Tudo sobre a Seleção Brasileira de Futebol Feminino!
Índice
Uma instituição que consegue unir os brasileiros, certamente é a Seleção Brasileira. Nas últimas décadas vimos essa paixão aumentar com a Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Em muitos momentos, vimos que a preferência pelas meninas superou o futebol masculino. Vimos o Maracanã lotado torcendo por elas em algumas oportunidades, e acompanhamos a luta delas para dar alegrias aos torcedores.
Todos sabemos das dificuldades que o futebol feminino tem até os dias atuais, mesmo com algumas melhoras. Claro que o surgimento de algumas estrelas do futebol mundial como Marta, Cristiane e Formiga ajudou a dar mais visibilidade às meninas.
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Mas, não nos esqueçamos de outros nomes como Sissi, Kátia Cilene, Maravilha e Pretinha que ajudaram a dar os primeiros passos da Seleção Brasileira Feminina, e são igualmente notáveis. Portanto, vamos conhecer um pouco mais da história da amarelinha das mulheres a seguir e a trajetória do time desde sua primeira partida.
O começo da Seleção Brasileira Feminina de Futebol
Como toda trajetória do futebol feminino no Brasil, durante muitos anos ocorreram diversas dificuldades. É impossível falar sobre o começo da Seleção Brasileira Feminina sem citar as proibições que as mulheres foram submetidas durante décadas no esporte.
Os primeiros registros da partidas entre mulheres no Brasil ocorreram na década de 1920, mas associada ao circo, como um show. Na década de 1940, ocorreram partidas de mulheres no Pacaembu, mas sem registros da criação de um selecionado. Porém em 1941 houve a primeira proibição, ainda de forma vaga, mas sob a chancela do CND (Conselho Nacional de Desportos). Em 1965 o governo militar decretou a proibição de mulheres no futebol, alegando este ser incompatível ao gênero, que era praticado de forma clandestina.
O fim da proibição se deu em 1979, mas isso não significa que a vida delas ficou mais fácil. Com pouco apoio e financiamento de clubes, o início foi espinhoso e carecia de regulamentação. Esta veio em 1983, e com dois clubes o Radar e o SAAD. A partir de então, aos poucos o futebol feminino passou a engatinhar e a primeira convocação foi em 1986, na disputa do Mundialito.
A primeira partida da Seleção Brasileira de Futebol Feminino ocorreu em 22 de julho de 1986, na derrota para os Estados Unidos por 2 a 1. Dois dias depois, um empate coma China encerrou as primeiras partidas de um selecionado brasileiro.
Torneio Experimental
Desde as primeiras competições de nível internacional, a Seleção Brasileira Feminina esteve presente. Em 1988, a FIFA organizou um torneio experimental, que posteriormente se tornou a Copa do Mundo. Na ocasião as brasileiras conseguiu um terceiro lugar muito comemorado devido às circunstâncias.
Jogaram com sobras de uniformes dos homens e com pouca reparação ao chegar ao país sede, a China. O fuso horário e a alimentação local foram grandes barreiras, mas o Brasil surpreendeu e venceu a Noruega na primeira fase e aplicou 9 a 0 sobre a Tailândia.
Mesmo com uma derrota para a Austrália no jogo inaugural, chegou às quartas de final, vencendo a Seleção Holandesa e nas seminais a derrota para a Noruega. As brasileiras venceram a China na disputa de pênaltis, ficando com o terceiro lugar.
O crescimento e superação
Com participação em todos os mundiais, inclusive do torneio experimental, o Brasil nunca conquistou o cobiçado troféu. Embora tenha chagado perto em uma oportunidade, as meninas seguem em busca de realizar esse sonho e consolidar de vez a Seleção Feminina.
Com muito talento e jogadoras de peso no cenário mundial, a falta de incentivo e estrutura impactou no trabalho em busca do título mundial. Muitas vezes usaram sobras de uniformes masculinos e pouco puderam usar o centro de treinamento que a Seleção Brasileira Masculina usa em Teresópolis, Rio de Janeiro.
A diferença no tratamento entre os gêneros sempre foi uma barreira para a Seleção Brasileira Feminina. Mas, a partir de boas campanhas realizadas com muito talento e superação, a visibilidade aumentou. A partir da geração de Marta, seis vezes eleita a melhor jogadora do planeta, elas conseguiram mais espaço. Mesmo ainda não chegando nem perto da igualdade desejada, algumas coisas melhoraram e a Seleção Brasileira segue se renovando para chegar ao topo do futebol mundial.
Seleção brasileira feminina em Copa do Mundo
O Brasil não teve boa participação nos primeiros mundiais. Mesmo após o terceiro lugar no torneio experimental, nos dois primeiros torneios oficiais não passamos da primeira fase. Tanto em 1991 na China, quanto em 1995 na Suécia, tivemos uma vitória e uma derrota, não sendo suficiente para seguir adiante.
Já em 1999, nos Estados Unidos, a Seleção Brasileira Feminina ficou em primeiro lugar de seu grupo e avançou de fase. Eliminou a Nigéria nas quartas de final e acabou derrotada pelas anfitriãs nas semifinais. Porém garantiu o terceiro lugar ao bater a Noruega nos pênaltis, com Sissi uma das artilheiras da competição.
