Copa São Paulo 1993: A maior final de todos os tempos?
Índice
- 1 São Paulo e Corinthians fizeram final recheada de emoção!
- 2 Futebol Paulista 1993: Centro do futebol brasileiro e mundial!
- 3 Clima era de rivalidade após confronto na semi em 1992
- 4 Base tricolor formaria o Expressinho mais tarde
- 5 Com Sylvinho, Marques e Fabinho, Timão também chegava forte
- 6 Em competição equilibrada, Tricolor fez campanha apertada
- 7 São Paulo e Corinthians fazem final épica no Pacaembu!
- 8 Maior Final de Todos os Tempos: Quais jogadores vingaram?
São Paulo e Corinthians fizeram final recheada de emoção!
Desde a primeira edição da Copa São Paulo de Futebol Jr, do ano de 1969 para cá, a competição já obteve inúmeras finais e edições inesquecíveis. Uma das principais e mais lembradas, e para muitos a principal final, nenhuma se compara a partida entre São Paulo FC e SC Corinthians, no ano de 1993.
Recheada de ingredientes, pelo menos 50 mil torcedores estiveram no Estádio do Pacaembu para ver dois grandes times, com jogadores que mais tarde fariam brilhantes carreiras seja nas equipes em questão, como em outras grandes equipes do Brasil e do mundo. Com sete gols, além de três expulsões, a partida também seria marcada por dois pontos importantes daqueles anos de futebol brasileiro: grandes equipes com grande tensão entre as torcidas.
Aqui nós vamos relembrar tudo sobre esta grande decisão e tudo o que envolveu a finalíssima!
Futebol Paulista 1993: Centro do futebol brasileiro e mundial!
SÃO PAULO CAMPEÃO DA LIBERTADORES DE 1992 pic.twitter.com/q5tInhyo2O
— Futebol pelo Mundo (@futebolpelomu1) June 1, 2020
O início dos anos 1990 foi marcada por uma onda que colocaria o futebol paulista como o soberano no Brasil e, mais tarde, no mundo. Se em 1990 o SC Corinthians conquistaria seu primeiro Campeonato Brasileiro (sobre o São Paulo), o Tricolor Paulista venceria no ano seguinte, após duas derrotas nas finais anteriores. Em 1992 viria a primeira Copa Libertadores e Mundial Interclubes, em um time inesquecível comandado por Telê Santana e que tinha na sua base craques como Raí, Zetti, Muller, Cafú, Palhinha e Toninho Cerezo, entre outros.
E, além do São Paulo se tornar bicampeão da Libertadores e Mundial em 1993, neste mesmo ano ainda surgiria no cenário paulista o grande time da SE Palmeiras de Wanderlei Luxemburgo, bicampeão brasileiro e paulista. O futebol apresentado em São Paulo era a Meca do futebol Mundial!
Corinthians vivia período de entressafra
Antes de se enfrentarem na final da Copa São Paulo de Futebol Junior de 1993, São Paulo e Corinthians viviam momentos distintos em seus times profissionais. Naquele período o tricolor viva o melhor momento de sua gloriosa história, já o Timão passava por um reconstrução após o título Brasileiro de 1990. Ainda assim contavam com jogadores como o Ronaldo Giovanelli, Paulo Sérgio e Viola. O ano de 1992 havia sido apático para o alvinegro.
A aposta do time do Parque São Jorge era também na base, que poderia fortalecer o time profissional. Hoje, maior vencedor na história da competição, naquele ano de 1993 o Timão só tinha as conquistas de 1969 e 1970. Porém, já haviam revelados craques como Walter Casagrande, Roberto Rivellino, Ronaldo Giovanelli e o atacante Viola. Já os tricolores iam em busca da sua primeira Copa São Paulo, após duas finais em que foram derrotados nos anos de 1981 e 1992. Ou seja, era o atual vice-campeão naquele ano de 1993.
Clima era de rivalidade após confronto na semi em 1992
Com muita superioridade entre os profissionais naquele ano de 1992, quando o São Paulo FC castigou o Corinthians em três partidas, quando venceu duas, e uma inclusive com placar com direito a um 3 a 0, válido pelo Campeonato Paulista. Porém, aquele clima de rivalidade já havia começado no início de 1992, quando as duas equipes se enfrentaram pelas semifinais da Copinha.
