Dino Sani

Meio campista, Volante
565 Jogos Oficiais
8 Títulos Oficiais
178 Gols Marcados
Dino Sani Brasil - São Paulo
Nascimento 23 de maio de 1932
Falecimento -
Apelidos Bisturi
Carreira Início: (1950) Palmeiras
Término: (1968) Corinthians
Características Altura: 1,74 m
Ambidestro
Posição / Outras posições Meio-campista / Volante
Copa do Mundo

1958

UEFA Champions League

1962-63

Perfil / Estilo do jogador

Meio-campista completo, enquanto esteve na meia-direita, Dino Sani tinha muita qualidade de passe e organizava o jogo com maestria a fim de consagrar os seus companheiros no campo de ataque. Além disso, aparecia muitas vezes como elemento surpresa no setor ofensivo, com finalizações precisas que muitas vezes resolviam o jogo a favor de suas equipes. Na bola parada, o jogador também era preciso e inclusive, marcou muitos gols dessa forma. Como se não bastasse, seu poder de marcação dava sustentação às defesas das quais fazia parte enquanto atuava como volante, sendo capaz de anular muitos craques adversários.

Categoria de base

Data Clube    
1944-1949 Palmeiras    

Clubes em que atuou

Data Clube Jogos Gols
1949-1951 Palmeiras 15 5
1951 XV de Jaú - -
1952–1953 Comercial - SP - -
1954–1960 São Paulo 325 113
1960–1961 Boca Juniors 14 4
1961–1964 Milan 78 20
1965–1968 Corinthians 117 32

Histórico pela Seleção

Ano Seleção Jogos Gols
1957–1966 Brasil 16 4

Conquistas por Clubes

Clube Título Temporada
São Paulo Campeonato Paulista 1957
Milan Campeonato Italiano 1961–62
Milan Copa dos Campeões 1962–63
Corinthians Torneio Rio-São Paulo 1966

Conquistas pela Seleção

Título Ano
Copa do Mundo 1958
Taça Oswaldo Cruz 1958
Taça Bernardo O'Higgins 1959
Copa Rocca 1960

Desempenho

0,31
Média
Gols por jogo
0,421
Média
Títulos / Anos de carreira (Profissional)
Força
4
Passe
4
Controle de Bola
3
Drible
3
Velocidade
3
Técnica
4
Finalização
4
Condicionamento Físico
4
Fundamentos Defensivos
4

Biografia

Dino Sani: Brilhou no São Paulo, Corinthians, Milan e campeão do mundo em 1958

Dino Sani: ídolo de São Paulo, Milan e Corinthians.

Descendente de italianos, Dino Sani foi um jogador com enorme destaque no futebol brasileiro nas décadas de 1950 e 1960. Também foi um grande nome no futebol italiano quando esteve em Milão, inclusive cotado para defender a Seleção Italiana na época.

Fez grande sucesso no São Paulo, onde atingiu o auge de sua carreira, mas vestiu também as camisas do Palmeiras, Corinthians, Comercial, XV de Jaú, Boca Juniors e Milan.

Começou a carreira no Palmeiras, onde atuava como meia direita, mas no São Paulo começou a atuar como volante, cabeça de área. Foi nessa posição que apresentou seu melhor futebol e se tornou um dos melhores jogadores, inclusive se tornando ídolo no São Paulo onde atuou entre 1954 e 1961.

Depois de deixar o Tricolor Paulista, Dino Sani foi para o Boca Juniors, e por lá ficou apenas uma temporada. Logo depois, transferiu-se para o AC Milan, onde manteve a sina de sucsso. Pela equipe rossonera,  conquistou títulos importantes, como a Champion League de 1962/63, se tornando o primeiro brasileiro a conquistar o troféu mais cobiçado da Europa.

Depois disso, voltou ao Brasil para atuar no Corinthians até encerrar a carreira. A idade avançada não o impediu de marcar seu nome no Timão e ser considerado um dos maiores maio campistas da história do clube, jogando ao lado do jovem Roberto Rivellino. Fora dos campos, foi um treinador de algum destaque no futebol brasileiro e Uruguaio, tendo lançado grandes nomes. 

Pela Seleção Brasileira estave no elenco campeão da Copa do Mundo de 1958, atuando nas duas primeiras partidas do mundial. 

Infância, histórico e inspirações

Já quando garoto, vestia a camisa do Palmeiras.

Neto de italianos, Dino Sani viveu sua infância no bairro da Pompéia, em São Paulo, onde nasceu em 23 de maio de 1932. A região é conhecida por abrigar imigrantes e descendentes do país europeu em São Paulo.