Em 2003, novamente nos EUA, o Brasil novamente passou de fase liderando sua chave. Em meio à transição de gerações, a promissora Seleção Brasileira acabou derrotada pela forte Suécia nas quartas.
A melhor participação do Brasil feminino
A Seleção Brasileira em 2007… 🇧🇷
O Brasil foi vice-campeão da Copa do Mundo após campanha histórica. A Canarinho chegou a vencer os EUA por 4 a 0 nas semifinais.
Naquela época, já se cobrava maior apoio à equipe feminina…
📸 Reprodução pic.twitter.com/Y7xjGFt24B
— EsportudoW (@EsportudoW) November 18, 2022
Em 2007, o grito de campeãs ficou no quase. Disputada de novo na China, a Copa do Mundo daquele ano viu as brasileiras darem show de habilidade, técnica e golaços. Com três vitórias na fase de grupos, as meninas passaram para as quartas de final com sobras. Nesta fase, um jogo duro contra a Austrália, mas o talento de Marta, Cristiane e Formiga foi fundamental na vitória por 3 a 2.
Nas semifinais, possivelmente a melhor partida da história da Seleção brasileira Feminina de futebol. Marta comandou a equipe com dois gols, um deles antológico e dos mais lembrados da carreira da Rainha. Cristiane também marcou o seu e um gol contra das americanas sacramentou o 4 a 0 histórico levando o Brasil à final.
Na grande decisão a frieza das alemãs foi decisiva e acabou com o sonho das brasileiras. Porém, a grande exibição brasileira trouxe cada vez mais visibilidade para o futebol feminino. Além disso, acendeu a paixão dos torcedores com a Seleção Feminina, as transformando em xodós e ouvindo suas reivindicações em busca de igualdade. Marta foi a artilheira da competição e coroada como a maior jogadora do torneio.
Busca por regularidade e consagração
Em 2011 o mundial foi disputado na Alemanha. A Seleção novamente passou de fase com três vitórias na fase de grupos. Mas, nas quartas de final, os Estados Unidos se vingaram da derrota de quatro anos antes e eliminaram as brasileiras nos pênaltis, após empate em 2 a 2 no tempo normal.
No mundial de 2015, disputado no Canadá, houve o aumento no número de seleções. O Brasil venceu suas três partidas da fase de grupos, e chegou às oitavas de final, fase criada a partir desta edição. Mas uma exibição ruim contra a Austrália acabou eliminando as brasileiras na derrota por 1 a 0.
Por fim, em 2019 na Copa da França, o Brasil encontrou dificuldades na primeira fase. Mesmo com duas vitórias e uma derrota passou como uma das melhores terceiro colocadas. Com Marta vindo de lesão, o Brasil não encantou e seguiu dependente da Rainha e de Cristiane.
Nas oitavas de final, contra as anfitriãs, apesar de um bom jogo as brasileiras foram derrotadas na prorrogação, apesar do amplo favoritismo das francesas. Assim, o Brasil concluiu sua participação em mundiais, ainda em busca do sonhado título.
Maiores artilheiras do Brasil feminino
Marta é maior jogadora brasileira de todos os tempos
Não apenas da Seleção Brasileira Feminina, como de todas as categorias, a rainha Marta é a atleta que mais marcou gols com a camisa amarelinha.
Com 104 gols, superou o Rei Pelé e se tornou a maior artilheira de qualquer Seleção do Brasil. A companheira Cristiane é a 2ª maior artilheira na seleção feminina, com 83 gols.
Para fechar o Top 5 de principais goleadoras:
. 3ª Pretinha: 41 gols
. 4ª Roseli: 35 gols
. 5º Sissi: 30 gols.
Jogadoras com mais jogos no Brasil
Já quando falamos em quem mais vestiu a camisa da seleção brasileira, logo nos lembramos de Cafu na seleção masculino, um quebrador de recordes, com 142 partidas disputadas. Porém, na seleção brasileira de futebol feminina a polivalente Formiga superou inclusive o petacampeão, sendo a atleta que mais vestiu a camisa da seleção, com 156 jogos.
Fechando o Top 5 de jogadoras com mais jogos:
. 2ª Cristiane Roseria: 117 jogos
. 3ª Rosana: 112 jogos
. 4ª Marta: 102 jogos
. 5ª Fabiana: 69 jogos
Seleção Brasileira Feminina: Títulos
As meninas do Brasil nunca venceram uma Copa do Mundo, mas não quer dizer que não conquistaram nada. São oito títulos da Copa América, se mostrando muito superior no continente. Venceu também três vezes o Ouro nos Jogos Pan-Americanos, uma delas com o Maracanã lotado em 2007.
Mesmo sem vencer nenhuma vez os Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira Feminina conquistou a Prata duas vezes. Em 2004 e 2008, chegou à final, mas acabaram derrotadas. Com o vice da Copa do Mundo de 2007, viveu seu melhor período, mesmo sem conquistar os títulos nas quais estiveram tão perto, e por isso merecem o destaque.
1 Comments
Bora seleção! Torcendo muito por elas, merecem muito!