O dia que Pelé e Zico atuaram juntos pelo Flamengo!
Índice
- 1 Rei do futebol vestiu manto rubro-negro
- 2 Após um ano e meio, Pelé retorna aos gramados
- 3 Flamengo era um dos times mais badalados do Brasil
- 4 Atlético Mineiro vivia grande momento no futebol brasileiro
- 5 Pelé e Zico juntos: A expectativa era enorme!
- 6 Pelé atua na primeira etapa, e deixa pênalti para Zico cobrar
- 7 As outras camisas do Rei Pelé
Rei do futebol vestiu manto rubro-negro
Foi no ano de 1979, quando Pelé já estava aposentado do futebol, após passagem pelo futebol dos EUA, onde atuou pelo New York Cosmos, que aconteceria um magnífico encontro. Em um amistoso beneficente entre CR Flamengo e Atlético/MG, que o Rei do futebol atuaria ao lado do Galinho de Quintino, Zico, para a alegria dos apaixonados por futebol. Na ocasião, para ver de perto aquele jogo, 139.953 estiveram presentes para converter toda a renda as violentas chuvas que resultou em vítimas em Minas Gerais.
Como convidado mais do que de honra, Zico cedeu a camisa 10 para o Rei Pelé, e entrou em campo com a camisa 9. Aos 38 anos de idade, um ano e meio após já ter se despedido do futebol pelo Cosmos, Pelé mostrou ainda estar em boa forma e fez boas movimentações em campo, inclusive com tabelas históricas com Zico.
O maior jogador de todos os tempos ainda teria uma boa oportunidade de balançar as redes, para a loucura do Maracanã. Antes de sua saída no intervalo da partida, o Flamengo teve um pênalti aos 35 minutos da primeira etapa. A torcida explodiu pedindo para Pelé ir para a cobrança, porém, ele abdicou a missão e deixou para o Galinho Zico. A partida terminaria em 5 a 1 para o Flamengo, com três gols do próprio Zico!
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Após um ano e meio, Pelé retorna aos gramados
#NumDiaComoHoje mas em 1977 marcou a despedida de um dos maiores ídolos futebol mundial. Vestindo a camisa do Cosmos, de Nova York, o rei Pelé decidiu que era hora de dar adeus aos gramados. ©Getty Images pic.twitter.com/dOR1FB6G1H
— Fotos de Fatos (@FotosDeFatos) October 1, 2019
Pelé se despediu dos gramados, oficialmente, no dia 1º de outubro de 1977. Naquele período, ele vestia a camisa do New York Cosmos/EUA, e a despedida seria justamente contra o time onde o rei brilhou e atuaria por praticamente toda a carreira: o Santos FC. Ao final da partida, o Rei do futebol fez um discurso que entraria para a história. Eleito cidadão do mundo pela ONU, o então jogador fez apelos para cuidar dos mais jovens e usou as palavras “love, love, love”.
Naquele dia parecia que seria a última vez que o Rei seria visto aos gramados – pelo menos em uma partida que exigisse um maior nível técnico. A sua despedida oficial da seleção brasileira já havia ocorrido, uma ano antes, ainda em 1976. Também no Estádio do Maracanã, na ocasião, Pelé se despedia do selecionado brasileiro em um jogo beneficente contra o Flamengo, isso para ajudar os familiares do meio-campista, e recém-falecido, Geraldo Cleofas, o Geraldo “Assobiador”.
Contudo, e dois anos depois, Pelé teve que novamente despendurar as chuteiras e voltar a campo. Quis o destino que novamente fosse por uma boa causa, no Maracanã, e agora com a camisa do Flamengo, um dos times mais populares do Brasil no período.
A causa: Enchentes em Minas Gerais
Em março de 1979, o estado de Minas Gerais foi castigado com fortes chuvas, que resultaram em diversos pontos de enchentes. Algumas cidades sofreram bastante, principalmente São Francisco, uma cidade ribeirinha que fica próxima ao Rio São Francisco, que transbordou. Milhares de pessoas perderam suas casas e tiveram que procurar abrigo e comida.
Em meio a essa situação, o futebol mais uma vez foi utilizado em prol de uma causa nobre. Na ocasião, as autoridades tanto do âmbito estadual, quanto federal, propuseram um amistoso entre Atlético Mineiro e Flamengo para angariar fundos para ajudar as vítimas das enchentes.
Porém, mesmo sendo um jogo entre as principais equipes daquele momento no Brasil, faltava a cereja do bolo para atrair ainda mais renda e atenção. E essa cereja seria ninguém menos do que o Rei Pelé.
Flamengo era um dos times mais badalados do Brasil
Naquele ano de 1979, o Flamengo ainda não havia conquistado seus primeiros títulos de peso na história como o Campeonato Brasileiro (seria em 1980), além da primeira Copa Libertadores da América e do Mundial Interclubes, ambos em 1981.
Mas o time de 1979 era justamente a base que se consagraria ao longo dos próximos anos, se tornando uma das principais na história do futebol brasileiro. Além disso, o time já estava em uma fase incrível e sem saber o que era perder há 37 jogos. Na lateral esquerda, por exemplo, Júnior Capacete já era uma das principais figuras do país. No meio campo, Andrade e Paulo César Carpegiani formavam ao lado do Galinho Zico, uma meio campo de alto nível. No ataque, Tita, Luisinho e Júlio César eram quem formavam a linha de frente.
Já para comandar este time, Claudio Coutinho, que havia dirigido a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1978.
Pelé ganha a camisa 10 do Galinho Zico
E em meio a tantos craques naquele histórico Flamengo de 1979, ás vésperas do jogo uma dúvida ficou no ar. Quem daria lugar para Pelé jogar e, mais do que isso. Pelé usaria a camisa 10 de Zico? O Galinho seria a grande atração da partida ao lado do Rei do futebol. Tita e Júlio César eram os pontas do time, posição que Pelé à época não jogava e por isso, sobrou para Lusinho que, com muita honra, cedeu seu lugar ao maior de todos.
