Toninho Cerezo

Meio campista
910 Jogos Oficiais
27 Títulos Oficiais
124 Gols Marcados
Toninho Cerezo - Atlético Mineiro
Toninho Cerezo Brasil - Belo Horizonte - Minas Gerais
Nascimento 21 de abril de 1955
Falecimento -
Apelidos O Patrão da Bola, Capitão da Paz, Pluto
Carreira Início: (1972) Atlético Mineiro
Término: (1997) Atlético Mineiro
Características Altura: 1,83 m
Destro
Posição / Outras posições Volante / Meio-campista
bola de ouro

1977, 1980

Bola de prata

1976, 1977, 1980

Mundial de Clubes

1992, 1993

Libertadores

1993

Perfil / Estilo do jogador

Volante de muita qualidade técnica, Toninho Cerezo sabia como tratar a bola. Mesmo em uma posição em que se exigia mais marcação, o craque foi além e usou de sua função para pensar o jogo e criar grandes situações ofensivas. Além de uma qualidade de passe inquestionável, o jogador também gostava de aparecer como elemento surpresa no ataque, atuando de área a área. Além de ser um exímio organizador de jogadas, era um grande líder nas equipes por onde passou, sendo conhecido como um apaziguador de conflitos ou um capitão da paz.

Categoria de base

Data Clube    
1972 Atlético Mineiro    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1972-1983 / 1996-1997 Atlético Mineiro 400 53
1973 Nacional - AM 31 4
1983-1986 Roma 104 25
1986–1992 Sampdoria 216 25
1992–1993 São Paulo 59 6
1994 Cruzeiro 27 6

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1977 Brasil 73 5

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
Nacional - AM Campeonato Amazonense 1973
Atlético Mineiro Campeonato Mineiro 1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983
Atlético Mineiro Taça Minas Gerais 1975, 1976, 1979
Atlético Mineiro Copa dos Campeões da Copa Brasil 1978
Atlético Mineiro Copa Centenário de Belo Horizonte 1997
Cruzeiro Campeonato Mineiro 1994
Roma Copa Itália 1984, 1986
Sampdoria Copa Itália 1988, 1989
Sampdoria Recopa Europeia 1990
Sampdoria Supercopa Italiana 1991
Sampdoria Campeonato Italiano 1990-91
São Paulo Campeonato Paulista 1992
São Paulo Libertadores 1993
São Paulo Mundial de Clubes 1992, 1993
São Paulo Supercopa Libertadores 1993
São Paulo Recopa Sul-Americana 1993

Conquistas Individuais

Prêmio Ano Representando
Bola de Ouro Campeonato Brasileiro 1977, 1980 Atlético Mineiro
Bola de Prata Campeonato Brasileiro 1976, 1977, 1980 Atlético Mineiro
FIFA XI (Reserva) 1979 Atlético Mineiro
Prêmio de Jogador Mais Valioso da Copa Intercontinental 1993 São Paulo
AS Roma Hall of Fame 2016 Roma

Desempenho

0,136
Média
Gols por jogo
1,08
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
4
Controle de Bola
4
Drible
3
Velocidade
3
Técnica
4
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
3

Biografia

Toninho Cerezo: O Patrão da Bola

Toninho Cerezo, um dos jogadores mais técnicos do futebol.

Jogador de extrema qualidade técnica e alta classe, Toninho Cerezo era um exímio organizador de jogo, apesar de atuar como primeiro volante, posição que exigia um perfil mais marcador. Sua única característica típica de um primeiro volante era o seu perfil de liderança, que tinha desde os tempos de Atlético MG, lhe rendendo o apelido de “Patrão da Bola”.

Foi atuando pelo Galo, que Toninho Cerezo despontou para o futebol e passou a ser reconhecido no mundo todo. Em seus 10 anos de equipe, o craque conseguiu faturar duas Bolas de Ouro e três Bolas de Prata do Campeonato Brasileiro. Até por isso, se tornou um dos grandes ídolos do time mineiro, mesmo sem conquistas muito expressivas no cenário nacional.