Sua família era ligada a famosa família Matarazzo, uma vez que seus avós vieram junto com eles da Itália. Seus país trabalham com a poderosa família, na parte de transportes e entregas das mercadorias que os Matarazzo vendiam. Já o craque antes de se profissionalizar no futebol trabalhou com vendas em uma loja de peças automotivas da Kasinsky.

 Sani não acompanhava tanto futebol como outros atletas da época, mas ainda assim, frequentava o Parque Antártica, onde se espelhou em alguns de seus ídolos de infância que atuaram no SE Palmeiras. Canhotinho, Lima, Oberdan Catani, Junqueira, Og Moreira, Viratônica e Turcão foram alguns dos ídolos que Sani teve quando mais jovem. Com alguns deles, inclusive  atuou depois de chegar ao profissional.

Assim, a carreira de Dino Sani iniciou muito cedo quando frequentava o Palmeiras para jogar bola com amigos. No Palmeiras, iniciou sua trajetória  desde a categoria infantil e fez toda a carreira na base, jogando como um meia direita, até virar profissional. Contudo, ao se tornar profissional, não teve muitas chances no Palmeiras e rumou ao interior do estado para crescer no esporte.

 

1949-1951: Os primeiros passos como profissional no Palmeiras


Dino Sani no elenco do Palmeiras é o quarto jogador agachado da esquerda para a direita.

Depois de fazer toda sua carreira nas categorias de base do Palmeiras, Dino Sani finalmente se tornou profissional em 1949 e passou a integrar o elenco principal do Alviverde. Ainda jogando como meio campista mais avançado, o craque não encontrou muitas chances no clube.

Com 18 anos e reserva do time profissional, disputou jogos pela equipe de aspirantes do Palmeiras, mas de vez em quando aparecia em campo. O clube tinha um elenco recheado de craques e não dava muitas oportunidades a jovens, e assim Sani e outros companheiros que subiram junto com ele, rumaram a novos desafios.

 

1951 – 1952: Primeiras oportunidades no XV de Jaú


Com poucas oportunidades no Palmeiras, devido ao elenco recheado de bons jogadores , Dino Sani rumou para um novo desafio, ainda bem jovem. O Esporte Clube XV de Novembro, conhecido como XV de Jaú, estava montando um time forte para retornar à primeira divisão do Campeonato Paulista, e buscou alguns reforços no Alviverde da capital.

Assim, Sani foi para o interior paulista, emprestado pelo Palmeiras, para ser peça fundamental no competitivo campeonato que deu o título ao Galo da Comarca. Depois de conquistar o título e ver o clube voltar à elite paulista, teve que retornar ao Alviverde, mas sabendo que não haveria mais oportunidades. Dessa forma, ele foi buscar uma nova chance em outro clube.

 

1952 – 1953: Busca por espaço no Comercial Futebol Clube


Com a ausência de oportunidades de Dino Sani na volta a SE Palmeiras, o Comercial Futebol Clube que era sediado na capital paulista, comprou seu passe junto ao Alviverde, e ainda trouxe seu companheiro Gino.

Dino Sani ficou no Comercial por duas temporadas e se destacou no elenco do modesto clube ao empatar com o próprio Palmeiras em uma partida. Depois, o clube se fundiu com o São Caetano Esporte Clube e virou a Associação Atlética São Bento e o meio campista chamou a atenção de um outro grande clube da capital , o São Paulo.

 

1954 – 1960: O auge da carreira no São Paulo


Após conquistar o Campeonato Paulista de 1953, o São Paulo Futebol Clube saiu em busca de mais reforços, para continuar em alta no estado. Com isso, o Tricolor buscou Dino Sani no Comercial da capital, clube que passava por um processo de fusão.

Com 21 anos de idade, e ainda atuando na meia direita, ajudou o São Paulo a ficar com o vice-campeonato estadual em 1956, demonstrando toda sua classe e habilidade no meio campo. No ano seguinte, com a lesão do volante Ademar, o icônico treinador húngaro Bella Guttman recuou Dino Sani para a posição da cabeça de área.

O meia alertou o treinador de que nunca havia jogado naquela posição, mas Bella o bancou como volante, e deu muito certo. Sani passou a se destacar por sua técnica na saída de bola, passes precisos, ótimo poder de marcação e facilidade para marcar gols em cobranças de falta.

Em 1957, ano da mudança de posição, foi um dos principais jogadores na conquista do São Paulo do Campeonato Paulista. Nos anos seguintes, o clube não repetiu as mesmas campanhas, não indo além do vice-campeonato estadual em 1958. 

Dino Sani impressionava com a qualidade de chegar ao ataque, tendo marcado muitos gols pelo clube, seja como meia direita ou como volante. Ao todo foram  325 e 113 gols marcados pelo São Paulo, quantidade de gols superior a muitos craques ofensivos que jogaram no SPFC como Canhoteiro e Friedenreich. Com isso, embora sem muitos títulos, tornou-se um dos grandes ídolos do Tricolor do Morumbi.

