Copa América 1993: Quando a Argentina dominava a América do Sul!
Índice
- 1 Logo depois, a Argentina viveria um de seus maiores jejum
- 2 1993: Um período de muitas esperanças para a Argentina!
- 3 Como foi a participação do Brasil em 1993?
- 4 Copa América 1993: Outras seleções também chamam a atenção
- 5 O caminho da Argentina até a final
- 6 Na decisão, dois gols de Batistuta dão o título a Argentina
- 7 Após título em 1993, Argentina coleciona decepções
Logo depois, a Argentina viveria um de seus maiores jejum
Antes de uma seca de títulos que perdura por quase três décadas, a seleção da Argentina cansou de colecionar grandes conquistas e ser dominante, principalmente na América do Sul. Uma das mais respeitadas seleções do mundo, além de muitos craques, contam com dois títulos mundiais e 14 títulos da Copa América. Porém, a boa relação com as conquistas durou até o ano de 1993, ano que conquistou o bicampeonato da Copa América e com uma geração de jogadores que prometia muito, mas infelizmente não aconteceu. Jogadores como Gabriel Batistuta, Diego Simeone, Fernando Redondo, Hernán Crespo, Juan Román Riquelme, Pablo Aimar, Sórin, Carlos Tévez e, claro, Lionel Messi, não conseguiram colocar a Argentina no topo novamente.
O selecionado até esteve perto de conquistar títulos importantes nesse período, chegando inclusive a final da Copa do Mundo de 2014, sob regência de Lionel Messi, porém, acabaram derrotados pela Alemanha, que contava com uma fantástica geração.
O título da Copa América em 1993, que foi realizado no Equador, aconteceu em um período de transição da seleção Argentina, sendo lembrada pelos torcedores com muito carinho, já que se tornaria a principal conquista de uma geração de jogadores e, também, dos fanáticos torcedores argentinos. Naquele período ainda contava com alguns atletas da vitoriosa geração de 1986 e 1990, com alguns jovens que vinham se destacando.
E a frustração foi grande. A geração que chegava se mostrava muito boa que, diante de tanta expectativa, nem mesmo o torcedor argentino mais pessimista imaginaria um jejum tão grande sem conquistas. Esse jejum acabou “interrompido” nas Olimpíadas de 2008, com Messi e Riquelme a frente, mas que, ainda assim, não é um título de tanta relevância, por contar com equipes com a maioria de seus atletas abaixo dos 23 anos.
1993: Um período de muitas esperanças para a Argentina!
Em 1993, período que seria realizada a última Copa América conquistada pela Argentina, os “hermanos” atravessavam uma fase repleta de expectativas. Uma das principais seleções do mundo, levantaram a Copa do Mundo de 1986, quando explodiu o gênio de Don Diego Maradona que, já meio cambaleante, consegui levar a seleção para a final do Mundial de 1990, quando foram derrotados pela Alemanha. Com isso, e muitos jovens surgindo no futebol argentino, a expectativa era de ainda mais conquistas para os próximos anos.
Do grupo finalista do mundial de 1990 até o time campeão da Copa América de 1993, alguns lendários jogadores deram espaço para que mais novos brilhassem. Como, por exemplo, Gustavo Dezotti que daria lugar a um jovem e impiedoso atacante, com muito faro de gol, Gabriel Batistuta. Outros como, Burruchaga e Néstor Lorenzo, dariam lugar a Diego Simeone e Fernando Redondo no meio campo argentino.
Inclusive, aquele time era considerado tão bom que, para a Copa América de 1993, ainda se deu ao luxo de não contar com Maradona e Claudio Caniggia. Ambos não fizeram parte da competição de 1993, porém, participaram da Copa do Mundo do ano seguinte, em 1994, nos EUA.
Como foi a participação do Brasil em 1993?
Sempre uma das principais favoritas em qualquer competição do mundo, ainda mais quando se trata da Copa América, a seleção brasileira também passava por uma fase de transição, mas por motivos diferentes da Argentina. Naquele período, o Brasil tentava afastar o fantasma da má campanha da Copa do Mundo de 1990, quando acabaram eliminados pela própria Argentina.
Em reformulação, o escrete canarinho passou a contar com Carlos Alberto Parreira no comando técnico, em meio a uma série de novidades. Jogadores como Cafú, Antônio Carlos, Zinho, Roberto Carlos e Edmundo marcaram o inicio de uma nova geração da seleção brasileira. Sendo a Copa América de 1993 a primeira grande competição de muitos dos convocados por Parreira.
Porém, mesmo com esses jogadores que viriam a brilhar com a camisa da seleção futuramente, o Brasil não obteve muito êxito na Copa América daquele ano. Já na fase de grupos, o escrete canarinho encontrou dificuldades para se classificar na 2ª colocação de um grupo que contava também com Peru, Paraguai e Chile.
E não demorou muito para que o Brasil se despedisse rapidamente da competição, algo que aconteceu já na fase seguinte. Nas quartas de finais, os brasileiros encararam a Argentina e, após empate por 1 a 1, perdeu nas cobranças de pênaltis por 6 a 5. Na ocasião, Muller havia aberto o placar para o Brasil, e a Argentina empatou com gol do meia Leonardo Rodríguez. Marco Antônio Boiadeiro acabou por desperdiçar a sua cobrança.
Copa América 1993: Outras seleções também chamam a atenção
Assim como Brasil e Argentina, outras seleções que participaram daquela Copa América também despertaram a atenção dos amantes da bola. Como por exemplo, a Colômbia, de uma geração fantástica e que chegaria até a semifinal, sendo eliminada pela Argentina. O Equador também possuía uma geração talentosa, e também foram eliminados na mesma fase, mas para o México, que chegou à grande decisão.
