Títulos conquistados
Títulos Continentais
Competição | Títulos | Temporada |
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Eurocopa | 1 | 1988 |
1988
Vice-campeã: 1974, 1978, 2010
Competição | Títulos | Temporada |
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Eurocopa | 1 | 1988 |
Índice
No dia 21 de agosto de 1900 surgiu uma das maiores seleções de futebol da história, a Holanda, como é mais famosa para os brasileiros, que tem o real nome de Seleção Neerlandesa de Futebol, a Netherlands, que na tradução significa Países Baixos. A filiação à FIFA ocorreu apenas oito anos mais tarde, em 1908.
As primeiras Copas do Mundo disputadas pela Seleção foram as de 1934 e de 1938, sendo eliminada em ambas ainda na primeira fase. Na ocasião, a primeira fase já era em jogo único, e os adversários foram Suíça e Tchecoslováquia respectivamente, que venceram por 3 a 2 e 3 a 0.
Após as duas participações da principal competição futebolística do mundo, a Seleção Holandesa passou por períodos difíceis, ficando de fora das Copas de 1950 até 1966, além das Eurocopas de 1960 e 1964.
Today in 1928 Rinus #Michels† was born. Coach of the #Netherlands in 1974 and 1988.
Club coach of a.o. #Ajax and #FCBarcelona who transformed #football forever.
Named ‘Best Manager of All Time’ before #SAF, Arigo Sacchi and his prodigy Johan #Cruyff. https://t.co/raQlbGdn7V pic.twitter.com/fG8qEnaH0D— Holland74 (@Netherlands1974) February 9, 2020
A histórica Holanda começou com o treinador holandês Rinus Michels, um ex-atacante do Ajax que assumiu o clube como técnico em 1965, onde ficou até 1971. Na equipe, foram quatro títulos do Campeonato Holandês, três Copas e uma Champions League, onde começou a se formar a base de uma das maiores seleções da história que o futebol já viu.
Deixando o Ajax, em 1971, o treinador ainda foi para o Barcelona, onde implantou o famoso tiki-taka, dando sequência no seu legado, até chegar à Seleção Holandesa.
Se aproveitando da base formada por ele próprio no Ajax, além da evolução de clubes como o Feyenoord no país, a Holanda formou um verdadeiro esquadrão, conhecido como o Carrossel Holandês. O principal destaque era Johan Cruyff, além de nomes como Rob Rensenbrink, Ruud Krol, Theo de Jong, Johnny Rep e outras lendas.
Com um futebol envolvente e vistoso, marcado por atletas que prezavam o toque de bola, velocidade, e não guardavam posições, a Holanda teve um time que é admirado até os dias atuais, marcando para sempre o seu nome na história da modalidade. A equipe de Rinus Michels começava em um 4-3-3, porém, alternava para um ousado 1-3-3-3, sempre com extrema obediência tática.
Nem sempre o campeão é a equipe de maior sucesso em uma competição, e a Holanda de 1974 é a maior prova que isso é um fato. A Seleção contou com o seguinte time base: Jan Jongloboed; Win Suurbier, Arie Haan, Win Rijsbergen e Ruud Krol; Win Jansen, Johan Neeskens e Van Hanegem; Rob Rensenbrink, Johan Cruyff e Johnny Rep; treinados por Rinus Michels.
A Copa do Mundo de 1974 foi realizada na Alemanha Ocidental e a Holanda caiu em um Grupo com Uruguai, Suécia e Bulgária. Com duas vitórias e um empate, avançou na liderança com certa tranquilidade. Na segunda fase, que também era de grupos, enfrentou Brasil, Alemanha Oriental e Argentina, vencendo os três jogos, com direito a 4 a 0 sobre os Hermanos.
Dessa forma, a Holanda estava na final, onde enfrentaria os donos da casa, a Alemanha Ocidental, em Munique. Os holandeses saíram na frente com Neeskens, logo aos dois minutos. Porém, Breitner e Gerd Müller viraram, fechando o jogo em 2 a 1.