Em 1983, após brilhar com a camisa do Galo, passou a jogar no futebol italiano, no qual fez bastante sucesso. Inclusive, conseguiu a façanha de levar Roma e Sampadoria para finais de Liga dos Campeões da UEFA, nos anos de 1983-84 e 1991-92.

Em sua volta ao Brasil, Toninho Cerezo foi essencial para o São Paulo nas conquistas de uma Libertadores e dois mundiais. Até por isso, apesar de pouco tempo com a camisa tricolor, se tornou um dos jogadores mais memoráveis da equipe. Naquele período, o craque reencontrou o seu grande mentor do futebol, Telê Santana, que o treinou no Atlético MG e na seleção brasileira.

Na seleção canarinho, Cerezo fez parte de um histórico meio-campo, que contava com outros craques como Zico, Sócrates e Falcão. Porém, aquela geração, apesar de brilhante, acabou saindo frustrada da Copa do Mundo de 1982.

Na carreira, as principais conquistas de Toninho Cerezo foram o heptacampeonato mineiro, um Campeonato Italiano, um Campeonato Paulista, uma Libertadores e dois mundiais. Marcou 124 gols em 910 partidas.

Infância, histórico e inspirações

Ainda jovem, atuou pelo Nacional de Amazonas.

Nascido no dia 21 de abril de 1955, em Belo Horizonte, Antônio Carlos Cerezo foi doado por sua mãe biológica nos seus primeiros dias de vida. Logo foi adotado por artistas de circo, que rodavam o país em apresentações, sendo que Toninho os acompanhava em todas as jornadas.

Mesmo com a vida no circo, o pai de Cerezo, que era conhecido por interpretar o palhaço Moleza, já influenciava seu filho a gostar de futebol. Quando Toninho tinha 5 anos, seu pai lhe puxava pelo suspensório e o empurrava para chutar a bola.

Porém, aos 8 anos de idade, Toninho Cerezo perdeu seu pai, o que foi um dos maiores golpes de sua vida. Assim, continuou ajudando sua mãe no circo, até ser descoberto no futebol. Enquanto atuava em um campo de várzea, foi observado por um olheiro e prontamente convidado para fazer parte do Atlético MG.

Curiosamente, Toninho tinha como ídolos do futebol, jogadores que atuavam no rival do Atlético, o Cruzeiro. O garoto se encantava com as atuações de Zé Carlos, Tostão e Piazza, jogadores que jogaram na mítica equipe da raposa na década de 1960.

Dessa forma, Cerezo passou a integrar o time de juniores do Atlético MG em 1972, aos 17 anos de idade. Mas, em 1973, foi emprestado para a equipe do Nacional de Manaus para ganhar um pouco mais de rodagem. Até que em 1974, retornou ao Galo para se tornar titular e um dos maiores ídolos do clube.

 

1972-1983 – Início e ascensão de Toninho Cerezo no Atlético MG


Em 1974, Toninho Cerezo retornava ao Atlético MG com mais experiência, após ter impressionado seu treinador no Nacional de Amazonas. No Galo, ele teve a missão de conquistar outro técnico, Telê Santana, que o colocava algumas vezes como titular.

Na temporada seguinte, Cerezo conquistou de vez a confiança de Telê e se tornou titular da equipe. Sua missão era a de substituir o meia Wanderley Paiva, ídolo atleticano, que havia conquistado o Campeonato Brasileiro de 1971. Naquele mesmo ano, ficou com a camisa 8, número no qual faria muito sucesso no Galo.

Cerezo se torna dono do meio-campo do Galo

Apesar de conquistar sua titularidade em 1975, foi na temporada seguinte que Toninho Cerezo passaria a ser decisivo. Na conquista do Campeonato Mineiro de 1976 em cima do EC Cruzeiro, o craque foi considerado um dos grandes heróis da competição. Cerezo ainda conquistaria mais 5 estaduais com o Atlético, nos anos de 1976, 1978, 1979, 1980, 1981 e 1982, sendo o líder técnico e tático em todos eles.

