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Conhecido como Taça de Ouro na elite do futebol nacional, o Campeonato Brasileiro 1983 teve como campeão o Flamengo, e o torneio se consolidava cada vez mais como a principal disputa em território nacional, como o título mais almejado. O torneio já dividia o calendário e a atenção com os estaduais do Brasil, sendo que a edição de 1983 contou com a presença de 44 clubes, de 22 estados brasileiros
A alta representatividade nacional era quase um condição da ditadura militar no Brasil, ainda que ano após ano o regime se via cada vez mais enfraquecido dianta dos movimentos populares. Confira tudo sobre a disputa do Campeonato Brasileiro de 1983!
Disputado entre os dias 23 de janeiro e 29 de maio, o Campeonato Brasileiro de 1983 contou com três fases de disputa. E muito como naquelas décadas de 1970, 80 e até 90, o regulamento para cada ano se mostrava uma aventura. E em 1983 não foi diferente. Confira!
– Rio de Janeiro: America, Americano Campos dos Goytacazes, Botafogo/RJ, Flamengo, Fluminense, Campo Grande, Vasco da Gama
– São Paulo: Botafogo, Corinthians, Ferroviária, Guarani, Juventus, Palmeiras, Ponte Preta, Santos, São Paulo
– Minas Gerais: Atlético Mineiro, Cruzeiro, Uberaba
– Rio Grande do Sul: Grêmio, Internacional
– Paraná: Atlético Paranaense, Colorado
– Bahia: Bahia, Galícia
– Ceará: Ferroviário, Fortaleza
– Rio Grande do Norte: América de Natal
– Distrito Federal: Brasília
– Mato Grosso do Sul: Comercial
– Alagoas: CSA
– Goiás: Goiás, Vila Nova
– Santa Catarina: Joinville
– Mato Grosso: Mixto
– Maranhão: Moto Club
– Pernambuco: Náutico, Sport Recife
– Pará: Paysandu
– Espirito Santo: Rio Branco
– Amazonas: Rio Negro
– Sergipe: Sergipe
– Piauí: Tiradentes
– Paraíba: Treze
O campeonato brasileiro 1983 não contava com rebaixamento. O critério para a classificação e disputa do Brasileiro do ano seguinte foi baseada na classificação dos estaduais. Havia muita controvérsia em relação a isso, com a BBF mudando o critério para agregar cada vez mais equipes que não preenchiam o requisito. Como foi o caso do Santos FC em 1983.
O Brasil, no começo dos anos 1980, teve um clube que dominou as principais competições nacionais e internacionais. O CR Flamengo era o time a ser batido naquele período, com uma histórica base que contava com Júnior, Zico, Leandro, Adílio, Nunes, Andrade, entre outros.
E após conquistar os Brasileiros de 1980 e 1982, além da Copa Libertadores e o Mundial de Clubes em 1981, o ano de 1983 seria praticamente a “despedida” daquela geração e período vitorioso. Anos mais tarde os principais jogadores, entre eles Zico e Júnior, partiriam para jogar na Europa, retornando anos depois e em momentos diferentes.
Com essa fase tão espetacular, o Flamengo era o time a ser batido, em um futebol brasileiro que vivia um grande momento, com grandes esquadrões, porém, com a decepção da Copa do Mundo em 1982. Em 1983 o clube manteve o seu domínio e conquistaria o tricampeonato brasileiro.
O time base do Flamengo 1983, campeão brasileiro, era formado por: Raul; Leandro, Marinho, Figueiredo e Júnior; Vítor, Élder, Adílio e Zico; Júlio César Barbosa (Robertinho) e Baltazar. No banco de reservas destaque para: Cantareli, Mozer, Andrade, Édson e Lico.
Com um poderoso elenco, este é sem dúvoda o momento mais vitorioso e mágico do clube, um dos maiores esquadrões do futebol brasileiro e também mundial.
