EC Bahia

68 Títulos Oficiais
1.2 Milhões de Torcedores
Esporte Clube Bahia Salvador - Bahia - Brasil
Fundação 01 de janeiro de 1931
Estádio / Capacidade Arena Fonte Nova / 50.025
Apelidos Bahêa, Tricolor de Aço, Maior do Nordeste, Esquadrão de Aço, Tricolor da Boa Terra, Tricolor Baiano
Principais rivais Vitória
Apelido da torcida Tricolor
Mascote Super Homem e Mulher Maravilha

Títulos conquistados pelo clube

Títulos Nacionais

Competição Títulos Temporada
Campeonato Brasileiro 2 1959, 1988

Títulos Regionais

Competição Títulos Temporada
Copa do Nordeste 4 2001, 2002, 2017, 2021
Torneio dos Campeões do Nordeste 1 1948
Campeonato Baiano 49 1931, 1933, 1934, 1936, 1938,1940, 1944, 1945, 1947, 1948, 1949, 1950, 1952, 1954, 1956, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1967, 1970, 1971, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1982, 1983, 1984, 1986, 1987, 1988, 1991, 1993, 1994, 1998, 1999,[nota 4] 2001, 2012, 2014, 2015, 2018, 2019, 2020
Taça Estado da Bahia 3 2000, 2002, 2007
Torneio Início da Bahia 9 1931, 1932, 1934, 1937, 1938, 1951, 1964, 1967, 1979

História

EC Bahia: O Esquadrão de Aço, campeão Brasileiro e gigante do Nordeste

EC Bahia: O maior do Nordeste!

Um grande clube do futebol brasileiro, sendo um dos maiores do Nordeste, o EC Bahia é o maior vitorioso de seu estado. Além do sucesso e da soberania na Bahia, o Tricolor é um dos clubes mais memoráveis do Brasil. É também reconhecido nacionalmente por abraçar causas sociais de grande importância para a sociedade.

O clube é dono da maior torcida da região nordestina, que ganhou fama por ser uma das mais barulhentas e fanáticas, intimidando os adversários nos jogos da Fonte Nova e em Pituaçu.

Ao longo de sua vida, sofreu com alguns altos e baixos, Porém sua projeção nacional é comprovada com a conquista de campeonatos nacionais: por duas vezes, o Bahia faturou o Brasileiro (em 1959 e 1988), além das quatro conquistas da Copa do Nordeste, principal competição de clubes da região. No âmbito estadual, conquistou por 49 o Campeonato Baiano, com ampla vantagem de conquistas acima de seu maior rival, o Vitória. Entretanto, passou por momentos de dificuldades, quando caiu para a terceira divisão nacional nos anos 2000 e teve muitas dificuldades financeiras.

Fora do eixo Sul e Sudeste, o EC Bahia atraí grandes multidões em suas partidas por todo o Brasil, mesmo contando com menor poder financeiro, ainda figurando boas campanhas em algumas oportunidades nos maiores torneios. Contra o Vitória, realiza o maior clássico do estado e um dos mais tradicionais do país, o Ba-Vi, que por dezenas de vezes decidiu o campeonato estadual. E mesmo com grande vantagem de títulos do tricolor, nas finais do Baiano, há um um grande equilíbrio entre as equipes.

O EC Bahia é um celeiro de grandes jogadores do Nordeste, tendo revelado grandes craques ao futebol brasileiro. Nomes como Bobô, um dos maiores ídolos do clube, Nonato, Cláudio Adão, Baiaco, Zé Carlos, Marcelo Ramos, José Sanfilippo, Charles Fabian, Jorge Wagner e Daniel Alves.

Fundação do EC Bahia

O Esporte Clube Bahia foi criado em Salvador em 01 de janeiro de 1931, com ex-membros do Clube Bahiano de Tênis e a Associação Atlética da Bahia, cujas atividades ligadas ao futebol, haviam se encerrado na década de 1920.

