São Paulo de Telê x Palmeiras da Parmalat: Gigante Rivalidade!
Índice
- 1 Rivalidade histórica que durou três temporadas
- 2 Palmeiras firma histórica parceria com a Parmalat
- 3 A 1ª disputa entre Palmeiras/Parmalat vs São Paulo/Telê
- 4 A final do Campeonato Paulista 1992
- 5 Em 1993, São Paulo e Palmeiras têm ano de conquistas
- 6 1994: São Paulo FC e SE Palmeiras tem rivalidade na Copa Libertadores
- 7 O fatídico “Jogo da Paz” com Briga Histórica!
- 8 1995: O Crepúsculo da rivalidade
- 9 Palmeiras da Parmalat segue vitorioso até a virada do milênio
Rivalidade histórica que durou três temporadas
Quando a Parmalat surgiu no Palmeiras, o futebol Paulista (e Brasileiro) estava dominado pelo São Paulo FC de Telê Santana e cia. Naquele período, o tricolor acabara de levar o Campeonato Paulista e Brasileiro de 1991, se sagrando também, campeão da Libertadores e Mundial em 1992.
Porém, com a formação de um time histórico pelo Alviverde, a partir de 1992, as duas equipes passaram a protagonizar grandes confrontos até a saída do mestre Telê do Tricolor Paulista. Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o SE Palmeiras passou a bater de frente com seus rivais e começou a criar uma certa hegemonia no cenário nacional com os títulos paulista e brasileiro de 1993 e 1994.
Palmeiras firma histórica parceria com a Parmalat
Em abril de 1992, em meio a uma longa fila de títulos que perdurava 27 anos, o Palmeiras firmou uma parceria que mudaria a sua história para sempre. O alviverde acertou com a Parmalat, empresa italiana do ramo de laticínios, para ser sua patrocinadora e sobretudo, parceira. Na época os italianos passaram a investir pesado no futebol, obtendo o Parma como equipe principal e o Juventude como mais um parceiro.
Ainda naquele ano de 1992, a empresa já começou a fazer as suas primeiras contratações, como Mazinho, Edinho, Jean Carlo, Sorato, Zinho e Maurílio. A partir dali o time alviverde já não seria mais o mesmo.
MEMÓRIA: Os bastidores da assinatura do acordo entre Palmeiras e Parmalat, em 1992https://t.co/8T3aDvZDtC pic.twitter.com/REMPIzVR5b
— Verdazzo (@verdazzo) January 20, 2018
A 1ª disputa entre Palmeiras/Parmalat vs São Paulo/Telê
Em meados de 1992, o São Paulo de Telê era considerado o time mais temido do futebol brasileiro, tendo conquistado a Libertadores daquele ano, além do Campeonato Paulista de 1991 e o Brasileiro do mesmo ano. Jogadores como Zetti, Ronaldão, Pintado, Toninho Cerezo, Raí, Cafu, Muller e Palhinha formavam a base daquela forte equipe.
E foi contra esse São Paulo de Telê que o Palmeiras da Parmalat entrou em campo pela primeira vez naquele 9 de agosto de 1992. Contudo, no jogo válido pelo primeiro turno do Campeonato Paulista, os tricolores venceram no Morumbi por 1 a 0, com anotado pelo meio-campista Dinho.
Mas, já na segunda partida entre ambas as equipes naquele Campeonato Paulista, após a queda de Nelsinho Baptista, o Palmeiras deu o troco, e com um placar de 3 a 0, venceu a partida. Naquela partida, Evair anotou dois gols, em um dia de redenção, já que voltara ao time após ter sido afastado pelo próprio Nelsinho.
A final do Campeonato Paulista 1992
Exatamente há 29 anos (05/12/1992), o São Paulo vencia o Palmeiras por 4 a 2, no primeiro jogo da final do Paulista, com hat-trick do craque Raí.pic.twitter.com/7zf1Op1sWR
— Memória SPFC (@memoria_spfc) December 5, 2021
Após fazerem boa campanha ao longo do Paulistão de 1992, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram mais uma vez naquele ano, para disputar a final da competição. Aquele seria o primeiro grande duelo decisivo entre as duas equipes.
Curiosamente, os dois duelos da final do Campeonato Paulista seriam em meio a disputa do Mundial de clubes pelo São Paulo. Contudo, esse não foi um problema para o tricolor, que venceu a primeira partida no Morumbi, pelo placar de 4 a 2. Cafú anotou um dos e Raí balançou a rede mais três vezes, em um de seus melhores dias de sua carreira. Daniel Frasson e Zinho descontaram para o Palmeiras.
