em seu primeiro ano de Santos, conquistou o Campeonato Paulista de 1965, competição que voltaria a vencer mais quatro vezes, em 1967, 1968, 1969 e 1973. Ainda nessa mesma temporada, Carlos Alberto faturou o seu primeiro título de expressão nacional, a Taça Brasil.

Nesse período de conquistas, o craque rodou o mundo com o Santos, em excursões que a equipe fazia. Nesse período, começou a fazer seu nome não apenas no Brasil, mas também no mundo todo.

A era como capitão e zagueiro

Em 1967, com dois anos de equipe, Carlos Alberto Torres já mostrava seu poder liderança, que carregava consigo desde a base do Fluminense. Dessa forma, se tornou capitão do Santos com a aposentadoria de Zito. Na temporada seguinte, levantou a taça do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, iniciando uma era vitoriosa como capitão.

Outra mudança em sua carreira, além da condição de capitão, foi a nova posição que passou a exercer em campo. Em 1972, Carlos Alberto Torres passou a jogar na zaga sob o comando do ex-jogador do Santos e agora técnico Pepe, mostrando ser um jogador completo, já que além saber apoiar no ataque, também era um exímio marcador.

Por sua brilhante passagem, Carlos Alberto Torres se tornou ídolo do Santos e foi eleito o melhor lateral direito da história do clube, em votação popular. Não poderia ser diferente para um craque que participou do melhor time de todos os tempos. Gênios da bola como Pelé, Pepe, Mengálvio e Coutinho eram alguns dos grandes jogadores que formaram aquele verdadeiro esquadrão.

Enquanto esteve no Peixe, Torres chegou a marcar 40 gols em 445 jogos. Conquistou 5 Campeonatos Paulistas, 2 Brasileiros, um Rio-São Paulo, uma Supercopa Sul-americana e uma Recopa Intercontinental.

 

1971: Carlos Alberto Torres em rápida passagem pelo Botafogo


Capita junto com elenco do Botafogo, no qual teve breve passagem.

Carlos Alberto Torres chegou ao Botafogo / RJ em um empréstimo que parecia ser vantajoso ao Santos. O clube da Vila cedeu seu grande craque temporariamente para obter outros jogadores do Fogão como Moreira, Rogério e Ferreti.

Antes de pisar os pés em General Severiano, Carlos Alberto chegava com status de ídolo, até porque era multicampeão e o considerado o melhor lateral do mundo. Porém, sua passagem pela equipe carioca foi de apenas de 22 jogos, num período de 3 meses. Apesar de pouco tempo, o craque conseguiu brigar pelo título carioca junto a sua equipe, mas acabou perdendo para o Fluminense, seu ex-clube, na reta final.

Mesmo em passagem rápida, Carlos Alberto Torres teve destaque no Botafogo, realizando grandes atuações. Até por isso, o torcedor botafoguense carrega boas lembranças de um jogador que se tornou ídolo em tão pouco tempo.

 

1974-1977: 2ª passagem de Carlos Alberto Torres no Fluminense


Vendo tantos jogadores indo embora do Santos, Carlos Alberto Torres resolveu tomar o mesmo rumo e voltou ao Rio de Janeiro. Decidiu retornar ao Fluminense, clube que o revelou e dessa vez era a sua chance de vencer mais títulos com a equipe, agora como capitão.

Na volta ao clube, ajudou a formar a famosa “Máquina Tricolor”, a qual liderou em excursões pelo mundo. Naquele time, jogadores como Rivellino, Doval, Edinho e Paulo Cezar Caju desfilaram em grandes jogos em solo europeu. Times como o PSG e Bayern Munich de Franz Beckenbauer, Sepp Maier e Gerd Muller, foram vitimas do tricolor das laranjeiras. Nessa aventura, Carlos Alberto Torres levantou a taça de dois torneios internacionais.

Em solo brasileiro, Torres levantou os troféus dos dois títulos cariocas da equipe tricolor, em 1975 e 1976. A única baixa na sua passagem pelo Fluminense foi a derrota para o Corinthians em 1976, na semifinal do campeonato brasileiro, na famosa invasão corintiana no Maracanã.

Em suas duas passagens no Fluminense, Carlos Alberto Torres é figura controversa dentro do clube, apesar de ser revelado nas laranjeiras. Tudo isso por causa da sua primeira saída do time, ligação forte com o Santos FC e a torcida pelo Flamengo na infância. Mas apesar de tudo, o craque fez história no tricolor e atuou em 151 jogos e marcou 13 gols.

 

1977: Flamengo como último clube em que atuou no Brasil


Breve passagem pelo Flamengo.