Com o fim do futebol das agremiações, os integrantes se reuniram para discutir a fundação de um novo clube em dezembro de 1930. Na reunião, decidiu-se as cores usadas nos uniformes e nomeou-se provisoriamente o presidente, até que chegou o primeiro dia do ano de 1931 e assim ocorreu a fundação oficial do clube.

O slogan utilizado na fundação do EC Bahia foi “Nascido para vencer”, sendo que a reunião de fundação contou com diversos membros de camadas diferentes da sociedade da época, como funcionários públicos, empresários, jornalistas e estudantes. 15 dias depois, houve a publicação do estatuto do clube no diário oficial do estado, tornando oficial o novo clube.

Símbolo, escudo e cores: significado

As cores que o clube carrega são as mesmas desde sua fundação, e foram definidas na reunião que ocorreu no final do ano de 1930. Definiu-se que as camisas seriam brancas e os calções azuis com uma faixa vermelha na altura da cintura. As cores foram escolhidas para homenagear os clubes que deram origem ao EC Bahia e as cores do Estado da Bahia.

O escudo foi projetado por Raimundo Magalhães, inspirado no escudo do Corinthians, sendo alteradas as cores, a bandeira dentro do escudo e o ano de fundação. Assim, escudo do clube é redondo, carrega o nome Esporte Clube Bahia em sem entorno, com o ano de 1931 abaixo e a bandeira da Bahia no centro. Acima foram inseridas duas estrelas na década de 1980, simbolizando os títulos Brasileiros do clube, em 1959 e 1988 respectivamente.

O EC Bahia possui diversos apelidos, como Bahêa (forma como os torcedores pronunciam o nome do clube), Tricolor da Boa Terra, O Maior do Nordeste e Tricolor de Aço ou Esquadrão de Aço. Estes dois últimos apelidos deram origem ao mascote, inspirado no Super-Homem, o Homem de Aço da DC Comics.

O Super-homem do Bahia foi desenhado por Ziraldo e popularizou-se no ano de 1979. Em 2014, ganhou a companhia da Lindona da Bahêa, inspirada na Mulher-Maravilha, só que negra e desenhada pelo cartunista Nei Costa. Esse novo mascote que foi criado com a preocupação da representatividade da mulher negra na luta contra o racismo.

1931-1940: Primeiras décadas do EC Bahia 

Primeiro anos do EC Bahia.

O início da trajetória do EC Bahia foi avassalador, para um novo cube de futebol da década de 1930, momento em que a profissionalização do futebol brasileiro já estava a todo vapor. A primeira partida da equipe foi no Torneio Início do Estadual, com a duração de 20 minutos. Mesmo assim venceu o rival Ypiranga, por 2 a 0 com os primeiros gols de Bayma e Guarany, no que mais tarde seria conhecido como “Clássico do Povo”.

Seu primeiro título Baiano veio meses após sua fundação, ainda no ano de 1931, e ao longo de seus primeiros anos conquistou outras cinco vezes o estadual, nos anos de 1933, 1934, 1936, 1938 e 1940. Mesmo tendo sido fundado após muitos anos da fundação do seu maior rival, o Vitória, o Tricolor de Aço teve campanhas fantásticas até criar a rivalidade com o Leão da Barra.

Nas primeiras décadas, disputou os primeiros clássicos estaduais, o maior deles o Ba-VI ocorreu em 1932. Nas duas primeiras disputas, o EC Bahia venceu por 3 a 0, no Torneio Início e no Campeonato Baiano, e só foi batido pelo rival  pela primeira vez em 1934. A maior goleada do Bahia sobre o Vitória ocorreu em 1939, com o Tricolo massacrando seu maior rival por 10 a 1.

1941-1958: Crises financeiras e reencontro com o bom futebol

O EC Bahia, desde seus primeiros anos, passou por disputas políticas em seus bastidores que acabaram por gerar crises internas. Mesmo assim, o clube conseguiu manter um bom desempenho em campo em algumas oportunidades ao conquistar alguns títulos. Mas em outras oportunidades, o clube fez campanhas fracas em competições e contraiu dívidas altas.

