Zito

Volante
771 Jogos Oficiais
23 Títulos Oficiais
60 Gols Marcados
Zito, o gerente do mágico Santos!
Zito Brasil - Roseira - São Paulo
Nascimento 08 de agosto de 1932
Falecimento 14/06/2015
Apelidos Gerente
Carreira Início: (1948) Taubaté
Término: (1967) Santos
Características Altura: 1,79 m
Destro
Posição / Outras posições Volante
Copa do Mundo

1958, 1962

Mundial de Clubes

1962, 1963

Libertadores

1962, 1963

Perfil / Estilo do jogador

Um dos maiores líderes da história do futebol brasileiro, Zito ficou marcado por ter sido o grande xerife da espetacular geração santista dos anos 1960. Volante de marcação, era ele quem coordenava o time de dentro do campo, aos berros, sempre incentivando os companheiros a irem ao ataque, como era característico daquele grupo. Praticamente servindo como um segundo treinador, o "Gerente" como era chamado, tinha o respeito de todos os jogadores do Peixe, inclusive de Pelé, que o considerava até mesmo como um pai.

Categoria de base

Data Clube    
1945-1948 Taubaté    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1948-1951 Taubaté - -
1952-1967 Santos 727 57

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1955-1966 Brasil 45 3

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Santos Campeonato Paulista 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 , 1967
Santos Campeonato Brasileiro 1961, 1962, 1963, 1964
Santos Libertadores da América 1962, 1963
Santos Mundial Interclubes 1962, 1963
Santos Torneio Rio-São Paulo 1959, 1963, 1964, 1966

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1958, 1962

Desempenho

0,778
Média
Gols por jogo
1,09
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
3
Controle de Bola
3
Drible
3
Velocidade
4
Técnica
4
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
5

Biografia

Zito: Campeão e líder com seleção e o Santos

No futebol há jogadores que se destacam por conta de seus dribles e jogadas geniais, mas também há aqueles que se destacam pelo seu papel de liderança dentro campo. Esse era Zito, um volante de marcação que se destacou em um período em que o futebol brasileiro tinha como característica o jogo ofensivo. Conhecido como “Gerente”, ele sempre teve o dom de comandar de dentro do campo as equipes por onde passou, incentivando os seus colegas a terem cada vez mais a gana do gol, como era caraterístico à época.

Zito começou a carreira atuando pelo modesto Taubaté, equipe na qual permaneceu por três temporadas. Logo depois, despertou o interesse do Santos, onde atuou durante quase toda a carreira, ao logo de 15 anos, se tornando um dos maiores ídolos da história.

Na equipe santista, o volante fez parte de uma das gerações mais emblemáticas da história do futebol. Ao lado de craques como Pelé, Pepe, Mengálvio e Coutinho, conquistou tudo aquilo que podia com a camisa do Peixe. Como por exemplo, dois títulos da Libertadores, dois Mundiais e mais quatro Campeonatos Brasileiros.

Na seleção brasileira não foi diferente, e com o seu perfil de liderança, Zito faturou o bicampeonato mundial em 1958 e 1962. Quatro anos depois, ele ainda chegou a integrar o elenco brasileiro na Copa do Mundo de 1966, mas nem entrou em campo, na fraca do Brasil.

Após a aposentadoria, o “Gerente” ainda emprestou os seus conhecimentos em futebol para ajudar a revelar grandes jogadores da base santista. Como por exemplo, Robinho, Diego e Neymar, os famosos “Meninos da Vila”. E foi esse importante trabalho o seu último com o futebol, pois Zito faleceu em 2015, vitima de um AVC.

 

Infância, histórico e inspirações de Zito

José Ely de Miranda, mais conhecido como Zito, nasceu no dia 8 de agosto de 1932, em Roseira, cidade do Vale do Paraíba, em São Paulo. Foi justamente em sua cidade natal, que desde garoto, Zito começou a jogar futebol, com uma simples bola de papel e barbante.

