Quem jogou mais: Zico ou Roberto Baggio?
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Dois camisas 10 históricos!
Com muita genialidade e trato diferenciado com a bola, Zico e Roberto Baggio foram dois gigantes de suas respectivas gerações. Cada um deles teve o seu próprio reinado em pelo menos uma década de futebol. O Galinho Zico, por exemplo, ocupou o trono da bola em parte dos anos 1970 e dos 1980, enquanto o craque italiano surgiu no final da década de 1980, e brilhou nos anos 1990.
Criativos e inteligentes com a bola nos pés, ambos eram aquele meia organizador que tinha muita qualidade na chegada a área, e no arremate ao gol adversário. A essência de ambos era a mesma, tanto é que Baggio tinha como principal ídolo o brasileiro, que atuou por terras italianas por duas temporadas. Era uma grande inspiração para o craque italiano.
Ambos também possuem outra similaridade em suas carreiras. Embora ídolos incontestáveis de seus países, com grande trabalhos prestados as seleções nacionais, ambos são lembrados por pênaltis desperdiçados em mundiais.
Com tantas semelhanças na maneira de atuar, e suas histórias dentro dos gramados, fizemos um levantamento destas duas super carreiras. Confira!
Galinho Zico é o maior ídolo de Baggio
Zico, também conhecido entre os torcedores do Brasil como “Galinho de Quintino”, fez história no CR Flamengo onde iniciou profissionalmente em 1971. Na Gávea fez uma das trajetórias mais vitoriosas e bonitas do futebol mundial. Se tornaria o maior jogador na história rubro-negra, sendo a principal estrela na conquista de diversos títulos como dos Campeonatos Brasileiros, o Mundial de Clubes, a Copa Libertadores, e entre tantos outros títulos.
Por conta de tudo o que produzia dentro dos gramados, Zico começou a chamar atenção do mundo, sendo ao lado de Diego Armando Maradona, o jogador mais badalado do futebol mundial à época. Inevitavelmente, ele passou a ser convocado constantemente pela seleção brasileira, tendo participado de três Copas do Mundo (1978, 1982 e 1986). Teve uma rápida passagem pelo futebol da Itália, quando foi contratado pela Udinese em 1983.
E foi naquele ano em questão, que o Galinho despertou a atenção de um jovem italiano que ainda sonhava em ser jogador profissional. Naquele período, Roberto Baggio iniciava sua trajetória no Vicenza, quando viu Zico encantar o mundo com a camisa da Udinese.
Zico e Roberto Baggio em conquistas
Roberto Baggio não se empolgou com o futebol de Zico à toa. Além de talentoso e goleador, o camisa 10 colecionou muitos títulos enquanto jogador. Sempre decisivo, já no inicio de carreira, o craque rubro-negro comandou a conquista de dois títulos cariocas para o Flamengo em 1972 e 1974.
Ao longo dos anos, e com a maturidade de Zico e do Flamengo naquela época, as conquistas só iam aumentando. Entre os anos de 1978 e 1979, o Galinho faturou o tricampeonato carioca – sendo que em 79 a competição teve duas edições. Porém, o melhor estaria por vir. A década de 1980 seria especial para o torcedor do Flamengo, quando veria seu clube como o destaque do futebol brasileiro. Viriam assim 3 Campeonatos Brasileiros (1980, 1982 e 1983), além da primeira Copa Libertadores e do Mundial Interclubes, ambos em 1981.
Já no seu retorno do futebol da Itália, em 1986, levaria o clube a mais um Campeonato Carioca e, no ano seguinte e já um veterano, levou o clube a mais uma conquista do polêmico Campeonato Brasileiro de 1987, a famosa Copa União. Sendo o seu último título de expressão na carreira.
Roberto Baggio não possui muitos títulos na carreira
Happy birthday, 1993 UEFA Cup winner Roberto Baggio! #UEL pic.twitter.com/ei0xJMnn0v
— UEFA Europa League (@EuropaLeague) February 18, 2015
Diferente de seu ídolo Zico, Roberto Baggio não possui tantas conquistas em sua carreira. Revelado em 1982 pelo Vicenza, onde ficou até 1985, pela Fiorentina atuou de 1986 a 1990. A partir dai, Il Codino Divino, passou 7 anos atuando nas principais equipes da Itália, na Juventus e AC Milan. E foi nesse período que o meia-atacante conquistou seus principais títulos, principalmente pela Vecchia Signora.
Foram apenas quatro títulos levantados na carreira, sendo elas:
- A Copa da UEFA 1992-93
- Campeonato Italiano de 1994-95
- Copa da Itália 1994-95
- Ainda conquistaria o Calcio pelo AC Milan em 1995-96.
E após deixar o time rossonero, Baggio teria rápidas passagens por Inter de Milan e Bologna, até se firmar no Brescia, onde se tornaria ídolo incontestável. Porém, sem levantar taças.
As principais conquistas individuais
Se por um lado Roberto Baggio está atrás de Zico em títulos levantados, por outro, ele supera o Galinho em relevância de conquistas individuais. Até porque, mesmo com o craque rubro-negro conquistando muito mais prêmios individuais, o camisa 10 italiano faturou o prêmio Ballon d’Or, como o melhor jogador do mundo da temporada 1993.
Além disso, Baggio foi eleito o melhor jogador da Europa pela UEFA, nos anos de 1990, 1991, 1993 e 1994. Enquanto isso, Zico recebeu entre os seus principais prêmios, o de melhor jogador sul-americano pelo jornal El Gráfico em 1982. Além da Bola de Ouro da Revista PLACAR de 1974 e 1982, principal prêmio do futebol brasileiro, e também a Bola de Prata nos anos de 1974, 1975, 1977, 1982 e 1987.
