Se bater o Liverpool, será esta a maior geração na história do Real Madrid?
Índice
- 1 Não à toa, o maior clube do mundo
- 2 Por que os tricampeões da CL já estão no Olimpo?
- 3 O Real Madrid pentacampeão consecutivo da Europa
- 4 Antes de CR7, uma geração comandada por Raúl “Madrid”
- 5 A Champions League não veio em 2011
- 6 Após “La Décima” em 2014, Real alcança o improvável
- 7 (2016-2018) Real Madrid consagra CR7 com o tricampeonato Europeu!
- 8 Sai Cristiano Ronaldo, mas base permanece
Não à toa, o maior clube do mundo
O Real Madrid é um dos maiores símbolos do futebol mundial. Como prova disso, o clube merengue conta, atualmente, com 13 títulos de Liga dos Campeões, 7 Mundiais de Clubes, 35 troféus do Campeonato Espanhol, além de 19 Copas do Rei. Para conquistar tantas taças, teve ao longo de sua história alguns dos maiores craques do futebol. Entre eles, estrelas como Alfredo Di Stefano, Ferenc Puskás, Kopa, Gento, Raúl e, mais recentemente, Cristiano Ronaldo.
Neste século, os Blancos não apenas mantiveram a fama de ter verdadeiros esquadrões, como também ganharam muitos títulos. O feito mais impressionante do período foi a conquista consecutiva de três Champions League – temporadas 2015/16, 2016/17 e 2017/18. E para este feito, teve como base jogadores do calibre de Sergio Ramos, Marcelo, Casemiro, Modric, Kross, Cristiano e Benzema.
E já sem a presença de CR7 e o capitão/xerife Sergio Ramos, esta geração tem a oportunidade de ter um canto do cisne, ou seja, talvez conquistar pela última vez a taça de clubes mais cobiçada da Europa, em partida contra o Liverpool, no próximo dia 28 de maio. Seria esta a maior geração do clube merengue em sua vitoriosa história?
Por que os tricampeões da CL já estão no Olimpo?
Se não existe discussão sobre o lugar dos tricampeões da Champions League na história do Real Madrid é porque o time liderado por Cristiano Ronaldo fez coisas que beiram o impossível. Campeão do torneio na temporada 2013/14 com Carlo Ancelotti, o clube merengue apostou no ídolo Zinedine Zidane para comandar a equipe após a decepcionante temporada de 2014/2015.
Zizou chegou sob desconfiança, mas não precisou de muito tempo para mostrar do que os Blancos seriam capazes de fazer sob seu comando. Logo na primeira temporada à frente do time, o Real de Zidane conquistou a Liga dos Campeões, ao bater o arquirrival Atlético de Madrid, assim como dois anos antes. Na temporada seguinte, derrotou a Juventus, e ainda arrebatou o Campeonato Espanhol. No tricampeonato (consecutivo), o time bateu o Liverpool, de Jürgen Klopp e Mohamed Salah.
Com a possibilidade de conquistar a 5ª Champions League em nove temporadas, seria esta a maior geração do clube merengue em sua história?
O Real Madrid pentacampeão consecutivo da Europa
Enquanto alguns torcedores merengues questionam se o campeão europeu no ciclo 2013-2018 pode ser o maior de todos os tempos do Real Madrid, a disputa é feroz. Uma das maiores equipes de todos os tempos é o célebre Real Madrid da década de 1960, vencedor das cinco primeiras edições da Copa dos Campeões (1956-1960), a antiga versão da Champions League. Com a base formada por gênios como Alfredo Di Stefano, Raymond Kopa, Ferenc Puskás e Paco Gento, a geração em questão ainda venceu títulos em território espanhol e se sagrou Campeã Intercontinental em 1960.
Os argumentos são fortes para aqueles que escolhem o Real Madrid da década de 1950 como o melhor time merengue de todos os tempos, apesar de todos os feitos da geração iniciada com CR7 e Sergio Ramos e perto da despedida com Casemiro, Modric, Marcelo, Kross e Benzema, com idades mais avançadas.
