Yeso Amalfi: O primeiro superstar do futebol brasileiro
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Pioneiro na arte de ser um boleiro famoso
Hoje, em tempos de instagram é muito comum os jogadores do futebol brasileiros serem tratados como verdadeiros popstars. Antigamente os grandes craques também eram considerados como estrelas, mas depois de jogar e correr muito atrás da bola. Pelé, Zico, Romário, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho eram reconhecidos e muito durante o auge de suas carreias, tanto quanto um super ator de Hollywood. E o primeiro superstar do futebol brasileiro que se tem conhecimento é o atacante Yeso Amalfi, com carreira na década de 1940 e 1950.
Naquele período o futebol passou a ter mais reconhecimento no país, entre os torcedores, também chamando a atenção de clubes estrangeiros. E um dos principais jogadores brasileiro daquela época era Yeso Amalfi, que iniciou sua carreira pelo São Paulo FC, mas fez carreira fora do país com passagens por Boca Juniors, Peñarol, Nice/FRA, Torino/ITA e Olympique de Marselha/FRA.
Primeira superestrela do futebol brasileiro, também se notabilizou pela vida fora dos gramados, regado a uma vida boêmia, com muitas festas, presença constante entre a alta sociedade e muitos relacionamentos com mulheres famosas. Porém, o atacante também colecionou desafetos por onde passou.
No São Paulo participava da vida política do clube
Todos sabem que @rai10oficial, @leo_de_araujo e @Nene10 fizeram sucesso na França. Mas quantos conhecem a história do 1º tricolor que arrebentou por lá, Yeso Amalfi? Ele jogou no Monaco, Nice e Olympique, nos anos 50, e até se tornou íntimo da realeza.#TricolorNaCopa 🇾🇪 pic.twitter.com/ChAzVmJDLV
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) June 26, 2018
Yeso Amalfi nasceu na cidade de São Paulo no ano de 1925. Começou na várzea em um time chamado Éden Liberdade. Logo, o seu talento chamou a atenção do São Paulo, clube onde fez sucesso tendo atuado por cinco anos. Nesse período, o jogador não apenas desfilou com bom futebol, mas colecionou diversas histórias curiosas, tendo até mesmo participado da vida politica do clube.
Desde cedo, Yeso sempre mostrou o seu apreço por uma vida boêmia repleta de festas e relações com muitas mulheres. Por conta desse seu estilo de vida o jogador chegou a se envolver em um problema com o técnico Vicente Feola – que levaria em 1958, a seleção brasileira ao primeiro título mundial.
As vésperas de um jogo do Campeonato Paulista contra o Santos, que aconteceria no litoral, o craque resolveu marcar mais um de seus famosos encontros com uma moça. Em um gesto inusitado, o treinador escondeu as calças do jogador a fim de que ele não conseguisse realizar tal encontro.
Contudo, esse episódio nunca foi um empecilho para a continuidade de sua carreira no Tricolor Paulista, mas sim o seu envolvimento com a política. Sempre próximo dos diretores do clube, o jogador resolveu se posicionar politicamente e apoiou o doutor Décio Pacheco à presidência, nas eleições de 1947. Porém, quem venceu tal pleito foi Cicero Pompeu de Toledo que, sabendo da influência de Yeso, tratou de se livrar dele.
Primeiros passos fora do Brasil, e mais desavenças
Ao deixar o São Paulo, no ano de 1948, Yeso Amalfi acertou a sua ida para a Argentina, mais precisamente o Boca Juniors. Este acerto se deu através da influência de um antigo companheiro de time, Antônio Sastre. Na equipe argentina o atacante chegava para formar uma promissora dupla com outro brasileiro superstar e polêmico: Heleno de Freitas.
Porém, apesar das expectativas, ambos o jogadores não conseguiram fazer o sucesso que muitos esperavam, e muito por conta das desavenças entre os dois jogadores que não se entendiam nos bastidores do Boca Juniors, inflado de ego e ciúmes.