Outro destaque do Galinho Zico foi ter recebido o prêmio de melhor jogador na final do Mundial Interclubes entre Flamengo e Liverpool FC, de 1981.
Em números de gols, Zico leva a melhor
Durante sua gloriosa carreira, o Galinho Zico foi decisivo não apenas por ter sido o maestro em meio a tantas conquistas, mas também por ser um goleador nato, ainda que atuasse mais atrás. Tanto é que o camisa 10 é o maior artilheiro na história do Flamengo, com 507 gols. Sendo 402 deles de maneira oficial. Sendo assim, ele possui 536 gols oficiais, isso se somarmos também os seus tentos pela seleção brasileira, Udinese e Kashima Antlers.
Com tantos gols na carreira, ainda mais com a camisa rubro-negra, Zico se tornou o maior artilheiro dos Campeonatos Brasileiro de 1980 e 1982, com 21 gols em cada uma das edições. De quebra, o craque ainda conseguiu se tornar o maior artilheiro da Copa Libertadores de 1981, com 11 gols anotados.
Por outro lado, Roberto Baggio foi menos letal durante a sua carreira, tendo anotado 317 gols oficiais enquanto jogador profissional. A explicação para que esses seus números sejam menores do que Zico, é que o italiano teve apenas uma grande fase goleadora na carreira, justamente quando vestiu a camisa da Juventus, anotando 201 tentos. Nesse aspecto, o Galinho de Quintino conseguiu ser muito mais regular, fazendo história única no futebol brasileiro.
O peso dos gols de Zico
Além de ter sido goleador atuando como um meia-atacante, Zico se destacava ainda mais pelo fato de muito de seus gols serem decisivos. Seja em finais de campeonatos, ou em jogos importantes de mata-mata, o Galinho fez questão de deixar a sua marca quase sempre, para mostrar o tamanho do peso de seus gols.
Dentre seus tentos mais emblemáticos, o primeiro deles foi contra o Atlético Mineiro na final do Campeonato Brasileiro de 1980. No torneio, o Galinho voltaria deixar a sua marca em uma final, dessa vez no ano de 1982, com o Grêmio sendo a vítima da vez. Porém, nenhum desses gols são tão lembrados quanto a pintura de falta marcado pelo jogador na grande final da Libertadores de 1981, contra o Cobreloa do Chile.
Os gols decisivos de Roberto Baggio
Até mesmo por ter menos conquistas e menos gols na carreira, Roberto Baggio possui menos tentos decisivos do que o Galinho Zico. Mas mesmo assim, com a camisa da Juventus, o camisa 10 teve o seus momentos decisivos que se eternizaram na memória do torcedor.
Um desse gols inesquecíveis é em seu primeiro título, a Copa da UEFA de 1992-93. Ostentando a faixa de capitão da Juve, Baggio anotou dois gols no primeiro jogo da decisão contra o Borussia Dortmund. Já na conquista do Campeonato Italiano de 1994-95, o meia-atacante anotou dois gols decisivos que deram a vitória da Juventus contra o Reggina, por 2 a 1, na reta final do campeonato.
Dois injustiçados em Copas do Mundo
"Não tenho raiva do Brasil. Meu ídolo é o Zico e cresci vendo o Flamengo de 80"
– Roberto Baggio pic.twitter.com/PNZdRDAEFG
— Futmais (@futtmais) August 8, 2019
Uma coincidência bastante relevante em relação à comparação entre as carreiras dos dois craques, é que ambos tiveram como maiores baixas justamente momentos decisivos de Copa do Mundo. Tanto Zico quanto Roberto Baggio perderam pênaltis decisivos para as suas seleções, sendo momentaneamente culpados e colocando a xeque toda uma carreira.
Após a decepção no Mundial de 1982, quando o Brasil foi eliminado pela própria Itália de Paolo Rossi, Zico teve outra grande oportunidade de levantar a Taça do Mundo em 1986. Mal fisicamente durante aquele mundial, nas quartas de final contra a França de outro craque, Michel Platini, quando o jogo estava 1 a 1, o Brasil teve um pênalti a seu favor. Ainda frio, Zico foi para a cobrança e desperdiçou. O Brasil seria eliminado pelo franceses na disputa de penalidades.
Já Roberto Baggio perdeu a oportunidade de se tornar um dos maiores de todos os tempos na Copa do Mundo de 1994. Naquela competição, Baggio chegou como o melhor jogador do mundo. Na final do mundial tinha pela frente a seleção do Brasil do baixinho Romário em grande fase. Era um confronto que decidiria ali quem seria o maior. Inclusive, também era a disputa de duas seleções tricampeãs mundiais, na busca do tetra.
Em final decidida nos pênaltis, no último e derradeiro pênalti, Baggio isolou a cobrança, eternizando uma das cenas mais icônicas do futebol mundial.
O que diz a revista FourFourTwo?
Segundo um levantamento feito pela revista FourFourTwo no ano de 2015, Roberto Baggio está a frente do Galinho Zico no ranking dos maiores camisas 10 da história. De acordo com a revista inglesa, em relação aos fundamentos de um camisa 10, o italiano corresponde melhor aos requisitos. Ou seja, Baggio se destaca mais quando se trata de criação de jogadas ofensivas e a importância coletiva para o time, não apenas no número de gols e títulos. Sendo assim, no ranking, o italiano aparece na 4º colocação, enquanto Zico vem logo atrás, na 7º posição.
Nesse ranking, inclusive, estão presentes nomes de outros grandes craques. Diego Maradona, que aparece na 1º posição, o Rei Pelé que surge na 3º colocação, e Lionel Messi que ficou com o 8º lugar.
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