No início dos anos 1940, o EC Bahia viu seus rivais serem protagonistas no estado, e as crises financeiras afetaram o time dentro de campo. Além disso, o clube foi despejado de sua sede, e dirigiu-se ao bairro de Canela, tendo alguns anos depois voltado ao bairro da Barra.

Voltou a conquistar o estadual nos anos de 1944 e 1945, e depois conseguiu um tetracampeonato entre os anos de 1947 e 1950, títulos que recolocaram o clube e sua meteórica trajetória vencedora no maior patamar da Bahia. Esse fato deixou as crises nos bastidores de lado, com destaque para o desempenho do goleiro Lessa e do goleador Zé Hugo.

Na década de 1950, o EC Bahia viu surgir um novo palco para mandar seus jogos, o que acabou sendo um bom presságio para as conquistas históricas para além dos limites regionais do seu estado de origem. O Estádio Octávio Mangabeira foi inaugurado em 1951 e se tornou o principal campo da Bahia,  passando a abrigar os jogos do Tricolor. Foram mais quatro conquistas do baiano nos anos de 1952, 1954, 1956 e 1958, sucedidas pelo maior título do clube, a Taça Brasil, que viria no ano seguinte.

1959-1970: primeiro título Brasileiro, primeira disputa internacional e anos vitoriosos

No ano de 1959 o EC Bahia conquistou seu principal título desde a sua fundação. A primeira vez que um campeonato nacional foi disputado, reunindo os principais clubes do Brasil em disputas eliminatórias. O Tricolor superou todos seus adversários e na grande final o poderoso Santos de Pelé (e de mais outros 6 jogadores campeões da Copa do mundo em 58) para se tornar o primeiro campeão Brasileiro do formato atual. Feito impressionante para um clube com até então menos de 30 anos de existência.

Embora o reconhecimento do título como Campeonato Brasileiro viesse a ocorrer somente décadas depois, para o Tricolor, a conquista sempre teve esse caráter de campeonato nacional, e está imortalizado com uma estrela acima do escudo do clube. Já com o nome de Campeonato Brasileiro, o EC Bahia voltaria a vencer o torneio em 1988, derrotando o Internacional na grande final.

Taça Brasil 1959: campeão do primeiro campeonato brasileiro disputado

EC Bahia campeão brasileiro de 1959.

A primeira competição de nível nacional do futebol brasileiro, foi organizada pela CBD (atual CBF) no ano de 1959. Apesar de ter sido idealizada anos antes, a disputa só saiu do papel a partir do momento que foi possível alterar os calendários dos estaduais, que já haviam sido definidos com antecedência, motivo pelo qual não poderiam ser ser alterados anteriormente.

Assim, em 1959 a Taça Brasil reuniu 16 campeões estaduais do ano anterior em um campeonato eliminatório, sendo a primeira fase dividida em regiões, com os paulistas e cariocas entrando diretamente nas semifinais. O Bahia estava no grupo do Nordeste e eliminou o CSA de Alagoas em duas partidas, ambas com vitórias.

Na final da divisão regional em que se encontrava, enfrentou o Ceará em confronto marcado por muito equilíbrio. O time dirigido por Ephigênio Bahiense, conhecido como Geninho, precisou de três partidas para eliminar o rival, com dois empates nas duas primeiras partidas e uma vitória na terceira vinda apenas na prorrogação com gol de Léo Briglia no triunfo por 2 a 1.

Na segunda fase, todos os campeões de seus grupos regionais se encontraram. Desta forma, EC Bahia enfrentou o Sport Recife, e sofreu um grande susto. Após vencer a primeira partida por 3 a 2, tomou uma goleada dos pernambucanos de 6 a 0 na segunda. Mas, no terceiro jogo, acabou vencendo por 2 a 0 na casa dos rivais, garantindo acesso às semifinais contra o Vasco da Gama.