Pouco depois, o garoto deixou de jogar com a bola de papel para jogar com a bola de couro. A partir dali, ele começou a chamar a atenção de times da região ao atuar no futebol de várzea. Tanto que aos 13 anos, passou a integrar o elenco juvenil do Pindamonhangaba, modesta equipe do interior paulista.

E foi com a camisa de sua nova equipe, que Zito fez uma grande partida contra o Taubaté, em um campeonato amador, chamando a atenção de dirigentes do time adversário. Por conta disso, seus pais logo foram contatados para que ele assinasse com a equipe do interior já como profissional.

Contudo, Zito ainda era um garoto quando assinou como profissional do Taubaté e por isso procurou se inspirar muito mais em seus ídolos. Na ocasião, as suas inspirações eram das melhores, como o goleiro Oberdan Cattani e o atacante Lima, ambos do Palmeiras.

 

Início de carreira foi no Taubaté

Zito veio a estrear no Taubaté de maneira oficial em 1948, quando tinha apenas 15 anos de idade. Por lá, ele atuou durante três temporadas, até 1951, quando foi descoberto pela equipe do Santos.

Na época, o delegado regional de Taubaté se mudou para Santos, passando a transitar nas duas cidades com frequência. Mesmo morando no litoral, o delegado ainda frequentava a sede social do Taubaté, sendo muito próximo de Zito. Foi então, que certo dia, ele recomendou que o time de Vila Belmiro contratasse o jogador. Não demorou muito para que dirigentes santistas logo contratassem a jovem promessa.

 

Zito se torna líder e ídolo no Santos

Zito passou a carreira quase toda no Santos.

Contratado pelo Santos no final de 1951, Zito estreou pela equipe apenas seis meses depois, em junho de 1952. Com apenas 20 anos, o jovem jogador começou no Peixe apenas como mais uma opção para o banco de reservas.

Contudo, sua situação começou a mudar em 1954, após a chegada de Lula, o maior técnico da história do Santos. A partir dali, Zito passou a ganhar mais oportunidades como titular, já que seu novo treinador prezava por uma equipe recheada de jovens. Tanto que no mesmo ano chegou Pepe, na temporada seguinte chegou Pelé e nos anos posteriores chegaram Coutinho e Mengálvio, para formar um dos maiores times da história.

O primeiro título de Zito com a camisa santista foi o Campeonato Paulista de 1955, ao lado de Pepe e Jair da Rosa Pinto, um dos jogadores experientes do grupo. Depois da primeira conquista estadual, o volante do Peixe voltou a faturar o mesmo título por mais oito vezes, entre os anos de 1956 e 1967.

Já sua primeira conquista de Campeonato Brasileiro ocorreu em 1961, no que abriu caminho para mais três títulos da competição entre 1962 e 1964. Nesse meio tempo, Zito também ganhou a América e o mundo com o Santos, conquistando a Libertadores de 1962 e 1963, além do Mundial Interclubes nos respetivos anos.

Com quase toda a carreira dedicada ao Santos, Zito se despediu do clube após 15 anos, em 1967. Após a Copa do Mundo de 1966, o jogador já sentia que não tinha o mesmo vigor físico de antigamente. Foi então, que em um treinamento pelo time santista, o volante levou a pior em uma disputa de bola com o jovem meio-campista Clodoaldo, se machucando gravemente. Fato que interrompeu sua carreira após 727 jogos com 57 gols marcados.

 

Gerente do Santos: Zito mandava até mesmo em Pelé

Quando a grande geração santista comanda pelo técnico Lula começou a se formar, Zito passou a obter um papel fundamental dentro do campo: o de líder. Tanto que no início dos anos 1960 se tornou capitão, e sempre respeitado por todos, tinha o aval do treinador para mexer na equipe como bem entendesse. Era comum que os espectadores ouvissem seus gritos de dentro das quatro linhas, sempre empurrando o time santista para o ataque.

