A incrível passagem de Romário pelo Flamengo!
Índice
- 1 O craque que retornou ao Brasil como melhor do mundo
- 2 Romário chega ao Flamengo como melhor do mundo
- 3 Flamengo 1995: O melhor ataque do mundo, mas que não deu certo
- 4 As primeiras temporadas no Flamengo
- 5 As idas e vindas do Valencia/ESP para o Flamengo
- 6 A incrível média de gols de Romário na Gávea
- 7 🏆 Os Títulos de Romário no CR Flamengo!
O craque que retornou ao Brasil como melhor do mundo
Romário é sem dúvida um dos maiores atacantes na história do futebol mundial. Letal dentro da grande área, em seu início como profissional, ainda no Vasco da Gama e, em seguida, no PSV Eindhoven/HOL, também dava arrancadas imparáveis. A consagração mundial viria com o título da Copa do Mundo de 1994 e por sua histórica e excêntrica passagem no gigante Barcelona, de Johan Cruyff.
E foi nesse cenário, de melhor jogador do mundo, que Romário resolveu forçar a sua saída do Dream Team espanhol para retornar ao Brasil, mais precisamente ao Rio de Janeiro, para o Flamengo. E na Gávea o baixinho viveria talvez seu período na carreira com maior variações, com muitos gols, polêmicas e poucas conquistas, por conta da instabilidade do clube naquele período.
Romário chega ao Flamengo como melhor do mundo
O baixinho nunca escondeu seu desejo de estar sempre no Rio de Janeiro, para pegar a sua praia, jogar seu futevôlei e encontrar os amigos. E desde que foi atuar na Europa, quando em 1988 foi contratado pelo PSV, da Holanda, o craque já demonstrava uma forte personalidade mesmo atuando em territórios nada favoráveis.
Sempre que possível e tinha uma folga, o artilheiro partia para a Cidade Maravilhosa para “descansar”. Nesta fase já são várias as histórias dos rápidos e longos voos Holanda-Rio de Janeiro, as vezes para passar apenas 12 horas em sua cidade e depois retornar à Europa.
E depois de conquistar a Holanda, ser contratado em 1993 para fazer parte do então Dream Team do Barcelona, ser um dos melhores jogadores do mundo, e no ano de 1994 ser o protagonista do tetracampeonato mundial com a seleção brasileira, Romário decidiu que era hora de voltar para seu amado Rio de Janeiro.
Os atos de indisciplina no Barcelona foram aumentando, até que Johan Cruyff decidiu se desfazer do polêmico atacante. E em uma transação deque totalizou então 7 milhões de dólares – ainda que o valor estimado na época era de 12 milhões – o Flamengo decidiu contratá-lo.
🇧🇷 Chegada de Romário ao Flamengo pic.twitter.com/ISNwjCAg4B
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Sua apresentação na Gávea ocorreu no dia 14 de janeiro de 1995, com uma grande festa e carreata pela Cidade Maravilhosa. O impacto de sua contratação foi alta. Naquele período o Baixinho era disparado e apontado como o melhor jogador do mundo, recebendo o prêmio pela temporada de 1994.
Flamengo 1995: O melhor ataque do mundo, mas que não deu certo
O melhor ataque do mundo Sávio, Romário e Edmundo ♫ pic.twitter.com/BGuMvbCqrx
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Contando com o apoio financeiro de grandes empresas como o Banco Real, a Brahma, o Grupo Bandeirantes e a Multiplan, o negócio da contratação de Romário foi viabilizado em 1995, como grande presente para a torcida Rubro-Negra, no ano de seu Centenário. E para ser um ano histórico, não seria somente Romário que chegaria ao Maior do Brasil.
Mais dois tetra campeões do mundo em 1994 se juntariam a Romário na formação de um esquadrão. Chegavam o lateral-esquerdo Branco, assim como o zagueiro Ronaldão. Mas a outra cereja do bolo seria a chegada de outro temperamental atacante. Edmundo, o “Animal”, era alguns anos mais novo que Romário, e iniciou sua carreira de forma meteórica na SE Palmeiras (após também surgir no Vasco da Gama). Era, naquele período e após seus anos pelo Verdão, o principal atacante do futebol brasileiro. Sua chegada impactou ainda mais aquele Flamengo de 1995, que já contava com um jovem ídolo, cria da casa, Sávio.
Estava formado o “Melhor Ataque do Mundo”. Mas na prática não seria isso que os torcedores veriam. Se nas primeiras partidas com o trio (Edmundo chegou em maio de 1995) mostrou uma boa sintonia, no final acabaram não se entrosando e tendo diversos problemas, dentro e fora do campo. Já nessa temporada de 1995, o Flamengo brigou no Campeonato Brasileiro para não ser rebaixado.
“Romário era antes um ídolo. Virou um amigo e depois virou um rival”, diria anos mais tarde Edmundo.
Ainda assim, Romário teve uma alta média de gols, encerrando a temporada com 45 gols, enquanto Sávio fez 27 e, Edmundo, que não disputou o Campeonato Carioca 1995, marcou apenas 9 gols.
As primeiras temporadas no Flamengo
Mesmo com o fracasso do “Melhor Ataque do Mundo”, Romário foi o grande destaque na sua primeira temporada de Flamengo, anotando 45 gols. Além disso, foi o grande nome no único troféu que o clube levantou em 1995, quando inclusive marcou um Hat-Trick na decisão da Taça Guanabara contra o Botafogo/RJ, em eletrizante vitória por 3 a 2.
No Campeonato Carioca de 1996, o Baixinho foi o artilheiro da competição com 26 gols. A campanha terminou com o título estadual do Flamengo de forma invicta com Romário como o grande destaque nos dois turnos. E após rápida passagem pelo Valência/ESP, o atacante retornaria à Gávea ainda em 1997, ainda com uma alta média de gols, 35 gols naquele ano pós-retorno.
Após mais uma rápida temporada novamente na Espanha e de volta ao Valência, retorna ao Flamengo e, nos anos de 1998 e 1999, marca o total de 85 gols em 101 partidas. Alguns considerados antológico em sua carreira, entre eles o “gol de elástico” contra o Corinthians, válido pelo Torneio Rio-São Paulo de 1999, no Estádio do Pacaembu. O volante corintiano Amaral é quem se lembra bem!
As idas e vindas do Valencia/ESP para o Flamengo
Como em toda sua carreira, Romário teve chegadas triunfantes junto a saídas polêmicas pelos clubes onde atuou. Forçou a saída do PSV para jogar no FC Barcelona, e posteriormente forçou para deixar o clube “Blaugrana” para atuar no Flamengo. Era um rebelde que tomava conta do seu próprio nariz, sem medo de chatear torcedores.
Após a conquista do Campeonato Carioca 1996, o craque foi negociado com o Valência/ESP, e assim iniciou sua segunda passagem pelo futebol espanhol. O clube da Galícia tinha interesse no Baixinho desde 1993, mas só conseguiu contar com o futebol do atleta anos depois, na esperança de colocar o time na briga pelo topo da tabela no país.
Porém, o ímpeto de Romário naqueles tempos era muito poderoso e o atacante não conseguia seguir as regras impostas aos seus companheiros de time, ocasionando muitos problemas de relacionamento. Um dos maiores em sua passagem pelo Valencia foi com o mítico treinador espanhol Luís Aragonés, que não aceitava os privilégios do gênio dentro nem fora de campo.
Ele ainda retornaria ao clube espanhol quando este era já comandado pelo argentino Jorge Valdano. Ai, seriam as lesões que prejudicariam seu desempenho desde a pré-temporada, perdendo espaço no time. Com a chegada de Cláudio Ranieri o ciclo de Romário então encerrava-se na Galícia.
A última passagem pelo Flamengo
No final da temporada de 1997, Romário acertaria o seu retorno em definitivo para o Flamengo, onde atuaria nos dois anos seguintes. Novamente foi o destaque do clube da Gávea, marcando um caminhão de gols e se tornando artilheiro de alguns torneios. E mesmo com seu desempenho no Carioca 1998, onde foi o artilheiro, problemas de contusão novamente assombram a carreira do baixinho que fica de fora da lista final de convocados para a Copa do Mundo de 1998. No Campeonato Brasileiro de 1998, disputaria 20 partidas com 14 gols anotados.
Em 1999, voltou a ser campeão Carioca, agora sobre o Vasco da Gama, que tinha como líder o agora rival Edmundo. Foi novamente o artilheiro da competição, assim como na Copa Mercosul, onde o Flamengo seria o campeão, porém, sem a presença do Baixinho. Após ser flagrado em uma boate na cidade de Caxias/RS, após derrota no Campeonato Brasileiro, O craque foi punido com a rescisão de seu contrato. Estava, assim, encerrada a sua polêmica e goleadora passagem pelo time Rubro Negro.
A incrível média de gols de Romário na Gávea
A passagem de Romário pelo Flamengo, com muitas idas e vindas, além das polêmicas, também contou com muitos gols. Com seu altíssimo poder de finalização, Romário colecionou artilharias nos campeonatos que disputou com a camisa Rubro Negra. Só no Campeonato Carioca o Baixinho emendou quatro vezes seguidas a artilharia da competição, entre os anos 1995 até 1999. Mesmo com (entre)passagens pelo Valência/ESP, o craque esteve em campo em cinco edições do estadual.
⚽ Na primeira temporada bateu na trave da artilharia, com 26 gols, ficando um gols atrás de Túlio Maravilha, do Botafogo/RJ. Foi o ano que Romário, Túlio Maravilha e Renato Gaúcho disputaram quem era o Rei do Rio.
⚽ No ano seguinte, em 1996, marcou o mesmo número de gols, mas desta vez sem dar chance para ninguém o alcançar no topo dos artilheiros do Rio de Janeiro.
⚽ Em 1997, os 18 gols que foram suficientes para ser o goleador máximo do Carioca, sendo que nos anos seguintes os 10 e 18 gols anotados, respectivamente, novamente o coroariam com a artilharia.
⚽ Contabilizando 280 partidas pelo CR Flamengo, Romário anotou o total de 204 gols, uma média de 0,85 gols por jogo. Ainda é o quinto maior artilheiro na história do clube.
Outras Artilharias:
Mas não foi só no campeonato estadual que o Baixinho seria artilheiro pelo Flamengo.
⚽ No Torneio Rio-São Paulo de 1997, marcou 7 gols e foi o maior goleador.
⚽ Em 1998, mais 7 gols para o coroar artilheiro da Copa do Brasil, assim como no ano seguinte e com o mesmo número de bolas na rede.
⚽ Fechando 1999, com seus 8 gols que ajudaram o clube a ir adiante na Copa Mercosul, foi o goleador máximo. E isso sem disputar as fases finais após ser desligado do clube.
🏆 Os Títulos de Romário no CR Flamengo!
Flamengo: "Show de Romário garantiu título da Taça Guanabara de 1995" – https://t.co/5wC8LhTfgO pic.twitter.com/qcIHuIckOF
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Mesmo com tantos gols e vivendo um de seus auge físico e técnico da carreira, nos anos 1990 os times brasileiros ainda contavam com verdadeiros esquadrões. No período, os clubes ainda conseguiam segurar grande parte de suas estrelas, com campeonatos do mais alto nível técnico. Foram anos, também, que o Flamengo passava por graves problemas financeiros e de estrutura, atrasando sempre os salários dos atletas. E foi este tipo de situação que fez com que Romário não conquistasse tantos troféus pelo time da Gávea. Porém, ainda conseguiu levar o clube a algumas conquistas:
🟢 Em seu primeiro ano no clube, em 1995, onde se esperava muito por conta do centenário Rubro Negro, apenas a Taça Guanabara foi levantada. Feito esse que se repetiu em 1996 e 1999.
🟢 Já o Campeonato Carioca, Romário ajudou o clube a ser campeão nos anos de 1996 e 1999. Sendo que, na primeira conquista, venceu os dois turnos, a Taça Guanabara e a Taça Rio.
🟢 Fechando seus títulos pelo Flamengo, há de considerá-lo campeão da Copa Mercosul de 1999, onde ainda foi o artilheiro do torneio.
Mesmo com a ausência de uma grande conquista, Romário apresentou um futebol de altíssima qualidade pelo clube da Gávea. Quando chegou era o atual melhor jogador do mundo, tendo ficado em quarto lugar na eleição da FIFA no ano seguinte, um fato inédito para um jogador atuando no futebol brasileiro. Depois ele voltaria a vestir a camisa do Vasco da Gama, o que acabaria “manchando” com os torcedores Rubro-Negro essa sua passagem histórica no time da Gávea.
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Valência não fica na Galicia. E a capital da Província de mesmo nome.