Zico e Rivellino: Um Raio-X desta parceria na seleção brasileira!
Índice
- 1 Pelé se aposenta da seleção e a 10 fica vaga
- 2 Zico surge na seleção brasileira
- 3 Rivellino e Zico: parceria de dois anos na seleção brasileira
- 4 Brasil x Itália: último jogo da dupla juntos com amarelinha
- 5 Fla-Flu: De lados opostos, também com embates icônicos
- 6 Após saída de Rivellino da seleção, Zico assume a Camisa 10!
Após a aposentadoria de Pelé na seleção brasileira, a camisa 10 ficou vaga. Ela passaria por craques como Tostão, que teve uma aposentadoria precoce, e também passou por outros jogadores como Paulo Cézar Caju e Leivinha. Contudo, nas duas Copas do Mundo seguinte ela iria para foi parar nas costas de Roberto Rivellino. Vergando ela, o camisa 11 do tricampeonato de 1970, usaria nos mundiais de 1974 e 1978.
Curiosamente, em 1978, Rivellino já dividiria o meio de campo seleção com um jovem Galinho de Quintino. A partir dali, a camisa mais famosa no mundo do futebol mundial passaria a ter novos capítulos, quando Zico a tomaria para si pelos próximos anos e mundiais.
E com tantas histórias entre essas duas lendas do futebol brasileiro e mundial, ora parceiros, ora rivais, vale a pena contarmos um pouco sobre este período que os gênios Rivellino e Zico eram as duas principais estrelas do futebol brasileiro.
Pelé se aposenta da seleção e a 10 fica vaga
No final da década 1960, muitos já começavam a ter dúvidas sobre o desempenho do Rei Pelé, que aos 29 anos em 1970 conduziria uma das maiores equipes ao tricampeonato mundial, no México. Ali ele novamente se provaria como o maior jogador de futebol de todos os tempos. Contudo, aquele seria o último grande feito de Vossa Majestade em um nível mundial, já que ao completar 30 anos, em 1971, Pelé resolveu se despedir da seleção brasileira. Assim, o seu último jogo pelo escrete canarinho aconteceria em julho de 1971, em amistoso contra a Iugoslávia.
E após a aposentadoria de Pelé, uma dúvida ficou no ar: quem seria o novo camisa 10 da seleção brasileira? De início ela iria para as costas do craque Tostão, que em 1970 havia usado a 9. Porém, com um problema no olho, Tostão se aposentaria precocemente do futebol, no ano de 1972, aos 26 anos de idade. Com a base da seleção tricampeã, Tostão seria – inclusive – o camisa 10 no título da Taça Independência, torneio realizado no Brasil em 1972.
Ainda vestiram a 10 outros craques do futebol brasileiro como Leivinha e PC Caju. Mas ela cairia como uma luva em outro tricampeão mundial.
De tanto rodar, Camisa 10 vai parar nas costas de Rivellino
Depois de rodar por alguns dos principais jogadores do país naquele período, a camisa 10 da seleção brasileira enfim repousaria e cairia como uma luva sobre as costas de Roberto Rivellino. Craque do SC Corinthians naquele período, onde também vestia a 10, ele já havia vestido a 10 amarelinha no final dos anos 1960 – e início dos anos 1970 – mas de maneira esporádica, pois naquela época o dono do manto era Pelé.
Então, partir de 1974, Riva seria o dono da 10 e o principal jogador daquela seleção brasileira, que tentaria na Copa do Mundo de 1974 levar a seleção brasileira para mais uma conquista. Na competição, realizada na Alemanha, o jogador não fez feio, apesar de muitas críticas recebidas, onde anotaria três gols no torneio, diante de Zaire, Alemanha Oriental e Argentina. O Brasil terminaria aquele mundial na quarta colocação.
Em 1978, Rivellino se despediria dos mundiais, mas sem brilho
Rivellino também seria o camisa 10 do Brasil no mundial seguinte, agora realizado na Argentina. Já sem as mesmas condições físicas, atuaria em apenas três partidas na campanha que o escrete terminou na terceira colocação. Já com 32 anos de idade, se machucou durante o torneio e aquele mundial seria também a sua despedida na seleção brasielira.
Na história, o jogador vestiu a camisa 10 da seleção brasileira em 65 oportunidades, sendo o 4º maior da história a vestir esse número às costas com a amarelinha. Em número de jogos, ele fica atrás apenas de craques como Pelé, Neymar e Rivaldo.