A Laranja Mecânica encantou o mundo e colocou o seu nome de vez na história do esporte mundial, porém, mesmo sendo considerada até hoje uma das melhores equipes, o título da Copa do Mundo de 1974 não veio. Porém, esse é apenas um “detalhe” que não impediu que a Seleção de Rinus Michels e Johan Cruyff ficasse eternizada na memória.
Quatro anos após encantar o mundo e ficar com o vice-campeonato do mundial, a Holanda foi tentar mais uma vez o título, e não restava dúvidas de que a Laranja Mecânica era uma das favoritas. Porém, a equipe vinha de mudanças, não contando com Johan Cruyff e o treinador Michels, porém, seguia com um elenco recheado de estrelas.
A equipe base foi: Jan Jongbloed; Jan Poortvliet, Ruud Krol, Ernie Brandts e Wim Jansen; Johan Neeskens, Arie Haan e Willy van de Kerkhof; René van de Kerkhof, Johnny Rep e Rob Rensenbrink; treinados por Ernst Happel.
A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, e a Holanda caiu em um Grupo com Irã, Escócia e Peru. A equipe suou para avançar de fase, já que venceu o Irã por 3 a 0, empatou sem gols com o Peru e depois perdeu para a Escócia por 3 a 2.
Já na segunda fase, a Seleção Holandesa apresentou um futebol melhor, goleando a Áustria por 5 a 1, empatando por 2 a 2 com a Alemanha Ocidental e vencendo a Itália por 2 a 1, garantindo mais uma vaga na decisão.
Na grande final, mais uma vez o adversário era a equipe anfitriã da competição, a Argentina. Kempes abriu o placar em Buenos Aires, e a Holanda conseguiu o empate no finalzinho, com Nanninga, levando para a prorrogação. Porém, no tempo extra, Kempes voltou a marcar e Bertoni deu números finais ao duelo, 3 a 1. Foi o segundo vice-campeonato seguido da Laranja Mecânica.
A década de 1980 foi marcada por mais uma grande geração de jogadores holandeses, com destaque para três nomes: Gullit, Marco Van Basten e Rijkaard. Juntos ajudaram a Laranja Mecânica a sentir o sabor de uma grande conquista.
Ruud Gullit era um meio-campista clássico, com um talento incrível. Em sua carreira, passou por Haarlem, Feyenoord e PSV, na Holanda, e depois foi brilhar no Milan, da Itália. No futebol italiano ainda jogou pela Sampdoria e encerrou a sua carreira na Inglaterra, pelo Chelsea.
Marco Van Basten era um verdadeiro homem-gol, goleador nato. Além da Seleção Holandesa, vestiu a camisa de dois clubes: o Ajax, na década de 80, e do Milan, até o final de sua carreira.
Já Franklin Edmundo Rijkaard era um volante mais defensivo, na qual realizava desarmes com maestria e ainda começava as jogadas com qualidade na saída de bola. Ele passou por Ajax, onde começou e encerrou a carreira; Real Zaragoza, da Espanha, além do Milan, da Itália.
Com sede na Alemanha Ocidental, o Campeonato Europeu de Futebol (hoje Eurocopa) de 1988, é até hoje a maior conquista da Seleção Holandesa. Marco van Basten foi o grande nome de uma equipe cheia de craques, se consagrando o artilheiro com cinco gols.
A estreia não foi como o esperado, perdendo para a União Soviética por 1 a 0. Porém, logo em seguida veio a recuperação, vencendo a Inglaterra por 3 a 1 e a Irlanda por 1 a 0, avançando na segunda posição do grupo.
Nas semifinais, um duelo contra os donos da casa, na qual Koeman e Van Basten anotaram os gols da virada histórica por 2 a 1. Já na decisão, o adversário era mais uma vez a União Soviética, único time a vencer a Laranja Mecânica na competição.