Tamanha liderança lhe rendeu a faixa de capitão da equipe mineira, a partir de 1977. Nessa função, Cerezo era conhecido como capitão da paz, por apaziguar conflitos internos, como o desentendimento entre o goleiro Ortiz e a diretoria atleticana. Na ocasião, o arqueiro do Galo havia sido afastado sem receber salários e Cerezo conseguiu uma vaquinha para dar dinheiro ao colega e também fez com que voltasse aos treinos.

Ainda no mesmo ano de 1977, Cerezo conseguiu o seu mais importante prêmio individual como jogador, a Bola de Ouro do Campeonato Brasileiro. Mesmo com sua equipe perdendo a final para o São Paulo, o craque foi o grande destaque da competição. Repetiu a mesma dose em 1980, após mais um vice do Galo, dessa vez contra o CR Flamengo. Nas duas ocasiões, Toninho foi excepcional, pois mesmo sendo volante, marcou muitos gols e foi o grande idealizador de jogadas de seu time.

Nesse período de Atlético, seu maior parceiro foi o atacante Reinaldo, com quem tinha muita intimidade em campo. Além dele, outros craques como Palhinha e Éder Aleixo também fizeram história com a camisa do Galo ao lado de Cerezo.

Grandes atuações durante 10 anos de clube, logo chamariam a atenção do futebol europeu e em 1984, Toninho Cerezo deixava o Galo. Seu novo destino era a Itália, para atuar na equipe da Roma.

 

1983-1986: Toninho Cerezo se junta a Falcão na Roma


Por conta de seu grande destaque no Brasil, Toninho Cerezo foi contratado pela Roma na metade de 1983, por 10 milhões de dólares. Aquele era o maior valor de uma transferência envolvendo um jogador brasileiro e só viria a ser igualado na contratação de Zico pela Udinese.

Ao chegar na Roma, Cerezo encontrou um velho conhecido, Paulo Roberto Falcão, com que já havia feito parceria na Copa do Mundo. Além de Falcão, o Patrão da Bola também teve o prazer jogar com Carlo Ancelotti e Bruno Conti, além de ser treinado pelo lendário técnico sueco Nils Liedholm. Junto com esses importantes ídolos da equipe romana, Toninho logo se entrosou e já se firmou como titular.

Já na sua primeira temporada, conquistou seu primeiro título com a equipe, a Copa Itália. Naquela competição Cerezo anotou 4 gols e um deles foi justamente na decisão contra o Hellas Verona.

Foi também nessa temporada que Toninho Cerezo deixou escapar pela primeira vez a chance de um título europeu da Liga dos Campões da UEFA. Na ocasião, viu seu time ser eliminado pelo Liverpool na grande decisão, justamente nas penalidades. Uma pena, pois o craque havia tido um excelente desempenho na competição, formando uma dupla histórica com Falcão, ora como volante, ora como meia.

Porém, em 1986 o craque veio a conquistar mais um título da Copa Itália, justamente no ano em que se despediu da equipe após o fim de seu contrato. Dessa forma, Cerezo deixava a Roma com 104 jogos e 25 gols, em uma passagem marcada pela parceria e amizade com Falcão.

 

1986-1992: Toninho Cerezo ajuda a Sampdoria a alcançar suas maiores conquistas


Toninho Cerezo fez história com a camisa da Sampdoria.

Ao final de seu contrato, Toninho Cerezo deixava a Roma, pois o novo treinador da equipe, Sven-Göran Eriksson, não queria mais contar com seu futebol. Portanto, o Milan tratou de entrar em contato com o jogador para assinar um contrato. Porém, às vésperas da Copa de 1986, Cerezo se machucou e o Milan desistiu da negociação.

Dessa forma, o jogador se mudou para a Sampdoria em uma situação bem inusitada. Em seu último jogo com a camisa da Roma, Cerezo marcou o gol do título da equipe capitolina na Copa da Itália em cima da Sampdoria. Isso fez com que o time genovês se encarregasse de firmar sua contratação.