Ninguém ousava desobedecê-lo. Nem mesmo Pelé, que mesmo quando já era conhecido como o maior jogador do mundo, ainda mantinha o respeito por seu líder. Nos vestiários era Zito quem mandava e puxava a orelha de quem fosse necessário, a fim de evitar que qualquer jogador passasse dos limites no quesito extracampo.

A liderança de Zito era tamanha, que em 1967, ele liderou o time santista em mais uma vitória, dessa vez, de uma maneira um tanto inusitada. Em amistoso entre Santos e 1860 München, o Peixe estava perdendo pelo placar de 4 a 1. Após assistir ao jogo das arquibancadas, por conta de uma lesão, irritado, o volante foi ao vestiário durante o intervalo e pediu ao então treinador Antoninho para jogar. Depois de sua entrada, mesmo no sacrifício, o time santista teve reação espetacular e virou o jogo pelo placar de 5 a 4.

 

Aposentadoria e carreira pós-aposentadoria

O último jogo de Zito antes de deixar os gramados foi em mais um dos tantos amistosos que o Santos realizava na época, ocorrido em novembro de 1967. Na ocasião, o Peixe enfrentou um combinado de jogadores do Fortaleza e do Ferroviário no Estádio Presidente Vargas, na capital cearense. O resultado desse duelo foi uma verdadeira goleada santista por 5 a 0, com um gol do próprio volante, que não era muito de balançar as redes.

Foi dessa forma que Zito pendurou as chuteiras, como o terceiro maior jogador da história a vestir a camisa do Santos, ficando atrás apenas de Pelé e Pepe. Aos 35 anos, o jogador deixava os gramados para se dedicar aos seus negócios em uma fábrica, sem a pretensão de se tonar treinador, apesar de seu perfil de liderança.

Contudo, ele ainda continuou ligado ao futebol e principalmente ao Santos, tanto que se tornou vice-presidente do clube entre 1978 e 1982. Um ano depois, Zito foi nomeado diretor do clube, cargo no qual ficou até 1987.

No inicio dos anos 2000, o bom e velho Gerente voltou à ativa como coordenador de juvenis do Peixe, ajudando o clube a revelar importantes craques. Esse foi o último trabalho de Zito com o futebol, já que ele passou a enfrentar problemas de saúde por conta do mal de Alzheimer.  Foi então que em 2015, o eterno ídolo santista veio a falecer, na cidade de Santos, aos 82 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Já na partida seguinte após sua morte, o Santos resolveu homenageá-lo, colocando a letra Z na faixa de capitão, ao invés da letra C. Como se não bastasse, dois anos depois, foi inaugurada em uma praça em frente a Vila Belmiro, uma estátua em sua homenagem.

 

Trabalho na base do Santos, com a descoberta de joias

O eterno capitão santista ajudou a revelar Neymar.

No ano de 2000, após estar afastado de um cargo oficial no Santos há 13 anos, Zito foi nomeado como coordenador de juvenis da equipe. No cargo, ele usou todo o seu conhecimento em futebol para ajudar a revelar grandes ídolos do time de Vila Belmiro.

Os primeiros a serem revelados com a ajuda de Zito foram nada menos que Diego e Robinho, principais responsáveis pelo título brasileiro do Santos em 2002. Ali começava uma nova era na equipe santista, que ficou conhecida como “Os Meninos da Vila”.

Essa era teve um segundo capítulo quase dez anos depois, e mais uma vez sob a responsabilidade do Gerente. Ainda em 2003, Zito trouxe Neymar direto da Portuguesa Santista, quando o jovem jogador tinha apenas 11 anos de idade. Por conta dessa importante vinda, o Santos faturou alguns dos títulos mais memoráveis de sua história, como a sua primeira Copa do Brasil em 2010 e a sua terceira Libertadores em 2011.

