Pelo Internacional, Taffarel foi o melhor do Brasil em 1988!
Índice
- 1 Arqueiro teve tempos marcantes no Colorado
- 2 Início da trajetória de Taffarel
- 3 A ascensão meteórica de Claudio Taffarel
- 4 A consolidação de um grande goleiro
- 5 Jogos Olímpicos de Seul 1988: Medalhista de Prata
- 6 Brasileiro de 1988: Bola de Ouro da competição
- 7 A saída do Internacional
- 8 Taffarel e seu estilo peculiar
Arqueiro teve tempos marcantes no Colorado
Claudio Taffarel disputou três Copas do Mundo como titular absoluto da seleção brasileira. Foi campeão em uma e viu seu nome decorado e gritado na ponta da língua dos torcedores por muitos anos, com direito a uma narração emocionante de Galvão Bueno. “Sai que é sua, Taffarel!”. E quando o país parava para assistir aos jogos do Brasil, e o sentimento de nervosismo prevalecia de norte a sul, lá estava ele, com uma tranquilidade habitual e fora do comum, protegendo a meta canarinho.
Antes de todo o planeta futebol conhecê-lo, Taffarel brilhou na cidade de Porto Alegre, mais precisamente no Sport Club Internacional, clube que defendeu de 1985 a 1990. Nesse período, acumulou uma porção de prêmios individuais, incluindo a Bola de Ouro de 1988, entregue anualmente pela Revista Placar ao melhor jogador do Campeonato Brasileiro.
Início da trajetória de Taffarel
Taffarel nasceu na gaúcha Santa Rosa, em 8 de maio de 1966, e tinha o vôlei como esporte principal quando adolescente. Já o futebol era secundário, praticava em algumas ocasiões, e chegou a atuar de centroavante no Tupi Futebol Clube, modesto clube de Crissiumal, cidade no noroeste do Rio Grande do Sul.
Embora gostasse do esporte-bretão, o futuro dentro das quatro linhas parecia inviável. Os futebolistas, em geral, começavam mais cedo.
Apesar do cenário desfavorável, ele decidiu tentar a sorte, e esbarrou em algumas pedras pelo caminho. Reprovações em alguns testes de goleiro na dupla Grenal adiaram o seu desejo de defender uma equipe grande de seu estado.
A ascensão meteórica de Claudio Taffarel
Taffarel passou na peneira do Internacional em 1984, aos 18 anos de idade, e logo chamou a atenção.
No início de 1985, defendeu a meta do Brasil no Sul-Americano Sub-20 e deu a volta olímpica. A estreia no profissional do Colorado ocorreu contra o Aimoré, em junho daquele mesmo ano, numa partida válida pelo Campeonato Gaúcho. Nos meses de agosto e setembro, ele disputou e venceu o Mundial Sub-20 com a camisa verde-amarela.
O goleiro, ainda conhecido como “Claudio”, obteve grande destaque na campanha, sofrendo apenas um gol em seis partidas e obtendo a marca de 484 minutos sem buscar a bola no fundo das redes.
A próxima façanha seria a titularidade no Colorado, conquistada também em setembro. Pouco depois, Claudio viraria “Taffarel” nas escalações.
A consolidação de um grande goleiro
Taffarel cavou espaço entre os grandes arqueiros do país no Campeonato Brasileiro de 1986. Isso, apesar de ter agredido o árbitro José de Assis Aragão numa partida contra o Cruzeiro/MG, o que lhe rendeu um gancho de 45 dias fora dos gramados.
Firmando-se cada vez mais entre os grandes jogadores do Brasil, na temporada seguinte, na polêmica Copa União de 1987, suas ótimas atuações ajudaram o Internacional a chegar à final da competição, contra o Flamengo. Após empate por 1 x 1 em Porto Alegre, os cariocas levaram a taça na partida de volta, com um gol solitário de Bebeto.
A Revista Placar concedeu a Bola de Prata, prêmio destinado ao melhor goleiro do torneio, ao jovem Taffarel. Era um prenúncio do brilhantismo no ano de 1988 para o arqueiro.
Jogos Olímpicos de Seul 1988: Medalhista de Prata
Claudio Taffarel chegou com moral aos Jogos Olímpicos de Seul. Comandado por Carlos Alberto Silva, o Brasil tinha um elenco de alta qualidade, com Romário, Bebeto, Neto e companhia. Era o favorito para ser campeão e conquistar a inédita medalha de ouro.
