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Esporte mais popular do planeta, o futebol envolve um misto de sentimentos entre torcedores que, muitas das vezes, também entra dentro das quatro linhas com os jogadores. As disputas colocam os nervos a flor da pele, em rivalidades históricas que, muitas das vezes, o jogo se perdia para a barbaridade. E além de grandes jogadas e gols espetaculares, ao longo das décadas muitas foram as brigas que entraram nos anais do futebol brasileiro e mundial. Aqui vamos lembrar algumas brigas que aconteceram nos gramados brasileiros e são lembradas até os dias de hoje!
Ramirez corre atrás do Rivelino ao fim de vitória brasileira pela taça do Atlântico 1976 🏆🇧🇷 2×1 🇺🇾 pic.twitter.com/0Tk9pGEj5O
— Futebol Verdade (@FutebolVerdad) August 22, 2018
Foi no dia 28 de abril de 1976, em um clássico inesquecível entre Brasil e Uruguai que também aconteceu uma das brigas mais lembradas do Estádio do Maracanã. Válida pela antiga Taça Atlântico, o confronto era válido ainda pela primeira rodada do torneio, e terminou com a vitória da seleção brasileira pelo placar de 2 a 1. Contudo, o resultado pouco importou, pois o que mais marcou aquela partida foi a perseguição ao gênio Roberto Rivellino.
As partidas entre Brasil e Uruguai, sempre foi sinônimo de muita rivalidade e violência. Não era incomum os confrontos terminarem em confusão. Naquele dia os nervos subiram de temperatura no final do confronto quando Zico fez uma fila para cima dos jogadores uruguaios. O lateral Sérgio Ramirez fez então uma falta dura no Galinho de Quintino, iniciando uma confusão entre os jogadores, com direito a gritos da torcida de “porrada, porrada”. No meio da briga, Rivellino foi para cima de Ramirez e acertou um soco na boca do uruguaio.
Na sequência a partida reiniciou apenas para o juiz finalizar o confronto. Contudo, após o apito final, Sérgio Ramirez saiu a procura de Rivellino que saiu correndo em direção ao vestiário. Para piorar, ao correr atrás de Riva, o uruguaio sofreu um escorregão, caiu no chão e acabou agredido por jogadores brasileiros.
Curiosamente, no ano seguinte, Ramirez foi contratado pelo CR Flamengo, enquanto Rivelino já estava no Fluminense. Porém, apesar das expectativas de uma nova briga, ambos fizeram as pazes.
Djalminha e Renato Gaucho juntos. Ta faltando só uma troca de elogios para completar. pic.twitter.com/6cz7unYAGv
— 𝙼𝙱ᶜʳᶠ (@CeloCRF) December 27, 2018
Geralmente, no futebol, as brigas costumam acontecer entre jogadores de times adversários, em disputas acaloradas para fazer o seu time vencer. Porém, uma das brigas que escolhemos para entrar em nossa lista estão dois craques e que atuavam no Flamengo no período: Renato Gaúcho e Djalminha.
Era um Fla-Flu realizado em junho de 1993, válido pelo Torneio Rio-São Paulo. O Fluminense vencia o rival por de 3 a 2 e, após Djalminha perder uma disputa, Renato Gaúcho se enfureceu e criticou a “postura” do jovem meia. Contudo, o meia não gostou da cobrança, reclamou e partiu pra cima do já experiente atacante que começaram a sem empurrar. Coube a outro jovem e que, mais tarde se transformaria um ídolo do Corinthians, Marcelinho Carioca, separar os brigões.
Fora dos gramados a corda estourou para o mais jovem, e Djalminha, aos 23 anos, teve sua carreira precocemente encerrada no Rubro-Negro. Foi para o Guarani onde explodiria no futebol brasileiro e europeu.
O ano: 1994
O confronto: São Paulo x Palmeiras
O nome do jogo: da paz
O que o "Jogo da Paz" teve: porradariaA década de 90 sempre teve algo especial. Aquele programa de TV inadequado, aquela propaganda pesada demais… Obviamente, o futebol não era diferente.#TBTOléDoBrasil pic.twitter.com/xdkJK1GblM
— Olé do Brasil (@Oledobrasil) May 20, 2021
O jogo era pra ser conhecido como “Jogo da Paz”, mas a partida entre Palmeiras e São Paulo, em 1994, ficou marcada pela confusão entre Edmundo e Juninho Paulista. Realizada para promover a paz nos estádios de futebol em um período que a violência entre as torcidas culminou em uma selvageria numa partida de menores entre as mesmas equipes. O combate à violência no futebol ficou somente no slogan, porque dentro de campo o “pau comeu”.
Era um período de extensa rivalidade entre Palmeiras e São Paulo, e já no início a partida se mostrava nervosa. Além de jogadas muito pegadas, o atacante Muller mandou uma “banana” para a torcida palmeirense após marcar um dos gols. A partida terminou empatada por 2 a 2, e justamente um dos protagonistas do clássico com a bola rolando, também foi protagonista na confusão em campo.