Zico surge na seleção brasileira
Zico – Seleção brasileira – 1976 pic.twitter.com/42Q6A73qvi
— rluiz66 (@memoria_futebol) January 22, 2020
Curiosamente, quando Pelé estava se despedindo da seleção brasileira, Zico estava começando a sua carreira no CR Flamengo, no ano de 1971. Dali em diante, o Galinho de Quintino começaria a conquistar seu espaço como um dos principais jogadores de seu clube e, posteriormente, do futebol nacional.
Na temporada seguinte após sua estreia como profissional, o jovem prodígio já começaria uma trajetória de títulos, quando conquistaria o Campeonato Carioca de 1972, ainda sem ser titular. Competição essa que voltaria a conquistar em 1974, já como um dos principais jogadores do time Rubro Negro e já como capitão. Logo o Galinho se tornaria um dos jovens mais talentosos do futebol brasileiro, sendo que não demoraria para começar a ser convocado pelo escrete canarinho – algo que aconteceu pela primeira vez em 1976.
Primeiro jogo do Galinho na seleção foi ao lado de Riva
Convocado pela seleção brasileira em 1976, ainda aos 23 anos, Zico teve a oportunidade de disputar o seu primeiro jogo pelo escrete ao lado de Roberto Rivellino. E foi um duelo contra um dos maiores rivais da seleção, o Uruguai. em partida válida pela Copa Rio Branco, no estádio Centenário, em Montevidéo.
E o Galinho de Quintino estreou com o pé direito. De falta, uma de suas especialidades, o meia anotou um dos gols da vitória brasileira pelo placar 2 a 1.
Três dias depois as seleções se encontrariam em território brasileiro para uma partida que ficaria marcada para sempre na história do futebol e dessa rivalidade. Seria a partida que Zico e Rivellino marcariam juntos. Isso para uma nova vitória do Brasil por 2 x 1, que terminaria com uma pancaria histórica, com Rivellino escorrendo pelas escadas do Maracanã.
Rivellino e Zico: parceria de dois anos na seleção brasileira
Após estreia pela seleção brasileira, Zico passou a figurar entre os titulares do escrete, onde atuaria e, alguns desses confrontos com Rivellino. Ainda em 1976, diante de mais uma partida contra o Uruguai, dessa vez pela Taça Atlântico, tanto o Galinho quanto o Reizinho, brilharam e balançaram as redes em vitória por 2 a 1. Inclusive, esse jogo ficou marcado por uma confusão generalizada que Rivellino acabou se envolvendo, após dar um soco em um jogador uruguaio.
Na sequência e juntos. Zico e Riva tiveram pela frente mais algumas partidas amistosas e, também, pelas Eliminatórias, até a Copa do Mundo de 1978, na Argentina. Em meio a esses jogos, um dos mais emblemáticos foi contra a França de Michel Platini, no Parc des Princes, em Paris. Na ocasião, o único gol da partida saiu dos pés do próprio Platini, já no finalzinho da partida, para garantir a vitória francesa por 1 a 0.
Copa do Mundo de 1978: o adeus da parceria
Que sua 2a feira tenha essa qualidade… @CBF_Futebol
📷 1978: Toninho, Leão, Oscar, Edinho, Cerezo e Amaral;
Tarciso, Zico, Reinaldo, Rivellino e Dirceu pic.twitter.com/0OKaR4iSGA— FRED DO CHAME-CHAME (@FREDCHAMECHAME) December 7, 2020
A Copa do Mundo de 1978 foi determinante para a passagem da camisa 10 da seleção brasileira de uma lenda para outra. Naquele mundial, Zico estava em ascensão. Por outro lado, Rivellino já não reunia as mesmas condições físicas de outrora. Dessa forma, a partir daquele momento, o protagonismo no escrete canarinho estaria mudando de mãos.
Tanto é que, naquele mundial, Rivellino atuaria apenas em três jogos, sendo que Zico – em seu primeiro mundial – só ficaria de fora do jogo da disputa pelo terceiro lugar. Porém, só atuaria nos 90 minutos na partida de estreia. O técnico Claudio Coutinho se mostrava ainda um pouco relutante com a presença do camisa 10 da Gávea no time titular.