Liderados pelo Galinho Zico, o Flamengo viveu um período mágico e, naquele ano de 1983, foram comandados por ninguém menos do que Carlos Alberto Torres, o eterno capitão do Tri Mundial do Brasil, em 1970. Na campanha inical o time era comandado por outro lendário jogador e técnico: Paulo César Carpegiani.
A final do brasileiro de 1983 entre Flamengo e Santos foi inusitada. Não por reunir dois clubes gigantes do futebol brasileiro, mas pelo clube paulista não viver um momento tão vitorioso naquele período. Tanto é que, no Campeonato Paulista do ano anterior, o Santos terminou apenas na 9ª colocação, que o levaria para a disputa da Taça de Prata em 1983.
Como foi convidado pela organização do brasileirão, pôde disputar a elite do futebol brasileiro da época. E dessa forma, o Santos liderou seus grupos nas três primeiras fases, eliminando Goiás e Atlético/MG para encontrar o Flamengo na decisão.
Já o Rubro Negro ficou atrás do Peixe em seu grupo na 1ª fase, em segundo do grupo na 2ª fase, e acabou como o líder na 3ª fase. Eliminou Vasco da Gama e o Athlético Paranaense para chegar à final do campeonato brasileiro de 1983.
Na grande decisão, o Santos contava com craques do nível de Pita, Gilberto Sorriso, Paulo Isidoro e Serginho Chulapa, vencendo a primeira partida da final, no Estádio do Morumbi, por 2 a 1. Os gols foram marcados po Pita e Serginho para o Santos, e Baltazar descontou para o time Rubro Negro.
Na segunda partida da final, precisando vencer, o Flamengo logo aumentou a expectativa de virada, com gol de Zico há um minuto de jogo. Leandro e Adílio aumentaram o marcador, sacramentado o terceiro titulo e o bicampeonato consecutivo do Flamengo.
O artilheiro do Campeonato Brasileiro de 1983 foi Serginho Chulapa, que marcou no total 22 gols pelo Santos. Em grande campanha, foi um dos principais responsáveis por levar o clube até a final da competição. Confira os principais artilheiros daquela competição!
Goleiro Roberto Costa do Atlético-PR ganhou a Bola de Ouro da Revista Placar consecutivamente em 1983 e 1984, único goleiro a obter tal êxito. pic.twitter.com/qWm8KQjbYp
— Memórias Do Futebol (@MemoriasFutebol) July 13, 2018
O craque do Campeonato Brasileiro 1983, foi o goleiro Roberto Costa, do Athlético/PR. Ganhador da Bola de Ouro da Revista Placar, o arqueiro foi um dos responsáveis por levar o Furação até as semifinais da competição, onde ganhou o apelido de “Mão de Anjo”. Vale destacar que, na temporada seguinte, Roberto recebeu novamente a Bola de Ouro, agora atuando pelo Vasco da Gama.
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Os jogadores que tiveram as melhores médias de notas dadas por jornalistas foram escolhidos para a seleção Bola de Prata do torneio pela Revista Placar em 1983 – então já o prêmio mais tradicional do futebol brasileiro. Confira a seleção:
Roberto Costa (Athlético-PR); Nelinho (Atlético-MG), Márcio Rossini( Santos) e Darío Pereyra (São Paulo) e Júnior (Flamengo); Dema (Santos), Pita (Santos) e Paulo Isidoro (Santos); Jorginho (Palmeiras), Reinaldo (Atlético-MG) e Éder (Atlético-MG).
– O Santos teria que jogar a Taça de Prata, equivalente à Segunda Divisão, por conta da má classificação no Estadual. Mas, foi convidado pela CBF para compor a Taça de Ouro, e assim chegou à final.
– Com o Guarani de Campinas ocorreu o inverso. O Bugre vinha de um 3º lugar no campeonato anterior e terminou a frente do peixe no Paulista. Mas, mesmo assim, disputou a Taça de Prata.
– O Juventus da Mooca fez uma campanha ruim na Taça de Ouro. Mas, o regulamento o levou à disputa da Taça de Prata, onde conquistou o título.
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