Novamente em um confronto com 3 partidas, o Bahia conseguiu chegar à grande final após vencer os cariocas por 1 a 0 no Rio de Janeiro, perder por 2 a 1 em Salvador e novamente na capital baiana, agora venceu o Vasco por 1 a 0, para encontrar o poderoso Santos na decisão.

A decisão contra o Santos de Pelé

Na Vila Belmiro, O EC Bahia venceu a primeira partida da decisão por 3 a 2, com ótima exibição de Alencar, marcando dois dos gols. Na segunda partida, Pelé e Coutinho marcaram os gols dos paulistas na Fonte Nova, obrigando a final a ir para a terceira partida, disputada no Maracanã.

Em uma partida muito tensa, o EC Bahia venceu por 3 a 1 no jogo marcado por muitas expulsões e entradas violentas. Mas isso não apagou o feito do Tricolor de Aço que se tornou o primeiro campeão Brasileiro, com Léo Briglia artilheiro da competição.

Década de 1960, duas vezes vice da Taça Brasil e primeira competição internacional

Os anos 1960 começaram com o EC Bahia no embalo dos anos anteriores em seu estado, mantendo a sequência de títulos estaduais que começou em 1958 e foi até 1962. Com isso, manteve o direito de disputar a Taça Brasil após cada conquista.

Por ter conquistado o título nacional de 1959, o EC Bahia se classificou para a primeira Libertadores da América, chamada na época de Copa dos Campeões da América, reunindo os campeões nacionais de cada país, tendo terminado com o Peñarol campeão. No entanto, no jogo contra o San Lorenzo da Argentina, o Bahia saiu derrotado no saldo de gols e foi eliminado da competição, após perder por 3 a 0 a primeira partida, mesmo vencendo a segunda por 3 a 2.

Mesmo com a decepção continental, o Esquadrão de Aço conseguiu se manter entre os protagonistas do futebol nacional. Chegou novamente às finais do Brasileiro em 1961 e 1963, ambas contra o Santos.  Porém, diferente de 1959, o EC Bahia saiu derrotado nas duas finais seguintes, ficando com dois vice-campeonatos.

No estadual, após 1962, o Tricolor passou por um momento de seca de títulos, que também o afastaram da Taça Brasil dos anos seguintes. Entre os anos 1964 até 1967, o clube ficou sem troféus, perdendo assim, o direito de disputar o campeonato nacional. Mas, logo depois retornou ao torneio ao vencer o Baiano de 1967 e se classificou para o Brasileiro de 1968, onde caiu na fase regional da competição.

EC Bahia vice-campeão Brasileiro duas vezes

A exemplo de 1959, ao vencer o campeonato baiano, o Tricolor de Aço ganhou o direito de disputar o Brasileiro que vinha na sequência. Assim, ao acumular cinco títulos estaduais, o clube se manteve vivo na disputa nacional por alguns anos seguidos.

Em 1961, o EC Bahia eliminou o Santa Cruz de Sergipe e depois o CSA de Alagoas para disputar com o Fortaleza a final da classificatória regional da Zona Norte. Com duas vitórias, por 2 a 0 e por 3 a 2 respectivamente, o clube despachou o clube cearense. Em seguida, teve pela frente o Náutico de Pernambuco, que estava diretamente classificado para aquela fase. Venceu a segunda partida por 1 a 0 após empate sem gols na primeira partida e reencontrou o Santos na grande final.

Na primeira partida, jogo equilibrado e empate em 1 a 1 com gol marcado por Marito na Fonte Nova. O segundo jogo, na Vila Belmiro, o Santos se impôs e com atuação de gala de Pelé e Coutinho, goleando os baianos por 5 a 1 e assim se vingando da derrota de 1959.