Incansável, Zito também foi o responsável por observar Gabriel Barbosa, o Gabigol, em 2005, quando este ainda tinha 9 anos de idade. Na ocasião, o jovem atacante atuava no futebol de salão pelo São Paulo, até ser pincelado pelo eterno volante santista.

Zito ainda permaneceu nesse cargo de caçador de talentos até meados de 2010, já que em seus últimos anos de vida, ficou apenas como sócio do Santos.

 

Zito na seleção brasileira

Zito foi um dos lideres da seleção brasileira bicampeã mundial.

A primeira convocação de Zito pela seleção brasileira ocorreu quando ele conquistou o primeiro título com a camisa do Santos, em 1955. Na ocasião, o volante foi chamado para representar o escrete canarinho em um amistoso contra o Paraguai, que terminou empatado em 3 a 3.

Suas primeiras participações em competições oficiais pela seleção brasileira ocorreram no Torneio Sul-americano dos anos de 1956 e 1957. Contudo, Zito pouco jogou e o escrete brasileiro teve participações bastante apagadas em ambas as edições do torneio.

O jogador passou a conquistar mais espaço com o time canarinho a partir da saída do técnico Oswaldo Brandão, em 1957. Dali em diante, ele começou a ganhar mais oportunidades como titular, principalmente após a chegada do técnico Vicente Feola. Tanto que durante a campanha do título da Copa do Mundo de 1958, Zito tomou conta da titularidade absoluta da seleção.

Já como titular incontestável, o Gerente voltou a conquistar mais um título mundial pelo escrete brasileiro, dessa vez em 1962, no Chile, sendo um dos líderes daquele grupo. Já em decadência na carreira, Zito ainda fez parte do elenco brasileiro que disputou a Copa do Mundo de 1966, mas sequer entrou em campo. Na ocasião, aquela havia sido a pior participação do Brasil em Copas, sem ao menos passar da fase de grupos.

Por não ter entrado em campo na Copa do Mundo de 1966, Zito fez seu último jogo em amistoso contra a Escócia às vésperas do mundial, em empate por 1 a 1. Ali, se despedia um dos maiores xerifes do futebol brasileiro, que fez história ao repetir uma velha parceria com Pelé e Pepe na seleção, além de dividir os gramados com outro gênio, Mané Garrincha.

Em 11 anos vestindo a amarelinha, Zito disputou 45 jogos e anotou 3 gols.

 

Copa de 1958: Zito está presente no primeiro mundial do Brasil

Participação na Copa do Mundo de 1958.

Conquistando cada vez mais espaço no escrete canarinho, Zito foi convocado por Vicente Feola para disputar a Copa do Mundo de 1958 na Suécia. Contudo, nas duas primeiras partidas do mundial, o jogador ficou como opção no banco reservas, na função de substituto imediato de Dino Sani.

Zito só conquistou a titularidade absoluta entre os onze iniciais a partir do terceiro jogo, quando Vicente Feola percebeu que o time precisava de mudanças. Dessa forma, o Gerente tomou a vaga de Dino Sani e não largou mais. Dali em diante, ele fez parte de todos os jogos da seleção no mundial, atuando integralmente, para se sagrar campeão do mundo diante da Suécia.

 

Copa de 1962: Gol na decisão que garantiu o bi-mundial

Quatro anos depois, já com status de titular absoluto, Zito foi convocado pelo técnico Aymoré Moreira para a sua segunda Copa do Mundo, no Chile. Incansável, ele atuou em todos os jogos da competição, sem sequer deixar os gramados.

E foi com toda essa persistência que Zito foi essencial na grande decisão diante da Tchecoslováquia. Quando o jogo estava empatado em 1 a 1, de cabeça, o Gerente virou o placar para o escrete canarinho. Na reta final do jogo, ainda deu tempo para Vavá marcar o terceiro gol brasileiro, fechando o resultado em 3 a 1, o que garantiu o bicampeonato mundial.

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