Antes de CR7, uma geração comandada por Raúl “Madrid”
Cria da base merengue, Raúl González viveu no clube entre 1993 e 2010. Quando se despediu dos Blancos, encerrou um dos maiores capítulos da história madridista com a impressão de que demoraria para alguém superar as marcas pessoais do atacante espanhol. “Raúl Madrid”, como era chamado por ser a personificação do clube, ganhou pelo maior time da capital espanhola, entre outras taças, 3 Ligas dos Campeões, 6 títulos do Campeonato Espanhol e 2 Mundiais de Clubes.
Para conquistar tantas coisas na passagem pelo Santiago Bernabéu, Raúl teve ao lado grandes esquadrões, jogando com Casillas, Roberto Carlos, Fernando Redondo, Clarence Seedorf, Zidane, Figo e Ronaldo Fenômeno.
Quando Raúl saiu, em 2010, o Real já não tinha no elenco muitas das figuras que ajudaram o camisa 7 nas principais conquistas de sua passagem. Porém, uma nova cara já se mostrava, naquele que seria o time a dominar a Europa nos próximos anos. Sergio Ramos, Marcelo, Xabi Alonso, Özil, Kaká, Di María, Benzema e Cristiano Ronaldo já estavam no clube.
A Champions League não veio em 2011
Com a saída do experiente e líder Raúl González, a temporada de 2010/2011 do Real Madrid terminou apenas com a conquista da Copa do Rei. O saldo, porém, não deixou de ser frustrante para os merengues, já que, na mesma temporada, viram o arquirrival Barcelona, comandados por Pep Guardiola e elenco, vencer a Liga dos Campeões. Os Blancos, com isso, somavam quase uma década sem ganhar a Champions League, e já sentiam a pressão de ter um elenco excelente no papel e incapaz de entregar à torcida o principal título da Europa. Não bastasse a ausência do título europeu e a quebra das expectativas, os merengues ainda foram eliminados pelo maior rival nas semis da competição, em partidas que foram verdadeiras batalhas.
Festa na Catalunha: O ápice do rival Barcelona!
Semanas após despachar o Real Madrid nas semifinais, o Barcelona chegava à final da Champions League para enfrentar o Manchester United. Ali conquistaria pela quarta vez a Europa em sua história. Festa do lado catalão, que ainda levou o Campeonato Espanhol, deixando o Real com a segunda colocação. Não foi um período fácil para os merengues, que precisariam se reforçar para voltar a vencer a Liga dos Campeões na temporada 2013/14.
Após “La Décima” em 2014, Real alcança o improvável
Os madrilenhos trocaram o treinador para a temporada 2013/14: saiu o polêmico José Mourinho e chegou o experiente e calmo Carlo Ancelotti. Sob o comando de outro grande técnico, mais a chegada de novas peças ao elenco merengue, a expectativa continuou para vencer a Champions League. A primeira fase se mostrou tranquila, e no mata-mata, os Blancos bateram fortes equipes como Borussia Dortmund e Bayern de Munique. O time chegava à final para encarar ninguém menos do que o rival da cidade, Atlético de Madrid, que buscava o seu primeiro título da Champions.
Após sofrer um gol aos 36 minutos na primeira etapa e passar o resto da partida atrás do empate, Sergio Ramos marcou nos acréscimos do jogo para levar os madridistas à prorrogação. Nos trinta minutos após o tempo regulamentar, o Real deslanchou: marcou mais três vezes e levantou a taça mais importante do continente. Na mesma temporada, o time merengue ainda ganhou a Copa do Rei — e o melhor ainda estava por vir, no ciclo 2016/2018, quando os madridistas realizaram um feito gigantesco: a conquista de três taças consecutivas da Champions.
(2016-2018) Real Madrid consagra CR7 com o tricampeonato Europeu!
Para levantar três troféus em sequência, o Real Madrid precisou passar por alguns desafios que apenas um campeão da Champions é capaz de superar.
-
O primeiro ato
No primeiro ano de conquista, na temporada 2015/16, os madrilenhos tiveram pela frente ninguém menos do que PSG, Manchester City e Atlético de Madrid, equipes candidatíssimas ao título. Todas foram derrotadas pelos Blancos, inclusive o time Colchonero na decisão. Apesar do triunfo, a partida não foi sem emoções para os merengues, já que o empate em 1 a 1 do tempo regulamentar persistiu até a prorrogação. Foi nos pênaltis que o caneco foi decidido, com Juanfran desperdiçando a cobrança do lado vermelho e branco e Cristiano Ronaldo decidindo do lado Blanco. Foi construído o primeiro pilar do feito histórico.
-
O segundo ato
Há quem diga que defender um título é mais difícil do que conquistá-lo, especialmente devido à pressão crescente e ao preparo dos adversários. E como não há time mais vencedor do que o Real Madrid na Liga dos Campeões, a equipe de Sergio Ramos, Marcelo, Modric, Bale, Cristiano e companhia partiu para um bicampeonato dificílimo.
Além de enfrentar o Atlético de Madrid, novamente pelo caminho merengue, o Real precisou encarar um forte Bayern de Munique e chegou na decisão do torneio contra a Juventus, que havia eliminado o Barcelona em sua campanha de mata-mata. Em Cardiff, cidade da final, uma goleada de respeito aplicada sobre a Velha Senhora, gols de Cristiano Ronaldo, duas vezes, Casemiro e Asensio. Se vencer a Orelhuda já é um feito e tanto, levantá-la em sequência é uma conquista que poucos tiveram o prazer de conseguir.
-
O terceiro e último ato
Com doze troféus até então conquistados, o Real mantinha a sede por mais. Na temporada 2017/18, a equipe novamente enfrentou e eliminou rivais que brigavam pelo título europeu: foram para casa PSG, Juventus e Bayern de Munique, com Cristiano Ronaldo brilhando e sendo artilheiro do torneio, assim como foi nas edições 2015/16 e 2016/17.
Na final, os madridistas precisaram derrotar o fortíssimo Liverpool de Klopp, em Kiev; na campanha, os Reds já haviam deixado para trás o Manchester City e a Roma, que fez uma grande campanha na temporada. E assim veio a consagração do tricampeonato consecutivo: 3 a 1 para a equipe comandada por Zidane e o 13° título de Liga dos Campeões na prateleira, um feito até o momento inigualável.
Sai Cristiano Ronaldo, mas base permanece
Luka Modric, Casemiro e Toni Kroos pelo Real Madrid:
Jogos: 413 – 314 – 342
Gols: 29 – 30 – 25
Assists: 56 – 21 – 78
Acerto passe: 89% – 86% – 93%
Acerto passe longo: 77% – 72% – 86%
Notas: 7.19 – 7.27 – 7.55
Títulos: 17 – 15 – 14Um dos maiores trios da história do futebol! 👏 pic.twitter.com/cAdOYbLfmu
— SofaScore Brazil (@SofaScoreBR) January 17, 2022
Após vencer a quarta Liga dos Campeões atuando com a camisa Blanca, a quinta da carreira, Cristiano Ronaldo se despediu do Santiago Bernabéu. Saiu do Real Madrid com 451 gols marcados e 16 títulos na bagagem, um feito gigantesco para os padrões madridistas e para o futebol mundial.
A perda do histórico camisa 7 abalou o Real Madrid, que precisou de outros nomes do elenco para sustentar a ausência do português. O jogador que mais cresceu no time e assumiu a responsabilidade de liderar a equipe após a saída de Ronaldo foi Benzema, marcando gols e dando assistências em jogos importantes da equipe. O francês se tornou ainda mais decisivo e a referência no ataque madridista, que hoje também conta com os jovens brasileiros Vinicius Jr. e Rodrygo.
Próxima passagem de bastão se aproxima
Os tricampeões consecutivos da Champions remanescentes no elenco aos poucos vão envelhecendo e, mesmo que ainda entreguem excelente nível técnico, existe uma expectativa de que eles “passem o bastão”. Afinal, nomes como Éder Militão, Valverde, Camavinga, Asensio, Rodrygo e Vini Jr. já mostraram do que são capazes – e podem entregar taças para o Real Madrid. Os veteranos, por outro lado, ainda mostram muita capacidade, mas vivem suas últimas temporadas como protagonistas do time merengue.