 

1961: Rápida passagem pelo Boca Juniors


Breve passagem pelo Boca Juniors.

O elenco do São Paulo não era mais tão forte como em outros anos, no início da década de 1960. Mesmo assim, Dino Sani seguia como destaque da equipe e foi participar de um torneio de verão em Buenos Aires, contra o Boca Juniors na temida La Bombonera. Então, o volante fez uma partida irretocável na vitória por 5 a 2 marcando os principais jogadores do time argentino, o que encantou o presidente do Boca, que o decidiu contratar imediatamente.

Assim, os Xeneizes pagaram um milhão de dólares para contar com o jogadori naquela temporada.Mesmo assim, Sani foi em maior parte do tempo reserva do time argentino, tendo efetuado ao todo 14 partidas e marcado 4 gols. Dessa forma, ele saiu ao fim da temporada para se aventurar no futebol italiano.

 

1961 – 1964: Um antigo desejo do Milan


Desde o mundial de 1958, onde Dino Sani fez parte do elenco campeão pela Seleção Brasileira, o AC Milan demonstrava interesse em contar com o seu futebol . O clube só conseguiu tal feito apenas em 1961, após poucas partidas realizadas do jogador pelo Boca Juniors.

Logo em sua primeira partida defendendo os Rossoneri fez uma exibição digna de seu futebol, sendo um dos principais responsáveis pela goleada em cima de um dos grandes rivais do Milan, a Juventus FC de Turim. Foi pedido para Sani marcar um adversário, mas ele só quis saber de jogar, e quem teve que correr atrás dele foram os atletas do rival.

Assim, Dino Sani se tornou um dos principais jogadores dos Rossoneri, voltando a atuar na meia direita e servindo seu companheiro, o ítalo-brasileiro José Altafini “Mazzola”, que comandava o ataque da equipe. Além dele, jogou ao lado de Cesare Maldini e Giovanni Trappatoni, duas lendas do futebol italiano.

Conquistou o Campeonato Italiano da temporada 1961/62 e foi o primeiro brasileiro a ser campeão da UEFA Champions League, conhecida como Copa dos Campeões no período. O time italiano era muito forte e venceu o Benfica de Eusébio na grande final do campeonato europeu, de virada por 2 a 1 com dois gols de José Altafini.

Pelo Milan, Dino fez 78 jogos e marcou 20 gols, mas deixou o clube após alguns desentendimentos com a comissão técnica a respeito da maneira que o clube estava jogando. O atleta não se conformava com a orientação defensiva da equipe, que tinha ótimos jogadores ofensivos. Como consequência, aceitou voltar ao Brasil após proposta do SC Corinthians.

 

1965 – 1968: A volta ao Brasil e final da carreira pelo Corinthians


Em 1965, na volta ao Brasil, faltava um clube do chamado “Trio de Ferro” para Dino Sani defender: o Corinthians. O presidente da época, Wadih Helu, o procurou para levá-lo de volta a São Paulo, para montar um time competitivo com a intenção de tirar o clube de um jejum de títulos.

Com pouco mais de 30 aos, Dino Sani chegou para ser um pilar da equipe, que contava com um jovem muito promissor na época, Roberto Rivellino. Dando sustentação para o jovem craque, Dino venceu a desconfiança por conta da idade avançada (para a época), sendo um dos principais jogadores do clube e se tornando um ídolo no Parque São Jorge.

Dino Sani não conseguiu tirar o Alvinegro do jejum de títulos, mas é um dos volantes que mais marcou gols pelo clube:  totalizou 32 tentos em 117 jogos pelo clube. Foi vice-campeão Paulista em 1965 e 1968, ano no qual parou de jogar.

Com a idade avançando, Dino não se via mais em condições de ajudar a equipe como antes, e seu declínio físico foi fundamental para a tomada da decisão de se aposentar dos gramados. Assim, Dino encerrou sua carreira aos 36 anos. No ano seguinte, 1969, iniciaria sua carreira como treinador no Timão.

 

Aposentadoria e carreira pós-aposentadoria


Dino Sani mostrou um bom nível de futebol até o fim de sua carreira, aos 36 anos, quando se aposentou em 1968. Ele mesmo notou que seu preparo físico já não era o mesmo, e que ficou difícil de acompanhar os jogadores mais jovens. Outro motivo, foi que ele quis parar enquanto ainda apresentava um bom nível técnico, para não ser marcado como jogador em decadência e sem ritmo.