Após ser provocado por um dirigente do São Paulo que estava no banco de reservas, Edmundo dá dura entrada em Euller, atacante tricolor. Ao ser cercado por jogadores adversários , o Animal deu um tapa no rosto de Juninho Paulista. Para proteger o colega de equipe, o lateral-esquerdo André Luiz foi para ajudar na confusão, mas acabou levando um soco.
Uma briga generalizada se deu, com o árbitro encerrando a partida. Após o apito final, o zagueiro Gilmar, do São Paulo , em entrevista, ainda se referiu à Edmundo como “mau caráter”.
Uma das brigas mais emblemáticas do futebol brasileiro nos anos 1990 foi, sem dúvidas, entre Palmeiras e Grêmio, pela Copa Libertadores da América de 1995. Essa disputa e embate acirraria a rivalidade das duas equipes naquele período. Pelas quartas de final da Libertadores 1995, na primeira partida, no Estádio Olímpico, em Porto Alegre, Jardel deu um show e o Grêmio fez o histórico placar de 5 a 0. E além da goleada, a partida ficou marcada também pela violência em campo. Rivaldo foi expulso após dura entrada no zagueiro Rivarola.
No momento que Rivaldo recebia o cartão vermelho, Dinho, volante gremista, deu uma cabeça no meia Válber, com o palmeirense revidando, sendo os dois também expulsos. Os dois ainda se encontraram atrás do gol, na saída para os vestiários, para começar uma troca de socos, inclusive com a participação de Danrlei, goleiro do Grêmio.
A título de curiosidade, na partida de volta entre as equipes, o Palmeiras quase conseguiu a improvável: a classificação. Venceu pelo placar de 5 a 1, mas quem passou foi o Imortal que venceria pela segunda vez a Copa Libertadores da América.
Assim como tantos outros craques, Romário também era um jogador temperamental, com diversas brigas protagonizadas dentro dos gramados. E uma das mais conhecidas e folclóricas aconteceu no Campeonato Carioca de 1997. Em partida contra o Madureira e que o Flamengo goleou por 7 a 0, o baixinho deixou dois naquele dia. Mas ele ficaria marcado mesmo pela briga com o lateral direito do time rival, Cafezinho.
Contudo, dessa vez o baixinho foi a “vítima” da história, já que Cafezinho estava em busca de briga. Primeiro ele acertou dura entrada no “Anjo Loiro” Sávio, no início do jogo e já recebendo o cartão amarelo. Ainda na primeira etapa, mais uma forte entrada, dessa vez para cima de Romário que o árbitro deixou passar batido, mas o atacante não esqueceria. E, enquanto Cafezinho distribuía pancadas, o Flamengo jogava futebol.
Faltando 20 minutos para o fim do jogo, os dois novamente se estranharam e começaram a trocar chutes para entrar na briga e separar jogadores dos dois times. Para se ter uma ideia, até mesmo o Maestro Júnior, então treinador do Flamengo no período, invadiu o campo para dar um soco em Cafezinho. Porém, dias depois os dois atletas, Romário e Cafezinho conversaram e fizeram as pazes.
Paulo Nunes descendo a bica no Edílson merece seu RT 🔁 pic.twitter.com/5GrQcaUX98
— Porco Imponente (@LPorconera) December 15, 2018
Na temporada de 1999, Palmeiras e Corinthians viviam um dos momentos mais intensos da histórica rivalidade. Naquele ano, o Corinthians seria Campeão Paulista e do Brasileiro, enquanto o Palmeiras levaria a Copa Libertadores da América.
E para marcar a intensa rivalidade vivida naquele ano de 1999, um momento também épico e mais lembrado do que qualquer gol ou título conquistado pelas equipes. Na segunda partida da final do Campeonato Paulista, a vantagem e o título estava praticamente garantido pelo SC Corinthians após vencer a primeira partida por 3 a 0. Um mês depois após épico duelo na Copa Libertadores entre as equipes, e na mesma semana que o Palmeiras venceu a competição continental, os nervos estavam à flor da pele.
O jogo decisivo do Paulistão 99 terminou empatado por 2 a 2, e quando tudo estava praticamente decidido, Edilson resolveu fazer algumas embaixadinhas para provocar o rival, e conseguiu. O lateral-esquerdo Junior chegou dando uma entrada dura no “Capetinha” enquanto Paulo Nunes chegou par iniciar uma briga que se generalizou com todos os jogadores, naquela que é a briga mais lembrada do derby da capital.