Dessa forma, Toninho Cerezo estreava na Sampdoria com 31 anos de idade, o que levantou dúvidas sobre seu desempenho. Porém, o craque provou o contrário e foi o grande destaque da equipe nas conquistas da Copa Itália de 1988 e 1989, Recopa Europeia de 1990, Supercopa Italiana de 1991 e o Campeonato Italiano de 1990-91. De quebra, o título da Supercopa Italiana foi justamente em cima do Milan, com um gostinho de vingança.

Já o título italiano foi o principal de Cerezo enquanto esteve na Europa, até porque foi autor de um dos gols na partida derradeira contra o Lecce. Além disso, a conquista da série A se deu justamente num período repleto de fortes times na Itália. Naquela época, o Napoli contava com Careca e Maradona, a Internazionale contava com Lothar Matthaus e Jurgen Klinsmann, e o Milan tinha o trio holandês com Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Marco van Basten.

Na temporada 1991-92, Cerezo ficou mais uma vez no “quase” em relação título da Liga dos Campeões da UEFA. Sua equipe perdeu a decisão para o mágico time do Barcelona, treinado por Johan Cruyff, já na prorrogação.

Após nove anos, Cerezo deixa a Itália para voltar ao Brasil

Logo depois da derrota para na Liga dos Campões para o FC Barcelona,  o elenco da Sampdoria, que tinha grandes jogadores como Pagliuca, Gianluca Vialli e Roberto Mancini, estava passando por uma reformulação. Ou seja, já com 37 anos, Toninho Cerezo não estava incluso nos planos da equipe e precisava de um novo destino.

Dessa forma, o jogador verificou sua lista de contatos no Brasil e nela estava o nome de Telê Santana. O craque conversou com o treinador, que, prontamente, encarregou-se de sua volta. Assim, se encerrava a passagem de Toninho Cerezo na equipe em que se tornou um dos maiores ídolos, com 216 partidas e 25 gols.

 

1992-1994: De volta ao Brasil, Cerezo vem para São Paulo e reencontra Telê Santana


De volta ao Brasil, Toninho Cerezo vinha com toda a sua experiência para ajudar o São Paulo FC na continuação de suas conquistas. Pouco antes de sua chegada, o tricolor havia vencido a Libertadores da América. Basicamente, Cerezo foi a cereja do bolo na equipe.

Mesmo sem a mesma velocidade de antes, Cerezo usou de seu talento na organização de jogo para ajudar o São Paulo. Logo de cara foi importante na conquista do título paulista de 1992. No final daquele ano, conquistou o primeiro mundial do tricolor paulista, justamente contra o Barcelona, que o havia derrotado meses antes na Copa dos Campeões.

Na temporada seguinte, Cerezo protagonizou mais uma de suas vinganças no futebol, mais uma vez contra o Milan. Após a conquista de mais uma libertadores, em que o craque foi importante, o São Paulo estava mais uma vez classificado para o Mundial de Clubes.

Na decisão no mundial de Clubes contra o AC Milan, Cerezo marcou o segundo gol tricolor na vitória por 3 a 2. Na ocasião, mesmo beirando os 40 anos de idade, correu como um garoto e esperou a bola chegar na cara do gol, para empurra-la para o fundo das redes. Após a partida, Toninho Cerezo recebeu um pedido de desculpas da diretoria do Milan pela sua não contratação no passado. De quebra, ainda foi eleito o melhor jogador da partida.

Mesmo com esse feito, Cerezo se desentendeu com Telê e deixou a equipe. Porém, em 1995, retornou para o São Paulo para uma breve passagem.

Enquanto esteve no São Paulo FC, o craque dividiu os gramados com outros ídolos tricolores, como Muller, Palhinha, Cafu, Palhinha e Raí. Além de um título paulista, dois mundiais e uma Libertadores, Cerezo faturou com a equipe, uma Recopa Sul-americana e uma Supercopa Libertadores em 1993.