Dois anos depois, em 1963, ambas as equipes se reencontraram na decisão do Brasileiro, e no “tira-teima” dos confrontos entre as equipes em decisões, o Santos levou a melhor. O EC Bahia chegou à final após eliminar o Ceará e o Sport no Grupo Norte, e na fase final, passou pelo Botafogo-RJ nas semifinais. Na decisão, o Alvinegro da Baixada não deu chances ao Esquadrão de Aço, e com vitórias por 6 a 0 e 2 a 0 levou os baianos a mais um vice-campeonato do Brasileiro, novamente com Pelé como o maior nome do confronto ao lado de Coutinho e Pepe.

1970-2000: Anos de glória, com mais um título Brasileiro

Até o começo dos anos 2000, o EC Bahia passou por momentos de grande alegria e posteriormente momentos conturbados em sua história. Na década de 1970, montou um time de respeito com alguns jogadores que se tornaram ídolos do clube, como Baiaco, Alberto Leguelé, Douglas, Fito Neves, Romero, Sapatão e José Sanfilippo. Este último algoz na Libertadores de 1960, mas que se juntou ao clube a partir de 1968 para se tornar um dos ídolos da agremiação.

Na década de 1970, o Tricolor conseguiu um grande feito estadual, com a conquista de sete  títulos seguidos do Campeonato Baiano. O hepta estadual ocorreu conquistados entre os anos de 1973 e 1979, com três finais vencidas no confronto Ba-Vi.

Na década de 1980 vieram mais sete conquistas do campeonato estadual, aumentando ainda mais a hegemonia sobre o Vitória na Bahia. De quebra, o Tricolor conseguiu o bicampeonato do Campeonato Brasileiro em 1988, na equipe dirigida por Evaristo de Macedo, que criou uma identificação muito forte com o clube e com grandes craques da história do clube.

Após a importante conquista nacional, o EC Bahia começou a enfrentar dificuldades em suas administrações e não manteve o ritmo de outros anos. Foram cinco títulos do Campeonato Baiano nos anos 1990, e campanhas medianas no Brasileiro, até que em 1997 o clube não resistiu e acabou rebaixado à segunda divisão.

Bicampeonato Brasileiro em 1988

Embalado por mais um tricampeonato estadual, o EC Bahia, então comandado pela lenda Evaristo de Macedo, chegou ao Brasileiro de 1988 em busca de uma boa campanha. No elenco, que era considerado muito forte, estavam os goleiros Ronaldo e Sidmar, os defensores João Marcelo, Pereira, Edinho e Paulo Robson; no meio campo tinha Paulo Rodrigues, Zé Carlos e o grande craque Bobô ;e no ataque Osmar, Marquinhos e Charles.

O torneio contou com um regulamento experimental. Talvez, o maior destaque ficou por conta dos resultados de empate: em caso do placar terminar igual para os dois clubes, além de um ponto para cada equipe, havia uma disputa de pênaltis para dar um ponto extra ao vencedor da disputa. E logo na primeira partida o EC Bahia passou pelos pênaltis, derrotando o Bangu.

Em termos de chaveamento, os clubes participantes foram divididos em dois grupos com 12 equipes em cada um, enfrentando os integrantes do outro grupo em um primeiro turno, e os adversários do mesmo grupo no segundo turno. Os dois primeiros de cada turno dos dois grupos se classificavam para a segunda fase. Sendo assim, o Tricolor se classificou após boa campanha no segundo turno.

Na segunda fase, as quartas de finais, encontrou o Sport clube do Recife, com a vantagem no confronto. Os dois jogos foram muito equilibrados, e ambas as partidas terminaram empatadas, em 1 a 1 e 0 a 0. O que classificou o EC Bahia por ter a vantagem em caso de empate.

Reta final contra grandes times

Nas semifinais, encarou o Fluminense, e mesmo após realizar uma boa partida no Rio de Janeiro, o placar terminou zerado, com Bobô perdendo algumas oportunidades. Na partida de volta, na Fonte Nova lotada, o Fluminense abriu o placar logo no início da partida, mas isso não desanimou a animada e barulhenta torcida do Bahêa. Bobô empatou a partida ainda no primeiro tempo e Gil virou o placar para os baianos classificando a equipe novamente para a final de Brasileiro depois de alguns anos.