Já no jogo de volta, também no Morumbi, o São Paulo retornara com a faixa de campeão mundial, após derrotar o Barcelona no Japão. Porém, nem mesmo o título mais importante do mundo tirou o foco do tricolor para a final do Paulista, vencendo o duelo derradeiro pelo placar de 2 a 1 com gols de Muller e Toninho Cerezo.
Em 1993, São Paulo e Palmeiras têm ano de conquistas
Tweet para lembrar de troféus inusitados do futebol brasileiro. Respondam a esta postagem com suas fotos de taças em formatos pouco usuais. Na foto, o Palmeiras ergue, em 1993, o Troféu Palácio dos Bandeirantes, concedido ao campeão paulista entre 1990 e 2003. pic.twitter.com/vrLQwzq4ax
— Impedimento (@impedimento) May 4, 2018
Para o ano de 1993, o São Paulo de Telê manteve o seu forte elenco base, enquanto o Palmeiras, com o investimento da Parmalat, contratou um caminhão de jogadores. Gil Baiano, Cláudio, Antônio Carlos, Cléber, Roberto Carlos, Flávio Conceição, Edmundo e Edílson desembarcam no Parque Antártica para vestir as cores alviverde.
No primeiro semestre do ano, as duas equipes não tiverem jogos muito icônicos, se limitando a apenas a disputa da primeira fase do Campeonato Paulista. No primeiro turno da competição, as duas equipes passaram em branco, enquanto no segundo turno, o São Paulo levou a melhor, vencendo por 2 a 0. Pouco depois desses duelos, o Palmeiras sairia da sua incômoda fila de títulos ao vencer o torneio estadual em final contra o Corinthians, já sob o comando do promissor Vanderlei Luxemburgo
Já no meio da temporada, Palmeiras e São Paulo voltaram a se encontrar, mas dessa vez, em torneio amistoso, o famigerado Troféu Ramon de Carranza, em partida válida pela semifinal. Tanto Luxemburgo, quanto Telê, enviaram a campo equipes alternativas, com Rogério Ceni fazendo uma de suas primeiras partidas pelo tricolor paulista. Contudo, o jovem goleiro falhou em um dos gols do Palmeiras, que garantiu a vitória dos rivais.
O Quadrangular Final do Campeonato Brasileiro 1993
Palmeiras e São Paulo voltaram a se enfrentar naquele ano de 1993 já no quadrangular final do Campeonato Brasileiro. Em dois turnos, daquela que seria a última fase da competição antes da final, as duas equipes se enfrentaram em um modelo de pontos corridos.
No primeiro jogo, ambos os times empataram em 1 a 1, com direito a gols de Edílson “Capetinha” para o Palmeiras e Leonardo para o São Paulo. Aquele jogo também ficou marcado pela briga entre Edmundo e Antônio Carlos Zago, dois jogadores da mesma equipe.
Já o segundo jogo foi marcado pela vitória do Palmeiras pelo placar de 2 a 0, com um gol de Edmundo e outro golaço de César Sampaio. Na ocasião, os alviverdes precisavam justamente da vitória para se classificar, enquanto os tricolores precisaram daqueles três pontos e mais um triunfo para chegar à final. Vale lembrar também, que mesmo com a eliminação, o São Paulo se sagraria campeão mundial pouco depois diante do AC Milan.
1994: São Paulo FC e SE Palmeiras tem rivalidade na Copa Libertadores
Como de costume, o Palmeiras abriu a carteira mais uma vez e contratou mais jogadores para o ano de 1994. Chegaram o goleiro Gato Fernández, Gustavo, Ricardo, Wágner, Macula, Rincón, Paulo Isidoro, Alex Alves e Rivaldo. Do outro lado, o São Paulo contava com alguns jogadores do Expressinho como Catê, Jamelli, Juninho Paulista e Caio Ribeiro, além de seu estrelado elenco bicampeão mundial, dessa vez, junto com a figura do atacante Euller, o filho do vento.
O primeiro jogo das duas equipes naquele foi no Campeonato Paulista, no primeiro turno da competição, com vitória do São Paulo por 2 a 1. Na ocasião, André Luiz e Leonardo marcaram para o São Paulo, enquanto Evair descontou para o Palmeiras.
Já o duelo do segundo turno do Paulista, ocorreu em meio as duas partidas das equipes na Libertadores. Esse jogo ficou marcado por ter sido realizado no dia 1° de maio, justamente o mesmo dia da morte de Ayrton Senna. Em meio ao luto, o Palmeiras venceu pelo placar de 3 a 2, com um gol salvador do atacante palmeirense Maurilio no final, que entrou na partida mesmo com técnico Vanderlei Luxemburgo sendo chamado de “burro”.