No total, em suas duas passagens, Cerezo atuou em 59 jogos e marcou 6 gols.

 

No Cruzeiro, Cerezo ajuda a salvar time do Rebaixamento


Breve passagem pelo rival do Atlético, o Cruzeiro.

Em 1994, Toninho Cerezo chegava ao EC Cruzeiro com seus 39 anos de idade, mesma época de um jovem jogador que iniciava a carreira, um tal de Ronaldo Fenômeno. Sua estreia foi justamente contra o Atlético MG, time no qual era ídolo. Até por isso, muitos cruzeirenses torceram o nariz em relação a sua contratação. Mas Cerezo provou que estavam errado.

Após péssima campanha no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro teve que jogar uma repescagem para brigar contra o rebaixamento. Então na penúltima partida dessa repescagem, Cerezo marcou de cabeça, um dos gols da vitória cruzeirense por 4 a 2 sobre o União São João de Araras. Dessa forma, o histórico ídolo atleticano, ajudou a livrar o Cruzeiro de seu primeiro descenso.

Em sua breve passagem pela equipe, Cerezo faturou um título mineiro, atuou em 27 partidas e conseguiu anotar 6 gols.

 

1996-1997: Cerezo encerra carreira onde começou: Atlético MG


Em 1996, após breve passagem pelo extinto Lousano Paulista da terceira divisão estadual e pelo São Paulo no ano anterior, Toninho Cerezo chegava ao Atlético MG para se aposentar. O jogador de 41 anos encerrava a carreira justamente por conta de idade e o Galo era o lugar certo para pendurar as chuteiras, já que foi o clube que o projetou para o futebol e no qual se tornou ídolo.

Cerezo já não atuava mais com regularidade, mas fez parte de um bom time do Atlético, inclusive que chegou à semifinal do Campeonato Brasileiro de 1996. Aquela equipe contava com bons jogadores como Taffarel, Doriva e Euller.

Então, em agosto de 1997, Toninho Cerezo se despediu dos gramados aos 42 anos. Sua última partida pelo Atlético MG ocorreu na Copa Centenário contra o AC Milan. Aquele torneio comemorava os 100 anos da capital mineira e a partida terminou empatada em 2 a 2. Cerezo atuou nos primeiros 20 minutos, tempo suficiente para ser homenageado pela torcida e pelos jogadores.

No resumo de suas duas passagens pelo Galo, Toninho Cerezo conquistou um heptacampeonato mineiro entre 1976 e 1983, uma Copa dos Campões do Brasil em 1978, 3 Taças de Minas Gerais entre 1975 e 1979, além da Copa Centenária de 1997. Em suas conquistas individuais, faturou duas Bolas de Ouro do Brasileirão de 1977 e 1980 e três Bolas de Pratas nos mesmos anos e em 1976.

No total, atuou com a camisa do Galo em 400 oportunidades e marcou 53 gols.

 

1977-1985 – Toninho Cerezo na seleção brasileira


Em 1975, já em seu segundo ano como profissional, Toninho Cerezo foi convocado pela primeira vez para representar a Seleção brasileira. Porém, o craque só entrou em campo em 1977, nas eliminatórias da Copa do Mundo, em goleada por 6 a 0 em cima da Colômbia.

Assim que estreou, Cerezo se tornou homem de confiança do técnico Claudio Coutinho e foi convocado para a Copa do Mundo de 1978. Naquela copa, o Patrão da Bola tomou conta do meio-campo da seleção. Inclusive, deixou o volante Chicão, que havia sido recentemente campeão brasileiro com o São Paulo em 1977, no banco. O mundial de 1978 acabaria com um 3º lugar para a seleção brasileira.

Na copa seguinte, de 1982, Toninho Cerezo fez parte de uma das melhores gerações que o mundo já viu. Em um meio-campo mágico, esteve ao lado de grandes gênios como Falcão, Sócrates e Zico. Mas o resultado foi decepcionante e a seleção brasileira caiu para a Itália de Paolo Rossi na segunda fase.

Após aquele mundial, Toninho Cerezo voltou a ser convocado até 1985, quando teve uma grave lesão muscular, razão que o levou a ser cortado para a Copa do Mundo de 1986. Seu último jogo com a amarelinha foi nas eliminatórias daquele ano contra a Bolívia.

Dessa forma, apesar de genial, Toninho Cerezo encerrava a sua passagem sem conquistar nenhum um título pela seleção brasileira. Em seus quase 10 anos com a amarelinha, atuou em 73 partidas e conseguiu anotar 5 gols.

Participações de Toninho Cerezo em Copas: 2 copas disputadas (1978 e 1982)

Dono absoluto do meio-campo do Atlético MG, Toninho Cerezo se tornou figurinha carimbada para a disputa da Copa do Mundo de 1978 na Argentina. Embora não tenha sido capitão, exerceu a liderança dentro de uma equipe que encerrou a copa de maneira invicta. Ficou de fora apenas do jogo contra a seleção argentina, que terminou com empate em 0 a 0.

Resultado aquele que ajudou a derrubar o Brasil na segunda fase de grupos, que tinha Peru, Argentina e Polônia. A eliminação brasileira se deu por conta de muita polêmica. Uma suposta combinação de resultados envolvendo argentinos e peruanos. No final das contas, o escrete brasileiro conquistou o 3º lugar sobre a Itália.

Quatro anos depois, mais experiente e com seu perfil de liderança mais aguçado, Cerezo foi maestro de um time repleto de craques. Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, o Patrão da Bola formou sua famosa dupla com Falcão.  Atuou também ao lado de grandes jogadores como Sócrates, Zico, Eder, Junior, Leandro e Serginho Chulapa.

Naquela copa, Cerezo ficou de fora apenas da estreia do Brasil contra a União Soviética, por questões táticas. Mas ao voltar a campo foi titular absoluto e homem de confiança de Telê Santana, que o conhecia dos tempos de Atlético MG. Dessa forma, Toninho foi importante na campanha do Brasil até a segunda fase de grupos.

Porém, quando tudo parecia bem para uma seleção que jogava fácil, veio a tragédia de Sarriá. Cerezo foi considerado um dos culpados daquela derrota por 3 a 2, por ter dado um passe de graça para o segundo gol de Paolo Rossi. Mesmo assim, aquele fato não acabou com sua carreira na seleção, até porque, a sua ausência no mundial de 1986 se deu por conta de uma lesão.

 

Carreira após aposentadoria: Técnico de futebol


Como treinador, Toninho Cerezo fez muito sucesso no Japão.

Após encerrar a carreira de jogador, Toninho Cerezo passou a trabalhar nos bastidores do Atlético MG, até se tornar técnico da equipe em 1999. Porém, sua passagem no galo foi breve, sendo que em seguida passou a treinar times de menor expressão do Brasil e equipes do futebol japonês e árabe. A mais famosa de suas passagens foi no Kashima Antlers, onde foi bicampeão japonês, tricampeão de copas nacionais e uma vez vencedor da Copa Suruga. Inclusive, foi nessa equipe que teve o seu último trabalho como treinador, em 2015.

Nessas passagens como treinador de futebol, a mais conturbada foi pelo Sport, por questões extracampo. Cerezo afirma ter sido demitido pela equipe pernambucana em 2010, justamente por causa de um preconceito referente à transição sexual de sua filha, a modelo internacional Lea T. Em contrapartida, o time de Recife nega que esse tenha sido o motivo de sua demissão.

Fato é que Cerezo não conseguiu se firmar como treinador no Brasil, segundo ele, creditado muito ao preconceito em relação à sua filha Lea . Atualmente, o terno Patrão da Bola vive tranquilo em seu sítio em Minas Gerais e de vez em quando faz trabalhos pontuais no  futebol, dentro dos bastidores de algumas equipes.

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