O adversário da grande final foi o Internacional, e a primeira partida foi realizada em Salvador, novamente lotada com mais de cem mil torcedores. O Inter saiu na frente, deixando os torcedores baianos muito preocupados. Mas Bobô chamou a responsabilidade e virou o placar com dois gols, um em cada tempo, levando a torcida ao delírio.

Na segunda partida, o Esquadrão de Aço segurou a forte pressão dos gaúchos nos 90 minutos, e asseguraram a segunda conquista de Campeonato Brasileiro de sua história, sendo ao lado do Sport os únicos nordestinos a conquistarem o torneio. Bobô e Charles foram os grandes nomes da conquista, ao lado do icônico Evaristo de Macedo.

1997: EC Bahia cai de divisão após sucessivas más gestões

Elenco dos anos 1990 que conquistou seguidos títulos estaduais.

Após a euforia da segunda conquista do Campeonato Brasileiro, e uma campanha que levou o clube às quartas de final na Libertadores de 1989, o EC Bahia seguia dominante em seu estado. A equipe chegou a conquistar novamente o Baiano cinco vezes nos anos de 1991, 1993, 1994, 1998 e 1999.

Porém, apesar de seguir triunfando na Bahia, o clube apresentava problemas em suas administrações que levaram o clube a graves dificuldades financeiras. Com isso, o EC Bahia não conseguiu manter os bons elencos de outras décadas e não conseguia mais bater de frente com grandes adversários da época.

Em 1997, não teve jeito, o Tricolor de Aço fez uma campanha muito fraca, brigando até as últimas rodadas para se manter na primeira divisão, mas isso não foi possível. Mesmo com o mesmo número de pontos do Bragantino, o EC Bahia foi rebaixado nos critérios de desempate, e não conseguiu subir à elite nos anos seguintes.Viria a conseguir o acesso somente graças à Copa João Havelange (equivalente ao Brasileirão de 2000), competição em que o Clube dos 13 assumiu a organização e reclassificou algumas equipes, sendo o Bahia uma delas.

2000-2021: Os anos mais duros do clube e volta por cima nos últimos anos

Depois de voltar à primeira divisão, o EC Bahia fez campanha média no Brasileiro de 2000, onde conseguiu a última vaga do Módulo Azul, com a décima segunda posição. O tricolor fez um duro confronto contra o Vasco da Gama nas oitavas de final, mas acabou eliminado pelos cariocas após empatar a primeira partida e perder a segunda.

Em 2001, novamente chegou à fase seguinte, desta vez com a oitava posiçã,o a última que dava esse direito. Em um confronto único nas quartas de final, empatou sem gols contra o São Caetano, que acabou eliminando o Tricolor de Aço, pois os paulistas tinham melhor campanha e o regulamento os favoreceu.

Nos anos seguintes, o EC Bahia passou por grandes dificuldades em campo, se somando aos problemas financeiros que dificultaram na montagem de elencos competitivos. Posteriormente, o clube se viu em um jejum de conquistas e seguidos rebaixamentos às divisões inferiores do Brasileirão.

O calvário se manteve até 2010, quando após uma reestruturação na administração do clube melhorou a qualidade do elenco do EC Bahia. Assim, o clube conseguiu retornar à elite do Brasileiro, depois de passar pela terceira divisão por duas temporadas anos antes.

A partir de então, o Esquadrão de Aço manteve uma pequena regularidade até 2014, quando novamente caiu para a Série B e por lá passou duas temporadas, retornando à divisão principal em 2016. Depois disso, manteve campanhas regulares de 2017 até 2020, quando ficou entre o décimo primeiro lugar e o décimo quarto lugar.

Jejum de títulos estaduais e regionais e o retorno das conquistas

A grave crise administrativa que o EC Bahia sofreu no início dos anos 2000, se refletiu dentro de campo. Em 2001, após a campanha satisfatória no Brasileiro da temporada anterior, começou com a conquista do título Baiano e da Copa do Nordeste, em cima do Juazeiro e do Sport, respectivamente.

