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Pedro Virgilio Rocha Franchetti, ou simplesmente Pedro Rocha, foi um dos maiores jogadores na história do Uruguai. Quando chegou ao Brasil, contratado pelo São Paulo, era considerado um dos principais meias do mundo, de um histórico time do Peñarol, um dos grandes da década de 1960.
Ambidestro, além da organização e do talento com a bola nos pés, Pedro Rocha também era reconhecido por ser muito forte no cabeceio, forma que marcava diversos de seus gols.
Pela seleção uruguaia é, até os dias de hoje, o único atleta a disputar quatro Copas do Mundo com a Celeste (1962 / 1966 / 1970 / 1974).
O início de Pedro Rocha foi no Peñarol, do Uruguai. Estreou como profissional no ano de 1959, aos 17 anos. Se no começo da carreira atuava como um autêntico ponta esquerda, período que se tornou num dos principais jogadores da equipe, ao longo do tempo foi trocando de posição até chegar na de meio campista clássico.
Após o seu companheiro Cubilla ser vendido para o Barcelona/ESP, Rocha inverteu o lado de campo e passou a atuar na ponta direita.
Com faro de gol, a lenda chegou também a jogar como centroavante, mas foi na meia esquerda que se estabeleceu como “o cara” da equipe. Essa mudança ocorreu justamente em um clássico contra o Nacional/URU.
O Peñarol perdia o jogo, e com ele orquestrando a criação da equipe, a partida virou: 3 a 2 para os Aurinegros. A partir daí a lenda não deixou mais a posição que os grandes craques atuam. No meio de campo, vergando a Camisa 10.
Um dos grandes líderes do maior time de todos os tempos do Peñarol, contava como nomes como: Maidana, Caño, Lezcaño, Caetano, Goncalves, Abadie, Sasia, além do equatoriano Alberto Spencer, até hoje o principal goleador da Copa Libertadores da América.
Pelo Peñarol, Pedro Rocha conquistou o Campeonato Uruguaio por oito vezes. A Copa Libertadores da América em três oportunidades, além de dois Mundial Interclubes, e uma Recopa dos Campeões Intercontinentais.
Com o seu ótimo desempenho, o jogador ainda foi para a seleção da FIFA em 1968, sendo um reconhecimento como um dos melhores meias do mundo. No período, ainda defendeu a Seleção Uruguaio na Copa do Mundo de 1962 e 1966.
Após pouco mais de uma década no Peñarol, Pedro Rocha saiu do clube com 14 títulos coletivos, além de artilheiro em cinco competições. Ao todo, foram 159 jogos, com 81 gols pelo clube.
🇺🇾 Há 78 anos, em Salto, no Uruguai, nascia o ídolo inesquecível Pedro Rocha.
O craque, falecido em 2013 e que fez 119 gols em 393 jogos com a camisa tricolor, é, e será para sempre, um dos maiores da nossa história. 🇾🇪 pic.twitter.com/lP3w6U0C60
— São Paulo FC (@SaoPauloFC) December 3, 2020
Após deixar o Uruguai como um dos melhores meias do mundo, Pedro Rocha chega ao Brasil para brilhar no São Paulo Futebol Clube. Chegou com status de estrela e, ao longo dos anos, demonstrou do porquê disso.
“Ele era muito técnico. Não olhava para a bola, o tempo inteiro com a cabeça erguida. Também batia falta muito bem. E era um líder, um líder do bem, positivo, que passava coisas boas para nós”, relembrou Muricy Ramalho, que atuou com o uruguaio no Tricolor Paulista.
O momento do São Paulo era de euforia. O time havia acabado de conquistar o Campeonato Paulista após muitos anos, além de ter finalizado a construção do Estádio do Morumbi. No São Paulo, o meia atuou também com lendários jogadores como: Gérson, Valdir Peres, Pablo Forlán, Gilberto Sorriso, Chicão, Toninho Guerreiro, Serginho Chulapa, entre outros.
O uruguaio Pedro Rocha ficou no São Paulo até 1977, sendo fundamental por todo o período. Conforme as estrelas iam se aposentando, ou saindo, ele permanecia se tornando no grande líder do time. Inclusive, com ele o Tricolor Paulista chegou pela primeira vez em uma final da Copa Libertadores da América, em 1974, perdendo para o Independiente da Argentina.
Pelo São Paulo, o uruguaio conquistou dois Campeonatos Paulistas e o Campeonato Brasileiro de 1977. Além disso, foi o artilheiro da Copa Libertadores em 1974, com sete gols, e do Brasileirão de 1972, com 17 bolas nas redes.
Com a artilharia de 72 foi o primeiro jogador estrangeiro a ser o goleador máximo de um Campeonato Brasileiro. Um ano depois, pela Revista Placar, recebeu a Bola de Prata de 1973.
Ainda pela Revista Placar, Pedro Rocha foi eleito para o “Time dos Sonhos do São Paulo”, onde atuaria ao lado de Raí, como os armadores.
Ao todo, foram 119 gols anotados pelo Tricolor Paulista em mais de 300 jogos pelo clube. Em 2020, em uma votação aberta aos torcedores, Pedro Rocha foi eleito o maior ídolo uruguaio do clube, superando Diego Lugano, Darío Pereyra e Pablo Forlán.
Após deixar o São Paulo, aos 35 anos, Pedro Rocha passou por algumas equipes no Brasil, como Coritiba, Palmeiras e Bangu. Foi para o Monterrey, do México, até encerrar sua carreira no Al-Nassr, da Arábia Saudita.
Pelo Coritiba, foi campeão do Campeonato Paranaense em 1978. Mas em nenhuma destas equipes onde atuou na reta final de sua carreira ficou por mais de uma temporada.
Em 1980, o lendário craque uruguaio decidiu encerrar o ciclo como jogador profissional. Totalizou 620 jogos com 213 gols.
Pelo Uruguai, Pedro Rocha conseguiu um feito que ainda não foi quebrado até hoje. Ele é o único uruguaio a disputar quatro Copas do Mundo, nas edições de 1962, 1966, 1970 e 1974. Inclusive, em 1970, ele comandava a Celeste Olímpica, que chegou até as semifinais do mundial.
Porém, lesionado, o jogador não pode atuar, e dessa forma a equipe caiu diante do Brasil de Pelé, Gérson, Rivellino, Jairzinho e companhia. A partida terminou com o placar de 3 a 1.
Com a camisa do seu país foi o artilheiro das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo FIFA 1966. Ele anotou quatro gols. Um ano depois, em 1967, viveu outro grande momento com a seleção.
Pedro Rocha anotou três gols na Copa América, sendo eleito o melhor jogador do torneio, ajudando o Uruguai a conquistar o título. Na época, o mesmo era em pontos corridos, e a Celeste superou a Argentina, que ficou na segunda posição.
Ao todo, foram 17 gols em 52 jogos oficiais pela seleção uruguaia, se tornando em uma das maiores lendas na história do futebol de seu país.