No início de 1977, Carlos Alberto Torres foi convidado para participar de um programa na TV Globo. Em seguida, ao se reunir com diretores da emissora, acabou recebendo um convite para defender as cores do CR Flamengo. O rubro-negro montava um grande projeto e precisava de um líder em campo.

Porém, sua passagem no Flamengo se resumiu em 3 meses com apenas 20 jogos disputados. A causa disso foi uma briga com o técnico Claudio Coutinho, que também dirigia a seleção brasileira e não levou Carlos Alberto para algumas partidas das eliminatórias da Copa do Mundo. Esse fato enfureceu o Capita, que pediu dispensa do time.

 

1977-1982: Carlos Alberto Torres reencontra Pelé e se torna ídolo no New York Cosmos


Após decepção no Flamengo, em 1977, Carlos Alberto Torres chegava ao New York Cosmos, por intermédio de uma pessoa próxima a Pelé. A equipe norte-americana precisava de um novo líbero para que Franz Beckenabuer jogasse mais avançado, onde pudesse explorar mais sua destacada técnica.

Torres integrou o estrelado elenco do Cosmos já na reta final da NASL (North American Soccer League), sendo importante na conquista do título da NASL. Pois nos anos anteriores, Pelé havia fracassado nos play offs da competição, mas com a chegada de Carlos Alberto a equipe evoluiu. A defesa passou a ser mais segura e a saída de jogo passou a ter mais qualidade.

Dessa forma, o New York Cosmos se sagrou campeão da NASL, com Carlos Alberto Torres sendo o principal talismã da equipe. Esse seria o último título de Pelé, que se despediu do futebol logo em seguida, justamente ao lado de quem mais jogou na carreira. O rei do futebol e o capita foram os jogadores que mais jogaram juntos, totalizando um período de 12 anos, contando clubes e seleção. De quebra, ambos faturaram 12 títulos como parceiros de equipe.

Depois da aposentadoria de Pelé, Carlos Alberto seguiu no Cosmos e conquistou mais três títulos nacionais, nos anos de 1978, 1980 e 1982. Nesse meio tempo, o capita ainda foi se aventurar Califórnia Surf, time de alto investimento na época, porém ficou lá apenas em 1981 e logo retornou ao Cosmos.

Em 1982, ano de seu último título, também foi o ano de sua aposentadoria, aos 38 anos de idade. Torres havia recebido um convite para ser técnico do Flamengo e deixou o futebol norte-americano num momento em que já estava em momento de perda de relativa derrocada. Seu último jogo foi justamente contra o rubro-negro, em uma verdadeira festa em sua homenagem.

Carlos Alberto Torres foi um dos grandes ídolos do Cosmos e em 100 partidas jogadas, marcou 6 gols.

 

1964-1977 – Carlos Alberto Torres na seleção brasileira


Carlos Alberto Torres ergue a taça do tricampeonato da Copa do Mundo.

A trajetória de Carlos Alberto Torres na seleção brasileira começou ainda com 19 anos, nos jogos pan-americanos de São Paulo em 1963. Naquele ano, o craque já era o grande líder daquela equipe formada por jovens e logo se tornou capitão. Dessa forma,  ergueu a taça da competição, a primeira de sua carreira como jogador.

Em 1964, Torres foi convocado para a seleção brasileira principal e estreou em goleada por 5 a 1 contra a Inglaterra. Porém, só se firmou definitivamente a partir de 1969, pois a concorrência na posição era grande. Djalma Santos era dono da posição há anos, sendo que na fase final da carreira foi cedendo espaço na lateral direita ao prodígio Carlos Alberto.

O Capita poderia ter sido aproveitado já na Copa do Mundo de 1966, porém foi afastado por decisões politicas. Na época, o chefe da delegação brasileira era Castor de Andrade, dono do Bangu, que colocou um jogador de seu time na seleção brasileira ao invés de Torres.

Porém, na copa seguinte, Carlos Alberto Torres foi titular absoluto e capitão, levantando a taça em 1970. Poderia ter repetido o feito em 1974, mas ficou de fora por uma lesão no joelho. Em seu auge na carreira, o capita poderia ter jogado três Copas do Mundo, mas jogou apenas uma.

À exemplo do que aconteceu em clubes, Torres também jogou como zagueiro na seleção, já em seus últimos anos com a amarelinha. Foi usado na função até 1977, quando deixou de vestir o manto brasileiro, após ser afastado pelo técnico Claudio Coutinho.