Além disso, Zico também cedeu a camisa 10 para Pelé, e jogaria com a 9, mesmo sem atuar necessariamente como um centroavante. Tudo para realizar o sonho do torcedor rubro-negro e brasileiro de ver essa improvável dupla juntos, atuando lado a lado.
Atlético Mineiro vivia grande momento no futebol brasileiro
Para o amistoso, o Atlético Mineiro não era considerado o favorito, porém, contava com uma grande equipe para bater de frente com o Flamengo. Jogadores como Toninho Cerezo, Reinaldo, Serginho, Paulo Isidoro, Ziza e Dadá Maravilha formavam um verdadeiro timaço do Galo, que naqueles anos seria o principal rival do time carioca.
Além disso, o time mineiro acabara de conquistar a Copa dos Campeões do Brasil, ao vencer decisão contra o São Paulo FC, nas penalidades em 1978. E se o Galo não iria contar com a sua maior estrela do momento, o atacante Reinaldo, teria a presença de uma estrela remanescente do glorioso título brasileiro de 1971: Dadá Maravilha, que em seu retorno ao Atlético, já estava longe da melhor forma. Em mais uma de suas frases de efeito, o folclórico atacante se denominou como um “Rei Esquecido”, por causa da presença de Pelé na partida.
Pelé e Zico juntos: A expectativa era enorme!
A expectativa para acompanhar Pelé vestindo a camisa do CR Flamengo era tamanha que, 139.953 torcedores foram até o Maracanã para acompanhar este amistoso na noite de 6 de abril de 1979. A arrecadação de ingressos foi um verdadeiro sucesso, com uma renda de CR$ 8.781.290,00, um grande recorde à época para ajudar as vítimas das enchentes.
Antes do apito inicial, os jornalistas cercavam Pelé, a grande estrela da partida, tanto que ele mal podia se locomover. Todos queriam saber se, aos 38 anos de idade, ele conseguiria suportar os 90 minutos de jogo. Perguntado sobre isso, o técnico Claudio Coutinho afirmou logo que não, mas que a qualidade técnica do jogador no trato com a bola ainda era a mesma.
Várias autoridades do país também marcaram presença nas tribunas do jogo. Entre eles, o então presidente militar naquele período, João Batista Figueiredo. Todos queriam ver Pelé atuar ao lado de Zico!
Pelé atua na primeira etapa, e deixa pênalti para Zico cobrar
Muitos esperavam que o Flamengo começasse amassando o Atlético Mineiro, porém, não foi isso que aconteceu. Embora Pelé arriscasse algumas jogadas com Tita e Zico, os rubro-negros não criaram chances claras de gol. Foi então que, aos 21 minutos, o Galo surpreendeu e abriu o placar. O meia Marcelo Oliveira recebeu na entrada da pequena área e mandou a bola no cantinho, sem chances de defesa para o goleiro Cantarelli.
E foi aos 35 minutos do primeiro tempo que o ponta Tita acabou derrubado na área, e o árbitro Valquir Pimentel marcou penalidade, para loucura do Maracanã. Os quase 140 mil torcedores não pensaram duas vezes em começar a gritar em uníssono: “Pelé! Pelé!”. Até mesmo o Galinho Zico chegou em Pelé, tocou em sua cintura e pediu para que ele cobrasse o pênalti.
Porém, o Rei manteve o respeito pelo Galinho, que era o cobrador oficial da equipe rubro-negra e se recusou a bater. Com aval do maior jogador de todos os tempos, o camisa 10, que no momento vestia a número 9, empurrou a bola para o fundo do gol, para empatar em 1 a 1!
No segundo tempo, a partida que estava equilibrada mudou de cenário. O CR Flamengo dominou, e confirmou toda a superioridade em gols para cima do Galo. Pelé, que não reunia condições de atuar por todo o jogo, deu lugar a Luisinho, então titular do rubro-negro. Zico anotaria mais duas vezes, com Luizinho e Claudio Adão para fechar o placar, em extensa goleada por 5 a 1.
As outras camisas do Rei Pelé
O Rei Pelé jogou pelo Fluminense em 1978. Foi em uma excursão do time pela Nigéria. O melhor do mundo atuou 45 minutos#VcSabiaFlu pic.twitter.com/pwcYeKFKCf
— DiaDiaFlu (@DiaDiaFlu) April 18, 2017
Além de ter jogado e feito história por Santos e pela seleção brasileira, além do New York Cosmos e, nesta importante ocasião, pelo Flamengo, curiosamente Pelé vestiu outras camisas do futebol. Antes de se profissionalizar pelo time da Vila Belmiro, o Rei do futebol atuou no Bauru, do interior de São Paulo, seu clube de juventude, entre 1952 e 1956.
Em 1957, já quando era jogador do Santos, Pelé vestiu a camisa do Vasco da Gama, em um combinado entre santistas e cruzmaltinos. Em três jogos, ele chegou a anotar cinco gols com o manto vascaíno. Já em 1964, o Rei vestiu a camisa do Olaria/RJ, quando jogadores da equipe santista representaram outros times cariocas em amistosos.
Anos depois, mais precisamente em 1978, um ano antes de vestir as cores do Flamengo, Pelé também vestiu a camisa do rival carioca, o Fluminense FC, em uma excursão na África. E. por fim, ele também chegou a vestir a camisa até mesmo do Boca Juniors, embora não tenha jogado uma partida pela equipe. Na ocasião, ele vestiu o manto xeneize para posar em uma foto no jornal El Gráfico para o ano de 1981.
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