"Entre brigar e bater o pênalti, eu prefiro ajudar na briga" (Luis Fabiano, 2003) https://t.co/s56PCuMoMy pic.twitter.com/oykVYZLKky
— Gazeta Esportiva (@gazetaesportiva) November 8, 2016
Que a rivalidade entre brasileiros e argentinos é uma das maiores do futebol mundial, isso é fato. E essa rivalidade foi determinante no jogo entre São Paulo e River Plate, válido pela semifinal da Copa Sul-americana de 2003. Os tricolores venceram pelo placar de 2 a 0 no jogo de volta, no Estádio do Morumbi, isoo após terem perdido por 3 a 1 na Argentina.
O jogo em si foi pegado, com os jogadores de ambas as equipes trocando provocações. No primeiro gol, por exemplo, Diego Tardelli tentou pegar a bola no fundo do gol e foi impedido pelo zagueiro Amelli, iniciando uma confusão.
Já no final da partida, o tempo fechou novamente após Amelli dar entrada no atacante são-paulino Rico. Foi nesse instante que Luís Fabiano apareceu do banco de reservas distribuindo voadoras nos argentinos. Após a pancadaria, a partida foi decidida nas penalidades e o River Plate saiu vitorioso e eliminando o São Paulo FC.
Esse episódio marcou a célebre frase de Luís Fabiano, em entrevista após o final do jogo: “Entre bater o pênalti e brigar, eu prefiro ajudar na briga.”
Para quem acha que as brigas generalizadas só aconteciam nos gramados do futebol brasileiro, principalmente naqueles anos anteriores as transmissões com dezenas de câmeras, que tem o poder de praticamente pegar tudo o que acontece em campo. E na Europa não era diferente. Aqui selecionamos três brigas históricas em gramados europeus.
Em 1984, a rivalidade entre FC Barcelona e Athletic Bilbao estava em alta. Com o Athletic vivendo grande momento no período, um dos melhores em sua história, haviam conquistando naqueles anos duas LaLigas consecutivas, enquanto o time catalão estava pressionado e na busca por voltar a ser protagonista. E a principal figura da equipe era um jovem de 23 anos, Don Diego Armando Maradona.
Foi nesse clima que Barcelona e Athletic Bilbao se enfrentaram na final da Copa do Rei de 1983-84. Para piorar, meses antes da decisão, Maradona ainda sofreu dura entrada de Andoni Goikoetxea, o que deu um tempero a mais para a decisão.
Durante o jogo, Goikoetxea fez o esperado e caçou Diego Maradona em campo. Em meio às agressões, o Athletic venceu pelo placar de 1 a 0, irritando profundamente o jovem Diego. Ao ser provocado pelo também argentino, Miguel Angel Sola, o craque do Barça deu uma cabeçada no rival e em seguida deu uma joelhada em outro adversário que desmaiou.
Estava dado o início de uma confusão gigantesca, com muitos jogadores trocando agressões. A briga se estendeu para as arquibancadas e mais de 60 pessoas saíram feridas do Estádio Santiago Bernabéu.
Atacante francês Eric Cantona dando essa grandiosa voadora no torcedor do time Crystal Palace que fazia uma saudação nazista pic.twitter.com/4jlKPmenwX
— História No Paint (@HistoriaNoPaint) July 15, 2018
Era janeiro de 1995, quando Manchester United e Crystal Palace se enfrentavam em partida válida pela Premier League. No empate por 1 a 1, o que ficou marcado por uma lance do craque francês Eric Cantona, que roubou a cena após ser expulso, quando deixava o gramado rumo aos vestiários. O atacante protagonizaria um dos golpes mais famosos na história de brigas no futebol. Eric Cantona foi xingado por um torcedor hooligan, que lhe proferia frases de cunho xenófobo. Foi então que o temperamental jogador não segurou o ímpeto e deu uma voadora no torcedor. Perguntado sobre esse assunto em entrevistas recentes, Cantona diz que só se arrepende por não ter batido mais forte.
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000, Manchester United e Arsenal FC viviam o ápice de sua rivalidade. Como se não bastasse, cada uma das equipes ainda tinham como capitães e líderes dois jogadores onde o santo não batia. Roy Keane e Patrick Vieira são símbolos desse período vitorioso destas equipes. Jogadores que davam a vida em campo, tudo para ver os times saírem com a vitória.
E na maioria das vezes que os dois se encontravam, era discussão certa, as vezes até mesmo antes das partidas iniciar. E essa rivalidade se tornou tão marcante que, anos depois, até mesmo um documentário sobre a rivalidade foi lançado. Uma dessas brigas mais lembradas aconteceu na temporada de 1999-00, em partida da Premier League, no Emirates Stadium.
Após dura divida, ambos se estranharam, com Roy Keane dando um chute no ar, completamente revoltado. Logo depois, os dois trocaram agressões e uma briga generalizada se iniciou, porém, sendo rapidamente controlada pelo árbitro da partida. Depois do apito final, os Diabos Vermelhos levaram a melhor pelo placar de 2 a 1.