O duelo foi em um Olympiastadion lotado com mais de 72 mil torcedores, mas o resultado desta vez foi diferente. Gullit e Van Basten fizeram os gols da vitória da Holanda por 2 a 0 e então a Seleção Holandesa pode finalmente comemorar um título.
Sempre contando com gerações de craques na Seleção Holandesa, a década de 1990 não era diferente. A equipe buscava a tão sonhada Copa do Mundo, na qual já tinha escapado duas vezes por detalhes. Porém, pelo caminho tinha um indigesto adversário: a Seleção Brasileira.
A década de 90 foi marcada com uma passagem de bastão. Existiam nomes como Rijkaard e Ronald Koeman, remanescentes do título da Euro, e surgiam novos nomes, como Dennis Bergkamp, Frank de Boer e Edwin van der Sar, sendo que o último passou a ser titular após a Copa de 1994, onde foi reserva.
A geração era excelente, com ótimos nomes e um bom futebol em campo,
porém, ficou marcada em uma época sem conquistas, faltando o troféu para a coroação de mais uma grande safra de jogadores.
Nos Estados Unidos, em 1994, a Holanda era uma das equipes que eram apontadas como favoritas ao título. Na primeira fase, venceu Arábia Saudita e Marrocos, ambos por 2 a 1 e acabou perdendo por 1 a 0 para a Bélgica, mas avançou na primeira posição.
Em seguida, nas oitavas de finais, enfrentou a Irlanda e venceu com tranquilidade, 2 a 0. Já nas quartas, o adversário foi o Brasil e o duelo ficou marcado na história.
O primeiro tempo foi morno, terminando sem gols. Já na segunda etapa, Romário e Bebeto trataram de abrir 2 a 0 para o Brasil. A vantagem não durou muito, já que um minuto depois Bergkamp diminuiu. Pouco depois, Winter deixou tudo igual, 2 a 2. Porém, aos 81 minutos de jogo, Branco anotou o gol da vitória brasileira, eliminando a Holanda.
Quatro anos após a Copa do Mundo dos Estados Unidos, a Holanda chegava mais uma vez como uma das principais equipes para a edição do torneio, que dessa vez era realizado na França.
Porém, a primeira fase foi dura. Empate por 0 a 0 com a Bélgica e por 2 a 2 com o México. Porém, a Seleção Holandesa conseguiu uma vitória tranquila sobre a Coreia do Sul, 5 a 0, avançando em primeiro lugar.
Nas oitavas de finais, 2 a 1 sobre a Iugoslávia, e nas quartas repetiu o placar sobre a Argentina. Na semifinal, reencontro com o Brasil e a chance de se vingar pela eliminada na Copa passada.
O primeiro tempo terminou sem gols, mas logo no início da segunda etapa, Ronaldo abriu o placar. Quando tudo se encaminhava para o 1 a 0, Kluivert deixou tudo igual aos 87 minutos, e o duelo foi parar nos pênaltis.
Nas penalidades, Ronaldo, Rivaldo, Emerson e Dunga converteram para a seleção canarinho. Do lado laranja, F. de Boer e Bergkamp fizeram, mas Cocu e R de Boer desperdiçaram. A Holanda era mais uma vez eliminada pelo Brasil.
A chegada dos anos 2000 trouxeram mais uma boa geração de jogadores holandeses, com destaque para três nomes: Robben, Sneijder e Rafael van der Vaart, que ambos já atuaram juntos pelo Real Madrid.
Rápido e fatal com a perna canhota, Arjen Robben disputou três Eurocopas e três Copas do Mundo pela Seleção, além de passagens por gigantes do futebol mundial, como Chelsea, Real Madrid e o Bayer de Munique, clube na qual atuou por 10 anos.
Maestro do meio de campo, Wesley Benjamin Sneijder participou exatamente pelas mesmas competições que Robben na Seleção, além de passar por clubes como Ajax, Real Madrid, Internazionale e Galatasaray.
Já o meia-atacante habilidoso Rafael Ferdinand van der Vaart participou de três Eurocopas e duas Copas do Mundo com a Laranja Mecânica. Em seu currículo de clubes, passou por equipes como Ajax, Real Madrid e Tottenham.
Com todos esses craques à disposição, a Seleção Holandesa chegou para a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, com esperanças de finalmente conquistar o torneio pela primeira vez. Na fase de grupos, vitórias sobre Sérvia e Costa do Marfim, e um empate com a Argentina.
Nas oitavas de finais, o adversário era a forte equipe de Portugal, em partida marcada como a “Batalha de Nuremberg”. A Holanda tinha mais time, mas acabou entrando em um jogo nervoso imposto pelos rivais. O duelo acabou ficando marcado como uma aula de como não praticar futebol, com jogadas duras e até mesmo desleais.
O árbitro Valentin Ivanov até que foi bonzinho, expulsando apenas dois jogadores de cada lado. Boulahrouz e Van Bronckhorst, pela Holanda, além de Costinha e Deco, por Portugal, acabaram indo para os vestiários mais cedo. Além disso, foram 16 cartões amarelos e pelo menos seis duras entradas que poderiam resultar em cartões vermelhos diretos.
Em campo, o time do treinador Luiz Felipe Scolari, o Felipão, venceu por 1 a 0, gol de Maniche ainda no primeiro tempo, eliminando a Laranja Mecânica.
A Copa do Mundo de 2010 foi uma das mais dolorosas para os holandeses. A geração que havia perdido a cabeça em 2006 amadureceu, e então o título parecia mais próximo.
Na primeira fase, vitórias sobre o Japão, Dinamarca e Camarões, avançando sem sustos na primeira posição do seu grupo. Nas oitavas de finais, 2 a 1 sobre a Eslováquia. Já nas quartas, o adversário era mais uma vez o Brasil.
Logo aos 10 minutos de jogo, Robinho abriu o placar, e então era inevitável não passar um filme de 1994 e 1998 na cabeça dos holandeses. Porém, aproveitando de um ótimo segundo tempo, onde Felipe Melo foi expulso, a Laranja Mecânica virou com dois gols de Sneijder, eliminando os brasileiros.
Na semifinal, 3 a 2 sobre o Uruguai, com gols de Van Bronckhorst, Sneijder e Robben. Na final o adversário era a Espanha, seleção montada com base na dupla Real Madrid e Barcelona e a mais badalada da competição.
O jogo foi muito brigado, com algumas chances claras de gols dos dois lados, mas terminou no empate sem o balançar das redes. Na prorrogação, tudo se encaminhava para uma decisão nos pênaltis, até que Iniesta colocou a bola no fundo das redes aos 116 minutos, acabando mais uma vez com o sonho holandês.
Após o vice-campeonato em 2010, a Seleção Holandesa chegava ao Brasil mordida e mais uma vez como uma das favoritas para a conquista da Copa do Mundo no país.
Em um grupo difícil, a Holanda atropelou todo mundo, com direito a 5 a 1 sobre a Espanha, no troco pela final da última Copa. Chile e Austrália também foram derrotados, e a Seleção Holandesa avançou no primeiro lugar.
Nas oitavas de finais, 2 a 1 sobre o México, porém, nas quartas, um susto. Empate sem gols com a Costa Rica, levando a decisão para os pênaltis. Porém, todos os jogadores converteram e o goleiro Tim Krull brilhou, classificando a Laranja Mecânica.
Na semifinal, contra a Argentina, novo empate sem gols no jogo e prorrogação, levando mais uma vez aos pênaltis. Porém, dessa vez Vlaar e Sneijder desperdiçaram, deixando mais uma vez o sonho do primeiro título da Copa do Mundo pelo caminho.
Porém, um consolo. Na decisão do terceiro lugar, a Holanda enfrentou o Brasil, os donos da casa, que vinham da dolorosa derrota por 7 a 1 para a Alemanha. Com gols de Van Persie, Blind e Wijnaldum, os holandeses venceram e ficaram com o terceiro lugar.