O caso de Rodrigo de Gásperi
Em partida realizada no Estádio Nicolau Alayon, campo do Nacional da Barra Funda, os tricolores levaram a melhor e garantiram a vaga para a final pelo placar de 1 a 0. Dentro de campo, o clima foi tenso, com muitas reclamações para cima da arbitragem e discussões entre os jogadores. Infelizmente, esse clima tenso foi para fora dos gramados e ambas as torcidas se digladiaram.
Foi então que o pior aconteceu. Uma bomba arremessada pela torcida são-paulina atingiu um torcedor corintiano de apenas 13 anos. Rodrigo de Gásperi viria a falecer no local. A morte do garoto ficou marcada por ser uma das primeiras ocasionadas por confrontos entre torcidas no Brasil, e a partir dali o Ministério Público passou a tomar uma série de medidas para tentar coibir os conflitos entre os torcedores.
E esse clima da semifinal de 1992 – com muitos dos jogadores presentes nas duas disputas – também entraria na partida da final de 1993. O clima para a decisão era o mais acirrado possível.
Base tricolor formaria o Expressinho mais tarde
O forte time do São Paulo, campeão da Copinha em 1993 em final épica contra o Corinthians.
A equipe tinha nomes que se destacaram depois, como: Rogério Ceni, Pavão, Sergio Baresi, André Luiz, Cate, Jameli e outros. pic.twitter.com/AWzdJSwuVF— Arquibancada Tricolor (@arqtricolor) January 13, 2019
Uma das base mais promissoras na história do São Paulo, aquele time que se consagraria campeão da Copa São Paulo de Júnior de 1993, faria as finais por três anos seguidos. Além de 1992 e 1993, também em 1994, quando acabaram derrotados pelos Guarani/SP do atacante Luizão. E para se ter ideia da força e do talento dessa equipe naquele período, este time também seria a base do famoso “Expressinho Tricolor”, que venceria a Copa Conmebol de 1994.
Nesta equipe de 1993, pela primeira vez teria destaque o goleiro e, agora Mito Tricolor, Rogério Ceni. Além dele, eram destaques o zagueiro e capitão, Sérgio Baresi e o volante Mona. Mas o grande destaque e terror deste time era o famoso trio de ataque formado por Catê, Toninho e Jamelli – esse último o grande destaque da final, quando anotaria 3 gols.
Quem também estava neste time, mas no banco de reservas, era Caio Ribeiro, que mais tarde viria a fazer um rápido e estrondoso sucesso com a camisa tricolor. O técnico daquele time era Márcio Araújo, ex-jogador da equipe que fez sucesso nos anos 1980 como atleta tricolor e também teria uma certa carreira de treinador de destaque.
O time do São Paulo para aquela final era o seguinte: Rogério Ceni; Pavão, Sérgio Baresi, Nélson e André; Mona, Pereira e Robertinho; Catê, Jameli (Douglas) e Toninho.
Com Sylvinho, Marques e Fabinho, Timão também chegava forte
A base do Corinthians naquele período também era tida como bastante promissora. Os destaque eram o lateral-esquerdo Sylvinho – que na época era chamado de Silvinho – além dos atacantes Marques e Fabinho. Dos três, apenas Fabinho não conseguiria ter uma carreira profissional reconhecida e, naquele período, era a grande atração do time corintiano.
O time que disputou a grande final do Corinthians era: Marcos; Antônio Carlos, Gino, André Santos e Silvinho; Embu, Fabinho e Marques; Ricardinho, Hergos e Hermes. O técnico era Ivan Silva.
Timão chega à final na base do sufoco
A campanha do time de Parque São Jorge para chegar até a final da Copinha, não seria nada fácil. Pela primeira fase de grupos, os alvinegros estrearam perdendo para o Botafogo/RJ pelo placar de 2 a 1 para, logo em seguida, se recuperar e vencer o São Caetano por 4 a 0. Ainda pela primeira fase, o Timãozinho enfrentaria o Peñarol, do Uruguai, por 2 a 1. Na época, era comum que times estrangeiros fossem convidados para participar da Copa São Paulo.