Copa Libertadores 1994: Time de Telê Santana leva a melhor
Ainda no ano de 1994, o Palmeiras da Parmalat e o São Paulo de Telê se encontraram em jogo válido pelas oitavas de final da Libertadores. Esse foi o único duelo internacional das duas equipes na era Parmalat e de Telê em jogos de um torneio oficial.
Na primeira partida, disputada no Pacaembu, com mando do Palmeiras, as duas equipes empataram em 0 a 0, em um dia inspirado de Zetti, que fez grandes defesas. Esse jogo ficou marcado por uma discussão entre Edmundo e Vanderlei Luxemburgo, pois o animal mostrou o dedo do meio para o treinador.
Já a segunda partida, realizada no Morumbi, teve o São Paulo como vencedor pelo placar de 2 a 1. Naquela tarde, Euller, o filho do vento, anotou os dois gols que garantiram a vitória são-paulina. Enquanto isso, em meio ao um Palmeiras irreconhecível, Evair anotou o único gol da equipe alviverde.
Mais tarde o São Paulo conseguiu chegar até a grande decisão daquela competição, mas perdeu para o Velez Sarsfield, ficando de fora de seu terceiro mundial seguido.
O fatídico “Jogo da Paz” com Briga Histórica!
Para encerrar a temporada de 1994, Palmeiras e São Paulo se enfrentaram no Campeonato Brasileiro, no que ficou conhecido como o “jogo da paz”, assim promovido pela Federação Paulista. Porém, faltou combinar com Edmundo, que não estava muito no clima de um jogo da paz.
De início, o Animal anotou dois gols, enquanto Muller e Cafú anotaram os gols são-paulinos em empate por 2 a 2. Porém, na sequência, o jogador disse ter sido provocado por um dirigente tricolor, arrumando briga com Juninho Paulista e André Luiz, numa partida que teve 7 expulsos.
1995: O Crepúsculo da rivalidade
Com o Morumbi em reformas e o time do São Paulo também, o ano de 1995 foi de mudanças para o tricolor. Muitos ídolos deixaram a equipe, como foi o caso de Raí, Leonardo, Cafú, Muller e outros craques. Já o Palmeiras seguia contratando, tanto que contratou os próprios Cafú e Muller, além de outros jogadores como Índio, Mancuso, Ósio, Muller, Nílson e Lozano. Contudo, no início daquele ano, o clube perdeu seu treinador, Vanderlei Luxemburgo, para o CR Flamengo.
Nesse clima, os alviverdes venceram o primeiro jogo do ano, válido pelo primeiro turno do Campeonato Paulista e realizado no Pacaembu. Roberto Carlos e Paulo Isidoro anotaram os gols da vitória palmeirense pelo placar de 2 a 1. Já no segundo turno da competição, o São Paulo deu o troco e venceu pelo magro placar de 1 a 0, com gol de Bentinho.
As duas equipes ainda se classificaram para o quadrangular semifinal da competição, onde se enfrentaram em dois duelos. No primeiro, um empate sem gols, já no segundo, o Palmeiras levou a melhor e venceu por 1 a 0, com solitário de Rivaldo. Com tal vitória, o time alviverde chegou até a final do Paulista, mas perdeu para o rival Corinthians.
Como foi a última partida entre Palmeiras da Parmalat e São Paulo de Telê?
No dia 26 de novembro de 1995, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, o São Paulo de Telê enfrentava o Palmeiras da Parmalat pela última vez, já que o treinador estava se despedindo do clube. Em duelo disputado em Campo Grande, as equipes já não tinham mais pretensões no Brasileiro, com o Palmeiras levando a melhor.
Contra um São Paulo em pedaços, o time alviverde venceu pelo placar de 2 a 0, com um gol do próprio Muller, fazendo valer a velha “Lei do Ex”, que colocou o ponto final do embate daquela era.
O São Paulo da era Telê e o Palmeiras da Parmalat se enfrentaram durante três temporadas, com 19 partidas oficiais. O conforto entre as duas equipes foi tão equilibrado, que ambas tiveram 7 vitórias e empataram em apenas 5 oportunidades.
Palmeiras da Parmalat segue vitorioso até a virada do milênio
Enquanto o São Paulo perdia seus ídolos e seu treinador, Telê Santana, o Palmeiras da Era Parmalat seguia cada vez mais vitorioso. Em 1996, o clube alviverde venceu o Campeonato Paulista com o famoso time dos 102 gols e ainda faturou a Copa do Brasil. Ainda levaria a Copa Mercosul 1998, e a Copa Libertadores da América 1999.
O clube ainda continuou o vínculo com a Parmalat até a temporada de 2000, enfrentando uma grande crise nos anos seguintes, após o fim da parceria. Como consequência disso, o Palmeiras acabaria – ainda – sendo rebaixada para a segunda divisão no Campeonato Brasileiro de 2002.