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Em 1958, Nelson Rodrigues previu que Pelé massacraria na Copa da Suécia

30 de dezembro de 2022
Texto de Nelson Rodrigues na revista Manchete Esportiva.

Pouco antes de explodir para o mundo na Copa de 1958, que seria realizada na Suécia. Nelson Rodrigues (1912-1980), um dos maiores cronistas esportivos do Brasil, anteviu que Pelé (1940-2022) seria uma grande majestade dentro dos gramados brasileiros e mundiais. O escritor detalharia o que viu em uma partida “normal” disputada no Brasil entre Santos e América, onde um jovem de apenas 17 anos, faria todos se curvar diante de tamanho fenômeno. Um profeta, com a sensibilidade genial de um cronista único.

 

Texto publicado na revista Manchete Esportiva, em março de 1958:

Cronista Nelson Rodrigues.

Nelson Rodrigues. Divulgação/PMPA

“Depois do jogo América x Santos seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura que o meu confrade Laurence chama de ‘o Domingos da Guia do ataque’. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: – 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: – verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se ‘Imperador Jones’, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: – ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.

O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés.

Quando ele apanha a bola, e dribla um adversário é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônia. Já lhe perguntaram: – ‘Quem é o maior meia do mundo?’. Ele respondeu com a ênfase das certezas eternas: – ‘Eu’. Insistiram: – ‘Qual é o maior ponta do mundo?’ E Pelé: – ‘Eu’. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.

Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar.

Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: – ‘Vá jogarbem assim no diabo que o carregue!’

 

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De certa feita, foi, até, desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta, sensacionalmente. Numa palavra: – sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para brilhar. Não existia uma defesa. Ou por outra: – a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.

Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível.

Quero crer que a sua maior virtude seja, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés numa lambida docilidade de cadelinha.

Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete.

Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente de que precisamos. Sim, amigos: – aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.

Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro times entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós”.

 

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Gabriel Câmara
Gabriel Câmara
Jornalista especilizado em jornalismo esportivo e novas mídias, editor de Conteúdo no Lendas do Futebol.

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Reviva os melhores momentos da partida Flamengo 3x2 Atlético MG, realizada no dia 03 de outubro de 1998, no Estádio do Maracanã. Esse jogo histórico ficou marcado não somente pela virada incrível do time Rubro-Negro, como pela apresentação de gala de Romário.

O atacante marcou um gol antológico, o da vitória, e em seguida quase fez outro de placa.

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Flamengo 3x2 Atlético MG - Campeonato Brasileiro 1998

Data: 03 de Outubro de 1998
Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro 
Público: 7.467 pagantes

Escalação Flamengo: Clemer, Pimentel (Eduardo), Ricardo Rocha, Luis Alberto e Vagner; Jorginho, Fabiano (Juan), Cleison e Iranildo, Rodrigo Fabri (Caio) e Romário. Técnico: Evaristo de Macedo 

Escalação Atlético MG: Emerson, Paulo Baier, Lima, Claudio Caçapa e Vitor (Everaldo); Edgar, Boiadero, Hernani e Lincoln; Marques e Valdir Bigode. Técnico: Carlos Alberto Torres. 

Gols: Fabiano e Romário 2x (FLA), Paulo Baier e Marques (ATMG). 

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