Ou seja, ainda que o Galinho Zico tenha começado como titular no mundial de 1978, ele não manteve a mesma condição no decorrer do torneio. Na ocasião, Coutinho optou por Toninho Cerezo e Dirceu como titulares no meio de campo.
Brasil x Itália: último jogo da dupla juntos com amarelinha
Como Rivellino já não contava com a melhor forma física, seu último jogo pela seleção foi exatamente contra a seleção da Itália, na disputa pelo terceiro lugar do mundial de 1978. Contudo, Zico não disputou essa partida e Riva ficou afastado dos demais jogos, exceto na estreia. Sendo assim, a estreia na Copa do Mundo de 1978 seria o último jogo que ambos atuaram juntos pela seleção.
No jogo diante da seleção da Suécia, o Brasil empatou pelo placar de 1 a 1, com Zico e Rivellino atuando durante os 90 minutos. Dessa forma, durante toda a história, esse duelo ficou marcado como o único em que essas duas lendas atuaram juntas por um mundial.
Qual o saldo de Rivellino e Zico juntos pela seleção?
Atuando juntos pela seleção brasileira, Rivellino e Zico possuem um total de 20 partidas. Isso tudo somando competições amistosas, Eliminatórias para Copa do Mundo, além do único jogo na Copa de 1978. Já em questão de títulos, os dois jogadores conquistaram juntos apenas torneios amistosos, como por exemplo, a Taça Atlântico, o Torneio Bicentenário dos Estados Unidos, a Copa Roca, a Taça Oswaldo Cruz, a Copa Rio Branco e o Mundialito de Cáli.
Fla-Flu: De lados opostos, também com embates icônicos
Zico y Rivelino. Flamengo – Fluminense. pic.twitter.com/73gDI3ri01
— Nostalgia Futbolera ® (@nostalgiafutbo1) August 17, 2021
Eterno ídolo do SC Corinthians, Roberto Rivellino saiu pela porta dos fundos do timão no ano de 1975, quando acertou sua transferência para o Fluminense FC. A partir dali seria formada a “Máquina Tricolor”, em um dos principais momentos na história do time carioca. E o primeiro jogo, o primeiro Fla-Flu com Zico e Rivellino atuando em lados rivais, ocorreria já no início de 1975. Em partida válida pela Taça João Havelange, terminou com um empate sem gols, e o Flamengo vencendo nos pênaltis.
Ainda no mesmo ano, em meio a essa rivalidade, os dois jogadores seriam decisivos para seus clubes. No primeiro turno do Campeonato Carioca de 1975, no empate por 1 a 1, Rivellino seria o autor do gol do tricolor carioca. Já no segundo turno da competição, Zico deu o troco e marcou um dos gols em vitória rubro-negra por 2 a 1.
Zico x Rival: Rivalidade durou até o final de 1977
Na temporada de 1976, o Príncipe das Laranjeiras voltou a levar a melhor em questão de gols e anotaria o único tento do Flu em mais um empate por 1 a 1, também válido pelo Campeonato Carioca. Por outro lado, um ano depois, em mais um estadual, como não poderia ser diferente, o Galinho não deixou barato e marcou um dos gols na vitória por 2 a 0.
Esse seria o último embate entre os dois jogadores na história, já que Rivellino deixou o Fluminense em 1978, rumo ao futebol árabe. Já Zico, sua melhor e maior história no Rubro-Negro só iria continuar e aumentar – inclusive no Fla-Flu. Ele se tornaria o maior artilheiro do clássico, com 21 gols marcados.
Após saída de Rivellino da seleção, Zico assume a Camisa 10!
Após o Mundial de 1978, Roberto Rivellino partiria ao futebol árabe e sua história na seleção brasileira seria então deixada um pouco de lado. Com isso, uma nova geração começaria a surgir e a ganhar cada vez mais espaço no escrete canarinho, culminando em uma das mais fantásticas seleções brasileiras de todos os tempos, e mesmo sem levar o mundial de 1982. E Zico seria quem assumiria o protagonismo e a Camisa 10 do Brasil.
Zico também disputaria a Copa do Mundo de 1986, mas sem as condições físicas ideais seria um dos nomes mais execrados na eliminação brasileira contra a França.
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1 Comments
Rivellino jogou pela seleção em mais de 100 jogos. O 100o., inclusive, foi contra a Alemanha Ocidental, em 1977, no Maracanã, no empate em 1 X 1 com o craque Tricolor fazendo o gol brasileiro.