México, aliás, contava com um poderoso ataque com Hugo Sánchez, craque do Real Madrid, e Luís Garcia, craque do Atlético de Madrid. Inclusive, aquela era a primeira edição da competição com seleções da CONCACAF, culminando na participação de México e Estados Unidos.
Dentre essas seleções citadas, a mais lembrada pelos torcedores, sem sombra de duvidas, foi a seleção colombiana. Com um elenco que contava com a geração mais emblemática de sua história, jogadores como Córdoba, Freddy Rincón, Carlos Valderrama, Víctor Aristizábal e Faustino Asprilla, estavam na competição. Naquela Copa América, a Colômbia passou em primeiro lugar no grupo com a Argentina, mas nas semifinais acabaram por serem derrotados pela própria Argentina.
Já a seleção do Equador, os donos da casa, usaram este fator para fazer uma de suas melhores campanhas na competição. Naquele ano de 1993, os equatorianos ficaram com a 4º colocação na Copa América, repetindo a histórica campanha de 1959.
O caminho da Argentina até a final
Na primeira fase daquela edição da Copa América, a seleção argentina encarou um grupo relativamente difícil. Teve que enfrentar a boa geração da seleção da Colômbia e a sempre complicada seleção do México. Embora ainda tivesse pela frente a fraca Bolívia. Nesse grupo, os “hermanos” conseguiram se classificar para as quartas de finais em 2º lugar, com 4 pontos.
Logo na estreia, enfrentaram a seleção boliviana e venceram pelo placar mínimo, com um gol de Gabriel Batistuta. Na partida seguinte, empate por 1 a 1 contra o México, com o já veterano zagueiro Ruggeri anotando o gol que evitaria a derrota. E para encerrar a participação na fase de grupos, mais um empate, novamente por 1 a 1, dessa vez contra a Colômbia. Nesse último jogo, Diego Simeone abriu o placar para os argentinos e Freddy Rincón empatou para os colombianos.
Classificada para a semifinal, a Argentina teria pela frente seu maior arqui-rival, o Brasil. Em um jogo muito disputado e equilibrado, o atacante brasileiro Muller abriu o placar aos 37 minutos da primeira etapa. Porém, a Argentina empatou aos 24 da segunda etapa, com gol de Leonardo Rodriguez. Na disputa de pênaltis, Boiadeiro perdeu e a Argentina levou a classificação.
Na semifinal, a revanche contra a seleção da Colômbia. E, assim como na primeira partida, mais um confronto equilibrado. Em uma partida muito pegada, a Argentina não conseguiu aproveitar a vantagem de ter um jogador a mais, após expulsão do zagueiro Perea, aos 20 minutos do segundo tempo. Dessa forma o duelo terminou empatado sem gols, com nova vitória argentina nas penalidades máximas. Vale ressaltar que a Argentina contava com, talvez, no período, o maior pegador de pênaltis do mundo, Sérgio Goycochea, que defendeu o pênalti de Victor Hugo Aristizábal.
Na decisão, dois gols de Batistuta dão o título a Argentina
El último título de la Selección Argentina: La Copa América 1993.
Nota de Diego Jolodovsky (@JoloFutbol), socio del CIHF.https://t.co/D42SbTJBMz pic.twitter.com/FXUGpmSK93
— C.I.H.F. (@CIHFHistoria) July 4, 2021
Até a decisão da competição, a seleção da Argentina fazia uma campanha irregular, acumulando mais empates do que vitórias. Diante do México, e sem ainda apresentar um bom futebol, os argentinos contavam com o favoritismo por possuir elenco mais qualificado. Porém, e mais uma vez, a seleção argentina não conseguiu desenvolver um bom futebol e a final contra os mexicanos encaminha-se para mais um empate. Foi quando surgiu a estrela do atacante Gabriel Batistuta, o “Batigol”, que com dois gols evitou que isso acontecesse.
Após passar o primeiro tempo em branco, os argentinos foram abrir o marcador aos 18 minutos do segundo tempo. Cinco minutos depois, o meio-campista Galindo empatou para o México em uma cobrança de pênalti. Os mexicanos só não contavam que Batistuta estaria em um dia tão iluminado, e faltando 15 minutos para o final do jogo, o craque anotou seu segundo gol na partida, para loucura da seleção argentina.
Nos minutos finais, os mexicanos bem que tentaram pressionar, mas todo o esforço foi em vão. Os argentinos conseguiram segurar o resultado para faturar o 14º título da Copa América de sua história.
Após título em 1993, Argentina coleciona decepções
Pênaltis, Chile x Argentina – Copa América… – https://t.co/yFCKE1eXgp pic.twitter.com/ZWzjr5fvHO
— TopGyn Notícias / O Especialista (@portaltopgyn) June 11, 2017
Após a conquista da Copa América de 1993, nem o argentino mais pessimista imaginaria que a seleção iria passar por um período tão nebuloso e sem conquistas. Sendo que logo depois do título continental, os hermanos decepcionaram já no ano seguinte, caindo para a Romênia nas oitavas de finais da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Para piorar, aquele mundial ficou marcado pela suspensão de Diego Maradona, por doping, o que sacramentou o fim de sua carreira na seleção argentina.
Nos anos seguintes, os argentinos não passaram das quartas de finais da Copa América e, na Copa do Mundo de 1998, não passaram da mesma fase ao serem eliminados pela Holanda. No mundial, de 2002, sempre com um elenco forte, novamente mais uma decepção ao sequer passar da fase de grupos.
A seleção até chegou a algumas finais de Copa América, Copa das Confederações e, até mesmo da Copa do Mundo de 2014, mas levantar a taça vem sendo uma sina para a Argentina. Após tantos fiascos, tantos jogadores de gerações promissoras, quando enfim, veremos os argentinos soltar o grito de campeão?
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