No ano de 2002, veio o bicampeonato da Copa do Nordeste, e com um gostinho ainda mais especial, por conta do triunfo na final em cima do seu maior rival, no clássico Ba-Vi. Essa foi a última conquista em anos, e assim o EC Bahia passou por seu pior momento da história, onde só voltou a vencer campeonatos no ano de 2012, quando venceu o Vitória na final do estadual e quebrou o jejum de 10 anos.

Depois desse título, o Tricolor de Aço acumulou mais cinco troféus do Campeonato Baiano até o ano de 2020. Na Copa do Nordeste, que ganhou mais notoriedade nos últimos anos, foram duas novas conquistas, em 2017 novamente em cima do Sport; e em 2021, contra o Ceará em uma final eletrizante decidida apenas nos pênaltis, com atuações de destaque de Rodriguinho e Gilberto.

Rebaixamentos em sequência e anos sombrios do EC Bahia

Como se não bastasse o jejum de títulos que passou nos anos 2000, o EC Bahia passou por momentos que nenhum torcedor quer ver seu time de coração passar. A grave crise impediu a montagem de bons elencos, e assim o clube acabou rebaixado a Série B em 2003, mesmo com Nonato se destacando e marcando gols. No ano seguinte, o clube brigou e chegou perto do acesso, mas o quarto lugar não foi suficiente.

Em 2005, ao lado do rival Vitória, passou pelo pior momento de sua história, onde ambos caíram para a terceira divisão do Brasileiro. Em meioa sua reestruturação, o clube tinha altos e baixos na Série C e conseguiu chegar ao octagonal final, depois de ficar em primeiro lugar de seus grupos nas fases anteriores. Mas por conta de punições causadas pelo comportamento da torcida, o clube perdeu o embalo e não conseguiu subir à serie B.

Em 2007, o tricolor voltou a liderar seus grupos nas fases iniciais da Série C e após boa campanha no octagonal final, terminou a competição em segundo, subindo a Série B. Tudo isso ocorreu em meio à troca de casa, uma vez que a Fonte Nova foi fechada após acidentes em uma partida, gerando vítimas fatais. Charles marcou gols salvadores, e foi um dos principais destaques da equipe.

Nos anos de 2008 e 2009, o Tricolor de Salvador ocupou o meio da tabela na Série B, e não conseguiu voltar à elite nacional. Até que em 2010, uma ótima campanha marcada com os gols de Rodrigo Grahl, artilheiro da equipe na temporada, Jael, Adriano, Rogerinho e Fernando como destaques. A equipe que começou com Renato Gaúcho no comando e terminou com Márcio Araújo, acabou o torneio em terceiro lugar, voltando a Série A após 7 anos.

Jogadores e treinadores marcantes do EC Bahia

Bobô um dos maiores idolos do tricolor baiano.

O Esquadrão de Aço não possui essa alcunha à toa. Ao longo de sua história, grandes jogadores vestiram a camisa do Tricolor baiano, e grandes técnicos do futebol nacional. Entre os principais comandantes teve Evaristo de Macedo (campeão Brasileiro em 1988), Efigênio Bahiense, Carlos Volante, Aimoré Moreira, Zezé Moreira, Cristóvão Borges (treinador que quebrou o jejum de títulos em 2012), Márcio Araújo, Candinho, Renato Gaúcho e Roger Machado.

Entre os principais jogadores que passaram pelo clube estão Carlos Viana, o Carlito, maior artilheiro da história do clube, Douglas, Nonato, Marcelo Ramos, Sanfilippo, Bobô, Charles, Léo Briglia, Edinho, Beijoca, Marcelo Lomba, Rodriguinho, Jael, Gilberto, Juninho, Cláudio Adão e muitos outros que tiveram a honra de vestir a camisa tricolor e se destacarem com ela.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *