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O Guarani, de Campinas, é até hoje o único clube no interior do Brasil a conquistar o Campeonato Brasileiro, feito conquistado no ano de 1978. Além disso, o clube é conhecido por revelar diversos grandes jogadores ao futebol brasileiro, que é o casos de Careca, Luizão, Evair, Neto e João Paulo. Até o final dos anos 1990, o Bugre disputava regularmente a primeira divisão do Brasileirão, sempre com campanhas consistentes como foi a de 1994, quando o time dirigido pelo técnico Carlos Alberto Silva alcançou as semifinais da competição.
Sexto colocado no Campeonato Brasileiro do ano anterior, em 1994 o Guarani/SP havia feito um Campeonato Paulista abaixo das expectativas. Foi apenas o décimo colocado e, pior do que isso, terminou há apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. Por isso, a expectativa para o Campeonato Brasileiro não era das melhores.
O Guarani começou o Campeonato Brasileiro de 1994 com o pé direito. Venceu o Cruzeiro/MG, em casa, por 2 a 0, com dois gols de Djalminha, um dos destaques individuais daquela equipe histórica. Revelado pelo Flamengo, o meia havia sido o artilheiro do Guarani no Campeonato Paulista com 18 gols. Porém, após ter disputado apenas três partidas naquele Brasileiro acabou vendido ao Shimizu-S Pulse, do Japão.
E mesmo sem um de seus principais jogadores, o Bugre conseguiu passar pela primeira fase da competição com muita tranquilidade. Avançou em primeiro lugar do seu grupo, com direito a uma goleada marcante por 4 a 0 para cima do Santos, com destaque para dois jovens atacantes: Luizão e Amoroso.
Na sequência do torneio, o Guarani surpreendeu a todos e emplacou uma sequência de 17 jogos de invencibilidade. Classificou-se para as quartas de final do Brasileiro com a melhor campanha no geral, desbancando o favorito Palmeiras. No momento que o Brasileiro se desenrolava, Luizão e Amoroso iam se destacando cada vez mais.
Em toda a competição, eles foram responsáveis por 28 dos 45 gols marcados pelo Guarani/SP.
Se na frente a jovem dupla resolvia, lá atrás a defesa também garantia. Em 25 jogos, a equipe de Campinas havia sofrido apenas 18 gols, e até aquele momento entrava como favorita no confronto contra o São Paulo Futebol Clube, pelas quartas de final.
Comandados pelo mestre Telê Santana, o São Paulo chegava para aquele ano após o bicampeonato da Copa Libertadores da América e, também, do bi Mundial. A base daquele time campeão havia sido desfeita, mas algumas das estrelas ainda continuavam, como era o caso de Zetti, Cafu e Palhinha. E, ainda assim, era um grande time e com muito talento. Tanto é que, em 1994 o time ainda conseguiu a proeza de chegar pela 3ª vez consecutiva a final da Copa Libertadores da América. Porém, derrotados na final contra o Vélez Sarsfield, da Argentina.
O primeiro jogo das quartas de final do Brasileiro de 1994 aconteceu no Estádio do Morumbi, e acabou com a vitória Tricolor pelo placar mínimo, gol de Palhinha.
Já no confronto de volta, no Brinco de Ouro da Princesa, as coisas pareciam que não iam caminhar para o clube de Campinas. Logo aos 19 minutos, em um lance casual, o Guarani perdeu Amoroso, com uma lesão no joelho. O atacante era o melhor jogador do Bugre na competição, era o artilheiro e ainda seria o melhor jogador do Brasileirão de 1994, e faria muita falta nas semifinais contra o forte Palmeiras.
Porém, o Guarani tinha uma equipe forte. E saiu na frente do marcador, aos 32 minutos, com Sandoval em chute fora da área. Mas o São Paulo partiu para o ataque e conseguiu o empate ainda no primeiro tempo. Na volta da segunda etapa o Bugre não deu chances ao time de Telê, anotou mais três gols, sofreu mais um, e venceu de forma incontestável por 4 a 2.
A semifinal entre Guarani e Palmeiras reuniu as duas equipes que apresentavam o futebol mais envolvente do país naquele momento. O Bugre, time de melhor campanha, enfrentava o Alviverde com um elenco repleto de estrelas, vivendo o auge da Era Parmalat. Na primeira partida no Estádio do Pacaembu, o Guarani até saiu na frente com Júlio Cesar. Vantagem essa que durou apenas um minuto, quando o Verdão chegou ao empate com o zagueiro Cleber, após desviar forte chute do lateral-esquerdo Roberto Carlos.
A virada palmeirense veio na segunda etapa. Edu Lima cometeu jogo perigoso dentro da área do Guarani. Na cobrança em dois lances, Evair rolou a bola para Zinho bater no canto e fazer o segundo gol do Palmeiras.
Cinco minutos depois Evair definiria a vitória do time da casa e deixaria encaminhada a vaga do Palmeiras para mais uma final.
Na partida de volta, em Campinas, após um primeiro tempo sem gols, o Palmeiras abriu o placar com Rivaldo, após lance de contra-ataque puxado pelo volante Amaral. O Guarani pressionou, mas só conseguiu empatar aos 40 minutos do segundo tempo, com Fábio cobrando pênalti.
E aos 43 minutos, veio a ducha de água fria. Evair cruzou na área e, Rivaldo, livre de marcação, fez o segundo gol dele no jogo. Assim, o Bugre dava adeus a uma competição onde fez uma campanha histórica.
Na sequência da competição, o time comandado por Vanderlei Luxemburgo bateria o Corinthians na grande final e conquistaria o bicampeonato brasileiro.
Temporada marcante para o Guarani/SP, o clube emplacou três jogadores na seleção da Bola de Prata, principal prêmio do futebol brasileiro. Foi o segundo clube com mais representantes nesta seleção, atrás apenas do Palmeiras que teve quatro jogadores.
O Guarani foi representado pelo zagueiro Jorge Luís, e pelos atacantes Luizão e Amoroso, que também recebeu a Bola de Ouro, como melhor jogador do torneio, mesmo ficando de fora das semifinais.
Amoroso travou uma disputa acirrada com Túlio Maravilha, e os dois terminaram empatados no topo da artilharia com 19 gols.
Em 1996, ele foi vendido para Udinese/ITA e teve uma carreira internacional de sucesso, incluindo passagens pela seleção brasileira. Em 2005 de volta ao Brasil, foi campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes pelo São Paulo.
Djalminha, craque revelado pelo Flamengo, antes de brilhar pelo Palmeiras e Deportivo La Coruña/ESP, se destacou defendendo o Guarani. Em duas passagens foram 92 jogos e 44 gols. Foi um dos jogadores brasileiros mais lembrados da década, porém não teve muitas oportunidades na seleção brasileira.
Luizão, é outro jogador que chamou a atenção atuando pelo Guarani e que foi parar no Palmeiras. Ele fez parte do célebre ataque dos 100 gols do Alviverde no Campeonato Paulista de 1996, time esse que também contava com Djalminha. Luizão é, até hoje, o maior artilheiro brasileiro na história da Copa Libertadores com um total de 29 gols.
No ano seguinte, o Guarani não teve o mesmo destaque e foi apenas o 19° no Campeonato Brasileiro.
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Em qual ano gilson deu um pontapé por trás no BOP,foi expulso contra o Goiás e prejudicou o GFC?