A semifinal contra a Alemanha, terminada em 1 x 1, escancarou o seu talento em pegar penalidades. Naquela partida, defendeu uma cobrança no tempo-extra e duas na disputa de pênaltis, ajudando o Brasil a se classificar.
Os brasileiros, entretanto, pararam nos soviéticos na finalíssima, que marcaram na prorrogação, após empate de 1 x 1 no tempo normal. A medalha de prata veio com um sabor amargo, por sua vez, o camisa 1 havia se destacado na campanha.
Brasileiro de 1988: Bola de Ouro da competição
Taffarel, Fluminense v Internacional no @saojanuario, 11 de dezembro de 1988. 2-2 no tempo normal, Inter ganhou 6-5 nos penaltis. #Taffarel #SCInternacional @SCInternacional @HistoriaDoInter #VamoInter #Internacional pic.twitter.com/MjyKZwWuDI
— Juha Tamminen (@TamminenJuha) May 22, 2019
O arqueiro entrou em definitivo na galeria de ídolos colorados durante o Campeonato Brasileiro de 1988.
Após eliminar o Cruzeiro/MG, o Internacional mediria forças com o arquirrival Grêmio nas semifinais do Brasileirão. Porto Alegre e o Rio Grande do Sul iriam parar.
A partida de ida, disputada no Estádio Olímpico, terminou num empate sem gols. O jogo seguinte, no Beira-Rio, ficaria conhecido como o “Grenal do Século”.
Outra igualdade no placar daria a vaga ao SC Internacional. Em contrapartida, o retrospecto da época favorecia ao Tricolor Imortal, que vinha de um tetracampeonato gaúcho, sempre com o rival como vice.
Fazia um calor de torrar os miolos, a temperatura beirava os 40 C. Os gremistas saíram na frente, com Marcos Vinicius. Para a galera colorada, o pior se desenhava de novo, no entanto, Nilson marcou duas vezes, e numa virada histórica, classificou o Inter para mais uma decisão. Pela frente, só restava o Bahia.
No primeiro duelo, jogado na Fonte Nova, Leomir até colocou os gaúchos em vantagem, mas Bobô anotou dois gols e garantiu a vitória, de virada, para o Tricolor Baiano. Na partida de volta, o 0 x 0 acabou por dar o título para o Bahia, em pleno Beira-Rio, numa gigante decepção colorada.
Na campanha daquele Brasileiro de 1988, Taffarel liderou o Inter e colecionou grandes atuações. Além de receber mais uma Bola de Prata, ele levou ainda a Bola de Ouro, prêmio de maior honraria do futebol nacional.
O jornal El País, do Uruguai, o posicionou em terceiro lugar no prêmio Rey de América daquele ano, atrás dos uruguaios Ruben Páz (Racing – Argentina) e Hugo de León (Nacional – Uruguai).
O sonhado tetracampeonato brasileiro do Inter bateu na trave outra vez, mas o trabalho do goleirão era sucesso de público e crítica em todo o país.
A saída do Internacional
Taffarel levou só um gol na Copa América 1989, exercendo papel crucial na conquista da seleção brasileira. Mais tarde, a IFHS o deixaria em sétimo lugar na lista de melhores goleiros daquela temporada.
Em julho de 1990, ele rumaria ao Parma, da Itália, após bom desempenho na Copa do Mundo. Seria, assim, o primeiro arqueiro brasileiro a atuar no futebol italiano e, mais do que isso, importante na abertura de mercado aos goleiros brasileiros no Velho Continente.
A passagem pelo Colorado se marca pelo contraste entre sua grandeza técnica com as luvas e a ausência de títulos oficiais. Ao todo, foram cinco vices no Campeonato Gaúcho (todos para o Grêmio) e dois no Brasileirão.
Taffarel e seu estilo peculiar
Em seu pouco mais de 1,80m, Claudio Taffarel se valia da frieza e do posicionamento para se transformar num gigante debaixo do travessão. Avesso a saltos espetaculares, ele escreveu uma história espetacular e única no futebol brasileiro e mundial. É, até hoje, uma das principais referências na posição.