Foi no SC Corinthians que ele tomou a difícil decisão de parar de jogar profissionalmente, que foi amenizada com a carreira que assumiu logo em seguida, de treinador. A nova fase de sua vida começou logo após “pendurar as chuteiras”, no último clube que defendeu como jogador.

Treinando o Timão ele teve bons números, embora não tenha ganhado nenhum título. Foram 121 jogos ao todo no clube. Depois, seguiu carreira treinando o Internacional de Porto Alegre, Goiás, Palmeiras, Peñarol, Flamengo, Boca Juniors e muitos outros clubes.

Dentre os destaques como treinador,  e por duas vezes o Campeonato Uruguaio com o Peñarol. 

Dino Sani como treinador

Dino Sani como técnico do Grêmio em 1990.

A carreira como treinador de Dino Sani é marcada pela facilidade que ele tinha em revelar e indicar ótimos jogadores para os clubes que dirigiu. Além disso, sua visão de jogo dos tempos de jogador foi transferida para a área técnica, algo que soube usar muito bem.

Em 1970, pouco tempo após estrear como técnico, foi convidado para treinar a Seleção Brasileira, após a polêmica saída de João Saldanha do cargo. Porém, Dino Sani fez algo que poucas pessoas fizeram ou fariam no futebol: recusar o comando do Brasil. A recusa se deu pela amizade com João Saldanha e por não aceitar as diretrizes que o comando da Seleção e o país tomavam.

Após passagem sem títulos no Corinthians, Dino Sani rumou para o Internacional, onde conquisto oo tri-campeonato gaúcho (1971, 72  e 73). No Colorado, lançou Paulo Roberto Falcão, um dos maiores ídolos da história do Internacional, no qual via uma grande semelhança com o seu estilo de jogo. Além dele, lançou também Paulo César Carpegiani e o lateral direito Cláudio.

Após sair do Internacional em 1974, passou por alguns times brasileiros (Palmeiras, Goiás e Coritibia) até desembarcar no Uruguai em 1978. No Peñarol, promoveu ao time principal o craque Rubén Paz e venceu 2 campeonatos uruguaios em 1978 e 1979. 

Após grande destaque no Peñarol, aportou de novo em terrras brasileiras. Em 1981, no Flamengo, embora não tenha conquistado títulos, foi responsável por lançar o lateral direito Leandro no início da década de 1980.

Posteriormente, em 1985, participou da montagem do elenco do Coritiba que posteriormente se tornaria Campeão Brasileiro no mesmo ano.

Sem conquistar mais títulos desde a passagem pelo Peñarol, decidiu encerrar a carreira de treinador após passagens por muitos outros clubes do futebol brasileiro e passagem pela Seleção do Qatar. Seu último clube foi o Grêmio FP no início da década de 1990.

 

Dino Sani na seleção brasileira


Dino Sani na seleção brasileira ao lado de Pelé e Pepe.

Quando começou a se destacar até se tornar um dos principais jogadores do São Paulo Futebol Clube, Dino Sani recebeu sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira. Em 1957 foi chamado para a disputa do Sul-Americano no Peru, como reserva do time que saiu como vice-campeão. 

Depois, passou foi presença constante nas convocações da seleção brasileiro, participanto inclusive do grupo que conquistou a Copa do Mundo de 1958. Ainda pela Seleção Brasileira, conquistou a Taça Oswaldo Cruz no mesmo ano do mundial, a Taça Bernardo O’Higgins em 1959, e a Copa Rocca em 1960. Fez ao todo 24 jogos pela Seleção, sendo 16 deles vitórias, além de ter marcado 4 gols

Seu nome não estava entre os cotados para defender o título em 1962, e a Itália o consultou sobre a possibilidade de defender o país. O craque recusou por amor ao Brasil, e que não conseguiria jogar a sério caso enfrentasse seu país natal. Para o mundial de 1966 esteve entre os pré-convocados, mas foi cortado após o período de treinos, que depois foi considerado fracassado por conta do resultado no torneio, e não mais esteve entre os selecionados da Seleção.

Copa de 1958: Dino Sani começa como titular, mas é substituído por Zito

Dino Sani, então volante titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958,  atuou apenas nas duas primeiras partidas, contra Áustria e Seleção Inglesa. Contra o primeiro adversário, boa atuação do camisa 5 na vitória por 3 a 0. Na segunda partida, seu poder de marcação e atuação ao lado de Didi formando a segunda linha defensiva no meio campo foi importante para manter o 0 a 0 contra os ingleses.

Depois disso, antes da partida contra a União Soviética, Dino se contundiu e sua vaga foi ocupada por Zito. Embora as características fossem diferentes, seu substituto deu conta do recado. Assim, do banco, acompanhou Pelé, Garrincha, Nilton Santos e companhia, que conduziriam o Brasil até o título.

 

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