Ao longo dos seus 13 anos de carreira na seleção, Carlos Alberto Torres esteve ao lado de grandes gênios. Jairzinho, Pelé, Gerson, Djalma Santos, Rivellino e Tostão são alguns desses craques. Nesse meio tempo, o capitão do tri jogou com a amarelinha em 53 jogos e marcou 8 gols.

Copa de 1970: Carlos Alberto Torres é o “capitão do tri”

Em alta no futebol nacional, Carlos Alberto Torres se firmou na seleção canarinho em 1969, após ser convocado por João Saldanha. Numa nova reformulação do escrete brasileiro, Torres foi encarregado para ser o novo capitão, função que já exercia no Santos FC.

Após a saída de Saldanha da seleção, Zagallo chegou e manteve Carlos Alberto como capitão. Dessa forma, o lateral estreava na Copa do Mundo do México como o capitão da seleção canarinho e permaneceu nessa função até a final. Atuou em todos os jogos, que foram contra Tchecoslováquia, Inglaterra, Romênia, Peru, seleção uruguaia e Itália.

Apesar de jogar bem contra todas essas seleções, foi na final contra os italianos que Carlos Alberto Torres fez história. Quando o jogo estava 3 a 1 para o Brasil, o capitão do tri marcou um verdadeiro golaço. Recebeu o passe de Pelé pelo lado direito e chegou como um foguete para bater na bola e manda-la para o fundo das redes.

Ao marcar aquele gol, Carlos Alberto entrou para a história como o único capitão brasileiro a anotar um tento em final de Copa do Mundo. Feito esse que foi coroado com o seu famoso gesto, quando ergueu a taça Jules Rimet.

 

Carreira após aposentadoria: Técnico, comentarista e político


Ao pendurar as chuteiras em 1982, Carlos Alberto Torres recebeu o convite para treinar o Flamengo e de cara ganhou o Campeonato Brasileiro de 1983 com a equipe. Logo depois, teve uma carreira duradoura como treinador e passou por grandes clubes como SC Corinthians, Botafogo e Fluminense. Foi campeão carioca em 1984 com o tricolor das laranjeiras e campeão da Copa Conmebol com a estrela solitária.

Encerrou sua carreira como técnico em 2005, após deixar o Paysandu e logo depois foi convidado para ser comentarista esportivo nos canais Sport TV. Em 2014, Carlos Alberto foi escolhido para ser o embaixador da Copa do Mundo disputada no Brasil. Com tanto prestígio, o Capita poderia ser até politico e de fato ele foi.

Entre 1989 e 1993, foi eleito vereador no Rio de Janeiro pelo PDT, chegando a ocupar a vice-presidência da câmara. Também concorreu ao cargo de vice-prefeito da cidade em 2008, formando chapa com Paulo Ramos, mas não conseguiu se eleger.

Carlos Alberto Torres como técnico do Flamengo no título Brasileiro de 1983

Carlos Alberto Torres enquanto técnico do Flamengo.

Nos últimos meses como jogador profissional, Carlos Alberto Torres recebeu um convite para ser técnico do CR Flamengo por causa do seu poder de liderança. Até por esse motivo, o capita encerrou sua carreira de maneira tranquila, já sabendo que teria um novo cargo.

Logo de cara, teve em mãos um grande elenco com jogadores como Zico, Leandro, Raul Plassmann, Junior, entre outros. Assim, Torres conseguiu organizar esse grupo e fez o Flamengo jogar o fino da bola, sendo campeão brasileiro. A final foi contra o Santos, em um Maracanã lotado, com gols de Zico, Leandro e Adílio, em vitória por 3 a 1.

Porém, após essa conquista, Torres encarou o primeiro grande desafio de sua nova carreira, ao perder seu maior craque, Zico, que se transferiu para a Udinese. Coube ao capita acalmar os ânimos na equipe e também conversar com o Galinho sobre seu novo rumo na carreira, sendo um grande conselheiro do meia.

 

2016 – O adeus ao Capita


Aos 72 anos de idade, Carlos Alberto Torres continuou trabalhando como comentarista na televisão. Até que em julho de 2016, o capita sofreu um infarto fulminante e faleceu, não conseguindo chegar ao hospital. Sua viúva, Graça Garbaccio, revelou que o Carlos Alberto ficara muito abalado após perder seu irmão gêmeo, Carlos Roberto, meses antes.

Seu corpo foi velado na sede da CBF, por tamanha importância que tinha no futebol brasileiro. Jogadores com que já atuou e clubes no qual fez parte, lhe prestaram diversas homenagens. Naquele dia, a faixa de capitão ficava órfã de seu melhor dono.

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