Já pela segunda fase, que também seria de grupos, o time alvinegro também passaria sufoco. No mesmo grupo de Vasco da Gama, Grêmio e Bragantino, o Timão ficaria na liderança, com 5 pontos, após duas vitória e um empate. Com o mesmo número de pontos do Corinthians, porém, com menor saldo de gols, o Vasco da Gama – então campeão da Copinha de 1992 – ficaria pelo caminho. Vale destacar que no ataque cruzmaltino havia um tal de Jardel, que seria o artilheiro daquela edição de 1993, com 8 gols.
Na semifinal, mais um resultado apertado, o que mostra o quão já era disputada e equilibrada a competição naqueles anos. Já na prorrogação, o Corinthians venceu a forte equipe da Portuguesa de Desportos pelo placar de 1 a 0, com um jogador a mais e gol de Hermes, aos 120 minutos.
Em competição equilibrada, Tricolor fez campanha apertada
E mesmo com uma excelente equipe no papel, com muitos atletas que viriam a vestir a camisa do time principal, o São Paulo também sofreu para conseguir chegar a final da Copa São Paulo de 1993. Na primeira fase, em um grupo com Bahia, América de Rio Preto e Uberlândia/MG, esses dois primeiros times – ao lado do São Paulo, terminaram a primeira fase com quatro pontos – isso em um período que a vitória valia dois pontos. Bahia e São Paulo, com melhores saldos de gols, passaram a próxima fase.
Na segunda fase também de grupos, a vida da equipe tricolor também não seria nada fácil. Ao lado de Palmeiras, Matsubara e Comercial, o Tricolor Paulista terminaria na liderança com cinco pontos, um a mais do que o arqui-rival SE Palmeiras. Inclusive, contra o time alviverde, no empate por 1 a 1, marcaria o primeiro duelo na história entre aqueles que, nos próximos anos, se tornariam lendas das equipes: os goleiros Marcos e Rogério Ceni.
No último passo antes da decisão, pelas semifinais, os tricolores venceriam o forte Vitória/BA (que na época contavam com Dida, Vampeta, Paulo Isidoro e Alex Alves) pelo placar mínimo de 1 a 0, com gol do meio-campista Pereira. Sendo assim, o São Paulo chegava à sua terceira final de Copa São Paulo e na busca do inédito título!
São Paulo e Corinthians fazem final épica no Pacaembu!
A final da Copa São Paulo de Futebol Júnior desde antes já era repleta de expectativas. Mas com todos os ingredientes citados, além é claro, da gigantesca rivalidade já existente, colocava essa final como uma das mais esperadas de todos os tempos. E dentro de campo toda essa expectativa se confirmou! E por tamanha expectativa, o Estádio do Pacaembu ficou abarrotado de torcedores de todos os lados. Cerca de 50 mil espectadores estiveram presentes para acompanhar a épica final, no fatídico 25 de janeiro de 1993, em pleno aniversário da cidade de São Paulo, como manda a tradição.
E na primeira etapa, o Tricolor Paulista saiu na vantagem após entrar com tudo na partida. Em 30 minutos de jogo o time já vencia por 2 a 0, gols de Jamelli aos 16 minutos e Catê, aos 30 minutos. Com a confortável vantagem no marcador, o São Paulo FC relaxou e, aos 34 minutos, Marques descontou para o Timãozinho.
Na segunda etapa, falha de Ceni e dia de Rei de Jamelli
Se o primeiro tempo já foi movimentado, o que dizer então da segunda etapa desta inesquecível final entre São Paulo e Corinthians? Voltando com tudo para mudar a história do jogo, o Timão chegou ao empate logo aos 6 minutos, após bobeada da zaga são-paulina que viu Marques – ele de novo – empurrar a bola para o gol. Mas, aos 17 minutos, o Tricolor teria um pênalti a favor, com o zagueiro André Santos recebendo o segundo cartão amarelo por acintosa reclamação com o arbitro. Jamelli converteu e colocou o tricolor de volta na frente do marcador.