O episódio mais claro do desafeto entre os Yeso e Heleno aconteceu em uma partida que foram derrotados pelo San Lorenzo, por 1 a 0. Na ocasião, Heleno de Freitas discutiu com Yeso Amalfi dentro de campo, e por conta disso foi afastado do clube. E após o seu retorno, Heleno voltou a comandar o ataque da equipe, anotando três gols na partida. Esse fato, fez com que a diretoria o preferisse, ao invés de Yeso, que foi negociado.
Porém, Yeso Amalfi sempre afirmou que deixou o Boca Juniors também por questões politicas, ao se tornar um dos críticos de Juan Domingo Perón, presidente argentino à época. Ainda de partir para uma aventura na Europa, ele teve rápidas passagens por Peñarol/URU e SE Palmeiras.
Yeso Amalfi chega à Europa, onde obtém o auge da fama!
YESO AMALFI – O PRIMEIRO SUPERSTAR DO FUTEBOL BRASILEIRO
Na década de 1940, Yeso Amalfi se destacou no São Paulo FC jogando ao lado de Leônidas da Silva.
Posteriormente, se transferiu e se destacou no futebol sul-americano no Boca Jrs, (jogou com Heleno de Freitas) e Peñarol🧵 pic.twitter.com/62Yqn87scW— Jornalista Luiz Otávio Oliveira (@lotaviooliveira) May 13, 2021
Após degustar sua fama no futebol brasileiro e sul-americano, Yeso Amalfi acertou sua ida para o Nice, da França, no ano de 1950. E não demorou para ele mostrar na França todo o seu lado irreverente e festeiro. Logo de cara, ao participar da inauguração de um hotel, o jogador passou a noite em claro e foi jogar no dia seguinte sem dormir, porém, isso não foi empecilho para que o atacante não exibisse um bom futebol, mesmo não sendo relacionado na equipe principal como gostaria. Sendo que esse fator foi determinante para a saída do então treinador do clube na época.
Esse episódio mostrou o tamanho de Yeso Amalfi dentro do clube, deixando de ser apenas um simples jogador para receber a alcunha de “Deus do Estádio”. Tanto que, naquele período, foi quando ele conquistou o auge de sua fama, ao ser cada vez mais reconhecido, rodeado de pessoas famosas e influentes.
Contudo, toda essa fama e status dentro do Nice foram também o motivo para a sua saída do clube. Após a Copa Rio, de 1951, dirigentes do time francês decidiram negociar Yeso, justamente por não conseguirem mais exercer autoridade sobre o atleta. E mesmo com o apelo contrário da torcida, o craque popstar se transferiu para o Torino, da Itália.
Na Itália, o atacante passou por uma equipe em reconstrução, que estava se recuperando das consequências do grave acidente de avião, dois anos antes. Na sequência, retornou à França e vestiu as camisas de Mônaco, Racing, Red Star e Olympique de Marseille, onde se aposentou.
Yeso Amalfi teve muitas relações com famosas
Sem sombra de dúvidas, o auge da fama de Yeso Amalfi ocorreu na Europa. No velho continente, o jogador se tornou figurinha carimbada na alta sociedade europeia, se envolvendo em icônicas amizades, além de relacionamentos amorosos com grandes personalidades.
Dentre seus principais amigos, estiveram o famoso pintor cubista de origem espanhola, Pablo Picasso, e o príncipe de Mônaco Rainier III. Inclusive, o jogador jurou de pés juntos que foi o “cúpido” da relação do monarca com atriz norte-americana Grace Kelly.
Agora, a despeito de seus relacionamentos amorosos mais famosos, Yeso se envolveu com duas atrizes de fama internacional. No período em que esteve na França ele namorou a símbolo sexual francesa Brigitte Bardot, considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo nas décadas de 1950 e 1960. Já em sua estadia na Itália, o jogador teve um relacionamento com a atriz italiana Sophia Loren.