Porém, o fato de ter um jogador a menos não desanimou o Corinthians. E, aos 29 minutos, após cruzamento o jovem goleiro Rogerio Ceni falhou na saída do gol e soltou a bola nos pés de Caio Cezar, que deixou tudo igual novamente.
Contudo, não teve jeito já que aquele era o dia do atacante Jamelli. Ao receber a bola na entrada da área ele anotaria seu terceiro gol no jogo para sacramentar a vitória do São Paulo pelo incrível placar de 4 a 3, para garantir a primeira Copinha ao Tricolor Paulista.
Com São Paulo campeão, torcedores corintianos depredam o Pacaembu
Pouco depois do gol de Jamelli, o clima na partida continuou quente, sendo que os jogadores Robertinho e Fabinho trocaram socos e pontapés, e acabaram expulsos – o jogador são-paulino alegou que havia recebido uma cuspida no rosto antes da confusão. Neste clima de um jogo tenso e nervoso, os jovens atletas ainda mantiveram os ânimos exaltados até o apito final, com muitas reclamações e bate boca.
Para piorar, toda a animosidade do jogo foi para fora dos gramados, ocasionando em cenas lamentáveis. Revoltados com a derrota, torcedores corintianos saquearam bancas de alimentos nos arredores do Pacaembu, além de depredar os ônibus e metrôs da região.
Maior Final de Todos os Tempos: Quais jogadores vingaram?
Dos jogadores que atuaram na final da Copa São Paulo de Futebol Jr, alguns tiveram uma carreira mais consolidada, enquanto que outros nem tanto, entrando no rol das eternas promessas. Dentro daquele Corinthians, o maior exemplo disso foi o já citado atacante Fabinho que, mesmo ganhando a Copinha de 1995 pelo Corinthians e ter sido um dos destaques de 1993, não conseguiu deslanchar na carreira.
Já seu parceiro de ataque, Marques, foi um dos jogadores dessa grande final – e do Timão – que teve carreira consolidada, se tornando um dos grandes ídolos Atlético Mineiro, inclusive chegando até mesmo a seleção brasileira naquele final de anos 1990. Também teve boa passagem posterior no futebol japonês. Outro jogador do Timãozinho que teve uma das carreiras mais consolidadas seria o lateral Sylvinho. Além de ter sido campeão brasileiro com o próprio Corinthians no ano de 1998, também seria multicampeão com as camisas de Arsenal e FC Barcelona.
Craques do Expressinho tiveram mais sucesso na carreira
Curriculum Vitae
2x Mundial
2x Libertadores
1x Sul-americana
2x Recopa
3x Brasileiros
4x Paulistas
1x Rio São Paulo
1x Copa do Mundo
1° Melhor goleiro do mundo em 2005Uma das maiores lendas do futebol mundial largou as luvas a 3 anos!!
Prazer Rogério Ceni ❤️⚪️🖤 pic.twitter.com/4p3u7fRaZF
— Sanatório Tricolor 🏆 (@sanatorio_spfc) December 11, 2018
Do lado tricolor, o jogador mais bem sucedido sem sombra de dúvidas daquele histórico time campeão da Copinha de 1993 seria o goleiro Rogério Ceni. Com mais de 25 anos de serviços prestados ao clube do Morumbi, único time de sua carreira, colecionou taças e recordes se tornando um dos maiores – senão o maior – ídolo Tricolor.
Os outros destaques daquele time, Jamelli até teve grandes momentos na carreira, mas não de destaque como naquela fatídica final de 1993. Em 1995, foi um dos principais jogadores do Santos FC vice-campeão brasileiro, e que viu surgir o “Messias” Giovanni. Ainda teve passagem pelo futebol espanhol, no Zaragoza, e pelo futebol japonês. Já seus companheiros de ataque, Catê e Toninho, foram integrantes fundamentais da conquista da Copa Conmebol pelo Expressinho Tricolor de 1994, mas com carreiras distintas.
Catê seria uma daquelas eternas promessa do futebol brasileiro. Rrodou por equipes como Flamengo, EC Cruzeiro e Sampdoria da Itália, mas sem conseguiu se desenvolver para se tornar um jogador estável. Já Toninho, atuaria apenas por times menores do futebol brasileiro.
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